RELATO DE CASO SOBRE A IMPLANTAÇÃO E MANEJO DA FISTULOCLISE

Autores

  • Glorinha Pereira Alves COMPLEXO HOSPITALAR IMACULADA CONCEIÇÃO
  • Larissa Carvalho De Castro UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
  • Daniel Nogueira Cortez UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
  • Juliano Teixeira Moraes UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

Resumo

Introdução: As fístulas enteroatmosféricas criam conexões entre o sistema gastrointestinal e a pele, podem surgir de forma espontânea ou por ato cirúrgico. As complicações estão frequentemente associadas à desnutrição e sepse pós-operatória, representando um conjunto complexo de desafios para profissionais de saúde e pacientes. A fístula enteroatmosférica gera implantação da fistuloclise para a reinfusão do enfluente com manutenção da alimentação do paciente e o seu manejo é um desafio para o estomaterapia. Objetivo: Descrever a implantação e manejo da fistuloclise. Método: Trata-se de um relato de caso descritivo, realizado com paciente do sexo masculino em um Hospital Filantrópico de médio porte de um município de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu em prontuário no período de 19 de fevereiro a 29 de março de 2024. O estudo foi aprovado por um Comitê de Ética e Pesquisa com número do parecer: 6.651.501. A enfermeira que implantou e manejou a fistuloclise trabalha no hospital há 19 anos e é estudante de estomaterapia em um curso de pós-graduação. Resultados: Paciente, sexo masculino, 76 anos, com diagnóstico médico de hipertensão e doença pulmonar obstrutiva crônica. Tabagista há 50 anos, com passado cirúrgico de prostatectomia radical devido a um câncer de próstata. No dia 25/10/2022 foi submetido à colecistectomia como procedimento eletivo, evoluindo com piora do quadro no pós-operatório, com necrose isquêmica do cólon esquerdo, resultando na necessidade de uma colectomia esquerda, seguida pela criação de uma colostomia de Hartmann, higienização da cavidade peritoneal, tratamento da colestasia de Luschka e fechamento alternativo por laparostomia com bolsa de Bogotá. Realizou-se a passagem de uma sonda alimentar por via endoscópica na alça distal da fístula como parte do tratamento, estabelecendo uma jejunostomia para reinfusão do enfluente e reabsorção de nutrientes. Após iniciar a fistuloclise em 30/06/2023, houve uma melhora nos resultados dos exames e estado nutricional. Antes do procedimento, em 27/06/2023, as proteínas totais estavam em 5,1 g/dl, albumina em 2,4 g/dl e globulina em 2,7 g/dl. Porém, em 16/07/2023, esses valores mudaram para 5,4 g/dl de proteínas totais, 2,6 g/dl de albumina e 2,8 g/dl de globulina. Recebeu alta em 18/07/2023, continuou o tratamento em domicílio sob visita e cuidados da enfermeira que o assistiu no hospital com participação da família. Foi planejada uma reintervenção cirúrgica para ressecar o segmento fistuloso e reconstruir o trânsito intestinal, prevista de 6 a 12 meses após a alta hospitalar. Considerações Finais: Os desafios na prática da fistuloclise incluem a escassez de literatura brasileira sobre a técnica associada e a falta de experiência dos enfermeiros em seu manejo. É um procedimento pouco realizado no país o que pode explicar a escassez de estudos e inexperiência na sua implantação. Neste sentido, sua implantação e manejo na prática clínica do enfermeiro é um desafio. O envolvimento da família durante o processo de aprendizado é crucial. Contribuições para a Estomaterapia: A fistuloclise demonstra ser um método seguro, que contribui para a melhora das condições clínicas e nutricionais do paciente, o que pode aumentar as chances de sucesso em procedimentos de reconstrução subsequente

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Alves, G. P., Castro, L. C. D., Cortez, D. N., & Moraes, J. T. (2024). RELATO DE CASO SOBRE A IMPLANTAÇÃO E MANEJO DA FISTULOCLISE. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/985