Simpósio Brasileiro de Estomaterapia Norte-Nordeste

A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA ESTOMATERAPIA: UM ESTUDO DE REFLEXÃO

CAROLINA CABRAL PEREIRA DA COSTA — 2022-12-14

Introdução: Atualmente, têm-se uma busca crescente por métodos inovadores de ensino que consigam possibilitem as necessidades da sociedade atual e as demandas do mercado de trabalho, tornando os estudantes proativos, crítico-reflexivos e participativos no seu processo de aprendizagem. Nesta perspectiva, as metodologias ativas vêm ganhando destaque, por serem uma estratégia baseada na problematização, as quais buscam alcançar e motivar o discente, que, diante de um problema, passa a analisar, refletir e decidir sobre uma determinada situação, participando ativamente no seu processo de formação¹. E no ensino da Estomaterapia, seja na graduação ou pós-graduação, tem-se acompanhado, de forma cada vez mais frequente, a utilização de metodologias ativas para subsidiar a prática clínica e fortalecer o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes em relação ao manejo das feridas, estomias e incontinências.

Objetivo: Refletir sobre o uso de metodologias ativas no ensino da estomaterapia.

Método: Estudo de reflexão, com abordagem qualitativa, do tipo descritivo, em que se buscou destacar as formas de utilização das metodologias ativas no ensino da estomaterapia, com vistas ao fortalecimento do processo de ensino aprendizagem desta especialidade.

Resultados: As metodologias ativas aprimoram os processos de ensino, favorecendo a construção do conhecimento por meio de vivências e fatos reais, possibilitando ao estudante maior autonomia e um saber crítico e reflexivo, em que o docente assume o papel de facilitador, estimulando problematizações em diferentes âmbitos². Neste sentido, são diversos os tipos de metodologias ativas, as quais podem ser utilizadas no ensino da estomaterapia, tais como: sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em projetos, em equipes, por meio de jogos ou uso de simulações realísticas. Todas demandam e estimulam a participação discente, valorizando a contextualização do conhecimento e favorecendo o desenvolvimento do saber fazer destes especialistas. Nota-se uma ampliação da utilização de casos clínicos nas aulas para discussão em pequenos grupos, ampliando-se os debates e fortalecendo o aprendizado. Além disso, observa-se um aumento nas atividades de simulação para a prática da estomaterapia, em que se oferecem oportunidades de aprendizagem e treinamento, em ambiente seguro, contribuindo para a formação de um estomaterapeuta que tenha mais segurança em suas ações. Além disso, a gameficação também tem ganhado destaque no ensino da estomaterapia³, pois através de jogos, os discentes mantem-se engajados, ativos e são capazes de propor diferentes reflexões. Através da estratégia de sala de aula invertida, oportuniza-se um aprofundamento das discussões e reflexões sobre o contexto da estomaterapia, pois os estudantes recebem os materiais antes das aulas, para se apropriarem do conteúdo e serem capazes de levantar mais facilmente as dúvidas.

Conclusão: As metodologias ativas têm sido cada vez mais utilizadas no ensino da Estomaterapia e favorecem o desenvolvimento das competências e habilidades fundamentais para se ter um profissional capaz de prestar uma assistência segura e efetiva, ao ser inserido no mercado de trabalho.

ALGORITMOS PARA PREVENIR LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTE COM COVID- 19 EM PRONA

GERALDO MAGELA SALOMÉ — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Com intuito de melhorar o padrão respiratório em pacientes com SRAG, o posicionamento em prona, torna a ventilação mais homogênea, diminui a distensão alveolar ventral e o colapso dorsal alveolar ao reduzir a diferença entre as pressões transpulmonares dorsal e ventral, o paciente pode apresentar como complicação a lesão por pressão.1,2 Os profissionais devem desenvolver materiais didáticos protocolos, algoritmos, folhetos para prevenir as lesões por pressão nos pacientes em decúbito ventral. Assim, o profissional estará prestará prestando cuidados com mínimo risco possível, sem danos e eventos adversos. Enfim uma assistência com segurança.3 OBJETIVO: Elaborar e validar algoritmos para orientar profissionais da saúde na prevenção e tratamento da lesão por pressão em paciente com COVID-19 em decúbito ventral. MÉTODOS: Para a construção dos algoritmos, foi realizada revisão integrativa da literatura junto às bases de dados MEDLINE, SciELO e LILACS. A validação foi realizada por 59 profissionais da saúde (enfermeiros, fisioterapeutas e médicos), utilizando-se a técnica Delphi. Para análise estatística foram utilizados os testes: Coeficiente Alfa de Cronbach e Índice de validade de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo Comitê Institucional de Ética em Pesquisa, sob parecer 4.845.558. RESULTADOS: Durante a revisão da literatura foram identificados 15.415 artigos. Destes, 5.523 foram excluídos por estarem duplicados nas bases de dados. Assim, foram selecionados 9.892 artigos para a leitura do título e 163 para a leitura do resumo, que resultaram em uma amostra de 112 artigos para a leitura do texto completo, sendo excluídos 82, selecionado 30 artigos para construção dos algoritmos. O coeficiente alfa de Cronbach, variou entre 0,95 e 0,96, indicando excelente consistência interna do questionário utilizado pelos juízes. No primeiro ciclo de avaliação, os itens do conteúdo dos algoritmos foram considerados pelos juízes como “parcialmente adequados a totalmente adequado” e o Índice de Validade de Conteúdo variou entre 0,87 e 0,92. Após as correções realizado no conteúdo dos algoritmos sugeridos pelos juízes, os algoritmos foram reenviados para o segundo ciclo de avaliação, no qual todos os itens foram avaliados entre “adequado” e “totalmente adequado”, resultando em um Índice de Validade do Conteúdo variou entre 0,98 a 1,0. CONCLUSÃO: Os Algoritmos para prevenir lesão por pressão em paciente com covid-19 em prona, foram avaliados por enfermeiros, fisioterapeutas e médicos que estão na linha de frente de combate à COVID-19, que chegaram a um consenso quanto ao conteúdo no segundo ciclo de avaliação.

Financiamento: Iniciação cientifica da Universidade do Vale do Sapucaí (PIVIC)

ANÁLISE ECONÔMICA DO TRATAMENTO DE LESÃO DE PELE EM UMA CLÍNICA DE ESTOMATERAPIA NO RIO DE JANEIRO

PRISCILLA FARIAS CHAGAS — 2022-12-14

Este estudo teve como objetivo analisar o custo do tratamento de lesões de pele em uma clínica de enfermagem em estomaterapia. Trata-se de um estudo de Avaliação Tecnológica em Saúde (ATS), sendo uma análise econômica em saúde do tipo parcial, para fins de avaliação das características da população do estudo, alinhou-se a um estudo quantitativo do tipo transversal. O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética 26538319.9.0000.5282. A população estudada corresponde ao total de pacientes com o tratamento realizado no ano de 2018 acometidos por lesão de pele, tendo uma amostra de 141 pacientes. A amostra foi calculada admitindo-se um erro amostral de 5% e Intervalo de Confiança a 95%. Efetuaram-se análises univariadas e bivariadas, considerando o percentual, a média, a mediana, a variância e o desvio padrão. Foi possível identificar cada item utilizado no tratamento dos pacientes acompanhados na referida clínica e identificado o custo a partir das categorias elencadas, sendo elas: procedimento realizado, material utilizado, consulta de enfermagem e o custo total. O custo mediano por paciente relacionado à consulta foi de R$ 31,50 (média = 62,32). Já o custo mediano por procedimento foi de R$ 310,40 (média = 1140,00), sendo este que gerou o maior impacto no custo total. O custo mediano dos materiais foi de R$ 190,18 (média = 536,67). De maneira geral, o custo total mediano gasto no ano de 2018 por paciente foi de R$ 558,99 (média = 1.739,40). Embora a discussão envolvendo análise de custo seja fundamental para o processo de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda é escasso os estudos que desenvolvem esta temática, principalmente na enfermagem. Tal fato dificultou a busca de estudos para compor a discussão dessa pesquisa. Salienta-se também que este estudo é pioneiro no que se refere às análises de custo no campo da estomaterapia no sistema de saúde público, servindo de motivador para outras pesquisas nesse campo e em demais áreas, preenchendo lacunas do conhecimento. Conclusão: A presente pesquisa evidencia a importância de investigações científicas sobre as análises econômicas em saúde, pois vão corroborar com a melhoria do processo de trabalho no que diz respeito à gestão, ao planejamento e à realocação de recursos financeiros. Assim, o estudo de custo possibilita prever gastos, predizer resultados, optar por formas mais viáveis e racionais de tratamento e diagnóstico, possibilitando o melhor atendimento em saúde.

APRIMORAMENTO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: UMA NOVA PERSPECTIVA NA ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA

THAIS LIMA VIEIRA DE SOUZA — 2022-12-14

TRODUÇÃO: Os avanços nas diferentes áreas de atuação do Enfermeiro são possíveis devido à determinação de pessoas visionárias, como Florence Nightingale, que transcendeu preconceitos relacionados à atuação da Enfermagem, evidenciando-a como uma profissão especializada, consagrando-se como uma empreendedora de referência1. Contudo, o empreendedorismo na Enfermagem brasileira apresenta-se de maneira limitada2, visto que, apesar dos avanços, em destaque na Estomaterapia, o foco constitui na construção de consultórios e assistência domiciliar de forma autônoma, sendo pouco explorada a atuação do Enfermeiro empreendedor no processo de inovações em saúde3. OBJETIVO: Descrever a experiência de formação empreendedora de Enfermeiros Estomaterapeutas no que tange à utilização de ferramentas de gestão. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo exploratório realizado sob orientação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), por meio de encontros semanais, com duração média de quatro horas, entre abril e julho de 2022, sendo abordado temáticas acerca de modelo de negócio. Os encontros eram integrados com empreendedores de outras áreas, como turismo e manutenção de elevadores. RESULTADO: Foram abordados assuntos totalmente fora da grade curricular da Enfermagem, tanto a nível de graduação quanto de pós graduação, como o Bootcamp e suas temáticas: 1) Mindset Empreendedor; 2) Cliente e Mercado; 3) Problema e Solução; 4) Prototipagem e Mínimo Produto Viável; 5) Canais, Vendas e Modelos Financeiros; 6) Lean Canvas, Storytelling e Pitch. Com isso, foi possível compreender a importância de observar as tendências de mercado; identificar as principais variáveis a serem trabalhadas a fim de segmentá-lo e definir um foco de atuação; desenvolver a empatia e a(s) persona(s) envolvidas no seu negócio; definir o perfil do cliente e elaborar o mapa de valor para construção da proposta; compreender os canais de venda existentes e quais se adequam à ideia; e elaborar a apresentação breve do seu modelo de negócio de forma a contar uma história que conquiste o comprador/investidor do seu produto. CONCLUSÃO: No decorrer dos encontros, os participantes tiveram a oportunidade de desenvolver uma visão mais concreta para o aprimoramento da ideia, além de proporcionar a troca de experiência com empreendedores de outros nichos. Ressalta-se a necessidade de ampliar esse conhecimento na Enfermagem, especialmente na Estomaterapia, a fim de viabilizar a implantação de um modelo de negócio de forma mais segura e inteligente.

ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA EM UM HOSPITAL PÚBLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

CLICIANE FURTADO RODRIGUES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A estomaterapia é uma especialidade exclusiva da enfermagem, desde 1980. O enfermeiro estomaterapeuta possui conhecimentos específicos para o cuidado às pessoas com feridas, estomias, incontinência anal e urinária, fístulas, drenos e cateteres.1 Possui um amplo leque de atuação nas diversas modalidades de atenção à saúde, tanto no âmbito privado como público, e também no empreendedorismo.2 Em instituições hospitalares o enfermeiro estomaterapeuta vem ganhando destaque por ser um profissional capacitado para executar e orientar cuidados de forma sistematizada e eficaz; pois ainda observa-se um déficit de profissionais com expertise nas áreas de atuação do estomaterapeuta.3 OBJETIVO: Relatar a experiência de uma enfermeira estomaterapeuta em um hospital público e descrever as atividades implementadas. MÉTODO: Estudo descritivo de relato de experiência realizado a partir da assistência de uma enfermeira estomaterapeuta em um hospital público referência em serviços de média e alta complexidade no atendimento de urgência e emergência do estado do Piauí. RESULTADO: O serviço de estomaterapia foi instituído neste hospital em março de 2021 mediante portaria, sendo subordinado diretamente a direção geral e funcionando em dias úteis no turno da manhã. Os atendimentos de estomaterapia relatados foram realizados no período de março de 2021 a junho de 2022. Foram atendidos 272 pacientes resultados de solicitações de pareceres dos profissionais enfermeiros (70%), médicos (24%), fisioterapeutas (03%), técnicos em enfermagem (02%) e nutricionistas (01%) ao enfermeiro estomaterapeuta durante a internação dos pacientes nas clínicas e unidades de terapia intensiva da instituição. Os atendimentos foram individualizados incluindo todas as etapas do processo de enfermagem, centrado na qualidade e segurança do paciente. As condutas adotadas levaram em consideração a disponibilidade de recursos da instituição, sem comprometer a qualidade.

Em alguns casos foram realizados encaminhamentos internos a outras especialidades como cirurgião geral, cirurgião plástico, urologista, coloproctologista, ortopedista, vascular, infectologista, nutricionista, fisioterapeuta e outros; para garantir uma assistência integral. Em relação às áreas de atuação da estomaterapia predominou os atendimentos aos pacientes com feridas (89%), seguido aos pacientes com estomias (09%) e incontinências (02%). Todos os 272 pedidos de parecer foram respondidos e em algumas situações procedimentos também foram realizados, totalizando: 194 curativos, 121 sessões de laserterapia, 33 desbridamentos instrumental conservador, 20 orientações de alta. A resposta aos pareceres e os procedimentos realizados foram registrados nos prontuários dos pacientes para conhecimento da equipe e possibilitar o faturamento do atendimento prestado. Além da assistência aos pacientes foram realizadas nesse período 30 atividades educativas, em parceria com a educação continuada sobre a temática que envolve a área da estomaterapia, para os profissionais de saúde da instituição. CONCLUSÃO: Percebe-se a importância do papel do enfermeiro estomaterapeuta na equipe multiprofissional em um hospital público ao realizar avaliações e direcionar tomadas de decisões; como também em favorecer o aperfeiçoamento dos profissionais. Além de otimizar recursos, utilizando-os de forma adequada e racional.

Nesse contexto o enfermeiro estomaterapeuta dá suporte a equipe assistencial; apoia a gestão e permite resultados satisfatórios para os pacientes. Outra percepção dessa experiência foi a valorização da especialidade enfermagem em estomaterapia pelos profissionais, gestores, pacientes e seus familiares.

CAPTAÇÃO DE CLIENTES PARA ATENDIMENTO ESPECIALIZADO EM ESTOMATERAPIA: VALIDAÇÃO DE UM PROBLEMA

CAMILA APARECIDA COSTA SILVA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O empreendedorismo na Enfermagem ainda é pouco expressivo quando comparado às outras áreas da saúde¹, porém, de grande valia, podendo contribuir para a visibilidade da profissão, desenvolvimento científico e tecnológico². Nesse contexto, uma etapa primordial no processo de criação de produto/serviço para o mercado consiste na validação do problema, ou seja, confirmação que a sua ideia de negócio tem potencial para o contexto que ela se propõe³. Após discussões, percebeu-se que as pessoas podem ter dificuldade de identificar os profissionais voltados para o atendimento de feridas complexas e/ou estomias.

Pensando nisso, questiona-se: Qual a principal forma de captar clientes pelos Estomaterapeutas? Qual a opinião desses especialistas sobre uma plataforma online? OBJETIVO: Identificar e validar as problemáticas de Estomaterapeutas para captar clientes. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo e transversal, realizado por meio do envio de um formulário eletrônico nas redes sociais (instagram, whatsapp e e-mail) para Estomaterapeutas, de 29 de junho a 05 de julho de 2022. Sua estrutura consiste em duas seções, sendo a primeira composta por questões sobre local de atendimento, forma de captação dos clientes e interesse em utilizar uma plataforma online para esse intuito. Na segunda, os participantes disponibilizaram seus contatos caso tivessem interesse em obter mais informações acerca desta ferramenta.

RESULTADO: Esse formulário foi respondido por 39 participantes, dos quais 79,5% (n=31) dos profissionais realizavam consultas particulares e a forma de captação dos clientes acontecia por meio de indicação de amigos, conhecidos, pacientes e/ou outros profissionais de saúde (n=28/31 respostas), redes sociais, como instagram e facebook (n=11/31 respostas), busca ativa em unidades de saúde (n=2/31 respostas) e divulgação por cartão físico (n=1/31 respostas). A maioria afirmou que estaria disposta a realizar o gerenciamento do seu atendimento por meio de uma plataforma online direcionada a enfermeiros especialistas (n=27; 87%), os demais se posicionaram com necessidade para conhecer mais sobre a proposta (n=4; 13%). Quase todos os participantes (n=30; 96,8%) apontaram a tecnologia de forma positiva para o gerenciamento de consultas, possibilitando o aumento da demanda, facilitando a captação da clientela de forma interessante e inovadora. Apenas um participante não disponibilizou seu contato para futuro repasse de informações adicionais.

