O USO DA PAPAÍNA EM LESÕES DE PELE EM PACIENTES ATENDIDOS POR ENFERMEIRAS ESTOMATERAPEUTAS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Resumo
INTRODUÇÃO: A lesão de pele é uma ruptura da integridade cutânea, superficial ou profunda, comprometendo sua funcionalidade e pode ocorrer em qualquer indivíduo, independente de gênero, idade, grupo social ou etnia. A presença de dor, infecções graves, diminuição da mobilidade, problemas emocionais, isolamento social associados a despesa com consultas, coberturas e produtos prescritos trazem alterações severas na rotina pessoal desse indivíduo e família. A utilização de coberturas assertiva por profissionais especializados, entre eles, a papaína proporciona epitelização da lesão e recondução do bem-estar do paciente e família. A papaína pode se apresentar em forma de creme, gel e pó. No estudo é manipulada em pó e dispensada pelo Serviço de Farmácia da instituição em diferentes concentrações: 2%, 10%, 15% e 30%. OBJETIVOS: Avaliar a evolução das lesões de pele com uso da papaína em pó associadas ao Soro Fisiológico 0,9% e ao creme de ureia como boas práticas no manejo de lesões de pele por enfermeiras estomaterapeutas. MÉTODO: Recorte de uma pesquisa em andamento qualitativa, descritivo-exploratório, CEP: 6.260.673/23, realizado em pacientes com diversas lesões cutâneas atendidos por enfermeiras estomaterapeutas em dois cenários distintos: ambulatório de estomaterapia e unidades de internação clínica e cirúrgica de um hospital universitário do município do Rio de Janeiro, com coleta de dados no sistema de prontuário eletrônico, no período de agosto a dezembro de 2023. RESULTADOS: Foram identificados 1.011 (100%) pacientes sendo 866 (85,6%) atendidos ambulatorialmente e 145 (14,4%) em unidades de internação, a média de idade foi 57 anos, sendo a menor 9 meses e a maior 90 anos, 727 (72%) mulheres, tendo as maiores prevalências em lesão por pressão e úlcera vasculogênica. Foi utilizado, conforme protocolo institucional, a papaína em pó nas concentrações 10%, 15% e 30% associada ao creme de ureia em presença de esfacelo e/ou necrose, e papaína 2% associada ao Soro Fisiológico 0,9% em tecido de granulação. Com relação a evolução das lesões em 788 (78%) dos participantes houve epitelização da lesão, sendo os demais evidenciados com efetividade do desbridamento enzimático, diminuição do exsudato e dimensões das lesões. CONCLUSÃO: A assistência clínica e especializada prestada por enfermeiras estomaterapeutas aos pacientes com lesões de pele com o uso da papaína como cobertura tópica favoreceu a celeridade da cicatrização e redução de complicações proporcionando melhorias na qualidade do cuidado e bem-estar do paciente facilitando o retorno de suas atividades sociais e laborais. CONTRIBUIÇÕES PARA ESTOMATERAPIA: Difundir a utilização da enzima papaína em diversas lesões de pele em pacientes e contribuir para a produção do conhecimento na prática assistencial no cuidado especializado.