CATETERISMO INTERMITENTE LIMPO: ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO AO LESADO MEDULAR EM SERVIÇO AMBULATORIAL DE REABILITAÇÃO
Palavras-chave:
cateterismo uretral intermitente, bexiga urinária neurogênica, traumatismo da medula espinal, estomaterapiaResumo
INTRODUÇÃO: Estima-se que ocorram a cada ano no país, mais de 10 mil novos casos de lesão medular e as repercussões urológicas constituem umas das maiores preocupações para a equipe de reabilitação, pois o mau funcionamento vesical pode, quando assistido inadequadamente, acarretar diversas complicações. A introdução do método de cateterismo vesical intermitente (CIL) como alternativa no tratamento das disfunções miccionais corresponde a uma das maiores e mais importantes mudanças nas propostas de reabilitação. A redução de complicações no trato urinário e melhora da qualidade de vida associadas à sua utilização nos últimos 40 anos é inquestionável, porém sua indicação, correta execução e treinamento permanecem como limitantes à maior difusão do método.
OBJETIVO E MÉTODO: Descrever como é realizada a avaliação, treinamento e monitoramento das disfunções miccionais do lesado medular em um serviço de reabilitação.
RESULTADOS: O serviço recebe o lesado medular em consulta de acolhimento multidisciplinar, onde observadas queixas urinárias e/ou de acordo com o tipo de lesão, são encaminhados para avaliação de enfermagem, treinamento e monitorização dos cuidados referentes ao CIL. A primeira avaliação de enfermagem consiste em conhecer os hábitos anteriores e atuais da micção, a sensibilidade, controle vesical, características das perdas e conteúdo, uso de dispositivos, manobras de esvaziamento e outros sintomas. O CIL é o procedimento de eleição para o esvaziamento total ou residual. No treinamento recomenda-se que o paciente que urina espontaneamente, faça o CIL sempre apos a micção. Para os que não apresentam diurese espontânea é orientado que realize a cada 4 horas. Ambos os casos deverão anotar os volumes retirados em diário miccional por sete dias. Na consulta de retorno são avaliados os volumes, queixas de escapes ou dificuldades, impressões e aceitação do paciente a terapêutica proposta. É feito o ajuste do numero e horários que os cateteres serão realizados. As consultas com a enfermagem para monitoramento da técnica e prevenção de complicações é realizada até que se perceba autonomia e segurança do paciente ou cuidador, a fim de que seja mantida a integridade anatômica e funcional do trato urinário superior e evitar infecções. Ao final do treinamento é encaminhado, a UBS mais próxima a residência do paciente, relatório e prescrição dos insumos necessários para realização adequada do procedimento. A entrega dos insumos descentralizada permite menor índice de complicações decorrentes da falta de acesso aos mesmos. No primeiro ano é realizada reavaliação a cada seis meses e após retorno anual para renovação da prescrição e reavaliação.
CONCLUSÃO:A identificação precoce da disfunção, treinamento realizado por enfermagem competente, oferta adequada e fácil acesso aos insumos e o controle regular de intercorrências promove melhora da qualidade de vida, por permitir maior independência com menor índice de complicações, impactando de modo direto no âmbito higiênico e social dos pacientes. É fundamental a expansão da estomaterapia, tanto como ator principal do cuidado como mentor da educação de outros enfermeiros, para que cada vez mais indivíduos tenham acesso a este cuidado.
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Referências
Ministério da Saúde (BR). Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.
Filho MZ, Junior NA, Reis RB, editores. Urologia fundamental. São Paulo : Planmark; 2010.
TRUZZI, J.C., et al. Recomendações SBU 2016: Cateterismo Vesical Intermitente. Sociedade Brasileira de Urologia, 2016.
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