ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES E PUÉRPERAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
INTRODUÇÃO: A incontinência urinária (IU), segundo a Sociedade Internacional de Continência (ICS) é definida como a perda involuntária de urina, sendo evidenciada entre as doenças mais prevalentes na população feminina1,3. Alguns estudos apontam que métodos cirúrgicos e medicamentosos eram a primeira escolha para o tratamento da IU em puérperas, contudo a ICS aponta a reabilitação do assoalho pélvico (AP) como a primeira opção de tratamento da IU, uma vez que os exercícios perineais são de baixo custo e risco, não invasivos que combatem a diminuição da Força Muscular do Assoalho Pélvico (FMAP) e, desse modo são capazes de prevenir, diminuir ou curar a IU, além de promover o bem-estar¹. Desse modo, ressalta-se a necessidade do envolvimento do enfermeiro especializado em estomatarepia no atendimento de gestantes e puérperas trabalhando não só no tratamento como também na prevenção da IU². OBJETIVO: compreender como o enfermeiro atua no manejo da IU em gestantes e puérperas, analisando na literatura disponível nacional e internacional os artigos que abordam esse tema. MÉTODO: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020. A busca dos artigos foi realizada na base de dados LILACS, MEDLINE e BDENF por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs): incontinência urinaria; complicações na gravidez; terapia por exercício, enfermagem e período pós-parto. RESULTADOS: O levantamento bibliográfico localizou 3451 resultados em publicações indexadas. Mediante os critérios de inclusão foram selecionados trabalhos publicados em periódicos com texto completo, disponíveis nos idiomas inglês e português, nas bases de dados elencadas no período de 2015 a 2020, sendo 3149 excluídos por não atenderem a proposta do estudo.
Foram analisados 302 artigos, no qual 14 artigos compuseram a análise da revisão. Dentre os estudos avaliados tornou-se possível evidenciar maior predominância nos temas sobre: força muscular do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária; fatores de risco para incontinência urinária; relação entre incontinência urinária e vias de parto; terapêuticas utilizadas em gestantes e puérperas com incontinência urinária. Contudo notou-se a escassez de estudos sobre a atuação do enfermeiro no manejo da incontinência urinaria em gestantes e puérperas, o que evidencia a necessidade de mais pesquisas sobre o assunto, uma vez que a figura do enfermeiro se torna primordial na avaliação, diagnóstico, tratamento, e prevenção da IU no ciclo gravídico e puerperal, servindo inclusive de suporte eficaz ao paciente. Esse acompanhamento é fundamental para educar a mulher sobre o funcionamento do trato urinário inferior e a realização de exercícios da musculatura do assoalho pélvico, para fortalecer a contração voluntária do músculo ao esforço. CONCLUSÃO: Dessa forma, o enfermeiro tem um papel fundamental na avaliação, diagnóstico, tratamento e prevenção da incontinência urinária no ciclo gravídico puerperal, proporcionando um acompanhamento holístico e humanizado, visto que esse profissional deve ser capacitado e orientado acerca do manejo da incontinência em gestantes e puérperas. Diante disso, percebe-se a relevância de inserir como proposta esse tema na caderneta da gestante, a fim de contribuir no atendimento dessas mulheres.