DOENÇA FALCIFORME: TRATAMENTO DAS PESSOAS COM ÚLCERAS DA PERNA EM MINAS GERAIS

Autores

  • Josimare Aparecida Otoni Spira UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte/MG)
  • Eline Lima Borges UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte/MG)

Palavras-chave:

Anemia Falciforme, Úlcera da perna, Cuidados de Enfermagem, Estomaterapia

Resumo

Abstract INTRODUÇÃO: úlceras da perna são uma das complicações da doença falciforme (DF), acomete principalmente homens com anemia falciforme (HbSS) na segunda década de vida1. Elas são dolorosas, de difícil cicatrização, com evolução arrastada e altas taxas de recidiva 2. O manejo da pessoa com DF e úlcera da perna, na maioria das vezes, fica a cargo de profissionais do Atenção Primária à Saúde, que nem sempre têm o conhecimento suficiente para atender à demanda de cuidado requerida 3. OBJETIVO: Identificar o local de tratamento das pessoas com DF e úlcera da perna, bem como o tipo de tratamento recebido. MÉTODO: estudo transversal, realizado em 11 centros da Fundação Hemominas distribuídos em Minas Gerais, com pessoas maiores de 18 anos, com DF e com úlcera da perna ativa. Análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa pertinentes nos pareceres n° 08052818.3.0000.5149 e 08052818.3.3001.5118. RESULTADO: Das 72 pessoas com úlcera da perna, 54,2% eram solteiras, 51,4% do sexo feminino, 48,6% se declararam negras, com idade média de 39 anos, 59,7% apresentavam uma única úlcera, a mediana de tempo de existência da úlcera foi de 3 anos e 40,3% relataram escore de dor entre 7 e 10, classificada como dor intensa. O principal prescritor do tratamento tópico era o médico (45,8%). A respeito dos cuidados diretos da úlcera, 66,7% pessoas realizavam o cuidado exclusivamente no domicílio, 15,3% no domicílio e na Unidade Básica de Saúde, 8,3% no serviço ambulatorial público, 5,6% exclusivamente na Unidade Básica de Saúde e 4,2% no serviço privado. Os produtos mais utilizados no tratamento tópico da úlcera eram colagenase 22,2%, coberturas especiais 14 (19,4%), antibiótico tópico 15,3%, ácidos graxos essenciais 9,7%, hidrogel amorfo 8,3% e 18 25,2% utilizavam outros tratamentos tópicos. No que se refere ao intervalo da troca de curativo, 72,2% realizavam uma ou mais trocas/dia e 25% realizavam a troca do curativo uma ou duas vezes/semana. O edema nos membros inferiores estava presente em 76,4% pessoas e 89% não utilizavam terapia para o controle do edema. Em relação ao fornecimento do material para o tratamento da úlcera, 26,4% recebiam o material da rede pública, 25% recebiam parte da rede pública e precisavam comprar parte do material, 2,8% rede privada, 2,8% doações e 40,3% compravam o material. CONCLUSÃO: A maioria dos participantes não recebia assistência sistematizada do enfermeiro para o tratamento da úlcera da perna, não fazia uso de coberturas interativas e não manejava o edema. Estes fatos contribuem para a cronicidade da lesão.

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Referências

Serjeant GR et al. Leg ulceration in sickle cell disease: medieval medicine in a modern world. Hematology/oncology clinics of North America. 2005; 19(5):943–956. Doi:10.1016/j.hoc.2005.08.005.

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Minniti CP, Kato GJ. How we treat patients with SCD and leg ulcers. American Journal of Hematology. 2016; 91(1):22-30. Doi: 10.1002/ajh.24134.

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Publicado

2020-12-11

Como Citar

Spira, J. A. O., & Borges, E. L. (2020). DOENÇA FALCIFORME: TRATAMENTO DAS PESSOAS COM ÚLCERAS DA PERNA EM MINAS GERAIS. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/41