AVALIAÇÃO DO ESTRESSE EM PESSOAS COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: RELATOS DE CASOS

Autores

  • Beatriz Costa Ferreira UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
  • Carol Viviana Serna González UNIVERSITY OF SÃO PAULO
  • Beatriz Yamada UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
  • Vera Lucia Conceição De Gouveia Santos UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Resumo

Introdução: O estresse psicológico tem sido descrito como um fator associado ao aumento na inflamação, infecção, nos níveis de cortisol e na lentificação do processo cicatricial em pacientes com feridas. Pessoas com feridas de difícil cicatrização passam por diversas dificuldades psicossociais, como depressão e isolamento social, que estão diretamente ligados a aderência ao tratamento e ao sucesso nos processos de regeneração tecidual. Apesar da evidência clínica, há poucos estudos sobre a aplicação de instrumentos para medir o estresse e avaliar o seu impacto na cicatrização de feridas durante o atendimento ambulatorial em clínica de Estomaterapia. Objetivo: Descrever a aplicação da escala de estresse percebido na avaliação e acompanhamento de pacientes com feridas de difícil cicatrização atendidos em ambulatório de Estomaterapia. Método: Trata-se de estudo observacional, prospectivo longitudinal de uma série de casos de 10 pacientes adultos com feridas de difícil cicatrização, atendidos em ambulatório de Estomaterapia em instituição pública de saúde do município de São Paulo. Os dados foram retirados de estudo primário de coorte aprovado pela comissão de ética onde os pacientes foram acompanhados de 2 a 8 consultas. Foi escolhido um caso representante de cada etiologia, sendo elas: úlceras de origem vascular (arterial; venosa e mista), úlcera diabética, lesão por pressão, lesão traumática, ferida neoplásica maligna, ferida de amputação, ferida infecciosa e úlcera de membro inferior por doença reumatóide. Os pacientes foram avaliados com: Formulário de dados sociodemográficos e clínicos, questionario breve de dor, Bates Jensen Wound Assessment Tool, Perceived Stress Scale, onde foi feita a análise do distresse e do coping. Resultados: A idade média dos 10 pacientes foi de 58 anos (DP= 15,53, faixa 32-75), 6 (60%) sendo do sexo feminino e 4 (40%) do sexo masculino. Análises descritivas demonstraram variações entre a primeira e ultima consulta com diminuição do escore do Bates Jensen Wound Assessment Tool em 4.3. O escore da Perceived Stress Scale diminuiu 7.1. O distresse diminuiu 5.1 e o coping aumentou 2.0. Conclusão: O estresse é um fenômeno psicossocial que afeta diretamente a forma que pacientes com feridas vivem suas vidas. Os resultados deste estudo identificaram uma relação entre o estresse e a cicatrização de feridas, visto que 70.0% dos pacientes apresentaram uma correlação negativa. Ou seja, conforme a ferida cicatriza, o estresse diminui e conforme a ferida não cicatriza, o estresse aumenta. Contribuições para a Estomaterapia: Apesar do reconhecimento de que o estresse traz diversos malefícios aos pacientes com doenças crônicas, constatou-se a falta de estudos sobre esse tema em pessoas com feridas. Portanto, dada a relevância e a escassez de publicações sobre esse tema, acreditamos que o estudo poderá trazer subsídios importantes para contribuir no manejo dos pacientes com feridas, buscando o maior controle do estresse e a melhoria de sua qualidade de vida.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Ferreira, B. C., González, C. V. S., Yamada, B., & Santos, V. L. C. D. G. (2024). AVALIAÇÃO DO ESTRESSE EM PESSOAS COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: RELATOS DE CASOS. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/999