CONCLUSÃO: A captação de clientes pelos Estomaterapeutas que participaram desse estudo foi realizada em sua maioria por indicação. Assim, uma plataforma online para gerenciamento dos atendimentos mostrou-se uma solução viável de acordo com a percepção dos participantes.

CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO CONTEXTO DA QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM REDE: ATENÇÃO DE ENFERMAGEM ESPECIALIZADA EM ESTOMATERAPIA COM IMPLANTAÇÃO DE PÓLOS DE CURATIVO.

MARIO MOREIRA VAZ JUNIOR — 2022-12-14

Introdução

A Atenção Primária à Saúde é uma das portas de entrada das redes de atenção à saúde, e contribui para a melhoria dos indicadores de saúde. Uma das principais estratégias organizativas da atenção primária com oferta de ações e serviços de saúde à comunidade através de equipes multidisciplinares atuando em Unidades Básicas de Saúde.

A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem na modalidade de pós-graduação latu sensu voltada para a assistência às pessoas com estomias, lesões e incontinências, nos seus aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação em busca da melhoria da qualidade de vida1.

O objetivo dos polos é orientar, realizar a avaliação especializada de Estomaterapia e orientar os profissionais da Atenção Básica sobre o uso de coberturas no tratamento de feridas, direcionar os cuidados conforme os protocolos de tratamento vigentes e prescrever a terapia mais adequada. As novas tecnologias aceleram processos, como de cicatrização e hidratação de pele. “O principal benefício é qualitativo, sobretudo para o paciente2,3.

A perspectiva vivenciada pelo enfermeiro estomaterapeuta, supera as expectativas com a qualidade e organização no processo de trabalho. A introdução de novas tecnologias e o manejo especializado na assistência ao tratamento de feridas tem modificado sua força de trabalho nesse setor.

Objetivo

Relatar e analisar o impacto da implantação dos Polos de Curativos na Rede de Atenção à Saúde.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, baseado em dados secundários, no período de setembro 2021 a abril 2022. Os dados foram extraídos do SIGA SAÚDE (Sistema Integrado de Gestão de Assistência à Saúde)

Este estudo avaliou dois polos de curativo na cidade de São Paulo, onde evidenciou - se as características deste serviço com a qualificação da REDE, refletindo um maior número de altas.

RESULTADOS

Foram registrados 1647 atendimentos em 7 meses, uma média de 111 pacientes atendidos. No total foram 32 unidades básicas de saúde referenciadas, com encaminhamento de patologias crônicas sem evolução do quadro que tiveram um alto percentil de alta, após o apoio do Polo de Curativo. Lesões tratadas há 10 anos ou mais sem evolução: média de cerca de 70% receberam alta por cura. Lesões tratadas entre 01 a 07 anos: cerca de 85% receberam alta por cura. Lesões tratadas a menos de 01 ano: 95% receberam alta por cura. Destaca - se também a diminuição do uso de insumos básicos em substituição as terapias tópicas avançadas que podem permanecer por mais dias na lesão. Observa-se que os resultados demonstrados foram expressivamente satisfatórios, culminando com a redução do tempo de tratamento, melhorando a qualidade de vida da população assistida.

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM BUNDLE PARA PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE RELACIONADAS A ADESIVOS MÉDICOS EM ADULTOS EM TERAPIA INTENSIVA

ARIANA LUIZA RABELO — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A lesão de pele relacionada ao adesivo médico ou “medical adhesives skin injuries (MARSI)” é um evento recorrente, nos ambientes de saúde, no entanto ainda subestimado e de identificação negligenciada. Nos últimos anos, tem crescido a discussão acerca do problema, porém, muitos profissionais ainda desconhecem a temática. Na Unidade de Terapia Intensiva, os pacientes geralmente fazem uso de muitos adesivos médicos (eletrodos de monitoramento, fixação de cateteres e dispositivos vasculares, fixação de drenos e tubos, dentre outros), desse modo, os pacientes críticos estão entre aqueles com maior risco de desenvolver MARSI. Assim, a prevenção dessas lesões merece destaque, uma vez que esses cuidados podem impactar na qualidade da assistência e na segurança do paciente.

OBJETIVO: Construir e validar um bundle para a prevenção de lesões de pele relacionadas a adesivos médicos em terapia intensiva adulto. MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico, desenvolvido conforme referencial metodológico da psicometria de Pasquali, realizado em três etapas: scoping review, construção do bundle e validação de conteúdo. A Scoping Review foi realizada conforme as recomendações do Joanna Briggs Institute. No processo de validação de conteúdo, adotou-se a técnica Delphi para distribuição dos formulários, procedendo com duas rodadas de avaliação, Delphi I e II. A análise da validação de conteúdo foi realizada por meio do cálculo do Coeficiente de Validade de Conteúdo e do teste binomial. Considerou-se válidos os itens que atingiram coeficiente ?0,80 e a proporção de concordância de 80% entre os juízes, para o teste binomial. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer n°: 4.804.917. RESULTADOS: O comitê de especialistas foi composto por seis juízes em Delphi I e II. Todos os especialistas eram do sexo feminino, doutores e estomaterapeutas, 66,7% atuavam na pesquisa, 100% na docência, 16,7% na assistência, 16,7% na gestão, 50% possuíam de 11 a 20 anos de atuação na estomaterapia. Os critérios estabelecidos para a avalição (comportamental, objetividade, simplicidade, clareza, relevância, precisão, amplitude, equilíbrio, variedade, modalidade, tipicidade, credibilidade) alcançaram coeficientes satisfatórios, em Delphi I, os itens avaliados obtiveram um Coeficiente de Validação de Conteúdo ?0,83 e em Delphi II Coeficiente de Validação de Conteúdo ?0,97. No teste binomial todos os critérios atingiram ?-valor maior que 0,05. A estrutura final do bundle contou com 21 recomendações, agrupadas em categorias: avaliação da pele, identificação dos pacientes de risco, seleção do produto, preparo da pele, técnica de aplicação do adesivo, técnica de remoção do adesivo e educação permanente dos profissionais de saúde.

CONCLUSÃO: O bundle foi validado já na primeira rodada de avaliação, visto que todos os critérios obtiveram coeficientes satisfatórios. Neste estudo, permitiu-se construir e validar um bundle, para a prevenção de leões de pele relacionadas a adesivos médicos em terapia intensiva adulto.

CRIAÇÃO DE UM PODCAST COM A TEMÁTICA ESTOMATERAPIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

ISAQUE SOUZA DA SILVEIRA — 2022-12-14

Introdução: A pandemia de COVID-19 exigiu um manejo social extenso incluindo a estratégia do distanciamento social para evitar sua disseminação. Além das relações sociais, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) passaram por adaptações durante esse período, surgindo novos meios de comunicação e ampliando os já existentes. Dentre os recursos digitais que ganharam força e mostraram grande potencial de comunicação está o podcast, que é um arquivo de áudio que pode ser acessado de forma online, sendo disponibilizado via plataformas virtuais de áudio. O podcast se mostrou como uma boa estratégia pedagógica, sendo um arquivo de fácil acesso, as pessoas podem ter acesso a conteúdos de diversas temáticas através de seus dispositivos móveis conectados à internet, mesmo que os ouvintes estejam executando outras atividades diárias. Assim, urge a necessidade de utilização dessas tecnologias para disseminação de conhecimentos, como a Estomaterapia, especialidade exclusiva da enfermagem que tange o cuidado integral à pessoa com estomia, feridas e incontinências. Objetivo: Relatar a experiência de integrantes da Liga Acadêmica de Cuidados de Enfermagem em Estomaterapia (LACEnfE) na confecção e divulgação de um podcast intitulado “Estomacast”. Metodologia: Trata-se de relato de experiência, desenvolvido por integrantes de uma Liga Acadêmica de Estomaterapia (LAET) de uma Instituição de Ensino Superior (IES) no interior do estado do Rio de Janeiro. Resultado: Em reunião prévia, os membros definiram os temas, possíveis profissionais convidados para cada episódio e quem seria responsável em entrevistá-los. Na execução, as perguntas foram encaminhadas ao convidado por meio de um aplicativo de mensagem instantânea (Whatsapp) e a resposta fornecida pelo mesmo aplicativo em formato de gravação de voz. Posteriormente, a pergunta foi gravada em áudio por meio de um aplicativo gratuito de criação de podcast e anexado as respostas, adicionando também música de fundo. Para a disponibilização, o próprio aplicativo veiculou em plataformas digitais conhecidas como por exemplo o Spotify. A divulgação se deu através de redes sociais, grupos de Whatsapp e panfletagem com Qr code para acesso. Conclusão: Esses podcasts visaram divulgar o conhecimento do estomaterapeuta para a sociedade em geral e promover o conteúdo para profissionais. A experiência de criar o roteiro, planejar a execução e a troca de conhecimento com os profissionais entrevistados é um desafio enriquecedor para os ligantes. Além disso, evidencia- se a importância do feito para novas propostas pedagógicas de educação em saúde e educação continuada que tem potencial de amplo alcance nas plataformas digitais, uma excelente forma de manter o fortalecimento da especialidade.

CRIAÇÃO DE UMA HEALTHTECH DE ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA

ALYNE SOARES FREITAS — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A capacidade de enfrentar um mercado inovador com necessidades de respostas rápidas pode ser adquirida através das startups¹, que são definidas como um grupo de pessoas, à procura de um modelo de negócio repetível e escalável, trabalhando em condições de incerteza². Esse modelo de negócio em fase inicial propicia uma maneira diferente de pensar, construir produto/serviço inovador de acordo com as lacunas do mercado. Diante disso, diferentes soluções tecnológicas são desenvolvidas e incorporadas à prática assistencial dos profissionais de saúde. Na Estomaterapia, há desenvolvimento crescente de ferramentas de gerenciamento do cuidado às pessoas com feridas complexas e/ou estomias³. OBJETIVO: Descrever o desenvolvimento de uma healthtech, voltada para Estomaterapeutas e pessoas com feridas complexas e/ou estomias. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo exploratório realizado sob orientação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). As fases a serem seguidas direcionam para o melhor caminho que a startup deve alcançar, sendo elas: 1) ideação, 2) validação, 3) operação, 4) tração e 5) scale- up4. Nesse contexto, a healthtech em questão encontra-se atualmente na fase de validação no mercado, operando numa versão com funcionalidades básicas, com o fito de testar sua aceitação pelo público-alvo na prática. RESULTADO: Uma vez identificado as barreiras para o empreendedorismo, como a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar o mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros; a startup surge com o intuito de planejar, estruturar e desenvolver um plano de negócios factível e escalável. Sua proposta é favorecer a conexão entre Estomaterapeutas e pessoas com feridas complexas e/ou estomias. Utilizar-se-á de um modelo de negócio C2C (consumer to consumer), propiciando a divulgação do perfil profissional e a certificação da qualidade da assistência, agendamento de consulta conforme a disponibilidade do Estomaterapeuta e a necessidade do cliente, pagamento seguro e em diversas modalidades.

Com isso, visa fornecer ao especialista protagonismo no ato de empreender, uma vez que proporciona experiência de assistência clínica, gestão de informações, ampliação da clientela e maior celeridade nos processos frente à tomada de decisão, sendo ferramenta importante na organização, administração e gestão de insumos. CONCLUSÃO: O desenvolvimento dessa healthtech confere um novo nicho para a atuação empreendedora na Enfermagem, possibilitando uma conexão singular do Estomaterapeuta com seu público-alvo.

CUIDADO DE ENFERMAGEM A PESSOA EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO DOMICÍLIO: PRIMANDO PELA SEGURANÇA DO PACIENTE

CILENE FERNANDES SOARES — 2022-12-14

Introdução: A nutrição é essencial para a manutenção das funções vitais. Entretanto, com o advindo do envelhecimento populacional, o adoecimento e prevalência de pacientes críticos, têm levado a problemas que dificultam ou impedem a ingestão por via oral, o que tem aumentado a demanda pela terapia nutricional por cateter enteral1. No contexto da práxis da Enfermagem, primando pela qualidade e segurança do paciente, o Procedimento Operacional Padrão(POP), é um importante recurso que serve de guia para o serviço, e base para a padronização das atividades2, se configurando numa importante tecnologia de cuidado aos usuários da Terapia Nutricional Enteral na Atenção Primária a Saúde. Objetivo: Visando a segurança do paciente, este estudo tem por objetivo elaborar um Procedimento Operacional Padrão de cuidados à pessoa em Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (TNED). Método: Estudo descritivo, desenvolvido para a elaboração de um produto tecnológico, científico e educativo, realizado em julho de 2021. Para tanto foi utilizado um modelo3 na construção e validação do POP, que consiste em: estabelecimento da pergunta de pesquisa; propósitos da revisão de literatura; análise crítica dos estudos; avaliação comparativa; processo de decisão; construção do POP e validação do instrumento construído, o qual esta última fase, devido à sobrecarga no processo de trabalho da pesquisadora pela pandemia, não foi possível realizar. Para atender proposto, realizou-se uma revisão narrativa de artigos publicados nas seguintes bases: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Base de Dados de Enfermagem, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online e Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde. No idioma Português, Espanhol e Inglês, disponível na íntegra, entre 2011 a 2021 para ampliar a quantidade de publicações, a busca de cinco anos houve escassez de estudos. Este primeiro refinamento, resultou em 396 artigos. Em seguida foi realizada a leitura criteriosa que resultou na exclusão de 389 publicações, por se tratar de estudos repetidos, não domiciliar, epidemiológicos, ou não apresentarem em seu escopo resultados afins com o tema, resultando em 7 artigos selecionados. Também foi considerada uma cartilha e um boletim, onde todo este banco de dados teve por finalidade dar suporte teórico à etapa seguinte a construção do POP. Resultado: A organização dos conteúdos levantados desvelou quatro unidades temática que foram agrupadas por afinidades: 1) conceito e objetivo da terapia nutricional enteral; 2) material de cuidado no domicílio; 3) procedimento e técnica no domicílio; 4) orientações gerais de cuidados com a terapia nutricional enteral no domicílio, sendo estas a representação dos cinco domínios que compuseram o POP no final do processo de construção, tais sejam na seguinte ordem: conceito, objetivo, material necessário, descrição do procedimento/técnica e orientações gerais. Conclusão: Embora a temática TNED e segurança do paciente seja ampla, acredita-se que este estudo trouxe reflexões, bem como a proposta de uma produção tecnológica que poderá permitir a formulação e execução de medidas de prevenção de eventos adversos, melhorar a qualidade de vida das pessoas em uso de cateter nasoenteral no domicilio, e seus familiares, assim como enriquecer o campo da ciência e da prática da Enfermagem.

DESENVOLVIMENTO DA LIGA ACADÊMICA EM ESTOMATERAPIA

LETÍCIA EUGÊNIO MOTA — 2022-12-14

Introdução: Com intuito de contemplar as atividades de ensino, pesquisa e extensão, as Ligas Acadêmicas de Enfermagem inerentes às temáticas da Estomaterapia refletem positivamente na aquisição de experiências quanto a teoria, prática e desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas aos cuidados com feridas, estomias e incontinências¹. Em 2020, os alunos da graduação do curso de Enfermagem de uma Universidade do Centro Oeste Mineiro, fundaram a Liga Acadêmica em Estomaterapia, com o intuito de aprofundar os conhecimentos na área. Objetivo: Relatar a experiência do desenvolvimento de uma Liga Acadêmica de Estomaterapia por discentes do curso de Enfermagem. Método: Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, acerca da atuação de discentes de enfermagem na Liga Acadêmica de Estomaterapia. O relato foi referenciado de acordo com as experiências dos ligantes em ações planejadas e organizadas pelos mesmos, a fim de integrar os pilares da universidade2. Resultados: A Liga, acreditada pela Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST), realiza atividades de ensino, pesquisa e extensão nas três áreas da estomaterapia, no qual proporciona aos ligantes a oportunidade de organizar atividades extracurriculares como cursos, capacitações, pesquisas e estágios³. Dentre as ações elaboradas, destacam-se a realização de eventos como “Ciclos de Atualização em Estomaterapia” e “Minicurso: Tratamento de Feridas”; aulas temáticas sobre estomias, incontinência urinária do idoso, atendimento ao paciente queimado, feridas oncológicas, coberturas interativas, etc; publicação de artigos na íntegra, como “Lesões Iatrogênicas Decorrente do Manejo Inadequado da Bota de Unna: relato de experiência” e ações extensionistas vinculadas aos Programas de Extensão “Cicatriza”, “Reabilitar” e “Supervisão e Cuidado com a Pele”. Ressalta-se que os eventos realizados são intercalados para os ligantes, como também para o público de acordo com a temática proposta. Além disso, destaca-se a parceria com um Instituto particular, no qual os ligantes realizam estágios mensais, sendo acompanhados por uma enfermeira estomaterapeuta que atua no tratamento de feridas e terapias adjuvantes. Esta experiência proporciona aos discentes uma vivência prática e uma visão acerca da sistematização da área, contribuindo para o desenvolvimento individual e de equipe, gerando debates e produção de resumos. Ademais, a Liga Acadêmica desenvolve posts educativos no Instagram acerca das três temáticas da estomaterapia, com o intuito de conscientizar e estimular as pessoas que visualizam a página a buscar novos conhecimentos nessa área da enfermagem que vem crescendo mais a cada dia. Conclusão: Sendo assim, a Liga Acadêmica em Estomaterapia proporciona aos seus ligantes uma visão ampliada da atuação do enfermeiro estomaterapeuta diante de teoria e vivências práticas, além de contribuir para a comunidade estudantil por meio dos projetos e pesquisas desenvolvidos.

