ATUAÇÃO DO ESTOMATERAPEUTA NO ATENDIMENTO AO PACIENTE COM TRAUMA AUTOMOBILÍSTICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Abstract

Introdução: as feridas complexas têm recebido cada vez mais atenção dos profissionais da saúde envolvidos diretamente nos cuidados, tratamento e uso de novas tecnologias. O aumento da prevalência dessas feridas deve-se, principalmente, à senescência e aos traumas em centros urbanos¹. Para o tratamento dessas feridas em discussão, é preciso entender que a pele é tida como a primeira barreira de proteção do organismo contra agentes externos e por isso está sujeita a constantes agressões, tornando sua capacidade de reparação muito importante para a sobrevivência². Assim, faz-se necessário conhecimento sobre tal processo para que se possa acelerar a cicatrização, promover a homeostasia e assegurar a saúde do paciente. Objetivo: relatar a experiência vivenciada, no processo de recuperação de uma ferida física desencadeada por um acidente automobilístico e, reforçar por meio da recuperação de W.F.L.C., que o profissional capacitado, a assistência integral e as coberturas adequadas são fatores determinantes para preservar a qualidade de vida e a autoimagem dos pacientes.

Método: refere-se a um relato de experiência descritivo, desenvolvido em uma clínica pioneira no tratamento de feridas do Centro-Oeste mineiro, em parceria com uma Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia de uma Universidade Federal. Trata-se de um paciente de 27 anos que obteve os cuidados iniciais pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com indicação de amputação transtibial. Diante da possibilidade de amputação, o mesmo recorreu a outra unidade hospitalar, procurando avaliação de um cirurgião vascular que realizou o desbridamento da necrose e, posteriormente, o encaminhou aos cuidados que poderiam ser ofertados por um profissional estomaterapeuta que compõe a equipe do Instituto. As consultas de enfermagem foram prestadas de forma semanal, de maneira a realizar condutas e intervenções necessárias em relação ao tratamento da ferida. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética sob o parecer 836.835. Resultados: foram realizados vinte curativos, desbridamento cirúrgico pelo cirurgião cardiovascular e desbridamento instrumental pelo estomaterapeuta. Destaca-se que as consultas eram realizadas semanalmente, e diante a avaliação da lesão, os procedimentos e prescrições eram modificados e replanejados. Foram prescritas coberturas inteligentes - Aquacel sem prata, Hidrofibra, Placa de Petrolatum associados a fotobiomodulação, laser vermelho em leito de lesão e laser infravermelho em trinta pontos em pele perilesional. Sendo assim, tornou-se possível uma boa evolução cicatricial com a presença de tecidos de granulação, retorno dos movimentos e sensibilidade às porções afetadas. A associação dos cuidados da enfermagem com especialidade em estomaterapia, somadas às condutas terapêuticas, trouxeram equilíbrio entre a instalação das medidas de prevenção e a não ocorrência de complicações. O tratamento foi finalizado em 06 de julho de 2022. Conclusão: diante do exposto, fica nítido que o protagonismo da enfermagem combinada aos cuidados e métodos de tratamento resultaram em uma evolução progressiva do paciente. Percebe-se a importância de estimular o trabalho interdisciplinar e multiprofissional, de modo a assegurar o controle dos fatores que influenciam na cicatrização, garantindo o reparo total do tecido lesado em menor prazo e melhora na qualidade de vida do paciente.