ENSAIO PRÉ-CLÍNICO DE UMA NOVA COBERTURA NO TRATAMENTO DE LESÕES CUTÂNEAS
Palavras-chave:
Cicatrização, Curativos oclusivos, Pesquisa básica, Estudos de intervenção, EstomaterapiaResumo
INTRODUÇÃO: As pesquisas experimentais em cicatrização de feridas demonstram potencial para elucidar os efeitos biológicos e morfológicos das coberturas utilizadas para o tratamento feridas nas diferentes fases do processo de cicatrização e seus resultados podem ser traduzidos para subsidiar e orientar a prática clínica. Esse estudo teve como objetivo avaliar a influência de uma nova cobertura à base de uma matriz lipido-colóide no processo de cicatrização de lesões cutâneas.
MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de ensaio pré-clínico comparativo aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Minas Gerais sob o Protocolo de número 393/2015. Foram utilizados 72 camundongos, distribuídos aleatoriamente em três grupos denominados como ST (animais não tratados), FT (animais tratados com filme de poliuretano) e TU (animais tratados com a nova cobertura). Cada grupo foi composto por oito animais e acompanhado durante os períodos de 3, 6 e 14 dias. Foram confeccionadas duas feridas excisionais na região média do dorso desses camundongos, com o auxílio de um punch cirúrgico dermatológico (punch para biópsias) de 5mm de diâmetro. A troca das coberturas foram realizadas a cada 72h. Os resultados foram representados como média ± erro padrão da média e foram considerados significativos os valores de p < 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No 6º dia de tratamento o grupo TU observou-se 57% de fechamento da área da lesão enquanto os grupos ST e FT atingiram cerca de 37 e 45%, respectivamente (p < 0,05). Ao final de 14 dias houve predominância das fibras colágenas tipo I nos grupos TU e FT em comparação ao grupo ST. Os animais do grupo ST apresentaram maior deposição de colágeno total quando comparado aos grupos FT e TU (p < 0,05). Ao término de 6 dias, a quantificação de vasos sanguíneos e a espessura da epiderme foram estatisticamente significantes no grupo FT quando comparadas aos grupos ST e TU. No 3º dia observou-se presença de restos celulares e crosta espessa nos três grupos experimentais seguida por redução moderada da crosta nos animais do grupo TU ao final do 6º dia. No 3º dia foi observado predominância de células polimorfonucleares nos grupos ST e FT enquanto no grupo TU houve predominância de células mononucleares. Ao final do 6º dia observou -se que as células mononucleares se mantiveram predominantes no grupo TU enquanto quantificação das células polimorfonucleares foi semelhante entre os três grupos.
CONCLUSÃO: A nova cobertura tem ação seletiva na resolução do processo inflamatório agudo e requer mais estudos para elucidar quais os componentes dessa cobertura favorecem os resultados obtidos.
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Referências
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