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM JOGO DE TABULEIRO SOBRE LESÕES CUTÂNEAS

GERALDO MAGELA SALOMÉ — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: É sabido que os softwares educacionais contribuem para promoção da saúde, prevenção e tratamento de feridas, e como estratégias de educação em saúde favorecem o esclarecimento de dúvidas, treinamentos e ocasionam mudanças de comportamento e estimulam a tomada de decisão. 1,2,3 OBJETIVOS: Descrever o processo de construção e validação de um jogo educativo para a prevenção e tratamento de lesões cutâneas.

MÉTODOS: Para a construção do jogo “Feridas crônicas”, foi realizada revisão integrativa da literatura junto às bases de dados MEDLINE, SciELO e LILACS. A validação foi realizada por 112 enfermeiros, utilizando-se a técnica Delphi. Para análise estatística foram utilizados os testes: Coeficiente Alfa de Cronbach e Índice de validade de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo Comitê Institucional de Ética em Pesquisa, sob parecer 2.520.803. RESULTADOS: Durante a revisão integrativa da literatura foram identificados 16.415 artigos. Destes, 9848 foram excluídos por estarem duplicados nas bases de dados. Assim, foram selecionados 6.567 artigos para a leitura do título e 561 para a leitura do resumo, que resultaram em uma amostra de 98 artigos para a leitura do texto completo, sendo excluídos 77, selecionado 21 artigos para construção do jogo “Feridas crônicas”. O coeficiente alfa de Cronbach, variou entre 0,95 e 0,96, indicando excelente consistência interna do questionário utilizado pelos juízes. Na primeira avaliação do jogo “Feridas crônicas”, não houve concordância entre os avaliadores, sendo avaliados de inadequado a totalmente adequado. Após realizar as correções sugeridas pelos juízes, o jogo foi reenviados para o segundo ciclo de avaliação, no qual todos os itens foram avaliados entre “adequado” e “totalmente adequado”. O índice de conteúdo variou entre 0,87 a 0,97 na primeira avaliação e na segunda avaliação variou entre 0,99 a 1,0.

CONCLUSÃO: Após revisão integrativa da literatura, foi desenvolvido o jogo “Feridas crônica” os qual foi ainda validado por enfermeiros, havendo o consenso entre os juízes na segunda avaliação. O jogo “Feridas crônica” desenvolvido neste estudo contribuem para a inovação no trabalho dos enfermeiros, especialmente no auxílio para a tomada de decisão clínica, nas medidas preventivas e tratamento das lesões cutâneas. Também o jogo “Feridas crônica é uma ferramenta que fornece subsídios para manter o profissional atualizado acerca da abordagem teórico-prática relacionado ao tema prevenção e tratamento de lesões cutâneas.

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. DEMANDA UNIVERSAL “Edital/chamada: 001/2017”

EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM COM A IMPLANTAÇÃO DE CONSULTÓRIO ESPECIALIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

VIVIANE CRISTINA DA PAZ TORRES — 2022-12-14

Introdução: O presente estudo teve como objeto o Empreendedorismo na Enfermagem com a Implantação de um consultório especializado em tratamento avançado de feridas e estomias e como objetivo descrever a experiência de implantar um consultório de enfermagem especializada em enfermagem dermatológica e estomaterapia em um município do interior do Estado do Rio de Janeiro, com a proposta de tratamento avançado de feridas de diversas etiologias. Método: Trata-se de um estudo descritivo na modalidade de relato de experiência que se propõe a apresentar as etapas de implantação de um consultório de enfermagem especializada no tratamento avançado de feridas e estomias, com o uso de práticas integrativas e complementares como a ozonioterapia, a fitoterapia, a aromaterapia e auriculoterapia associada à laserpuntura; além da LEDterapia e a laserterapia de baixa potência e o uso de coberturas e correlatos de alta tecnologia. Assim como, as facilidades e dificuldades no processo de empreendedorismo nessa área. Resultados: Verificou-se que apesar das autoras possuírem experiência no tratamento de feridas e estomias, houve uma necessidade de aprimoramento teórico-científico e também prático para suporte na área de empreendedorismo no ramo da saúde: contratar os serviços de profissionais na área de designer gráfico, fotografia corporativa , marketing e mídias sociais e marketing pessoal; também foi necessário buscar consultoria de outros profissionais enfermeiros empreendedores em tratamento de feridas na modalidade de mentoria; acessoria permanente de marketing digital para gestão das contas pessoais e profissional do Instagram e Facebook; além do aprimoramento profissional e outras habilitações para ampliar a oferta de serviços para o público alvo como: cursos de ozonioterapia, laserterapia, uso de plasma rico em fibrina e plaquetas, fitoterapia par uso tópico em prevenção e tratamento de lesões. Conclusão: O empreendedorismo é uma prática ainda muito pouco explorada na formação acadêmica e na vivência profissional do enfermeiro, no entanto com a expansão das plataformas e mídias digitais tornou mais fácil o aprimoramento para a prática de empreender com empresas e serviços de gestão para o cuidado, porém é de suma importância que os profissionais enfermeiros busquem o conhecimento que vai além da sua área de especialização para estar à frente das demandas emergentes do mercado. Áreas como administração empresarial, marketing pessoal, profissional e digital são fundamentais para alavancar o processo de empreender, além é claro do domínio na área em que busca atuar.

EMPREENDEDORISMO NO SERVIÇO PÚBLICO NA IMPLANTAÇÃO DO AMBULATÓRIO DE ESTOMIAS

SANDRA MARINA GONÇALVES BEZERRA — 2022-12-14

Introdução: A Estomaterapia á a área de especialidade de enfermagem que estuda estomias, feridas, incontinência e desenvolvimento profissional. Os profissionais egressos de curso acreditados pela SOBEST-WCET têm o compromisso com a sociedade na realização de práticas baseadas em evidências e empreender no serviço de saúde, para garantir assistência especializada de qualidade. Nesse contexto, em pesquisas anteriores realizadas em um serviço público de referência, evidenciou custo elevado, ausência de avaliação das pessoas com estomias e limpeza inadequada da pele peristomal, devido à ausência de avaliação especializada1-3. Objetivo: Relatar a contribuição de curso acreditado SOBEST na implantação de ambulatório de estomaterapia no serviço público municipal. Método: Relato de experiencia do empreendedorismo no serviço público na implantação do serviço de estomaterapia no serviço público municipal em parceria com a especialização em Estomaterapia de curso acreditado SOBEST/WCET, realizado no período de novembro de 2021 a julho de 2022. Realizado o levantamento das pessoas com estomias verificou-se que em torno de 80% dos pacientes não procurava o serviço para recebimento de equipamentos coletores, que eram entregues a familiares e motoristas credenciados pelo paciente1. Os dados mostraram que 60% dos pacientes tinham estomas temporários sem previsão de reconstrução de trânsito intestinal, com queixas de baixa autoestima e comprometimento da qualidade de vida. Além de um custo anual superior a R$ 1.500.000,00 com equipamento e adjuvantes de pessoas com estomas temporários e os pacientes com estoma definito em mais de 90% dos casos tinham corte inadequado1. Mediante dados, foi procurado o secretário municipal de saúde para propor parceria para recadastramento de pessoas com estomias de eliminação e realizado o fluxo de atendimento dos pacientes para o encaminhamento ao serviço de coloproctologia para reconstrução de trânsito intestinal. Resultado: em novembro de 2021 foi assinada a portaria municipal n 441/2021 que estabeleceu as diretrizes para recadastramento das pessoas com estomias e delegou ao curso de estomaterapia a coordenação do projeto. A partir de então, o serviço disponibilizou espaço físico específico para a estomaterapia, ampliou atendimento para o turno da tarde com a lotação de estomaterapeuta efetivo e, definido o fluxo de atendimento dos pacientes com estomias. O engajamento da especialização em estomaterapia para a lotação de estomaterapeuta foi um ganho para os pacientes que passou a ter o direito garantido de avaliação especializada, encaminhamento para coloproctologista e solicitação de exames bem como o incentivo para reativação da Associação de pessoas com estomias. Conclusão: A contribuição do curso acreditado proporcionou empreendedorismo no serviço público que é uma das opções do estomaterapeuta no fomento de políticas públicas que geram espaços de trabalho e garante a assistência especializada a pessoas com estomias.

INTERFACE DE TRABALHO NO PROCESSO DE DISPENSAÇÃO DE MATERIAIS MÉDICO HOSPITALARES EM ESTOMATERAPIA

AURILENE LIMA DA SILVA — 2022-12-14

Introdução: O enfermeiro estomaterapeuta é um profissional que desempenha funções assistenciais, educativas, científicas, gerenciais, de consultoria, dentre outras. No que tange aos materiais médico-hospitalares envolvidos no cuidado em estomaterapia, o olhar assistencial, gerencial e científico do estomaterapeuta se faz fundamental1. A demanda por recursos materiais dentro de um Serviço de Estomaterapia (SE) gera a necessidade de uma atenção cada vez mais elevada para gestão desses insumos2, requer planejamento, execução e controle para propiciar um fluxo eficiente e econômico3.

Objetivo: Relatar a experiência de um SE e a interface de trabalho no processo de aquisição e gestão de materiais médico-hospitalares, em parceria com o almoxarifado e setor de compras. Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa tipo relato de experiência4 sobre a interação de um SE com o almoxarifado médico, por meio de uma rede social (whatsapp) desde outubro de 2021. Foi desenvolvido em um hospital quaternário especializado em cardiopneumologia, situado na cidade de Fortaleza-CE.

Resultados: Durante a trajetória de trabalho, o SE desenvolveu relações com o almoxarifado e os agentes administrativos das unidades de internação, responsáveis por fazer pedidos de insumos voltados para a assistência de enfermagem no que tange à estomaterapia. Para isso, foi criado um grupo no whatsapp com os envolvidos, a fim de comunicar os insumos necessários para os pacientes que necessitam de atenção especializada em cada unidade.

Dessa forma, observou-se otimização do tempo, integração de informações e comunicação efetiva, por permitir que todos tenham acesso ao catálogo de insumos disponíveis, seus códigos, e os produtos e quantidades dispensados semanalmente. O grupo possibilitou um melhor repasse acerca dos materiais próximos da data de vencimento ou em diminuição no estoque, possibilitando uma melhor organização e tramitação para amenizar a escassez de insumos e consequente prejuízo na assistência. Além disso, foi possível a redução de acúmulo de materiais nas unidades, fazendo sua captação e redistribuição.

Conclusão: A criação de um grupo online foi um grande avanço para o processo de dispensação de insumos. Dentre os obstáculos encontrados, observa-se a limitação da rede móvel na instituição. Os resultados têm demonstrado que o processo de gestão de insumos no hospital em estudo, da forma como vem sendo desenvolvido, influencia de maneira significativa no trabalho dos profissionais, impactando positivamente na assistência de enfermagem.

MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ESTOMATERAPIA NOS ÚLTIMOS 5 ANOS

PAULA PATRÍCIA SANTANA RIOS — 2022-12-14

Introdução: É sabido que a Estomaterapia é uma área voltada para assistência das pessoas com estomias,feridas, incontinências,fístulas,cateteres e drenos,com ações de atenção integral à saúde na promoção, prevenção,cura e reabilitação1. Além disso a Estomaterapia existe há 64 anos e desde 1980 o O WCET estabeleceu que a estomaterapia é uma especialidade exclusiva do enfermeiro 2. A enfermagem brasileira, ao longo de sua história, vem buscando uma identidade, permeada pela busca do saber, da produção do conhecimento científico, para assim permitir um avanço da prática profissional 3. O compartilhamento de evidências por meio de publicações científicas contribui minimizando a importância das fronteiras, e ao contribuir para a utilização de evidências na introdução de mudanças no âmbito da saúde global. A pesquisa e as publicações são complementares ao ensino e treinamento, assim como aos cuidados clínicos e trabalhos de saúde pública. As publicações científicas são um importante componente da prática na saúde pública 4, bem como a atuação em clínicas, hospitais privados e atuação de profissionais autônomos na área da Estomaterapia. Objetivo:

Mapear a produção científica na área da Estomaterapia nos últimos 5 anos. Metodologia: Trata- se de revisão integrativa da literatura realizada em julho de 2022 nas bases de dados BDEnf e LIACS utilizando o descritor "estomaterapia". Os critérios de inclusão foram publicações dos últimos 5 anos que abordassem uma das três áreas de abrangência da Estomaterapia.

Resultados: 82 artigos, 1 em duplicidade, 02 foram excluídos por não apresentarem relação com a área bem como 2 editoriais. A amostra final foi composta por 77 artigos publicados entre 2017 e 2022. O conjunto de trabalhos selecionados foi submetido à leitura dos resumos, dos quais se extraiu dados que foram sistematizadas em planilhas, organizadas por temas e contabilizadas. Dentre os 77 artigos, 13(16,8%) foram trabalhos de revisão de literatura e os demais trabalhos originais. Apenas 1 trabalho foi publicado fora do Brasil, em Portugal. O ano de maior publicação foi 2021, 33 trabalhos (42,85%) seguidos de 2020, 30 artigos(38,96%).

Houve predominância de um periódico, a revista Estima com 70% das publicações. De acordo com a abordagem metodológica a mais utilizada foi a quantitativa em 16 artigos (20,77%), seguida da qualitativa em 14 artigos (18,18%). 47(61%) trabalhos não especificaram em seu resumo qual o tipo de abordagem adotada. Segundo a área da Estomaterapia tivemos 42(54%) relacionados feridas, 19(24,6%) voltados às estomias, 10 (12,98%) incontinências e 08 (10,3%) abordando a Estomaterapia de forma geral. Conclusão: O mapeamento apontou para uma predominância de estudos da área das feridas e poucos estudos focando as incontinências, apenas um periódico da área concentrou uma boa parte dos estudos e concentrados nos anos de 2020 e 2021, muitos não definem o tipo de abordagem. Análises posteriores são necessárias para um melhor entendimento e para se apontar uma direção visando o fortalecimento da especialidade. É fundamental que o trabalho desenvolvido e o conhecimento que está sendo produzido seja registrado e o conhecimento compartilhado. A pesquisa é fundamental para qualificação e/ou mudança na prática, especialmente em uma área que se atualiza diariamente.

OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS DISPONÍVEIS PARA PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO RELACIONADAS A DISPOSITIVOS MÉDICOS EM FIXAÇÃO DE CÂNULAS OROTRAQUEAIS E TRAQUEOSTOMIAS

JÉSSIKA SUÉLLEN DA COSTA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO

As lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos (LPRDM) são consequentes a aparatos aplicados para fins terapêuticos.(1) No Brasil, a prevalência de LPRDM em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) foi de 62,4%, valor acima da média internacional.(2) A prevenção dessas lesões, especificamente as consequentes de fixação de dispositivos de vias aéreas (cânulas orotraqueais e traqueostomia), apresentam recursos tecnológicos que permitem a adequada fixação e previnem o desenvolvimento dessas injúrias.(3) Todavia, grande parte das UTI não possuem tecnologias e/ou protocolos para prevenção dessas lesões, gerando variabilidade nos procedimentos, favorecendo áreas de pressão, insegurança na técnica e ocasionando LPRDM e trações desses dispositivos.

OBJETIVO E MÉTODO

Objetivou-se desenvolver a padronização e produzir material educativo para prevenção de LPRDM e trações de dispositivos ventilatórios. O estudo foi desenvolvido por profissionais de um hospital público do interior de São Paulo, referência em alta complexidade. Com os recursos disponíveis para fixação de vias aéreas e a experiência dos profissionais envolvidos, aprimorou-se em um modelo (boneco) as fixações. Para a produção do material educativo, utilizou-se os programas Inshot? para edição de um vídeo e o Canva? para o infográfico.(4)(5)

RESULTADO

Através do emprego dos recursos materiais disponíveis (cadarço, gaze e fita adesiva microporosa) e da experiência prática dos envolvidos, testou-se, em um boneco, fixações para traqueostomia e cânula orotraqueal, que minimizassem pontos de pressão e permitissem a fixação segura. A partir disso, produziu-se um vídeo com duração de 02 minutos e 27 segundos para garantir a replicação da maneira testada de fixação adequada. Utilizando-se o mesmo modelo, produziu-se fotos e infográfico com destaque das informações relevantes.

Tanto o vídeo como o infográfico serão utilizados como estratégia educativa, salientando os pontos essenciais para a segurança destas fixações, visando prevenir LPRDM e trações acidentais.

