TIME DE ESTOMATERAPIA E SUAS POTENCIALIDADES NA REDUÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO ADQUIRIDA NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: Nos últimos anos temos visto uma ampliação no número de enfermeiros estomaterapeutas dedicados à especialidade dentro de organizações hospitalares. No entanto, devido as múltiplas demandas assistenciais, o desenvolvimento de projetos de melhoria, análise e gerenciamento de eventos adversos, especialmente as lesões por pressão, podem acontecer de forma limitada. Objetivo: Compartilhar a experiência da reestruturação de um time de estomaterapia, visando redução das lesões por pressão adquirida durante a hospitalização. Desenvolvimento: Durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, viu-se um aumento expressivo na ocorrência de LP, o indicador de prevalência de lesão por pressão adquirida na instituição saiu de cerca de 5% e alcançou índices superiores a 13%. Com isso, a demanda de acionamentos do time de estomaterapia aumentou e viu-se a necessidade de elaboração de um plano robusto para contenção de danos. Foi então proposto pela diretoria assistencial ampliação do quadro de estomaterapeutas e o direcionamento de um especialista para prevenção, tendo como quadro completo 3 enfermeiros exclusivos. A partir deste momento, diversas ações foram desenvolvidas, a saber reestruturação do time de prevenção, denominado Skin Champions, monitorização em tempo real do bundle de prevenção, aquisição de coxins específicos para posicionamento prona, calcâneos, dorsal e posicionador de 15° para pacientes instáveis. Além disso, foi feito um projeto robusto de melhoria da qualidade, que incluiu criação de recomendação específica de prevenção de LP em pacientes instáveis, diretriz para seleção da superfície de suporte, inclusão da equipe multiprofissional para discutir intervenções de prevenção de LP, treinamentos, oficinas e workshops. Ao final de 2022, a prevalência de LP já alcançava o patamar prévio ao início da pandemia (4%). Durante o ano de 2023 e 2024 o time foi ampliado para quatro especialistas e manteve-se um dedicado a prevenção. O time atuou fortalecendo outras frentes, com treinamentos de enfermeiros referências em estomaterapia, ampliação da utilização do laser de baixa potência para tratamento de feridas, elaboração de bundle de prevenção específico para centro cirúrgico e pronto atendimento, criação de time de análise para lesões desenvolvidas na instituição, criação do pitstop de lesões cutâneas para alinhamento dos cuidados direto com as unidades e enfermeiros a beira leito, automatização na cobrança de taxas, melhoria no processo de enfermagem relacionado ao cuidado da pele, entre outras intervenções. Como resultado do trabalho árduo de todo o time, a mediana de LP adquirida na instituição nos primeiros meses de 2024 foi para 2,5%. Considerações finais: A estruturação de um time robusto de estomaterapia, incluindo a atuação no processo de prevenção e gerenciamento de lesões cutâneas decorrentes da assistência, pode contribuir com a segurança do paciente, melhorando sua experiência no serviço, otimização dos recursos e liderando os times em busca da melhoria contínua e redução de eventos adversos, especialmente as lesões por pressão. Contribuições para estomaterapia: A experiência na organização de um time robusto de estomaterapia pode auxiliar na estruturação de seus times e servir como inspiração para outros especialistas, no que se refere a ampliação da atuação dos especialistas, suas potencialidades e impactos.