O AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS: UMA ABORDAGEM A LUZ DA TEORIA DE OREM

Autores

  • Iaggo Henrique De Sousa Figueiredo UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
  • Sandra Marina Gonçalves Bezerra UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
  • Ritiele Gomes Carvalho UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
  • Francisca Aline Amaral Da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
  • Jefferson Abraão Caetano Lira UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

Resumo

Introdução: As estomias intestinais são confeccionadas quando existe alteração na função intestinal, para permitir a eliminação de fezes e gases. A pessoa com estomia é submetida a inúmeros desafios, e deve se adaptar a uma nova realidade. O autocuidado é indispensável na assistência do enfermeiro a essas pessoas. Objetivos: Compreender a realização do autocuidado entre pessoas com estomias intestinais à luz da teoria de Dorothea Orem; verificar o conhecimento das pessoas com estomias sobre a definição de autocuidado; avaliar a autonomia e autoestima da pessoa com estomia diante do desempenho no autocuidado. Método: Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, no qual foi aplicado um roteiro de entrevista semiestruturado a pessoas com estomias intestinais cadastradas no Programa de Ostomizados de um Centro de Saúde de referência. Os critérios de inclusão foram ter 18 anos ou mais, estar cadastrados no Programa e possuir estomia intestinal há pelo menos 3 meses. Os critérios de exclusão foram pessoas com diagnóstico médico de deficiência auditiva e afonia, uma vez que poder-se- ia inviabilizar as respostas durante a entrevista. A análise foi feita por meio da Análise Temática proposta por Braun e Clarke, que incluiu seis fases e permitiu reflexões entre achados da pesquisa, literatura científica e abordagem teórica de Orem. O estudo obedeceu aos preceitos éticos da resolução nº 466 de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí, com parecer nº 6.217.037. Resultados: Participaram da pesquisa 18 pessoas com estomias intestinais, sendo a maioria homens (62%), de faixa etária entre 31 e 50 anos (47%), solteiros (22%), com colostomia definitiva (33%) e que foram acometidos com neoplasia colorretal (33%). Observou-se que a maioria dos entrevistados são capazes de desenvolver habilidades para o autocuidado, apresentando sensações de autonomia, liberdade e independência. Entretanto, os que não realizam esses cuidados relataram dificuldade na destreza e nas habilidades necessárias. A maioria dos participantes relatou melhora dessas ações mediante orientações do profissional enfermeiro. Inclui-se no autocuidado a disponibilidade de equipamentos coletores e adjuvantes, autoestima e autoimagem, apoio familiar e suporte psicossocial. A realização do autocuidado envolve empoderamento pessoal e proporciona qualidade de vida. Foi atribuído ao enfermeiro papel primordial na assistência à pessoa com estomia. Conclusão e Contribuições para a Estomaterapia: O Sistema Apoio-Educação, proposto por Orem, é o que mais se enquadra na realidade de pessoas com estomias intestinais. Os participantes relacionaram a definição de autocuidado à higiene ou à busca por serviços de saúde. Faz-se necessário incluir aspectos biopsicossociais, como o acesso aos equipamentos e produtos necessários à estomia. O enfermeiro deve reconhecer dificuldades e orientar quanto às principais necessidades e ações. Pontua-se como limitação a abrangência ao público, ao qual se poderia pressupor a realização do autocuidado. Espera-se que haja contribuição para a prática assistencial de qualidade à pessoa com estomia intestinal. Além disso, é esperado que o estudo permita fortalecimento da enfermagem e da estomaterapia, mediante o protagonismo do enfermeiro na assistência a pessoas com estomias.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Figueiredo, I. H. D. S., Bezerra, S. M. G., Carvalho, R. G., Silva, F. A. A. D., & Lira, J. A. C. (2024). O AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS: UMA ABORDAGEM A LUZ DA TEORIA DE OREM. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/974