PREVENÇÃO DE LESÃO DE PELE RELACIONADA A ADESIVO MÉDICO EM UTI PEDIÁTRICA/NEONATAL: SCOPING REVIEW

Autores

  • SAMUEL DE PAULA PINHEIRO DA SILVA
  • LUIZA MARIA DOS SANTOS
  • JULIANO TEIXEIRA MORAES
  • MARCOS VINÍCIUS SILVA MENDES

Palavras-chave:

Estomaterapia, Ferimentos e Lesões, Adesivos, Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, Enfermagem

Resumo

INTRODUÇÃO Os adesivos médicos estão frequentemente envolvidos na assistência em saúde prestada a qualquer tipo de paciente, em serviços ambulatoriais e hospitalares (1). Os adesivos são definidos como um item de uma diversidade de produtos, como eletrodos, fitas, produtos para ostomias e curativos, e fazem parte do cotidiano dos serviços de saúde. O uso de adesivos pode ocasionar o surgimento da MARSI (Medical Adhesive-Related Skin Injuries) que são definidas como eventos em que eritema e/ou outra manifestação de irregularidade cutânea, como vesícula, bolha, erosão e ruptura da pele, aparecem após a remoção do adesivo. O surgimento da MARSI pode causar dor, desconforto e contribui para aumentar a morbidade, risco de complicações, tempo de internação e tratamento, além de uso de curativos, ocorrência de cicatriz, e ainda pode impactar negativamente na qualidade de vida do paciente, por causar sofrimento e gerar ansiedade (2,3). OBJETIVO Identificar e sintetizar as evidências científicas sobre a prevenção de lesões de pele relacionadas a adesivos médicos em pacientes pediátricos e neonatais em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). MÉTODO Trata- se de uma scoping review elaborado em conformidade com o Joanna Briggs Institute e o PRISMA-ScR. A revisão foi registrada no Open Science Framework, em seguida os dados extraídos foram analisados e sintetizados de forma narrativa. RESULTADOS A população total de artigos identificados na busca foi composta por 1989 artigos, durante a busca nas bases de dados, e a amostra final foi de oito artigos, estes foram avaliados e analisados quanto aos cuidados preventivos relacionados à MARSI. Os motivos que causaram a exclusão dos estudos foram: artigos duplicados, estudos não disponíveis na íntegra e estudos que não abordavam medidas de prevenção à MARSI. Alguns fatores potencializadores para MARSI apontados pelos estudos selecionados foram, sexo feminino, ter idade inferior a 2 anos, apresentar tempo de hospitalização superior a 5 dias, serem pacientes de pós-operatório tardio ou imediato e ocorrência de edema e/ou infecções. Esses últimos três fatores (pacientes pós- operatório, com edema e/ou infecções) são extremamente comuns em UTI. A avaliação da pele e seleção adequada do adesivo é fundamental para garantir a sua eficácia durante o uso. Deve-se considerar, além das condições da pele do paciente, o objetivo e tempo de uso do dispositivo. Uma peculiaridade do público infantil está relacionada à remoção acidental ou exposição do adesivo à umidade ou fluido corporais. Além da atenção no momento da aplicação do adesivo, a remoção deste requer cuidados específicos como utilizar as bordas para retirada e uso de removedores de adesivo, que estão cada vez mais comuns no mercado, porém ainda pouco utilizados na prática clínica. CONCLUSÃO Os trabalhos avaliados nesta scoping review indicam estratégias que podem ser utilizadas na prática clínica para minimizar a ocorrência de MARSI, tais como medidas de descompressão dos adesivos cutâneos, métodos de fixação que minimizem compressão, decisão clínica para o uso de adesivos que se associam com menor ocorrência de lesão cutânea, uso de creme-barreira, proteção da pele com filtro transparente, formulação de protocolos institucionais de caráter preventivo e classificação de risco individual.

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Referências

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Publicado

2022-12-14

Como Citar

SILVA, S. D. P. P. D., SANTOS, L. M. D., MORAES, J. T., & MENDES, M. V. S. (2022). PREVENÇÃO DE LESÃO DE PELE RELACIONADA A ADESIVO MÉDICO EM UTI PEDIÁTRICA/NEONATAL: SCOPING REVIEW. Simpósio Brasileiro De Estomaterapia Norte-Nordeste. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/sben/article/view/439