REFLEXÕES SOBRE AS REPERCUSSÕES DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM PESSOAS COM LESÃO MEDULAR
Resumo
Introdução: A incontinência urinária tem sido apontada como um importante problema de saúde pública, em decorrência da magnitude de sua ocorrência e consequências, podendo afetar pessoas de todas as faixas etárias¹, dentre elas, aquelas que apresentam lesão medular. A lesão medular é toda injúria às estruturas contidas no canal medular, podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas, sendo um dos mais graves acometimentos que pode afetar o ser humano, gerando importantes repercussões física, psíquica e social.2 E as repercussões urológicas causadas pela lesão na medula espinhal constituem umas das maiores preocupações para a equipe de saúde, sendo uma delas, a bexiga neurogênica, uma disfunção miccional que pode ocasionar incontinência urinária, com repercussão na qualidade de vida². Objetivo: refletir sobre as repercussões da incontinência urinária para as pessoas com lesão medular. Método: estudo de reflexão com abordagem qualitativa, do tipo descritiva, a fim de abordar as repercussões que envolvem a incontinência urinária para as pessoas com lesão medular. Resultados: Evidencia-se que a incontinência urinária ocasiona grande impacto na qualidade de vida de pessoas com lesão medular. Destaca-se que o cateterismo vesical é um procedimento muito utilizado em pacientes com bexiga neurogênica, sendo de grande importância à análise dos impactos da realização deste procedimento e a compreensão dos seus benefícios para melhora da qualidade de vida dessas pessoas.3 Evidencia-se que esses pacientes, além das alterações geniturinárias também possuem redução da mobilidade física, déficit na sensibilidade, alterações circulatórias e gastrointestinais, tornando-os vulneráveis a uma série de complicações graves que afetam o seu processo de reabilitação e inserção na sociedade.4 Identifica-se também que é muito frequente o aparecimento de lesões de pele, sendo as mais comuns as lesões por pressões e a dermatite associada a incontinência. Todas essas questões repercutem de forma significativa na esfera psíquica, social, física e laboral, afetando, sobremaneira, a qualidade de vida dessas pessoas. Torna-se fundamental integrar os familiares neste processo para melhor adaptação às modificações do cotidiano do paciente, fornecendo as informações necessárias, com vistas à melhora da sua autoestima e ao incentivo do autocuidado.
Conclusão: As limitações que decorrem desse agravo repercutem negativamente na vida dessas pessoas. Destaca-se a fundamental importância do enfermeiro estomaterapeuta como facilitador da recuperação do indivíduo, neste processo de reabilitação e como integrante da equipe multiprofissional. Entende-se que o suporte psicoemocional, as modificações comportamentais e as ações de planejamento da assistência de enfermagem contribuem no processo de adaptação e reabilitação.
Destaca-se também a importância de o enfermeiro orientar quanto a realização do cateterismo vesical intermitente para minimizar as complicações. Assim, busca-se favorecer para a reabilitação e reinserção social da pessoa com lesão medular, respeitando suas limitações e a capacidade para o autocuidado.