ENTRAVES NO ACESSO À REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE POR PORTADORES DE LESÕES CUT NEAS: SCOPING REVIEW
Resumo
Introdução: as feridas são um importante problema de saúde pública, que afetam além da integridade física, o estado psicológico e social do indivíduo, necessitando de cuidado integral pelo profissional de saúde, promovendo a continuidade e a resolutividade do tratamento. Objetivo: identificar na literatura científica os entraves ao acesso do paciente ao sistema de saúde público na busca pelo tratamento de lesões cutâneas. Método: trata-se de scoping review, com dados nacionais publicados entre 2011 e 2021, extraídos das bases de dados científicas, por meio dos descritores em saúde “Acesso aos serviços de saúde”, “Integralidade em saúde”, “Ferimentos e lesões”, “Cicatrização” e “Úlcera Venosa” e os descritores não controlados "Curativos", "Feridas" e "Acesso". A amostra foi composta por oito estudos de abordagem quali e quantitativa, selecionados de acordo com o fluxograma da metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA®. Resultados e Conclusão: os estudos identificaram 24 entraves ao acesso na rede de atenção à saúde à lesões cutâneas, sendo classificados de acordo com a tríade de Donabedian para a qualidade dos serviços de saúde, dos quais seis (25,0%) estavam relacionados à “Estrutura”, nove (37,5%) aos “Processos” e nove (37,5%) aos “Resultados”. Todos os estudos sumarizados identificaram acesso deficiente ou inadequado à APS para os portadores de lesões cutâneas. De forma geral, os estudos incluídos na amostra demonstraram a fragilidade dos serviços de saúde e condutas que contribuíram para a cronicidade deste agravo. A estrutura física, a educação permanente ineficaz, a disponibilidade insuficiente de materiais, a fragmentação do sistema, a desigualdade geográfica e a cobertura reduzida, resultam no acesso dificultoso pelo paciente e seus familiares, ocasionando uma população insatisfeita e desassistida pelos serviços de saúde. Contribuições para a Estomaterapia: a transformação das práticas em saúde passa pela formação dos profissionais, mas também pela gestão dos serviços, que carecem de um trabalho integrado e colaborativo em rede, onde Atenção Básica e Especializada se complementam e se apoiem mutuamente.