APLICABILIDADE DE TERAPIAS ADJUVANTES NO TRATAMENTO DE FERIDAS COMPLEXAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • SAMUEL DE PAULA PINHEIRO DA SILVA
  • DARILENE ROCHA CORDEIRO
  • AMANDA CAROLINA DOS SANTOS PEREIRA ANDRADE
  • DANIEL NOGUEIRA CORTEZ

Palavras-chave:

Estomaterapia, Oxigenação Hiperbárica, Vácuo, Cicatrização, Estudantes de Enfermagem

Resumo

INTRODUÇÃO

As feridas complexas representam desafios para os estomaterapeutas, pela sua etiologia diversa e apresentação clínica multiforme. O plano terapêutico desta entidade patológica envolve o uso de diversas tecnologias, tais como as terapias adjuvantes (1,2). Neste espectro, pode-se citar a terapia de feridas por pressão negativa e a oxigenoterapia hiperbárica, que serão objetos nesse relato.

A câmara hiperbárica consiste na aplicação de oxigênio puro com pressão superior à atmosférica favorecendo a hiperóxia, com indução do processo regenerativo mais acelerado que o convencional, favorecendo a reepitelização (3).

Já a terapia por pressão negativa promove a cicatrização de lesões complexas em ambiente controlado, através da aplicação local de uma pressão subatmosférica, por meio de um sistema de sucção de dispositivo computadorizado, realizando a drenagem do exsudato (1). OBJETIVO

Descrever a experiência de acadêmicos na aplicação de terapias adjuvantes em uma lesão por pressão (LP) complexa na região sacral, durante um período de estágio extracurricular.

MÉTODO

Refere-se a um relato de experiência de caráter descritivo, desenvolvido em um instituto especializado em tratamento de feridas do Centro-Oeste Mineiro, em parceria com uma Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia de uma Universidade Federal.

O caso-índice trata-se de um paciente adulto com diagnóstico de paralisia cerebral e epilepsia. No mês de fevereiro de 2022 foi admitido em Unidade de Terapia Intensiva com quadro de crise convulsiva que evoluiu com sequelas neurológicas e consequente restrição ao leito.

Apresentava, no momento da internação, LP estágio I na região sacral, que evoluiu após três meses de estadia hospitalar para LP estágio IV, com dimensões aproximadas de 13 cm de largura e 11 cm de comprimento, presença de necrose, infecção microbiana acentuada e conformação cavitária.

Após a alta hospitalar, diante da gravidade do quadro, os cuidadores do paciente procuraram pela assistência especializada do profissional estomaterapeuta.

Foram realizadas 25 consultas de enfermagem, no período de maio a junho de 2022, sendo 16 sessões de oxigenoterapia hiperbárica e 9 consultas com uso de terapia por pressão negativa. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética sob parecer n° 863.835.

RESULTADOS

Após o desbridamento cirúrgico, as consultas foram realizadas semanalmente, com avaliação da ferida, realização de trocas do curativo à pressão negativa e sessões de oxigenoterapia hiperbárica.

Ao longo da execução do plano terapêutico, a lesão evoluiu com depuração da infecção microbiana local, surgimento de tecido de granulação, redução de sinais flogísticos, além de proliferação celular com preenchimento cavitário e consequente diminuição das dimensões da ferida, apresentando na última avaliação 7 cm de largura e 8 cm de comprimento.

A cada consulta, era percebido a evolução contínua do quadro clínico, com restabelecimento do bem-estar e saúde do paciente e satisfação dos cuidadores.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o acompanhamento do paciente de forma holística associado às terapias adjuvantes, fez absoluta diferença no processo de evolução progressiva da ferida estudada. Esse relato evidencia a importância da assistência do profissional estomaterapeuta com a participação de acadêmicos na cicatrização de feridas complexas, por intermédio de terapias tecnológicas.

Ademais, o acesso às terapias modernas corrobora para a formação científica dos acadêmicos envolvidos, que são agentes multiplicadores de conhecimento.

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Referências

LIMA, RENAN VICTOR KÜMPEL SCHMIDT, COLTRO, PEDRO SOLER e

FARINA, JAYME ADRIANO. Negative pressure therapy for the treatment of complex wounds. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões [online]. 2017, v. 44, n. 1, pp. 81-93. Disponível em:

. ISSN 1809-4546. https://doi.org/10.1590/0100-69912017001001. Acesso em: 14 de junho de 2022. [2] SHOJI S, VALÉRIA DANTAS DE OLIVEIRA SOUZA N, CRISTINA MAURÍCIO V,

CABRAL PEREIRA DA COSTA C, TEIXEIRA ALVES F. O cuidado de enfermagem em Estomaterapia e o uso das tecnologias. ESTIMA [Internet]. 2017 Nov; 15(3). Disponível em: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/547. Acesso em: 14 de junho de 2022. [3] FÉLIX RA, SANTOS, RA. Assistência de enfermagem ao paciente submetido à oxigenoterapia hiperbárica. Revista Transformar, 2017; 6(7): 463-468. Disponível em: http://www.fsj.edu.br/transformar/index.php/transformar/article/view/98. Acesso em: 14 de junho de 2022.

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Publicado

2022-12-14

Como Citar

SILVA, S. D. P. P. D., CORDEIRO, D. R., ANDRADE, A. C. D. S. P., & CORTEZ, D. N. (2022). APLICABILIDADE DE TERAPIAS ADJUVANTES NO TRATAMENTO DE FERIDAS COMPLEXAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Simpósio Brasileiro De Estomaterapia Norte-Nordeste. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/sben/article/view/335