INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Palavras-chave:
Estomaterapia, Lesão por pressão, Fatores de risco, Enfermagem, Unidades de terapia intensivaResumo
INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INTRODUÇÃO: O aparecimento de lesão por pressão (LP) é uma preocupação constante nas unidades hospitalares. Essa apreensão aumenta quando nos referimos aos pacientes críticos dentro da UTI, onde, muitos encontram-se com sedação, analgesia, em uso de drogas vasoativas e restritos ao leito, o que facilita o surgimento de LP. OBJETIVO: Avaliar a incidência de lesão por pressão em pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva. MÉTODO: Estudo descritivo transversal, realizado em hospital público de atenção terciária, a pesquisa concentrou-se na unidade de terapia intensiva adulta. Para a seleção da amostra foi realizado um cálculo amostral para populações finitas com 95% de confiança, com erro amostral de 5%. Foram admitidos na UTI no ano de 2017, 334 pacientes da UTI verde, 220 da UTI azul e 568 da UTI amarela, totalizando 1122 pacientes, desses em 160 prontuários avaliados foram encontrados registros de lesão de pele. Foram inseridos no estudo 160 prontuários de pacientes que estavam internados em uma das três unidades de terapia intensiva adulto durante o ano de 2017 que desenvolveram lesão por pressão no período de internação. O estudo recebeu aprovação do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do referido hospital, com número do Parecer: 2.851.541. RESULTADOS: Dos 160 casos analisados, 55,6% foram a óbito, representando alta taxa de mortalidade. Do total de prontuários analisados, 108 tiveram risco muito elevado de desenvolver lesão (67,5%), 49 manifestavam risco elevado (30,6%) e três deles, compreendiam a categoria de risco moderado para lesão por pressão (1,9%). Em relação a variável tempo de internação, 83 pacientes permaneceram internados por um período maior do que quatro semanas (51,9%).
Sobre a quantidade de lesões, prevaleceu uma lesão nos casos avaliados (30,6%). DISCUSSÃO: As feridas prolongam a internação, dificultam a recuperação e aumentam o risco para o desenvolvimento de outras complicações. As lesões de pele merecem atenção por parte da equipe multiprofissional no sentido de prevenir seu aparecimento ou favorecer seu tratamento para controlar e tratar as já existentes e prevenir o surgimento de novas lesões.
CONCLUSÃO: todos os pacientes admitidos apresentaram algum risco de desenvolvimento de lesão por pressão, segundo a escala de Braden, onde 67,5% apresentaram risco muito elevado de desenvolver lesão, 30,6% risco elevado e 1,9% risco moderado. Os resultados apontam fragilidades da equipe de enfermagem sobre o manejo das lesões de pele. O desconhecimento sobre a existência de padronização, subnotificação das lesões e ausência dos registros de mudança de decúbito, foram as principais fragilidades encontradas no estudo, carências essas que necessitam de intervenção, capacitação e conscientização dos profissionais envolvidos nos cuidados aos pacientes graves em UTI, por parte da estrutura organizacional.
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Referências
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