OFICINA SOBRE FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: as feridas de difícil cicatrização são lesões com duração acima de seis semanas, advindas de diversas condições, como injúrias vasculares, diabetes, traumas e representam importante problema de saúde pública1. Essa condição afeta, negativamente, a qualidade de vida desses pacientes e necessita de cuidados específicos para o adequado manejo2, realizado principalmente na atenção primária, por enfermeiros e demais membros da equipe multiprofissional3. Objetivo: relatar a experiência de uma oficina sobre as feridas de difícil cicatrização realizada com a equipe multiprofissional de uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família no município de Natal, Rio Grande do Norte. Método: Trata-se de um relato de experiência, delineado a partir da vivência de uma intervenção realizada em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família, a partir das demandas da equipe multiprofissional da unidade, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. Identificou-se o perfil dos usuários da unidade com feridas de difícil cicatrização, que tinham maior prevalência de úlceras venosas e úlceras de pé diabético e, a partir disso, elaborou-se uma oficina com exposição dialogada, com casos clínicos e manejo prático com simuladores de feridas. Os temas abordados, baseados nos consensos atuais, foram: fisiologia da pele; etapas do processo de cicatrização; tipos de tecidos e exsudatos; fisiopatologia; terapias compressivas; prevenção; princípios gerais do manejo local de lesões de difícil cicatrização e higiene das feridas. Desenvolvimento: a oficina iniciou com uma exposição dos guias e consensos, a socialização de dúvidas, experiências prévias e discussão de casos dos pacientes atendidos pela unidade. Após isso, os profissionais se dividiram em grupos para responder juntos as condutas para cada caso clínico, elaborado previamente, que continha os dados mais relevantes de cada fisiopatologia das lesões discutidas. Os participantes discutiram acerca da classificação dos tecidos nos simuladores, avaliação de exsudato, área perilesional e bordas, solicitação de exames laboratoriais e fisiopatologia da lesão. Observou-se que as principais dificuldades dos profissionais estavam relacionadas a clareza de papeis no manejo das feridas e as últimas atualizações sobre o gerenciamento adequado. Ao final, os participantes relataram que a oficina foi esclarecedora e dinâmica, e que momentos como este facilitam o aprendizado. Considerações finais: a oficina envolveu a participação ativa dos profissionais e a ampliação do conhecimento sobre as lesões, bem como geraram discussões sobre o fluxo do atendimento multiprofissional na unidade, a fim de definir o papel de cada profissional na assistência ao paciente com feridas. Contribuições para estomaterapia: as oficinas com dinâmicas interativas, discussões de casos clínicos e práticas com simuladores de feridas são modelos de estratégias promissoras para a atualização de profissionais de saúde, envolvidos no atendimento de pessoas com feridas de difícil cicatrização, de forma colaborativa e interativa.