CONCLUSÃO

A otimização dos recursos disponíveis para a capacitação de profissionais, utilizando diferentes recursos disponíveis, poderá conduzir melhorias, visando o cuidado seguro através da prevenção LPRDM. Os recursos educacionais produzidos (vídeo e infográfico) serão utilizados para capacitação em serviço e revisão destas técnicas de fixação para prevenção de LPRDM. Observou-se a necessidade de realização de um novo estudo que traga a incidência de LPRDM antes e após a instalação de um protocolo e capacitação dos profissionais de enfermagem.

PERCURSO INOVADOR NA ENFERMAGEM ESPECIALIZADA: TRANSCURSO DO ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO A UM PROFISSIONAL EMPREENDEDOR

CAMILA APARECIDA COSTA SILVA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO:

A temática de inovação raramente refere-se às ideias da área da saúde, por geralmente evocar assuntos relacionados ao campo das ciências exatas¹. Esse cenário é reflexo de uma formação profissional voltada prioritariamente para a reprodução de procedimentos técnicos, consequentemente, muitos profissionais da área da saúde não se interessam pelo empreendedorismo². A Enfermagem, sob esse enfoque, não pode ser reduzida somente ao desenvolvimento de habilidades técnico-científicas lineares e assistencialistas. Para tanto, é necessário estimular a percepção de que, pelo cuidado empreendedor, o Enfermeiro pode contribuir para o desenvolvimento social sustentável, relacionado com a ampliação das oportunidades e possibilidades reais de indivíduos, famílias e comunidade³.

OBJETIVO: Descrever o percurso inovador e as contribuições implementadas desde a graduação até a atuação profissional de Enfermeiros Estomaterapeutas cearenses.

MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, sob a ótica de Enfermeiros Estomaterapeutas e sua trajetória na Estomaterapia, desde a criação da primeira liga acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia do Ceará até a construção da primeira healthtech em Estomaterapia do Nordeste.

RESULTADOS: A percepção inovadora enquanto graduandos em Enfermagem surgiu diante da escassez de aprofundamento teórico e prático na grade curricular, visto a ausência na época de docentes com expertise na área e do modelo de liga acadêmica no contexto da Enfermagem cearense, corroborando para a sua criação. Apesar das dificuldades iniciais, foi possível galgar conhecimento especializado, premiação e reconhecimento nacional da Estomaterapia, além de uma nova perspectiva dentro da graduação para os futuros discentes. Diante desse início, e durante a formação enquanto especialistas em estomaterapia, o grupo idealizou e participou de uma seleção para potenciais empreendedores, construindo um modelo de negócio que emergiria na primeira healthtech em Estomaterapia do Nordeste, estando em desenvolvimento uma tecnologia que conecte pessoas com feridas complexas e/ou estomias a Estomaterapeutas de forma acessível e segura.

CONCLUSÃO: O empreendedorismo em Enfermagem, com destaque à Estomaterapia, se configura como um processo estratégico e dotado de possibilidades inovadoras, em que a formação acadêmica tem um papel crucial para o desenvolvimento visionário do profissional, possibilitando a consolidação da profissão, visibilidade e satisfação financeira. Portanto, faz-se necessário o estímulo dessa perspectiva ainda na graduação a fim de propiciar a visão empreendedora nos futuros Enfermeiros.

REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO ADQUIRIDA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO

MITSUE DA SILVA HATANAKA — 2022-12-14

Introdução

A unidade de terapia intensiva é um setor em que os pacientes se encontram mais vulneráveis e suscetíveis ao desenvolvimento de lesões por pressão (LP), devido ao estado inflamatório agudo, mobilização proteica causada pelo catabolismo intenso, sobrecarga de fluidos, resistência á insulina e uso de diversos dispositivos médicos.

De acordo com Constantin et.al em um estudo realizado com pacientes adultos em UTI adulto a incidência de LP pode chegar a 20,6%.

Iniciou-se em setembro de 2020 a análise qualitativa da incidência de LP em pacientes internados na UTI adulto. Utilizando-se um formulário estruturado, onde o Serviço de Estomaterapia avalia todos os pacientes que adquiriram LP no período mensal. Após análise desses dados, observou-se que desde junho de 2020 a prevalência de LP adquirida na UTI tem se mantido elevada, caracterizando assim uma oportunidade de melhoria.

O objetivo desse projeto é a redução da incidência de LP na UTI adulto sabendo-se que a instituição conta com recursos humanos, financeiros e estratégias de cuidado bem definidas, sendo possível alcançar o resultado de melhoria com base em um Bundle de prevenção de LP.

Método

O indicador de incidência de LP mensurado em agosto de 2020 era de 34,3% levando á discussões multiprofissionais em busca da melhoria desse indicador.

Inicialmente foi realizada uma revisão do protocolo de prevenção de LP com foco individualizado.

Após essa revisão foi realizada uma sensibilização da equipe multiprofissional com relação às medidas preventivas de LP.

Para investigar o impacto das intervenções realizadas foi utilizada a ferramenta conhecida com PDSA.

Para verificar a completude e acurácia dos dados, assim como confirmar os resultados obtidos com as ações, foram realizadas auditorias de prontuário eletrônico à beira leito.

Para medir os resultados foi utilizado o indicador de incidência de LP e foram criados mais três indicadores com o intuito de monitorar os processos relacionados às medidas de prevenção: adesão às melhores práticas, adesão ao bundle de prevenção de LP indicação de dieta enteral específica para paciente com risco de LP ou LP já instalada, intersecção entre a matriz Escore Perme de Mobilidade em UTI e a Escala de Braden.

Foram realizadas reuniões semanais para avaliar a qualidade das ações implementadas e corrigir os desvios.

Resultados

Foi utilizado o diagrama direcionador cujos direcionadores primários foram: cuidados baseados nas melhores evidências, padronização do processo, equipe engajada e integração paciente- cuidador-equipe multiprofissional. (Figura 1)

Para mensuração da evolução do projeto foi utilizado o gráfico de linhas com as variáveis tempo e evolução do projeto. (Figura 2)

O maior desafio do projeto foi o manter o engajamento da equipe diante de um cenário complexo, tendo em vista o melhor custo-efetividade para a instituição.

No mês de maio de 2022 - após 9 meses de projeto - o indicador de incidência de LP era de 5,3%, evidenciando uma redução no indicador de 85%.

Conclusão

Observou-se que com o apoio da equipe multiprofissional, a utilização adequada dos insumos e feedback contínuo foi possível reduzir a incidência de LP.

Diante do resultado positivo deste projeto conjecturamos que as intervenções realizadas podem ser transpostas a outros cenários hospitalares como unidades de internação e centro cirúrgico.

VIVÊNCIAS DE DOCENTES DE ENFERMAGEM SOBRE O ENSINO DA ESTOMATERAPIA EM TEMPOS DE PANDEMIA DE COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

CAROLINA CABRAL PEREIRA DA COSTA — 2022-12-14

Introdução: A pandemia de COVID-19 gerou repercussões multidimensionais, observando-se impactos que se refletiram nas esferas social, econômica, política e cultural¹. Essas repercussões também impactaram no ensino, especialmente no desenvolvimento do curso de especialização em estomaterapia, quando houve a necessidade de repensar o meio de oferta do curso, o qual sempre ocorreu na modalidade de ensino presencial. Assim, implementou-se o ensino remoto emergencial em meados do ano 2020 para as aulas teóricas e, posteriormente, retomaram-se os estágios no início do ano de 2021, caracterizando-se, desta forma, o ensino híbrido. Destarte, as atividades vinculadas aos cursos de especialização bem como aquelas relacionadas aos projetos de extensão, ligas acadêmicas e iniciações científicas, basearam-se nesse modelo didático, mediado pelo uso das tecnologias, para fins educacionais².

Objetivo: Relatar a experiência de docentes de enfermagem para desenvolver o processo ensino aprendizagem ligado à estomaterapia em tempos de pandemia de COVID-19.

Método: Estudo caracterizado como relato de experiência, cuja vivência ocorreu entre julho de 2020 a julho de 2021, envolvendo docentes de uma faculdade pública fluminense.

Resultados: A pandemia de COVID-19 ressignificou o trabalho docente, uma vez que foi preciso se reinventar e descobrir novas formas de ensinar³. No âmbito da graduação, os diferentes projetos de extensão, ligas acadêmicas e atividades de pesquisa, buscaram manter suas atividades através da realização de lives, eventos online, postagens em redes sociais, no sentido de socializar e abordar os conteúdos relacionados a área da estomaterapia. No contexto da pós-graduação em Estomaterapia não foi diferente, já que, com a utilização do ensino remoto emergencial, iniciou-se as descobertas de diferentes estratégias, a fim de que o discente mantivesse seu interesse em um curso que é estruturalmente presencial, considerando-se o ensino teórico-prático e prático. Com as aulas remotas, os docentes estomaterapeutas do curso buscaram introduzir metodologias ativas, mesmo de forma online, o que se constituiu em grande desafio para o coletivo. Além disso, por não ser possível inicialmente a realização de atividades práticas, muitos docentes, mostravam, pelas câmeras, os materiais e equipamentos, a fim de ilustrar o conteúdo e aproximar o estudante da realidade. As dificuldades nestes processos foram inúmeras, pois muitos docentes não tinham, a princípio, aproximação com as tecnologias digitais da comunicação (TIC). Por sua vez, os discentes também não estavam acostumados com esta modalidade de ensino. No entanto, a vontade de manter a oferta do curso e garantir a qualidade do ensino, resultou em que os docentes e discentes envidassem esforços cognitivo e psicoafetivo para a efetividade do processo ensino aprendizagem. Ademais, após o retorno dos estágios no ano de 2021, permitiu fortalecer e consolidar o ensino desenvolvido de forma remota.

Conclusão: É notório que a pandemia de COVID-19 trouxe desafios e dificuldades para o ensino, porém também permitiu inserir outras modalidades de ensino que podem contribuir para fortalecer a formação e qualificação na enfermagem. A experiência do ensino remoto emergencial e, posteriormente híbrido, trouxe conhecimento e união do coletivo acadêmico em prol do ensino de qualidade, que podem ser utilizados em tempos de não pandemia, desde que com a devida avaliação e critérios.

A ESTOMATERAPIA E A ENFERMAGEM FRENTE À PACIENTES OSTOMIZADOS: REVISÃO INTEGRATIVA

KAROLINA VIANA DA SILVA — 2022-12-14

A estomia que também é conhecida como ostoma ou estoma, consiste em termo que é vinculado a ideia de formação de uma “boca” ou abertura do seguimento intestinal através da pele para a formação de comunicação do meio interno com o meio externo para saída de efluentes. Dentro desse contexto temos a Estomaterapia como ferramenta de trabalho e tecnologia utilizada no que tange a assistência de enfermagem e se trata de uma especialidade exclusiva do profissional enfermeiro que visa o cuidado a pessoas portadoras de condições crônicas e suas lesões, dentre elas, a ostomia. O cuidado prestado pelo profissional enfermeiro mediante a situação de ostomia, vai desde o momento de sua indicação até o pós- operatório imediato e tardio ou fase ambulatorial visando a autonomia e reabilitação do paciente, diante disso o presente estudo busca uma revisão integrativa da literatura com obejtivo de abordar a estomaterapia e a enfermagem perante pacientes ostomizados.

Metodologia: Revisão integrativa da literatura mediante busca nas bases de dados Medical Literature Analysisand Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF).

Resultados: Foram encontrados artigos que se agruparam em 3 grandes áreas: Educação em saúde, teorias de enfermagem e Uso de bolsa coletora. Conclusão: a estomaterapia e a enfermagem são essenciais no cuidado e processo de adaptação do indivíduo ostomizado.

AVALIAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS RELACIONADO AO CÂNCER COLORRETAL

EDIMARIA CARVALHO — 2022-12-14

Introdução: Estomias são realizadas por meio de intervenções cirúrgicas com o propósito de exteriorizar um órgão interno para o meio externo, originando um orifício, que possui como função auxiliar na digestão de alimentos, respiração, saída de fezes e urina, entre outros; O indivíduo estomizado necessita de cuidados específicos que supram suas necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. O estoma promove uma alteração clínica que afeta a qualidade de vida dos indivíduos de forma ampla. Objetivo: Avaliar as pessoas com estomia de eliminação intestinal cadastradas no serviço público. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa para avaliação de pessoas com estomias relacionado ao câncer. Resultados: Os resultados mostraram que a maioria dos pacientes eram do sexo feminino (51,0%), residiam em regiões interioranas do estado do Piauí (54,0%), com idade média de 65 anos, aposentados (67,0%) e com baixa escolaridade (44,0%). As estomias eram decorrentes de neoplasias malignas do reto (62,0%) e do cólon (21,0%), apresentaram como principal comorbidade a hipertensão arterial (43%), com predominância de colostomias (80,0%) definitivas (62,0%) e de pacientes que não realizaram a demarcação do estoma no pré-operatório (98,0%). Na avaliação a maioria dos estomas são protuso-saliente (60,0%), de formato oval (77,0%), regular(65,7%), coloração vermelho vivo (98,0%), com tamanho médio de 35mm, com ausencia de complicações (58,0%) e pele periestomal integra (52,0%). Houve predominância do uso do equipamento coletor de uma peça plana, drenável, opaco e placa recortável (90,0%). A maioria dos pacientes relataram boa adaptação (59,0%). Conclusão: As pessoas com estomia atendidas no serviço de referência em Teresina, no estado do Piauí, Brasil, é em sua maioria do sexo feminino, de baixa escolaridade, aposentados (a), procedente dos demais municípios do Piauí, na faixa etária de 61 a 80 anos, com cobertura do SUS, que realizaram a cirurgia no serviço de referência em oncologia. A doença de base da cirurgia geradora da estomia foram neoplasias de reto e colón, resultando em colostomias e ileostomias definitivas e sem demarcação prévia do local do estoma. Sendo que a maior parte dos indivíduos apresentaram uma ou mais comorbidades associadas, e as principais foram hipertensão arterial e diabetes. A avaliação dos resultados obtidos aponta para a necessidade de aperfeiçoar procedimentos e rotinas e a necessidades de enfermeiros capacitados em hospitais e ambulatórios para evitar complicações e orientar sobre os cuidados com a estomia.

COBERTURAS UTILIZADAS NAS COMPLICAÇÕES DE GASTROSTOMIAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE REFERÊNCIA NO CEARÁ.

DEIDIANE RODRIGUES DE SOUSA CRUZ — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A gastrostomia, é um procedimento cirúrgico que é inserido um tubo na parede abdominal até o estômago, é indicada para crianças impossibilitadas de receber oralmente o aporte calórico adequado por longo prazo, as principais indicações para a realização da GTT em Pediatria, são problemas de saúde neurológicos, que comprometem a deglutição e a capacidade de se alimentar via oral. (MELLO; MANSUR, 2012). Sendo assim, o cuidado a crianças com gastrostomia é realizado pela equipe multidisciplinar, cabendo ao enfermeiro planejar, gerenciar e organizar ações educativas que envolvam a família ou cuidadores, participando de treinamentos durante o período de internação hospitalar (NÓBREGA et al., 2019). A troca do tubo de gastrostomia é de responsabilidade do enfermeiro, desde que esse profissional tenha habilitação com treinamento e segurança para realização do procedimento, a fim de garantir uma assistência segura. (SOUZA et al., 2021).

OBJETIVO: Relatar as coberturas utilizadas nas complicações de gastrostomias em hospital pediátrico de referência no Ceará. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa. Realizado em um hospital terciário de referência pediátrica em Fortaleza-Ceará. Os dados foram extraídos de 348 planilhas do serviço especializado de enfermagem em feridas, estomias e incontinências (SEEFI) alimentadas diariamente por profissionais do setor no período de novembro de 2020 a novembro de 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer 5.077.873, em conformidade com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS: O estudo mostrou que as dermatites relacionadas a vazamento de dietas e sulco gástrico (45 -60,1%), e o granuloma (19 -25,3%) foram as complicações registradas com maior frequência. No ambulatório de estomaterapia os profissionais recomendam o Spray barreira (29 -39,2%), seguido da hidrocolóide em pó com (12-16,2%), NACL 20% com (15 - 20,3%). Segundo Rodrigues et al, (2018) é recomendado para o granuloma uso de compressa salina 3 a 4 vezes ao dia, ou pomada a base de corticosteróides. A presença do meio úmido favorece o crescimento do tecido de granulação, o local deve ser limpo e seco, e manter o tubo em 90º. Em alguns casos, era recomendado a associação do spray barreira com hidrocolóide em pó. Já nas unidades de internações houve predomínio do spray barreira (29 -29,4%). Observou-se que muitos tratamentos foram instituídos, mas a terapêutica mais comum foi o uso de Corticoide tópico (21 -28,8%), seguido do uso do hidrocolóide em pó (18 -24,7%) e do spray barreira (12 - 16,4%).O uso da conduta terapêutica depende do tipo de complicações, o estomaterapeuta deve ser cauteloso na escolha do produto e ter embasamento científico, os produtos precisam ser padronizados e está incluído no protocolo de cada instituição hospitalar (MELO; FERNANDES, 2011). Conclusão: Concluiu-se que o serviço de estomaterapia, através da realização do parecer/interconsulta e do atendimento no ambulatório, pode identificar as coberturas mais utilizadas a fim de estudar sua eficácia e padronizar o cuidado com as complicações.

