INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO PAULO

Autores

  • Sheila Santos da Silva HNB - Hospital Nipo Brasileiro (São Paulo SP)
  • Laura Almeida Gonçalves Silva HNB - Hospital Nipo Brasileiro (São Paulo SP)

Palavras-chave:

estomaterapia, gestação, incontinência urinária

Resumo

Introdução: A incontinência urinária (IU) é um sintoma do trato inferior, definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), como a queixa de perda urinária de urina. Podendo ser classificada como: incontinência de esforço (IUE), incontinência de urgência (IUU) e incontinência mista (IUM). 1 Durante a gestação os músculos do soalho pélvico (MSP) sofrem um teste de resistência sendo extremamente solicitados devido as mudanças anatômicas e fisiológicas no corpo da gestante gerando uma sobrecarga de peso crescente imposta pelo útero gravídico, além das alterações hormonais ocorridas neste período, que diminuem o tônus e a força da musculatura, predispondo a gestante a desenvolver disfunções dos MSP. 2 Estima-se que cerca de 50% das mulheres apresentam episódios de perda de urina durante a gestação. 3 Contudo, apesar da prevalência, apenas um quarto das mulheres procuram ajuda para a situação da perda involuntária de urina devido à falta de informação sobre os possíveis tratamentos e também por acreditarem ser um processo natural da gestação. 4 Objetivo Identificar a ocorrência de IU no período gestacional segundo os tipos de incontinência urinária.MétodoTrata-se de pesquisa de campo transversal, observacional, descritiva e com análise quantitativa realizada entre gestantes atendidas no Ambulatório de Saúde da Mulher de um Hospital Privado, em SP.ResultadosA amostra total foi composta por 200 gestantes selecionadas aleatoriamente, com média de idade de 31,84 anos (DP:5,76), no qual, 68,00% (n=136) apresentaram IU durante o período gestacional.No que se refere ao tipo de parto a maioria 37,00% (n=74) foi submetida a cesariana anterior e dentre aquelas com parto vaginal (18,00%; n=36), 12,00% (n=24) fizeram episiotomia e 2,50% (n=5) foram submetidas ao parto fórceps. Sugerindo que a gestação por si só independente da via de parto é fator de risco para a IU.Em relação aos sintomas do trato urinário inferior 87,50% (n=175) queixaram-se de noctúria; 74,00% (n=148) de frequência miccional; 65,50% (n=131) urgência miccional e 20,50% (n=41) ITU durante o período gestacional e aumento das queixas no 3º trimestre gestacional.Em relação a IU prevalência foi maior na população entre 30 a 49 anos, sendo a IUE a maior queixa representada por 50% (n=98) dos casos independente da faixa etária e trimestre gestacional, seguida pela IUM com 19%(n=38) e IUU 3% (n=6) dos casos.Por fim, 91,50% (n=183) da amostra relatou desconhecer as medidas de prevenção e tratamento da incontinência urinária.ConclusãoEste estudo demonstrou que a IU ocorre por causa multifatorial durante todo o período gestacional, sendo que a maior prevalência das queixas se dá durante o 3º trimestre gestacional. A ICS aponta a reabilitação do soalho pélvico como a primeira opção para o tratamento da IU, sendo o Enfermeiro e/ou Enfermeiro Estomaterapeuta os profissionais capacitados para realizar o tratamento conservador da incontinência urinária. Sendo assim, cabe a estes profissionais divulgar a especialidade e suas vertentes de atendimento, promovendo palestras e desenvolvendo protocolos de atendimentos de modo a oferecer o suporte adequado para o enfrentamento do problema contribuindo assim com a melhora na qualidade de vida desta clientela.

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Referências

Abrams, P et.al. (Eds) Incont. 6ª Edição (2017). ICI-ICS. International Continence Society, Bristol, Reino Unido, ISBN: 978-0956960733.

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Publicado

2020-12-11

Como Citar

Silva, S. S. da, & Silva, L. A. G. (2020). INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO PAULO. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/24

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