BUSCA ATIVA E PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UNIDADE DE ONCOLOGIA DE HOSPITAL DE ENSINO
Palavras-chave:
Análise de Boas Práticas, Estomaterapia, Lesão por Pressão, Prevenção de Doenças.Resumo
As lesões por pressão (LP) são definidas como um dano localizado na pele e/ou nos tecidos moles subjacentes, as quais decorrem do resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento e fricção no local. Além disso, são associadas ao microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e integridade da pele. Neste contexto, enfatiza-se o risco de desenvolver uma LP ao qual pacientes com câncer estão submetidos, devido ao tratamento realizado por estes, a exemplo da quimioterapia e radioterapia, que geram diversos efeitos adversos e refletem alteração da função de alguns órgãos, sobretudo a pele. Contudo, existem diversas ações que podem ser desenvolvidas pela equipe de saúde para prevenir este agravo, especialmente, no âmbito hospitalar. O trabalho teve como objetivo analisar dados sobre busca ativa e prevenção de lesão por pressão em unidade de oncologia de um hospital de ensino. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo, em unidade de oncologia de um hospital universitário, localizado na capital do Piauí. Foram incluídos pacientes com classificação de risco alto e muito alto, segundo a Escala de Braden. A coleta de dados foi realizada mensalmente, no período de fevereiro a abril de 2021. Foi utilizado um questionário institucional com os seguintes tópicos: presença de lesão por pressão (local e estágio), score de Braden, realização da mudança de decúbito, realização da sistematização da assistência de enfermagem, utilização de cobertura de espuma de poliuretano, presença de colchão de ar pneumático e prescrição de suplementação alimentar. Obteve-se aprovação do CEP pelo CAAE 01564818.2.0000.5214. A amostra foi composta por 17 avaliações, totalizando 16 indivíduos, visto que uma paciente esteve presente em duas coletas. O score médio de Braden foi de 10 pontos (risco alto), observado que 12(70,58%) pacientes apresentaram risco alto e 5(29,42%) muito alto. Foram identificados 5(29,42%) pacientes com Lesão por Pressão, sendo 4(80%) na região sacral e 1(20%) em região glútea. Quanto ao estagiamento, 2(40%) grau I, 2(40%) grau II e 1(20%) grau IV. A mudança de decúbito foi realizada em 11(64,7%) e a sistematização da assistência de enfermagem aplicada em 7(41,17%). O curativo de espuma foi utilizado em 1(5,88%), colchão de ar estava presente em 13(76,47%) e a suplementação nutricional foi prescrita para 9(52,94%), conforme necessário. Foi possível observar a realização de práticas de busca ativa e prevenção de Lesão por Pressão na unidade pesquisada, embora alguns cuidados não tenham sido aplicados a todos os pacientes.
Ademais, conclui-se que a Lesão por Pressão é um problema multifatorial, em que a prevenção pode variar de acordo com a classificação de risco, fato que justifica a necessidade do monitoramento de tal agravo em unidades de internação hospitalares, sobretudo em setores com muitos pacientes críticos como o de oncologia.
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Referências
EDSBERG, L. E. et al. Revised National Pressure Ulcer Advisory Panel Pressure Injury Staging System. Journal of Wound, Ostomy and Continence Nursing, v. 43, n. 6, p. 585- 597, 2016. OTTO, C. et al. Fatores de risco para o desenvolvimento de lesão por pressão em pacientes críticos. Enfermagem em Foco, v. 10, n. 1, 2019. RENATA, A; RIBEIRO, C; NOGUEIRA, P. C. Fatores de risco e intervenções preventivas para lesão por pressão em pacientes oncológicos. Estima - Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 19, 2021.