COMPLICAÇÕES EM PACIENTES SUBMETIDOS A ESTOMAS INTESTINAIS: ESTUDO DE REVISÃO

PATRICIA BRITTO RIBEIRO DE JESUS — 2022-12-14

Trata-se de estudo oriundo de um trabalho de conclusão de curso do Curso de Graduação em Enfermagem. A motivação para a realização desse estudo se refere a necessidade de compartilhar conhecimentos sobre condutas adequadas no sentido de reduzir o sofrimento do paciente estomizado para que menos complicações possíveis possam surgir e alcance uma recuperação mais tranquila e satisfatória1. Além de demonstrar como o enfermeiro pode auxiliar no gerenciamento das possíveis complicações que possam surgir, pois essas complicações locais podem ocorrer tanto no pós-operatório imediato, de forma precoce ou tardia.

Justifica-se a realização dessa revisão uma vez que, de acordo com a Associação Brasileira de Ostomizados2, em dados mais atuais levantados, que o índice de pessoas portadoras de estomas no Brasil alcança o número de 33.864, não incluindo dados referentes a alguns Estados. No entanto, este número pode ser maior considerando a subnotificações falta de cadastros nas associações estaduais3. Assim, cabe investigar as complicações dos pacientes submetidos a estomas intestinais.

Portanto, o objetivo foi identificar na literatura vigente quais são as principais complicações dos pacientes submetidos a estomas intestinais tanto temporários como permanentes. Utilizou-se a revisão integrativa da literatura. Os dados foram coletados nas bases de dados: LILACS; BDENF e MEDLINE, os descritores foram Estomas Cirúrgicos, Complicações e Enfermagem. A associação foi realizada utilizando o operador booleano AND. Inicialmente foi realizada a associação dos descritores em dupla, permitindo a identificação de 4.462 produções.

Posteriormente, aplicando os critérios de inclusão foram selecionados 108 estudos potencialmente elegíveis para a nossa análise. Ao fazer a leitura dos resumos foi possível excluir 97 publicações, sendo selecionados 11 estudos que passaram pela fase de análise e síntese.

Após a fase de análise e síntese, foram definidas 03 categorias a saber: principais complicações em pacientes com estomas intestinais pré, trans e pós-operatório; assistência da Enfermagem em paciente com estoma intestinal e perfil epidemiológico e percepção dos pacientes estomizados. Na primeira categoria, destaca-se como complicações importantes: necrose e edema do estoma, hemorragia ou sangramento. Bem como entre o primeiro e o sétimo dia pós-cirúrgico podem ocorrer as complicações precoces, como retração do estoma e separação cutaneomucosa. Na segunda categoria, reforça-se necessidade de a equipe de enfermagem ter conhecimento em relação ao cuidado de clientes submetidos a estomas intestinais, reforçando o quanto o cuidado humanizado é fundamental4. Já na terceira, elenca- se sobre a carência de informações acerca da temática dos pacientes estomizados o que contribui para ampliar a dificuldade em estimar o quantitativo desta população, bem como caracterizar seus aspectos relevantes para o cenário nacional, o que dificulta a criação de um banco de dados epidemiológico que seja eficiente e auxilie em ações específicas para estes usuários3.

Conclui-se que a assistência de enfermagem aos pacientes com estoma tem um papel essencial que implica sobretudo em levar ao paciente a uma melhor qualidade de vida. Os resultados apresentados neste estudo possibilitam levar aos profissionais de saúde um estudo breve para que a assistência aos estomizados seja bastante efetiva, além do fomento para a realização de novas pesquisas neste assunto.

CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE IRRIGAÇÃO TERAPÊUTICA DE COLOSTOMIA

LUANA SOUZA FREITAS — 2022-12-14

A irrigação de colostomia é um procedimento pouco conhecido e realizado devido à escassez de informações sobre a técnica e de profissionais habilitados para desenvolvê-la, entretanto já é demonstrado na literatura os grandes benefícios que tal método oferece à vida da pessoa com estomia. Por isso, acredita-se que a educação em saúde e aprendizagem da técnica ainda na graduação em Enfermagem poderá contribuir com a difusão e execução da irrigação por vários profissionais e em diferentes lugares, por isso a simulação na academia possibilita o discente aprender o método de maneira interativa e sem colocar em risco a pessoa com estomia. Para verificar se a aprendizagem foi significativa faz-se necessário um instrumento que identifique o conhecimento antes e após o procedimento de irrigação, por isso o objetivo dessa pesquisa foi construir um instrumento de identificação do conhecimento sobre irrigação de colostomia, baseado em uma revisão integrativa e de aspectos contidos no livro de Santos e Cesaretti (2015). Trata-se estudo metodológico baseado no livro referência na área (Santos e Cesaretti 2015) e em uma revisão integrativa esta foi desenvolvida nos meses de janeiro a março de 2019, utilizando o cruzamento: ostomia AND irrigação terapêutica para as bases nacionais e ostomy AND “therapeutic irrigation” para bases internacionais. As bases pesquisadas foram Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Web Of Science, SciVerse Scopus e Biblioteca Virtual em Enfermagem. Foram incluídos artigos disponíveis em texto completo e que atendessem ao objetivo da pesquisa.

Excluiu-se trabalhos no formato de editorial, cartas ao editor, revisões, capítulos de livros. Resultados: Após a análise dos achados, o instrumento contém por 10 questões com quatro afirmativas sendo correta apenas uma, e elas versam sobre o conceito de estomia intestinal (1 questão), conceito de irrigação intestinal (1 questão), tipo de estomia intestinal indicada para irrigação (1 questão), contraindicação da técnica (1 questão), aspectos técnicos do procedimento (4 questões), orientações (1 questão) e desvantagem do método (1 questão). A partir da revisão de literatura e mapeamento dos aspectos contidos em Santos e Cesaretti foi possível construir o instrumento de identificação do conhecimento de estudantes de enfermagem para analisar o entendimento da técnica antes e após a intervenção educativa de simulação.

ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE UMA PESSOA COM COLOSTOMIA TEMPORÁRIA: RELATO DE CASO

REGINA RIBEIRO CUNHA — 2022-12-14

Introdução: A estomia é uma intervenção cirúrgica caracterizada por uma exteriorização de víscera oca, com o objetivo de eliminar efluentes, podendo ser de caráter temporário ou permanente. A estomia provoca alterações consideráveis no estilo de vida, alimentação, e estado nutricional. Após a cirurgia os pacientes podem diminuir ou excluir alimentos essenciais, o que pode impactar diretamente o estado nutricional e ocasionar quadro de desnutrição e outras complicações. Objetivo: Relatar o estado nutricional e o consumo alimentar de um indivíduo com bolsa de colostomia temporária. Método: As informações apresentadas neste trabalho foram obtidas do projeto de extensão “Perfil clínico nutricional de pessoas com estomia no contexto amazônico”, realizado em uma unidade de referência especializada (URES) em Belém-PA, sendo aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa, com parecer N° 3.761.150. O estudo foi realizado com a aplicação de um questionário estruturado contendo aspectos sociodemográficos, estilo de vida, dados clínicos, avaliação de parâmetros bioquímicos, avaliação antropométrica com peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC) classificado de acordo com a Organização Mundial da Saúde, circunferência do braço (CB), e prega cutânea tricipital (PCT). Além disso, o consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatório 24h, considerando o tamanho e o volume da porção ingerida, as formas de preparo e suplementos. Após o diagnóstico nutricional, o paciente recebeu material educativo e orientações, destacando a importância de uma alimentação saudável para diminuir os desconfortos gastrointestinais resultantes da estomia. Resultados: Indivíduo casado, com ensino fundamental completo, o qual teve etiologia da bolsa de colostomia de caráter temporário após remoção de um tumor maligno. Além disso, não possuía condições crônicas, não tinha hábitos de etilismo e tabagismo, no entanto, era sedentário. Foi possível identificar por meio dos parâmetros antropométricos que possuía peso (73,6 Kg) e altura (1,75m), IMC (24,05 kg/m2), considerado eutrofia. Além disso, Circunferência da Cintura (94cm) demonstrando possuía risco cardiovascular moderado OMS (1998), CB% (88,96) indicando desnutrição leve da soma das áreas constituídas de tecido adiposo, ósseo e muscular e PCT% (86,08) demonstrando desnutrição leve da reserva de tecido adiposo. Além dos exames bioquímicos: Hemácias (4,12mm³); Hematócrito (36,5%); Hemoglobina (11,6 g/dl) abaixo dos valores de referência, e RDW (19,4) com valores elevados, os quais sinalizam uma anemia ferropriva. Em relação ao consumo alimentar, foi observado por meio do recordatório 24h o excesso do consumo de carboidratos refinados como a farinha, arroz e macarrão, em detrimento, há uma baixa ingestão de proteínas, fibras, e alimentos fonte de ferro em geral.

Conclusão: O paciente está com estado nutricional eutrófico com risco nutricional, além de apresentar deficiência nutricional de ferro com quadro de anemia. Ademais, observou-se o consumo alimentar inadequado com o consumo excessivo de carboidratos e a baixa ingestão de proteínas. Nesse sentido, o acompanhamento nutricional é fundamental para evitar complicações e deficiências nutricionais, atuando na manutenção e recuperação do estado nutricional no pré e pós-operatório de reconstrução intestinal.

IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO AMBULATORIAL AO ESTOMIZADO NUM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE DO ESTADO DO MARANHÃO

JORGE DIEGO DE ARAUJO DE JESUS — 2022-12-14

Introdução: O Sistema Único de Saúde – SUS destaca a importância de se realizar uma boa gestão ambulatorial, a partir da padronização ,aprimoramento e ampliação dos serviços e estratégias de atendimento como forma de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário desse sistema.Nessa perspectiva, considerando o perfil e necessidades dos usuários estomizados, há o entendimento de que os serviços prestados a esses usuários devem dispor de recursos humanos, didáticos e físicos que possibilitem: atendimento individual (consulta estomaterapeuta, consulta médica...) em grupo (orientação, grupo operativo, atividades educativas em saúde e de vida diária) e orientação à família. Objetivo: Relatar implantação do serviço ambulatorial ao paciente estomizado no Hospital de Referencia estadual de Alta Complexidade Dr. Carlos macieira. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por um grupo de colaboradores da rede estadual de saúde, através da implantação em 17 de março de 2022, no Hospital de Referência em Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira, em São Luís- MA o serviço ambulatorial ao paciente estomizado, muitas vezes desprovido de uma assistência adequada para manejo do seu estoma e apoio na sua reabilitação social. Resultados: o Serviço ambulatorial ao paciente estomizado partiu da necessidade de melhorar assistência ao paciente estomizado, deste modo o ambulatório atende pacientes externos e internos, de todas as idades, ofertando os serviços de estomaterapia (prescrição e dispensarão de dispositivo coletor e adjuvante, intervenção nas principais intercorrencias, orientação e reabilitação do paciente), coloproctologia e urologia.

Conclusão: Conclui-se que o ambulatório contribui para uma assistência ampliada ao individuo ostomizado, seja no ambiente hospitalar e ambulatorial, minimizando o retorno do paciente para suas atividades da vida diária.

MAPEAMENTO CIENTÍFICO SOBRE ESTIGMA EM PESSOAS COM ESTOMAS INTESTINAIS: SUBISÍDIOS À ENFERMAGEM

ISABELLA FÉLIX MEIRA ARAÚJO — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Indivíduos submetidos a confecção de um estoma intestinal passam por mudanças de difícil adaptação, no qual ocorre alteração nos padrões de eliminação intestinal, dos hábitos alimentares, uso do equipamento coletor, alteração e rompimento da imagem corporal, transformações no modo que expressa sua sexualidade, além do processo de reconhecimento da deficiência física. Por isso, esse processo adaptativo da pessoa com estoma intestinal pode vir a ser arraigado pelos sentimentos de tristeza, vergonha e de não reconhecimento do próprio corpo, reforçados por fatores sociais de padrões estéticos idealizados culturalmente e estigmatizantes, podendo gerar o isolamento social e de mutilação corporal. Por isso, o profissional enfermeiro, que presta o cuidado diretamente a esse paciente tem papel significativo em assistir e amparar esse indivíduo de modo que este venha adaptar- se a nova condição, favorecendo o retorno das suas atividades sociais, e consequente melhoria da sua qualidade de vida. OBJETIVO: Mapear evidências científicas sobre o processo de estigmatização de pessoas com estomas intestinais. MÉTODO: Revisão de literatura realizada em junho de 2022, a partir do Portal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de janeiro de 2022, utilizando as bases de dados SciELO; Scopus; Web of Science; MEDLINE e LILACS, respectivamente, empregando os descritores MeSH: Estomia; Estomas cirúrgicos; Colostomia; Ileostomia; Estigma Social; Discriminação Social, interligados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Com a combinação dos descritores identificou um universo de 74 produções, e nenhuma publicação na SciELO, 45 na SCOPUS, 16 na Web of Science, 11 na base de dados MEDLINE, e outras 2 na LILACS. RESULTADOS: Após a leitura integral dos textos, foram escolhidos seis artigos (amostra final) da investigação a fim de levantar o estado da arte do conhecimento científico produzido sobre o tema nas bases de dados, tornando evidente: há manifestações e impactos da estigmatização às pessoas com estomas intestinais, com destaque para: negação, autoculpa, vergonha internalizada, rejeição social e insegurança financeira. O fenômeno do estigma apresenta variações na intensidade e reação das pessoas em vivência de estomas intestinais, demonstrando-se complexo, dinâmico, envolvendo as características sociodemográficas: faixa etária, gênero e o tempo de permanência de estoma. Quanto à assistência de enfermagem, os estudos assumem a inexistência de intervenções sistematizadas de enfermagem relacionadas a problemática de estigmatização desses indivíduos, defendem que a gestão do cuidado, relacionada ao trabalho e à reinserção social saudável do paciente com estoma, deve ser objeto do plano de cuidados em enfermagem.

Além disso, enfermeiros(as) carecem de determinar os Diagnósticos de Enfermagem, subsidiando os resultados e intervenções de enfermagem no plano de cuidados, com enfoque nos problemas reais/potenciais da estigmatização, e ofertar aos grupos em estigmatização, atitudes saudáveis no processo de reabilitação, com o foco na superação das dificuldades e impactos psicossociais do estigma. CONCLUSÃO: Há estigmatização na vivência da pessoa com estoma intestinal, por isso a assistência de enfermagem à pessoa com estoma intestinal deve integrar o Processo de Enfermagem na identificação/reconhecimento do estigma e no suporte à resolução desse problema, a partir das evidências científicas.

MAPEAMENTO DE CONTEÚDO SOBRE CUIDADOS COM ESTOMIAS INTESTINAIS PARA SERIOUS GAME

ISABELLE PEREIRA DA SILVA — 2022-12-14

ntrodução: o Serious Game ou “jogo sério” se insere como recurso que busca promover a educação por meio da gamificação para diversificar a forma de ensino prático e teórico, estimulando o raciocínio clínico por meio de recursos interativos.(1-2) O serious game pode ser utilizado em diversas áreas, sobretudo na estomaterapia, na qual o enfermeiro é o principal profissional que acompanha a população com estomias desde o pré-operatório até o processo de reabilitação, o que torna necessário qualificar e fortalecer a educação desses profissionais, bem como de estudantes de enfermagem.(3) Objetivo: mapear o conteúdo sobre estomias intestinais para o desenvolvimento de um serious game para estudantes e profissionais de enfermagem. Método: mapeou-se o conteúdo por meio de uma revisão de escopo realizada no período de agosto a setembro de 2020 nas fontes de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online; Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature; Scopus; Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; Base de dados em Enfermagem; Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud; Web of Science e Scientific Electronic Library Online. E na literatura Cinzenta: Biblioteca Digital Brasileira de teses e dissertações; Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal; Theses Canada; DART- Europe E-Theses Portal e National ETD Portal. Utilizou-se a estratégia de busca: (Ostomy OR Colostomy OR Ileostomy OR stoma) AND (Self care OR Self-management) AND (Adaptation OR Adjustment). Foram incluídos estudos que abordavam os cuidados de enfermagem à pessoa com estomia intestinal realizados pelo enfermeiro. Após o levantamento, os resultados foram organizados de forma descritiva por temática para embasar os eixos que irão compor as telas do serious game, que se encontra em desenvolvimento. Resultados: selecionou-se 83 estudos a partir de 31.737 encontrados no total nas fontes de dados. O conteúdo encontrado abordou cuidados com o estoma e pele periestomal, que apresentam como deve ser a limpeza, esvaziamento, recorte do equipamento coletor e cuidados gerais com a manutenção da pele periestomal íntegra; uso de produtos para as estomias, que apresenta os equipamentos coletores, pastas, pós, sprays e demais produtos disponíveis para cuidados com a estomia e pele periestomal; complicações, que tratam dos cuidados realizados pelo enfermeiro nos casos de complicações estomais e periestomais (dermatite, prolapso, hérnia, retração, etc); nutrição, com a descrição de orientações sobre alimentos e seus efeitos comuns relacionados os excrementos, como constipação e diarreia; atividades físicas para orientações sobre atividades recomendadas; e, sexualidade e imagem corporal, que mostra as principais orientações e condutas do enfermeiro diante da comunicação aberta sobre a temática.

