O PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE À PREVENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Resumo

Introdução: Cuidar da pele do recém-nascido (RN), no que se refere à manutenção da sua integridade, é um desafio para a assistência de enfermagem, pois o enfermeiro é o profissional que cuida em tempo integral e exerce funções específicas, por isso, tem papel fundamental na prevenção de lesões cutâneas (1). Quando hospitalizados, os neonatos enfrentam uma difícil adaptação à vida extrauterina. Diariamente estão sujeitos a manipulação da equipe, seja para o banho/troca de fraldas, posicionamento postural ou negligência da mudança de decúbito na frequência correta, radiação, instalação e remoção de fitas adesivas para fixação de dispositivos na pele, além de uma gama de procedimentos invasivos, tais como punções digitais, venosas e arteriais (3,1). Em virtude desses fatores, lesões cutâneas nos RN hospitalizados não são incomuns, a maioria são causadas por iatrogenias durante as infusões parenterais (periféricas ou centrais), sendo a infiltração e o extravasamento as de maior ocorrência, pois são visualizados e interrompidos tardiamente, tendo como consequência possíveis infecções (4). Esses eventos tendem a aumentar o período de internação, favorecendo ao desenvolvimento de lesão por pressão (LPP), outro dano presente nessa população vulnerável (2). Objetivo: Descrever o papel da Enfermagem na prevenção de lesões cutâneas em recém-nascidos hospitalizados. Método: Revisão Integrativa construída a partir da análise e síntese de conhecimentos científicos. Foram selecionados 20 artigos das bases SciELO e BVS, utilizando os descritores/palavras-chave: “lesões cutâneas”, “recém-nascidos”, “papel da enfermagem” “unidades de terapia intensiva neonatal” e “estomaterapia”. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados de 2016 a 2021, originais, completos, disponíveis gratuitamente, em português. Já os critérios de exclusão: artigos duplicados e não relacionados ao tema. Resultado: Foi evidenciado que a manutenção da temperatura ambiental e umidade adequados evitam a perda de calor no RN através dos processos de evaporação, condução, convecção e radiação. Assim também, a utilização de emolientes apropriados na hora do banho, a higiene correta do períneo após as trocas de fralda e o rodízio dos sensores, promoveram, respectivamente, hidratação cutânea, prevenção de assaduras e até queimaduras. A mudança de decúbito foi descrita como um importante papel da enfermagem nesse contexto, pois reduziu significativamente a ocorrência de LPP. Outro cuidado apontado foi com relação à prevenção de lesões causadas por extravasamento de soluções intravenosas, visto que é papel da enfermagem identificar precocemente às modificações que ocorrem na pele frente a esses eventos, a fim de promover o cuidado seguro e a minimização de danos. A retirada cuidadosa de adesivos medicinais da pele também foi um cuidado descrito como forma de prevenção. Conclusão: Ficou evidente que a manutenção da integridade cutânea dos RN está no escopo das ações de enfermagem no ambiente hospitalar. Para que isso ocorra, de maneira efetiva, o cuidado deve ser dispensado com base nos conhecimentos científicos pautados na literatura, além do entendimento acerca da anatomia e fisiologia da pele do neonato, atentando-se para suas especificidades. A realização de inspeções diárias e individualizadas também são de grande valia diante do desafio de oferecer uma assistência eficaz, livre de negligência e norteada por princípios éticos e científicos.