APRENDIZAGEM CLÍNICA DOS ALUNOS DE ENFERMAGEM NO AMBULATÓRIO DO PÉ DIABÉTICO
Palavras-chave:
Enfermagem, Estomaterapia, Pé diabético, Graduação, ConhecimentosResumo
INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) acomete grande parte da população brasileira e mundial, e que metade desconhece esse diagnóstico. Nesse contexto, acaba desenvolvendo complicações crônicas, e uma das mais comuns e devastadoras é o pé diabético, que, em casos mais graves, pode levar à amputação. Os cuidados com os pés de pessoas com DM devem ser sempre propagados, e os alunos de enfermagem ainda na graduação podem adquirir conhecimentos e habilidades em centros especializados, como em Ambulatório do Pé Diabético (APD). OBJETIVO: Analisar a aprendizagem clínica dos alunos de enfermagem em relação os cuidados com o pé diabético. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido no APD de uma clínica escola de um Centro Universitário da rede privada de Fortaleza-Ceará-Brasil, com amostra de nove alunos, no período de fevereiro a abril de 2021. A coleta se deu por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada realizada individualmente e gravada em um aparelho celular, e os resultados foram apresentados por meio da análise de Bardin e em estatística descritiva simples. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAEE nº 08284019.4.0000.5618.
RESULTADO: Os resultados mostraram que: a maioria eram mulheres, entre 21 a 23 anos, cursavam o nono semestre e que não trabalhavam. Os dados foram organizados em três eixos temáticos, a destacar: 1) Conhecimento dos cuidados clínicos, 2) Conhecimento sobre as ações de educação em saúde e 3) Cuidados com as úlceras neuropáticas. Em relação ao Conhecimento dos cuidados clínicos, têm-se: sete (78%) realizaram atividades práticas em ambientes hospitalares e dois (22,2%) em Atenção Básica, quanto a variável “Onde ouviu falar sobre o DM”, quatro (44,44%) relataram ter ouvido falar pela primeira vez nos meios de comunicação e cinco (55,5%) na universidade. Sobre a vivência com pacientes com pé diabético, sete participantes (78%) tiveram tal conhecimento prático, enquanto que dois alunos (22,2%) responderam não ter experiência. Quando perguntados se consideravam que eram bem informados sobre DM e pé diabético, oito (89%) responderam que sim, e cinco (55,5%) ainda realizavam a avaliação com uso de instrumentos, como o monofilamento de náilon e o diapasão de 128Hz. No concernente ao Conhecimento sobre as ações de educação em saúde, foi evidenciado que os alunos prestam orientações sobre a lavagem, secagem, hidratação dos pés e corte correto das unhas. No entanto, destacam-se algumas dificuldades sobre a transmissão de informações, a destacar: uso das meias de algodão e sobre os calçados confortáveis e adequados. Nos Cuidados com as úlceras neuropáticas, mostraram não conhecer os cuidados com micoses, calos e rachaduras. CONCLUSÃO: Foi possível perceber que, no geral, os alunos têm conhecimento sobre os cuidados e nas informações transmitidas para os pacientes, porém orientações importantes, como a utilização de meias e calçados, bem como os cuidados com micoses, calos e rachaduras, devem ser mais disseminadas. Ressalta-se ainda a importância do campo de prática em um APD na ampliação dos conhecimentos dos alunos de graduação, bem como dos pacientes e familiares, a fim de evitar ulcerações e/ou amputações.
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Referências
Rossaneis Mariana Angela et al. Diferenças entre mulheres e homens diabéticos no autocuidado com os pés e estilo de vida. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2016, v. 24, n. 3, p. 1-8. International working group on the diabetic foot. IWGDF diabetes. International consensus on the diabetic foot and practical guidelines on the management and the prevention of the diabetic foot. [S.l. :s.n.], 2019. Garcia AB. et al. Percepção do usuário no autocuidado de úlcera em membros inferiores. Revista Gaúcha de Enfermagem, [S.L.], 2018, v. 39, p. 86-95, 16 jul.