Conclusão: o conteúdo mapeado abordou diversas temáticas sobre os cuidados com a estomia, incluindo aspectos de higienização, manuseio do equipamento coletor, complicações, nutrição, atividades físicas e sexualidade. Destaca-se que o serious game proposto ainda está em desenvolvimento e futuramente será disponibilizado para contribuir com o processo de ensino-aprendizagem de estudantes e profissionais de enfermagem. Os resultados deste estudo podem embasar outras tecnologias e novos estudos na área.

ORIENTAÇÕES FORNECIDAS AOS PACIENTES NO PERIODO PERIOPERATÓRIO SOBRE ESTOMIAS INTESTINAIS: REVISÃO DE ESCOPO

SILVIA KALYMA PAIVA LUCENA — 2022-12-14

Introdução: A confecção de uma estomia ocasiona diversas repercussões na qualidade de vida das pessoas que necessitam passar por um processo adaptativo frente a nova condição.¹ O enfermeiro é um educador em saúde, e é importante que ele forneça orientações para evitar possíveis complicações nessa população2. Quando essas informações não são passadas ou realizadas de forma inadequada, o processo adaptativo é mais demorado, repercutindo na qualidade de vida dessas pessoas3. Objetivo: identificar as orientações fornecidas aos pacientes no momento do pré-operatorio e pós- operatório de uma cirurgia para confecção de uma estomia intestinal. Método: revisão de escopo realizada entre os meses de abril e maio de 2022. A revisão foi realizada em fontes de dados, bibliotecas e repositórios, a partir das recomendações da Joanna Briggs Institute4. Selecionou-se os descritores com base no mnemônico PCC no vocabulário indexado do Medical Subject Headings e Descritores em Ciências da Saúde. A busca foi realizada nas bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature , SCOPUS, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde Base de dados em Enfermagem, Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud, Web of Science. Na literatura cinzenta no Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal e Portal de teses eletrônicas DART-Europe. Resultados: foram selecionados inicialmente 97 estudos, que apóa a leitura na íntegra resultaram na amostra final de 9 estudos, sendo oito artigos e uma dissertação. Em relação as orientações que apareceram com maior frequência estão a troca da bolsa coletora e manutenção (55,55%), em seguida cuidados com estoma/ higienização do estoma e pele periestomal (44,44%), e demarcação do estoma (33,3%), e com a mesma frequência apareceu complicações/ complicações tardias e tratamento com adjuvantes (22,22%), informações procedimento cirúrgico (realização e necessidade) (22,22%), uso de acessórios(22,22%), sexualidade(22,22%), alimentação (22,22%), e direitos e deveres (22,22%). Conclusão: As orientações são fundamentais para que a pessoa com estomia compreenda o processo que irá enfrentar e os cuidados que serão desenvolvidos frente a sua nova realidade. A ausência de orientação adequada dificultará o processo adaptativo da pessoa com estomia, podendo acarretando traumas e dificuldades de aceitação.

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE DERMATOLÓGICA EM PESSOAS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO

LUIS RAFAEL LEITE SAMPAIO — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O termo stoma se trata de uma palavra de origem grega que significa boca ou abertura, utilizada para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca do corpo, por causas distintas, ocasionando desvio do trânsito normal (1). O orifício construído por meio de técnicas cirúrgicas específicas, pode ter caráter temporário ou definitivo, e isso dependerá das características e extensão da doença que gerou sua confecção (2). Nos últimos anos, o número de pessoas com algum tipo de estomia vem crescendo de maneira contínua. Algumas estimativas já demonstram a realização de aproximadamente 120 mil cirurgias de construção de estomias, anualmente, na América (3). OBJETIVO: Objetivou-se construir e validar um protocolo clínico direcionado à avaliação de sensibilidade dermatológica ocasionada por dispositivos coletores e adjuvantes utilizados por pessoas com estomias. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa metodológica para construção e validação de uma tecnologia assistencial de avaliação dermatológica em pacientes com estomias de eliminação (número de parecer do comitê de ética: 3.753.247). A construção do protocolo percorreu as etapas: diagnóstico situacional teórico, levantamento do referencial teórico e desenvolvimento do protocolo. Para validação, foram recrutados 21 juízes, enfermeiros, com experiência na área de Estomaterapia, cujo instrumento para validação do conteúdo avaliou objetivos, estrutura e relevância da tecnologia, sendo disponibilizado via e-mail por formulário eletrônico na plataforma Google Forms. Para análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva e o cálculo de Índice de Validação de Conteúdo. Obteve-se escore global de concordância entre os juízes de 0,92. RESULTADOS: Processo de construção do protocolo: O Protocolo de avaliação de sensibilidade dermatológica em pacientes com estomias de eliminação foi construído em três etapas (anamnese, exame físico e acompanhamento). Processo de validação do protocolo elaborado: Participaram do estudo 21 juízes enfermeiros, com experiência na área de Estomaterapia. Mediante a representação do protocolo analisado pelos juízes com especialidade na área, percorreram-se três dimensões principais, conforme referido no método do estudo. A primeira delas, que diz respeito ao objetivo da tecnologia construída, é dividida em seis categorias de análise, os enfermeiros precisavam compreender os propósitos, metas e finalidades que se desejavam atingir com a utilização desse instrumento no campo assistencial. Por sua vez, o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), nesse primeiro quesito esteve entre 0,81 e 1. No tocante à segunda dimensão, estrutura, os itens abordaram desde a objetividade das mensagens até o estilo do constructo, buscando extrair dos avaliadores a percepção de versatilidade e usabilidade do material em um possível cenário prático assistencial; com isso os valores de IVC ficaram na faixa intervalar de 0,85 a 0,95. Para a última dimensão, denominada relevância, o juiz precisava compreender a significância do instrumento quanto a realidade e implicação dele na vida de um dado paciente, além de avaliá- lo quanto a possibilidade de utilização como ferramenta de ensino-aprendizagem profissional e acadêmica. Para esse bloco, o valor de IVC girou em torno de 0,85 e 0,95. CONCLUSÃO: Conclui-se que o protocolo criado possui fundamentação e validação prática, versatilidade de aplicação, viabilizando um processo assistencial mais congruente com a realidade do paciente com estomia.

USO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE IRRIGAÇÃO DE COLOSTOMIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

SILVIA KALYMA PAIVA LUCENA — 2022-12-14

Introdução: A simulação, é uma das alternativa que proporciona a realização da prática do cuidado em enfermagem ainda dentro dos centros educacionais. Constitui-se uma atividade prática onde os alunos têm a oportunidade de realizar as ações semelhantes às que terão que desenvolver no cuidado com um paciente real1, sem a preocupação de causar danos a terceiros2 .Objetivo: Relatar experiência vivenciada em aula com simulação clinica sobre irrigação de colostomia. Método: Trata-se de um relato de experiência vivenciado em aula com simulação clinica sobre irrigação de colostomia, com alunos da graduação em enfermagem, no ano de 2020. Disponibilizou-se através de um sistema virtual da própria universidade materiais sobre a irrigação de colostomia para leitura prévia. Para a execução do cenário foi necessário o auxílio de três pessoas: duas colaboradoras que faziam parte do grupo de pesquisa da pesquisadora, onde a mesma agiu como facilitadora da simulação. Resultado: Um dos voluntários aceitou participar da simulação; após o aceite, a pesquisadora leu a “descrição do caso para estudante” para os participantes, enquanto um colaborador lia o “caso” para a turma. Uma colaboradora fez o papel da paciente e utilizou um simulador de barriga apropriada para a irrigação de colostomia. Estavam disponíveis para o aluno o kit de irrigação, além dos demais materiais necessários para o desenvolvimento do procedimento. Foi orientado aos participantes que não interferissem na cena e que utilizassem o checklist da simulação para marcar as ações realizadas ou não pelo colega, uma vez que essas informações seriam úteis no momento do debriefing. O tempo do cenário foi de 20 minutos. No debriefing inicialmente os participantes falaram sobre sua experiência, e sentimento, onde os espectadores ressaltaram os pontos positivos do aluno que participou do cenário; momento no qual foi realizada a análise do desenvolvimento do cenário, e corrigindo-o, momento em que foram respondidas as questões do grupo, com justificativas pautadas no referencial teórico. O tempo do debriefing foi de 30 minutos. A experiência em participar dessa aula foi de grande importância para a minha vida profissional tanto em relação a assistência quanto cientifica. Conclusão: Por fim, conseguiu-se identificar que a simulação clinica é uma importante estratégia para aquisição do conhecimento, de relevância para a enfermagem, uma vez que proporciona ao estudante treinar técnicas e habilidades antes de ter contato com o paciente de verdade.

ADAPTAÇÃO E AUTOCUIDADO DE PESSOAS QUE CONVIVEM COM O DIABETES MELLITUS TIPO 2

SAMARA TATIA FERREIRA MENEZES LOPES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) é um estado crônico de hiperglicemia, sendo o tipo 2 o mais prevalente, e que traz diversas complicações. Hoje, o DM desperta preocupação à nível mundial especialmente quando essas pessoas não realizam o autocuidado e não aderem as mudanças necessários para evitar as complicações. Diante disso, diversas estratégias de cuidados estão sendo realizadas por enfermeiros. OBJETIVO: Nesse contexto, o estudo tem como objetivo geral: compreender a adesão ao autocuidado de pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). MÉTODO: Estudo descritivo de abordagem qualitativa, realizado com 10 pacientes atendidos no Ambulatório do Pé Diabético de uma instituição de ensino privada de Fortaleza-Ceará-Brasil, entre março a abril de 2022. Para coletar dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada com abordagem dos aspectos sociodemográficos, clínicos e dados sobre o Questionário de Atividades de Autocuidado (QAD). Os aspectos éticos e legais da pesquisa envolvendo seres humanos foram respeitados sob parecer de nº 5.337.410. RESULTADOS: Os resultados sociodemográficos e clínicos mostraram que: a amostra era predominante masculina, com seis (60%); nove estavam na faixa entre 38 a 76 anos, representando 90% da amostra, seis (60%) tinham apenas o ensino fundamental, sete (70%) afirmavam ter até 2 filhos; sete (70%) residiam com até 3 pessoas; apenas três (30%) tinham alguma ocupação, cinco (50%) apresentavam renda menor que 2 salários mínimos, sete (70%) possuíam de 1 ano até 10 de diagnóstico de DM, sete (70%) faziam uso apenas de hipoglicemiantes orais, apenas três (30%) afirmavam realizar uma dieta equilibrada; quatro (40%) afirmaram ter periodicidade na verificação da glicemia; sete (70%) apresentavam hipertensão arterial sistêmica; nenhum dos entrevistados eram tabagistas; sete (70%) não eram estilistas; oito (80%) não realizavam atividade física e cinco (50%) tinham obesidade grau I. Em relação ao QAD, houveram achados positivos quanto a adesão ao tratamento medicamentoso, aos cuidados com os pés e ao abandono do tabagismo, entretanto, levantou-se dados preocupantes quanto a alimentação adequada, monitorização glicêmica e a prática da atividade física. CONCLUSÃO: Concluiu-se que existem pontos falhos no AC das pessoas com DM, sendo necessário tomar decisões visando a adesão integral ao tratamento, beneficiando sua saúde e qualidade de vida, a fim de evitar complicações.

ADESÃO ÀS PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO PARA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO ENTRE USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

LIDIANY GALDINO FELIX — 2022-12-14

Introdução: Diversos estudos apontam que a adesão e o conhecimento do usuário com DM para o autocuidado com os pés, ainda são considerados como moderados e/ou deficientes (1,2,3). Objetivo: analisar a adesão às práticas de autocuidado com os pés realizadas por pessoas com diabetes mellitus. Método: estudo analítico, transversal e quantitativo, realizado com pessoas com diagnóstico de DM cadastradas em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Campina Grande-PB. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a março de 2022 através de entrevista semiestruturada. Para avaliar a adesão do usuário as práticas de autocuidado, foram aplicados o Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD). Para análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE: 51859221.1.0000.5182. Resultados: Foram incluídas 27 pessoas no estudo, sendo a maioria do sexo feminino (81,5%), pardos (40,7%), aposentados (40,7%), com uma renda de até 1 salário mínimo (40,7%), com companheiros (59,3%) e 25,9% usuários possuíam o ensino médio completo e 25,9% possuíam o ensino fundamental incompleto. A média de idade dos usuários foi de 57,6 anos. Com relação aos cuidados com os pés, algumas atividades de autocuidado foram consideradas deficientes: o autoexame dos pés à procura de alterações não era realizado por 55,6%; 81,5% informou que remove cutículas com alicate e/ou corta unhas encravadas sozinhos; o corte de unhas arredondadas era realizado por 40,7%; a maioria dos usuários entrevistados (74,1%) não usava hidratante nos pés diariamente; e 66,7% tem o costume de andar descalço ou com chinelo de tiras entre os dedos. Na avaliação da frequência de realização dessas atividades por dia da semana, obteve-se uma média de 3,1 dias para a realização do autoexame do pé, 2,8 dias para a observação dentro dos calçados antes de calçá-los, 2,6 dias para a observação de presença de micoses interdigitais ou unhas encravadas e de 2,9 dias para a hidratação dos pés. Conclusões: verificou-se que algumas atividades de autocuidado para a prevenção do pé diabético são realizadas de forma insuficiente e com pouca frequência pelos usuários.

APLICABILIDADE DE TERAPIAS ADJUVANTES NO TRATAMENTO DE FERIDAS COMPLEXAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

SAMUEL DE PAULA PINHEIRO DA SILVA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO

As feridas complexas representam desafios para os estomaterapeutas, pela sua etiologia diversa e apresentação clínica multiforme. O plano terapêutico desta entidade patológica envolve o uso de diversas tecnologias, tais como as terapias adjuvantes (1,2). Neste espectro, pode-se citar a terapia de feridas por pressão negativa e a oxigenoterapia hiperbárica, que serão objetos nesse relato.

A câmara hiperbárica consiste na aplicação de oxigênio puro com pressão superior à atmosférica favorecendo a hiperóxia, com indução do processo regenerativo mais acelerado que o convencional, favorecendo a reepitelização (3).

Já a terapia por pressão negativa promove a cicatrização de lesões complexas em ambiente controlado, através da aplicação local de uma pressão subatmosférica, por meio de um sistema de sucção de dispositivo computadorizado, realizando a drenagem do exsudato (1). OBJETIVO

Descrever a experiência de acadêmicos na aplicação de terapias adjuvantes em uma lesão por pressão (LP) complexa na região sacral, durante um período de estágio extracurricular.

MÉTODO

Refere-se a um relato de experiência de caráter descritivo, desenvolvido em um instituto especializado em tratamento de feridas do Centro-Oeste Mineiro, em parceria com uma Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia de uma Universidade Federal.

O caso-índice trata-se de um paciente adulto com diagnóstico de paralisia cerebral e epilepsia. No mês de fevereiro de 2022 foi admitido em Unidade de Terapia Intensiva com quadro de crise convulsiva que evoluiu com sequelas neurológicas e consequente restrição ao leito.

Apresentava, no momento da internação, LP estágio I na região sacral, que evoluiu após três meses de estadia hospitalar para LP estágio IV, com dimensões aproximadas de 13 cm de largura e 11 cm de comprimento, presença de necrose, infecção microbiana acentuada e conformação cavitária.

Após a alta hospitalar, diante da gravidade do quadro, os cuidadores do paciente procuraram pela assistência especializada do profissional estomaterapeuta.

Foram realizadas 25 consultas de enfermagem, no período de maio a junho de 2022, sendo 16 sessões de oxigenoterapia hiperbárica e 9 consultas com uso de terapia por pressão negativa. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética sob parecer n° 863.835.

RESULTADOS

Após o desbridamento cirúrgico, as consultas foram realizadas semanalmente, com avaliação da ferida, realização de trocas do curativo à pressão negativa e sessões de oxigenoterapia hiperbárica.

Ao longo da execução do plano terapêutico, a lesão evoluiu com depuração da infecção microbiana local, surgimento de tecido de granulação, redução de sinais flogísticos, além de proliferação celular com preenchimento cavitário e consequente diminuição das dimensões da ferida, apresentando na última avaliação 7 cm de largura e 8 cm de comprimento.

A cada consulta, era percebido a evolução contínua do quadro clínico, com restabelecimento do bem-estar e saúde do paciente e satisfação dos cuidadores.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o acompanhamento do paciente de forma holística associado às terapias adjuvantes, fez absoluta diferença no processo de evolução progressiva da ferida estudada. Esse relato evidencia a importância da assistência do profissional estomaterapeuta com a participação de acadêmicos na cicatrização de feridas complexas, por intermédio de terapias tecnológicas.

Ademais, o acesso às terapias modernas corrobora para a formação científica dos acadêmicos envolvidos, que são agentes multiplicadores de conhecimento.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CUIDADO AO PORTADOR DE DIABETES AUTOIMUNE LATENTE ADULTO: RELATO DE CASO

CHARLENE DE LOURENÇO TEIXEIRA — 2022-12-14

Assistência de enfermagem no cuidado ao portador de diabetes autoimune latente adulto: relato de caso

Resumo

Objetivo: identificar os principais diagnósticos de enfermagem ao portador de diabetes autoimune latente adulto, utilizando a taxonomia de NANDA e associá-los a intervenções de enfermagem.

