ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM PIODERMA GANGRENOSO NO PERIESTOMA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Rosaura Soares Paczek HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE RS
  • Nathalia Lima Pereira ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL
  • Thaís Backes Gonçalves UNIMED NOVO HAMBURGO
  • Ana Maria Pagliarini UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
  • Ana Karina Silva Da Rocha Tanaka UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Palavras-chave:

Estomia, Estomaterapia, Pioderma gangrenoso

Resumo

Introdução: O pioderma gangrenoso é uma lesão ulcerativa, que está dentre as dermatoses neutrofílicas, o diagnóstico é realizado clinicamente por exclusão de outras doenças de pele semelhantes. A presença de distúrbios sistêmicos mais comuns são: artrite reumatóide, doença inflamatória intestinal, doenças autoimunes e neoplasias hematológicas. O período entre o início das lesões e o diagnóstico correto costuma ser prolongado. As ulcerações podem surgir espontaneamente ou depois de variados tipos de trauma, podem ser únicas ou múltiplas, tipo vesiculobolhosa, pustular, ulcerativa e granulomatosa superficial. Tem uma progressão rápida, apresenta bordas irregulares. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e exclusão de outras desordens da pele. Não há um padrão ouro para tratamento ou algoritmo simples para a escolha da terapia de pioderma gangrenoso. Estudos demonstram que o uso de terapia biológica e corticóide sistêmico tem mudado o manejo do pioderma, mostrando efetividade na regressão das lesões. Objetivo: Relatar a experiência na assistência a um paciente com pioderma gangrenoso na pele periestomal. Método: Estudo descritivo tipo relato de experiência, realizado em maio de 2021 em um centro de referência em estomaterapia no sul do Brasil, com parecer CEP 3.530.685. Resultados: Paciente do sexo masculino, 51 anos, obeso, história de doença diverticular, cirurgia em 08/2020 por perfuração de ceco e peritonite fecal, iniciada por videolaparoscopia, sendo convertida para laparotomia, observado peritonite difusa, apresentou infecção na ferida operatoria e fistula entérica. Realizou ileocolectomia com ileostomia a direita. Em 20/04/2021 paciente solicitou consulta para avaliação, devido a lesão ao lado do estoma sem melhora. Ao exame físico ileostomia em região do quadrante abdominal inferior direito medindo 29mm, estoma plano, apresentando ulceração em região lateral esquerda medindo 6 cm no maior diâmetro, em uso de bolsa convexa, trocado para bolsa média convexidade, para diminuir a pressão no local da lesão. Combinado retorno com estomaterapeuta 2 vezes na semana para tratamento e acompanhamento das lesões, iniciado com curativo com prata em 18/05/20, encaminhado para equipe médica para tratamento sistêmico por quadro sugestivo de pioderma gangrenoso. Iniciou em 04/06/20 corticóide via oral, observando-se melhora importante das lesões, em 25/06/20 lesões quase que totalmente cicatrizadas, maior diâmetro 1 cm, sendo utilizado gaze com parafina. Ficou 10 dias sem consultar por não ter condições de arcar com os custos do deslocamento. Em 09/07/20 foi observado piora das lesões, sendo iniciado novamente uso de curativo com prata, seguindo com atendimentos semanais. Conclusão: Pioderma gangrenoso é uma manifestação extra intestinal das doenças inflamatórias intestinais e de difícil manejo, pois as lesões cutâneas demoram para cicatrizar, apesar do tratamento adequado e são muito dolorosas. O uso de terapia biológica e corticoide vem mostrando melhor eficácia no tratamento dessas lesões, com diminuição do tempo de cicatrização das feridas e retorno às atividades diárias. Essa experiência contribuiu para o conhecimento da enfermagem e a importância da atuação conjunta da equipe multiprofissional, proporcionando uma melhor assistência e qualidade de vida ao paciente.

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Referências

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Publicado

2022-01-04

Como Citar

Paczek, R. S. ., Pereira, N. L. ., Gonçalves, T. B. ., Pagliarini, A. M. ., & Tanaka, A. K. S. D. R. . (2022). ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM PIODERMA GANGRENOSO NO PERIESTOMA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/65