USO DA TERAPIA FOTODINÂMICA EM FERIDA COMPLEXA: ESTUDO DE CASO
Palavras-chave:
Fotoquimioterapia, Estomaterapia, Ferimentos e lesõesResumo
INTRODUÇÃO: A Terapia Fotodinâmica (PDT) constitui-se como um método terapêutico que une a combinação de um fotossensibilizador com uso de radiação eletromagnética ao oxigênio tecidual, promovendo efeito na redução da carga bacteriana local, sendo atualmente uma ferramenta cada vez mais incorporada ao cuidado de feridas 1-3. OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso da Terapia Fotodinâmica em uma ferida complexa antes a após procedimento endovascular MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 58 anos, diabética, restrita ao leito, admitida com indicação de amputação, apresentando ferida em lateral interna do pé direito com tunelamento de 2 cm para retropé, não cicatrizada há seis meses, medindo 16 cm de comprimento, 4,5 cm de largura e 2 cm de profundidade com tecido de granulação pálido e esfacelo em toda sua extensão. Realizou-se procedimento endovascular de arteriografia e arterioplastia com retorno da circulação de arteria pediosa. Devido a necrose, memso depois da melhroa da circulação, foi planejado amputação. No entanto com a melhora da avaliação, mediante 20 sessões de terapia fotodinâmica, oito em ambiente hospitalar e as demais em domicílio. As sessões eram realizadas duas vezes por semana e o curativo trocado a cada dois dias, em que se realizava desbridamento instrumental conservador e eram usados PHMB para limpeza, papaína pó e ocluído com gaze impregnada com PHMB. Esse estudo é parte de um projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer nº 3.834.958, em 2021. RESULTADO: Após o início da realização da PDT e de curativos, houve redução no comprimento da lesão em 1 cm, permitindo maior conforto à paciente e redução da dor, favorecendo a deambulação com auxílio. Posteriormente, a discussão multiprofissional e reavaliação de novos exames possibilitaram a retirada da indicação de amputação, sendo realizado apenas desbridamento cirúrgico. A cada semana foram realizadas reavaliações da lesão por profissional estomaterapeuta e observado diminuições de 3 a 1 cm no comprimento e largura da lesão, respectivamente. Quanto à profundidade, após a quarta semana, houve redução de 1 cm. Desse modo, o exsudato que havia odor fétido e apresentava-se anteriormente em grande quantidade reduziu. Após três meses de acompanhamento, a ferida apresentava-se cicatrizada e a paciente já deambulava sem auxílio, e foi orientada a procurar centro de referência para confecção de órtese como proteção ao tecido revitalizado sensibilizado. CONCLUSÃO: O uso de PDT, associado ao desbridamento instrumental conservador e cobertura antisséptica, destaca-se como um método eficiente no tratamento de feridas complexas em âmbito hospitalar, sendo uma ferramenta terapêutica com resultados promissores no tratamento e redução de lesões. Somado a isso, houve empenho multiprofissional da equipe multiprofissional do hospital, por parte da estomaterapeuta e alunos de enfermagem para assistência, intra-hospitalar, continuidade do atendimento em domicílio com monitoramento até a completa cicatrização.
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Referências
Brandão MGSA, Ximenes MAM, Cruz GS, Brito EHS, Veras VS, Barros LM, et al. Terapia fotodinâmica no tratamento de feridas infectadas nos pés de pessoas com diabetes mellitus: síntese de boas evidências. Revista Enfermagem Atual In Derme. 2020 Jun 30;92(30). 2 Moura JPG, Brandão LB, Barcessat ARP. Estudo da Terapia Fotodinâmica (PDT) no reparo de lesões teciduais: estudo de casos clínicos. Estação Científica (UNIFAP). 2018 Jan 30;8(1):103. 3 Ferreira RP, Policarpo NS, Ribeiro ZSF, Tonazio CHS, Pinto AMO, Pinto GHP. Aplicação da Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) no tratamento de feridas: revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2022 Apr 16;15(4):e10133.