Método: Estudo descritivo, do tipo estudo de caso embasado na identificação de problemas, elaboração e diagnósticos de enfermagem, segundo a taxonomia NANDA e a implementação de intervenções a partir dos registros do prontuário, desenvolvido em uma enfermaria clínica de um Hospital Universitário no Estado do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu no mês de março de 2022. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob parecer nº 3.443.800.

Resultados: Evidenciou-se os diagnósticos: Controle ineficaz da saúde, Integridade da Pele Prejudicada e Dor Crônica, observou se também as principais intervenções de Enfermagem, presentes, que servem de apoio na tomada de decisões.

Conclusão: Conclui-se que o plano de cuidados bem elaborado e aplicado através da utilização da SAE e do processo de enfermagem, permitem uma melhor assistência de enfermagem, ajudando no controle de sinais e sintomas e evitando complicações.

ATUAÇÃO DO ESTOMATERAPEUTA NO ATENDIMENTO AO PACIENTE COM TRAUMA AUTOMOBILÍSTICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

MARCOS VINÍCIUS SILVA MENDES — 2022-12-14

Introdução: as feridas complexas têm recebido cada vez mais atenção dos profissionais da saúde envolvidos diretamente nos cuidados, tratamento e uso de novas tecnologias. O aumento da prevalência dessas feridas deve-se, principalmente, à senescência e aos traumas em centros urbanos¹. Para o tratamento dessas feridas em discussão, é preciso entender que a pele é tida como a primeira barreira de proteção do organismo contra agentes externos e por isso está sujeita a constantes agressões, tornando sua capacidade de reparação muito importante para a sobrevivência². Assim, faz-se necessário conhecimento sobre tal processo para que se possa acelerar a cicatrização, promover a homeostasia e assegurar a saúde do paciente. Objetivo: relatar a experiência vivenciada, no processo de recuperação de uma ferida física desencadeada por um acidente automobilístico e, reforçar por meio da recuperação de W.F.L.C., que o profissional capacitado, a assistência integral e as coberturas adequadas são fatores determinantes para preservar a qualidade de vida e a autoimagem dos pacientes.

Método: refere-se a um relato de experiência descritivo, desenvolvido em uma clínica pioneira no tratamento de feridas do Centro-Oeste mineiro, em parceria com uma Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia de uma Universidade Federal. Trata-se de um paciente de 27 anos que obteve os cuidados iniciais pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com indicação de amputação transtibial. Diante da possibilidade de amputação, o mesmo recorreu a outra unidade hospitalar, procurando avaliação de um cirurgião vascular que realizou o desbridamento da necrose e, posteriormente, o encaminhou aos cuidados que poderiam ser ofertados por um profissional estomaterapeuta que compõe a equipe do Instituto. As consultas de enfermagem foram prestadas de forma semanal, de maneira a realizar condutas e intervenções necessárias em relação ao tratamento da ferida. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética sob o parecer 836.835. Resultados: foram realizados vinte curativos, desbridamento cirúrgico pelo cirurgião cardiovascular e desbridamento instrumental pelo estomaterapeuta. Destaca-se que as consultas eram realizadas semanalmente, e diante a avaliação da lesão, os procedimentos e prescrições eram modificados e replanejados. Foram prescritas coberturas inteligentes - Aquacel sem prata, Hidrofibra, Placa de Petrolatum associados a fotobiomodulação, laser vermelho em leito de lesão e laser infravermelho em trinta pontos em pele perilesional. Sendo assim, tornou-se possível uma boa evolução cicatricial com a presença de tecidos de granulação, retorno dos movimentos e sensibilidade às porções afetadas. A associação dos cuidados da enfermagem com especialidade em estomaterapia, somadas às condutas terapêuticas, trouxeram equilíbrio entre a instalação das medidas de prevenção e a não ocorrência de complicações. O tratamento foi finalizado em 06 de julho de 2022. Conclusão: diante do exposto, fica nítido que o protagonismo da enfermagem combinada aos cuidados e métodos de tratamento resultaram em uma evolução progressiva do paciente. Percebe-se a importância de estimular o trabalho interdisciplinar e multiprofissional, de modo a assegurar o controle dos fatores que influenciam na cicatrização, garantindo o reparo total do tecido lesado em menor prazo e melhora na qualidade de vida do paciente.

AVALIAÇÃO DO PÉ DIABÉTICO: DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO DE TELECONSULTA EM ESTOMATERAPIA

LIDIA STELLA TEIXEIRA DE MENESES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O Pé Diabético (PD) desperta preocupação à nível nacional e mundial haja vista o custo, especialmente quando resulta em ulcerações e amputações. Para evitar esses desfechos, estratégias de cuidados como guia de orientação realizados com a finalidade de apoiar os enfermeiros na prática clínica da Teleconsulta em Estomaterapia, necessitam ser realizadas. OBJETIVO: Assim, essa pesquisa, tem como objetivo geral: Desenvolver um protocolo de Teleconsulta em Estomaterapia a pessoa com pé diabético. Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa, realizado em Fortaleza-Ceará-Brasil no período de setembro a dezembro de 2021. A pesquisa foi enviada ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovada sob o parecer de nº 3.164.340. RESULTADOS: O estudo desenvolveu- se em duas etapas: 1) Estado da Arte e 2) Construção do protocolo de Teleconsulta. Na primeira etapa foi realizada com base dos dados da Revisão Narrativa, utilizando referenciais teóricos atualizados sobre “Protocolos” e ‘’Pé diabético”, nas bases de dados Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PUBMED/MEDLINE, e na Biblioteca Eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), além de uma tese e quatro diretrizes nacionais e internacionais, com uma amostra final de 16 publicações científicas. Diante das evidências encontradas, pode-se organizar, os assuntos em cuidados, a destacar: lavagem, secagem e hidratação dos pés, uso de calçados adequados, confortáveis e feitos sob medidas, avaliação neurológica, circulatória, dermatológica e musculoesquelética, dentre outros assuntos. A segunda etapa ocorreu a construção do protocolo de Teleconsulta nomeado “Protocolo de Avaliação do Pé Diabético por Telefone” (PAPEDT) adaptado da pesquisa de Oliveira em 2018, o qual apresenta-se em quatro folhas (impressas) contendo os dados de apresentação, cinco itens, a destacar: 1) Caracterização sociodemográfica; 2) Aspectos clínicos e laboratoriais, 3) Avaliação do autocuidado com os pés, o qual aborda-se as Práticas de autocuidado; 4) Avaliação do Pé Diabético (avaliação neurológica, circulatória, musculoesquelética e dermatológica) e 5) Tratamento, e 51 sub-itens. CONCLUSÃO: Espera-se que o uso deste material possa contribuir no processo de avaliação dos enfermeiros estomaterapeutas por meio de uma teleconsulta, a fim de evitar ulcerações e/ou amputações, bem como sensibilizar pacientes sobre a importância dos cuidados com os pés. Ressalta-se que o uso dessa tecnologia na prática clínica ocorrerá após o processo de validação.

CAPACIDADE DISCRIMINATÓRIA DA TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA EM ÚLCERAS DE PÉ DIABÉTICO

RONESCA SECH DE SANTANA — 2022-12-14

A síndrome do pé diabético é a complicação mais comum, dispendiosa, grave e evitável. O risco de uma pessoa com diabetes mellitus (DM) apresentar úlceras nos pés ao longo dos anos é de 30% e chega a ser responsável por 85% das causas de amputações de membros inferiores, onerando de forma significativa os sistemas de saúde. A prevalência de úlceras no pé varia de 4% a 10% e a incidência ao longo da vida pode chegar a 25% entre pessoas com DM. É possível retardar ou mesmo evitar o desenvolvimento de úlceras nos pés. Para tanto, os profissionais de saúde avaliam o tipo de doença subjacente, o estado geral através da análise dos índices de pressão tornozelo braquial (ITB), perfis de pressão plantar e testes para neuropatia do pé, além disso, tecnologias avançadas como microscopia confocal da córnea, tomografia por ressonância magnética e ultrassonografia Doppler fornecem ferramentas para diagnosticar a prevalência de neuropatia e angiopatia periférica, úlceras nos pés e seus riscos. No entanto, esses métodos são considerados intrusivos e caros o que culmina na falta de adesão do paciente, especialmente no que se refere a visitas médicas frequentes. Neste contexto, o objetivo deste estudo é esclarecer o potencial diagnóstico clínico da termografia infravermelha (TRI) em comparação com as medidas convencionais não invasivas para complicações nos pés. Para tal, foi realizada uma revisão narrativa da literatura, através das bases de dados PubMed, Cochrane Library e Medline. A síntese e a análise dos dados foram realizadas por meio de uma narrativa estruturada que revelou diferença entre áreas de angiossomas, distinguiu efetivamente as diferenças de temperatura entre os pés, infecções subclínicas e áreas de alta pressão plantar. Diante disto, a termografia infravermelha tem potencial para fornecer informações adicionais sobre a circulação, infecções subclínicas e a gravidade da doença vascular, podendo ser útil na avaliação de úlceras do pé diabético, mas precisa da combinação de outras ferramentas para triagem clínica além de estudos mais robustos. Espera-se com este trabalho, prover conhecimento científico ao profissional de saúde para que este desenvolva estratégias de monitoramento de feridas de forma mais rápida para um desfecho clínico positivo e assim contribuir com a diminuição do impacto financeiro no sistema de saúde causado pela gestão de feridas. Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas por úlceras diabéticas.

CICATRIZAÇÃO TOTAL EM 153 DIAS DE ÚLCERA VENOSA ESTAGNADA COM USO DE SISTEMA DE BANDAGEM MULTICOMPONENTES ASSOCIADO A COBERTURA PRIMÁRIA COM TECNOLOGIA LIPIDO COLOIDE – RELATO DE CASO

FABIANA VANNI DE BRITO CARVALHO — 2022-12-14

Introdução: As Úlceras Venosas são provenientes de uma Insuficiência Venosa, prejudicando o fluxo de retorno sanguíneo, favorecendo a fragilidade capilar do membro inferior, predispondo assim, a ruptura da pele e surgimento das úlceras. De acordo com os Guidelines Internacionais, os Sistemas de Bandagens Multicomponentes demonstram ser mais eficientes para tratamento das Úlceras Venosas, quando comparado as bandagens de Monocomponentes¹. Essas feridas são classificadas também como de Difícil Cicatrização, visto que além das comorbidades e fatores causais, elas possuem alguns cronificadores importantes que são impecílios para o processo de cicatrização e um desafio para os profissionais de estomaterapia, são eles: bactérias, biofilme, esfacelo, exsudato e também as metaloproteases²,³. A cobertura primária com base de Tecnologia Lipido Coloide com prata (TLC-Ag) com as Fibras Poliabsorventes, favorecem a Ação Antimicrobiana, Antibiofilme e remoção do esfacelo da Ferida. E a cobertura primária de Tecnologia Lipido Coloide com Octasulfato de Sacarose (TLC-NOSF), acelera a cicatrização da ferida crônica devido a sua ação no controle das metaloproteases²,³. Objetivo: Relatar a evolução da cicatrização de uma úlcera venosa estagnada com uso do Sistema de Bandagens Multicomponentes associado com curativo primário a base de TLC-Ag + Fibras Poliabsorventes e posteriormente com TLC- NOSF. Método: Estudo descritivo, tipo relato de caso clínico, em uma instituição pública de Salvador-BA, Brasil. O Estudo foi devidamente autorizado pelo paciente através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi desenvolvido em um paciente com lesão crônica de etiologia venosa há 6 anos e encontrava-se há mais de 150 dias estagnada, sem nenhuma melhora expressiva neste período, mesmo utilizando terapia contensiva e outras coberturas especiais, como hidrofibras, gaze com phmb, entre outras. Após a utilização do Sistema Multicomponentes associado com a TLC-Ag e posteriormente com a TLC-NOSF houve uma melhora significativa até a cicatrização total. Após o uso dessas tecnologias, todas as trocas das coberturas foram registradas através de fotografias com régua. O Tratamento iniciou em 01 de janeiro de 2022 e finalizou com cicatrização total da ferida em 02 de junho de 2022.

Resultados: A Ferida encontrava-se estagnada, com esfacelo, com aspecto de biofilme, infectada, superficial, medindo 6cm x 4,5cm. Desde primeiro dia do tratamento utilizando a Terapia Multicomponentes associado a TLC-Ag e Fibras poliabsorventes, houve melhora significativa na Limpeza da Ferida e redução de área da lesão. Com esse resultado positivo e com a remoção de biofilme e infecção, foi alterado a cobertura primária para TLC-NOSF, acelerando o processo de cicatrização até o fechamento total da ferida, em 153 dias.

Conclusão: De acordo com as evidências científicas (Guidilines) o Sistema de Multicomponentes tem papel fundamental em otimizar o retorno venoso do membro acometido, auxiliando diretamente a cicatrização da ferida. E as Tecnologias primária utilizadas, foram de fundamental importância para ação local da ferida favorecendo a Limpeza da lesão e posteriormente no auxílio do controle das metaloproteases, acelerando o processo de cicatrização.

CONSTRUÇÃO DE GUIA PRÁTICO PARA A PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM IDOSOS

MIRIAN FERREIRA COELHO CASTELO BRANCO — 2022-12-14

A incidência de lesões por pressão (LPP) é um indicador negativo de qualidade da assistência prestada, sendo avaliada internacionalmente como um evento adverso, e representa importante desafio para a saúde pública. A prevalência de LPP tem aumentado nos últimos anos devido a fatores intrínsecos e extrínsecos e pacientes idosos que necessitam de cuidados institucionais de longo prazo, são os mais acometidos. A LPP é um evento ainda comum apesar da inserção de protocolos preventivos e da identificação precoce de pacientes com alto risco para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, torna-se mister que para a manutenção da integridade da pele dessas pessoas, necessitam de medidas de cuidado, e nesse estudo, destaca-se a importância da construção de Tecnologias Educativas (TE), as quais podem diminuir e/ou evitar as LPP. Diante disso, esse estudo tem como objetivo: Construir um guia educativo para o tratamento de lesão por pressão em idosos para cuidadores. Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa, desenvolvido em duas etapas: 1) Embasamento cientifico e 2) Construção da tecnologia educativa. Na primeira etapa foi realizado uma com Revisão Integrativa na base de dados na Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino–Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), com uma amostra de 16 publicações. Em relação os achados dos artigos, destacam- se diversas temáticas, como: definição, os estágios e os principais fatores determinantes para o desenvolvimento da LPP. Ademais, relata-se as boas práticas de enfermagem como forma de prevenção, principalmente utilizando a escala de Braden como instrumento importante na prevenção do risco de desenvolver LPP. Além disso, o uso de tecnologias da informação e comunicação como ferramentas para facilitar o processo de transmissão de informação. Após esse momento, iniciou-se o processo de construção de um guia prático para a prevenção e o tratamento de lesão por pressão em idosos, intitulado ”Guia Prático para a Prevenção e Tratamento das Lesões por Pressão em Idosos”, que possui 10 páginas e foi dividido em elementos pré-textuais (capa, contracapa, apresentação da tecnologia e sumário), elementos textuais (Sendo representados por temáticas: 1. Introdução do guia; 2. Definição das lesões por pressão; 3. Estadiamento das lesões por pressão; 4. Cuidados realizados para evitar lesões; 5. Fatores de risco e 6. Tratamentos da lesão por pressão) e elementos pós-textuais (referências). A linguagem utilizada foi pautada em algo de fácil entendimento aproximando o leitor das explicações com a ilustração para melhor esclarecimentos das temáticas trabalhadas. Espera-se que o uso do guia possa contribuir no processo de educação em saúde de cuidadores de pessoas idosas, assim, facilitando o entendimento de forma simplificada sobre o que é a LPP, os cuidados necessários para prevenção de lesão por pressão, os principais tratamentos e os profissionais mais indicados para a condução da LPP.

Compreende-se que todos os esforços estratégias a serem empregados na problemática da LPP são de extremas relevância. Ressalta-se que a TE construída somente será utilizada no público alvo após o processo de validação que acontecerá em outro momento.

CONSTRUÇÃO DE PROTOCOLO DE MANEJO DE FERIDAS NEOPLÁSICAS NA CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE EM CUIDADOS PALIATIVOS EM ATENÇÃO DOMICILIAR

ANGÉLICA ROSA DIAS PAIXÃO — 2022-12-14

INTRODUÇÃO

Em novembro 2020, com objetivo em atender uma demanda crescente das operadoras de saúde e preocupados com o bem-estar e segurança do paciente em final de vida, uma empresa de Atenção Domiciliar, localizada em SP com filiais à nível nacional, iniciou a busca pela Certificação em Cuidados Paliativos.

Durante o processo de certificação, foi necessária a construção de diversos Protocolos exigidos e dentre eles, o Protocolo de Manejo de Feridas neoplásicas que foi elaborado pela equipe de estomaterapia da instituição e que contribuiu de forma decisiva para que a instituição conquistasse o selo da certificação.

Protocolos são as rotinas dos cuidados e das ações de gestão de um determinado serviço, equipe ou departamento, elaboradas a partir do conhecimento científico atual, respaldados em evidências científicas, por profissionais experientes e especialistas em uma área, e que servem para orientar fluxos, condutas e procedimentos clínicos dos trabalhadores dos serviços de saúde.

OBJETIVO

Relatar a experiência de construção de protocolo direcionado para a avaliação e manejo de feridas neoplásicas no contexto da certificação de qualidade em cuidados paliativos.

MÉTODO

A construção do protocolo foi fundamentada em uma revisão narrativa sobre a avaliação e manejo da ferida neoplásica, baseado nas melhores evidências clínicas. A partir disso, o protocolo foi estruturado em definição, objetivo, abrangência, introdução, fisiopatologia e estadiamento, tratamento, limpeza e desbridamento de feridas, controle de odor, controle de sangramento, controle da dor, escolha da cobertura e controle de prurido. Após validação do protocolo pelo auditor responsável pelo processo de certificação, o mesmo foi divulgado para capacitação da equipe atuante em cuidados paliativos.

RESULTADO

O protocolo tem se apresentado como uma ferramenta eficaz de ação clínica que visa estabelecer um parâmetro adequado para o cuidado de feridas neoplásicas. Além de ser um guia detalhado e ético para as ações específicas na assistência à pacientes em cuidados paliativos.

CONCLUSÃO

O papel do estomaterapeuta é fundamental na avaliação e indicação do tratamento das feridas neoplásicas, pois auxilia a equipe de saúde no controle dos sintomas, e na manutenção da qualidade de vida do paciente e sua família, por meio do alívio do desconforto, diminuição de odores e controle do sangramento e exsudato da ferida.

CONSTRUÇÃO DE UM DASHBOARD PARA ACOMPANHAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA A PESSOA IDOSA EM PERNAMBUCO

JABIAEL CARNEIRO DA SILVA FILHO — 2022-12-14

Introdução: O processo de implantação de cultura do paciente torna-se uma realidade das instituições de saúde, independente do modelo de gestão. Realidade diárias dos hospitais, principalmente os que buscam o processo de acreditação. Dentro das seis metas de segurança do paciente, a sexta meta estabelecida é prevenção de queda e lesão por pressão (LPP).1-2 Diante do exposto, ressalta-se que a incidência de LPP é um importante indicador na assistência de enfermagem2-3. Objetivo: relatar a experiência da construção e implementação do dashboard como ferramenta de avaliação de indicadores associados a LPP para equipe de enfermagem em um hospital de referência. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, conduzido no período de 04/04/2022 a 01/06/2022, em um Hospital público gerido por organização social, referência na assistência a pessoa idosa em Recife, Pernambuco. Resultado: No processo de elaboração do dashboard a Câmara Técnica de Prevenção e Cuidados de Feridas do Hospital de Referência a pessoa idosa junto ao assessor de práticas assistenciais da diretoria de cuidados interdisciplinares montaram um grupo de trabalho (GT). Foram realizadas cinco reuniões. As três primeiras reuniões foram para planejamento gráfico do painel de acompanhamento, incluindo ferramentas lúdicas possibilitando a equipe de enfermagem não só a análise da incidência e prevalência de LPP como também sendo utilizada como uma ferramenta para caracterizar as lesões da unidade de internamento. Na quarta reunião o GT se reuniu com a equipe de tecnologia da informação para criar um link do dashboard e deixar disponível nos computadores, tablets e celulares do hospital possibilitando o acesso de todos da equipe. A quinta reunião foi entra a câmara técnica para articular o processo de preenchimento do dashboard, considerando o perfil dos pacientes do hospital, foi estabelecido um prazo de preenchimento diário, e esse preenchimento ficou sobre a responsabilidade dos enfermeiros que faziam parte da câmara técnica. Conclusão: O dashboard mostrou-se como uma excelente ferramenta de auxílio para equipe assistencial no acompanhamento de indicadores da qualidade assistencial da enfermagem, além de sua implantação contribuir para que todos da equipe em tempo real consigam ter acesso a informações atualizadas referente ao perfil das LPPs dos pacientes internados no hospital de referência a pessoa idosa. O dashboard contribuiu ainda para direcionar as ações da câmara técnica de Prevenção e Cuidados de Feridas do Hospital e consequentemente melhorar os indicadores assistenciais.

CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DO TRABALHO COM FOCO NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES COM FERIDAS COMPLEXAS

FERNANDA MATHEUS ESTRELA — 2022-12-14

Objetivo: Publicizar estratégias de gestão instituídas para o alcance de experiências exitosas no acompanhamento de pacientes portadores de feridas complexas que fazem uso de coberturas especiais, na pandemia da COVID-19, visando a promoção à saúde. Método: Relato de experiência, realizado no período de março de 2020 a fevereiro de 2021, por 23 enfermeiras assistenciais e três enfermeiras coordenadoras de referência de um distrito em Salvador-Bahia. Foram organizadas cinco estratégias de gestão do trabalho com foco no acompanhamento de pacientes com feridas complexas no contexto do COVID-19. Descrição da experiência: As estratégias envolveram: visitas técnicas que possibilitaram diagnóstico situacional dos problemas das unidades de saúde, além dos problemas que a pandemia provocou; organização da interação entre as unidades de saúde por meio de planilhas online com dados dos pacientes e controle de dispensação de coberturas especiais; organização do território que favoreceu os pacientes não ficarem desassistidos; capacitações diversas que foram realizadas de forma presencial e virtual com foco no cuidado de feridas complexas, inclusive com a produção de vídeos realizado pelos profissionais das unidades e um curso completo de capacitação com especialistas na área de cuidados com lesões; seminário de experiências exitosas foi promovido no intuito de consolidar os conhecimentos adquiridos nas capacitações online que estiveram presentes na experiência, por meio de um webinário.

Considerações finais: A experiência favoreceu a autonomia, participação em equipe, estreitou contatos e encaminhamentos diretos, mesmo no formato online, o que propiciou uma visão holística da organização dos processos de avaliação e monitoramento das ações pela gestão distrital.

CONVIVENDO COM O VITILIGO: IMPACTO DA DOENÇA NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS

UIARA ALINE DE OLIVEIRA — 2022-12-14

Introdução: O vitiligo é uma doença caracterizada por máculas hipocrômicas e/ou acrômicas assintomáticas, localizadas ou generalizadas no sistema tegumentar. A despigmentação visível na pele do indivíduo e, usualmente, exposta no cotidiano altera a imagem corporal, impactando na sua qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida das pessoas que convivem com o vitiligo. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com 86 indivíduos com vitiligo. Para a coleta de dados, utilizou-se o questionário Vitiligo-Specific Quality-of-Life Instrument para a qualidade de vida. A coleta de dados iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, com o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) número 44878821.6.0000.5158. Resultados: As mulheres (81,4%) em idade adulta (média de 39 anos) com vitiligo apresentaram médio impacto na qualidade de vida, e os fatores que interferiram na qualidade de vida estão relacionados aos cuidados intensificados com a pele, à progressão e à aparência da patologia. Conclusão: A patologia vitiligo interferiu na qualidade de vida dos indivíduos adultos. Os fatores que impactaram na qualidade de vida foram os cuidados intensificados com a pele em atividades de lazer, a preocupação com a progressão da doença e a aparência das manchas hipocrômicas.

CUSTO COM PÉ DIABÉTICO: REVISÃO NARRATIVA

NAYARA SILVA LIMA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO O diabetes mellitus (DM) é um problema de saúde relevante pelo impacto socioeconômico global e sua crescente incidência vem assumindo proporções epidêmicas na maioria dos países, principalmente nos países em desenvolvimento1. Os custos governamentais com atenção a DM é de duas a três vezes superior aos dispensados a pacientes não diabéticos2. Os gastos mundiais com diabetes em 2015 foram estimados em US$ 673 a US$ bilhão, com projeção para 2040 na ordem de US$ 802 a US$ 1,452 bilhão.

Para o Brasil, o custo avaliado em 2015 foi de US$ 22 bilhões, com projeção de US$ 29 bilhões para 20402 . A úlcera do pé diabético (UPD) é considerada uma complicação grave da DM pelo alto risco de amputações de extremidades causando elevadas taxas de morbimortalidade e ocupando uma grande proporção de leitos hospitalares2. Essas úlceras afetam anualmente aproximadamente 26 milhões de pessoas no mundo , causando altas taxas de morbimortalidade e de alto custo global3. OBJETIVO Conhecer os custos com tratamento do pé diabético no Brasi, a partir de uma revisão narrativa. METODOLOGIA Para isso, foi realizada uma revisão narrativa com pesquisas feitas no Brasil através busca realizada na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) de artigos publicados nos período de 2011 à 2021. RESULTADOS Foram encontrados três artigos relacionados ao tema proposto.

Nos estudos 1 e 2 foram realizadas pesquisas de custos com tratamento de pé diabético através de análises retrospectivas em prontuários de pacientes em instituições hospitalares , e no estudo 3 um levantamento de estimativa de custo no Brasil tanto a nível ambulatorial quanto hospitalar, utilizando diferentes metodologias . Como resultados, estimou-se os valores médios por paciente para o tratamento hospitalar do pé diabético de R$ 4.367,05 no estudo 1 e R$ 4.735,98 no estudo 2. Já no estudo 3, as estimativas foram de de Int $ 27,7 (13%) milhões para atendimento de pacientes internados e de Int $ 333,5 (87%) milhões para o atendimento ambulatorial. CONCLUSÃO Os resultados dos estudos apontam para estimativas elevadas de custos com tratratamento do pé diabetico, o que leva a refletir sobre os crescentes custos no setor de saúde e da necessidade de investimento em políticas em saúde para instituir medidas de promoção, prevenção e tratamento da doença de forma a garantir a continuidade da assistência e melhoria da qualidade de vida desta populaçao. Tornam-se relevantes os estudos de custos da doença, a fim de subsidiar as decisões dos gestores , na intenção de atingir o equilibrio economico com os gastos com os serviços de saúde.

DESAFIOS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM E FAMILIARES NO MANEJO DA EPIDERMÓLISE BOLHOSA: ESTUDO DE REVISÃO.

TAYSA DE FATIMA GARCIA — 2022-12-14

Introdução: A Epidermólise Bolhosa (EB) consiste em uma doença dermatológica rara, hereditária, caracterizada por formação de bolhas na pele e mucosas, de maneira espontânea ou decorrente de traumas mínimos(1). O manejo da EB é um desafio para enfermagem devido à complexidade e variedade de suas manifestações(2), despreparo e desconhecimento sobre a doença por profissionais e familiares e, consequentemente com cuidados assertivos com as lesões e manejo da dor(3). Objetivo: Identificar na literatura os principais desafios da assistência de enfermagem e familiares no manejo da Epidermólise Bolhosa (EB). Método: Trata-se de uma revisão de escopo. Utilizou-se o acrônimo PCC para nortear a seleção de estudos: População o paciente com epidermólise bolhosa. Conceito, a epidermólise bolhosa e Contexto a assistência de enfermagem e de familiares/cuidadores. Realizou-se a busca sistematizada nas bases de dados PubMed, EMBASE, Cinhal, Scopus e nas bases do banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde. Utilizou-se os descritores controlados (DeCs/MESH): Epidermólise bolhosa, Enfermagem, tratamento de Epidermólise Bolhosa, feridas e lesões. E não controlados: assistência de enfermagem, manejo da pele. Foram incluídos artigos originais, publicados nos últimos cinco anos, com foco na assistência de enfermagem ao paciente com EB, independentemente do idioma. Excluíram-se os artigos de revisões, literatura cinzenta e artigos de outras áreas. Resultados: Selecionou-se cinco estudos. Três realizados no Brasil, um na Turquia e Taiwan respectivamente. Três eram relato de caso (um adulto e dois neonatos) e dois de abordagem à família de pacientes com EB. Os principais desafios foram: a dificuldade na definição do diagnóstico e início precoce do tratamento pela equipe assistencial, despreparo e desconhecimento dos profissionais sobre o manejo das lesões por EB como utilização de coberturas e controle da dor. Dificuldade de nutrição do

paciente devido às lesões de mucosa oral e fixação de dispositivos médicos na pele. Observou- se resultados positivos quando realizado o Processo de Enfermagem, amparado em diagnósticos e intervenções assertivas, e quando houve o acompanhamento por enfermeiro estomaterapeuta. Sobre a vivência descritas por familiares/cuidadores destacaram-se o aumento da responsabilidade e o despendimento de carga física e emocional para o cuidado domiciliar. Conclusão: O manejo e intervenções de enfermagem na assistência ao paciente com EB apresenta desafios como, a raridade da doença, despreparo e desconhecimento da equipe. Os familiares dependem de preparo emocional e reorganização familiar para o cuidado domiciliar e acompanhamento do paciente. Resultados positivos são observados quando executado o Processo de Enfermagem assertivo e sob acompanhamento de Estomaterapeuta.

DESAFIOS PARA A ASSISTÊNCIA A PESSOAS COM PÉ DIABÉTICO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: REVISÃO INTEGRATIVA

JULLIANY LOPES DIAS — 2022-12-14

Introdução: O pé diabético é uma das graves complicações da Diabetes Mellitus (DM), ocasionada pela ausência de cuidados para o controle da doença1. Considera-se pé diabético a presença de infecção, ulceração ou destruição de tecidos profundos associado a neuropatia e/ou doença arterial periférica nos membros inferiores2. O cenário da pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças e novos desafios para assistir paciente com pé diabético, em especial por esse ser um grupo de risco3. Objetivo: Verificar na literatura os desafios da assistência a pessoas com pé diabético durante a pandemia do COVID-19. Metodologia: Trata- se de um estudo de revisão integrativa, realizada mediante busca de artigos científicos nas bases de dados: PubMed, Web of Science e Scopus no dia oito de março de 2022. A estratégia de busca adotada utilizou os descritores DeCS/MeSH: Diabetic foot AND COVID-19. Foram adotados como critérios de inclusão: artigos científicos que abordassem os desafios da assistência de enfermagem às pessoas com pé diabético; disponíveis nos idiomas: português, inglês ou espanhol; publicados no período de 2019 a 2022. Como critérios de exclusão: estudos secundários e de opinião de especialistas. Resultados: Foram identificadas na literatura 221 referências, nas bases PubMed (n=85), Web of Science (n=33) e Scopus (n=103). Após triagem com adoção dos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos15 artigos. Dentre os principais desafios encontrados na assistência durante o período da pandemia do COVID-19, tem-se: medo de exposição, restrição de acesso a unidade, dificuldade de acesso a consultas virtuais, dificuldades dos profissionais no controle de pessoas com doenças crônicas, e poucos especialistas disponíveis devido a realocação para unidades de tratamento da COVID-19. Tais desafios afetaram a saúde física e psicológica dos pacientes, modificaram a gestão da doença do pé diabético, promoveram uma nova forma de abordagem e contato com os pacientes com o auxílio da tecnologia. Conclusão: Apesar das dificuldades de alcançar toda a população diabética neste cenário pandêmico, o pé diabético não pode ser negligenciado, e o gerenciamento precisa ser realizado de forma organizada para que diminuam os agravos relacionados ao não acompanhamento. Diante disso, salienta- se que o mais importante é a gestão do pé diabético seja feita de forma rigorosa, e com o tratamento adequado mesmo diante desta perspectiva atual, seja através da telemedicina, consultas presenciais ou domiciliares.

DESBRIDAMENTO DE FERIDAS E AS DECISÕES PARA A PRÁTICA CLÍNICA: REVISÃO INTEGRATIVA

CILENE FERNANDES SOARES — 2022-12-14

Introdução: Um dos fatores que retardam o processo de cicatrização é a presença de tecido inviável no leito da ferida1,2. Assim torna-se imperativo no preparo do leito a realização do desbridamento tornando o ambiente favorável à regeneração celular3. Objetivo: Relatar as evidências científicas sobre o desbridamento de feridas, a fim de oferecer subsídios para decisões da prática clínica do enfermeiro. Método: Trata-se de uma revisão integrativa que buscou identificar estudos sobre o desbridamento de feridas no tocante aos tipos e a viabilidade para sua realização segura. As bases de dados foram acessadas de novembro a dezembro de 2021, utilizando a busca avançada, citadas conforme segue: PubMed/Medical, Embase, Cinahl, Cochrane Library, Scopus, Web of Scienc, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Banco de Dados em Enfermagem, Scielo. Os critérios de inclusão, foram, artigos originais e completos, online a partir do acesso via Comunidade Acadêmica Federada, no idioma português, inglês e espanhol, que tiveram como sujeitos do estudo adultos e/ou idosos. Os de exclusão, artigos publicados na área da pediatria e neonatologia, publicações duplicadas, cartas, editoriais, anais, estudos que incluíram animais como sujeitos, e artigos que não abordaram a temática. O recorte temporal foi de 2016 à 2021, apenas estudos atuais tendo em vista as inovações tecnológicas. Resultado: A busca resultou em 733 artigos encontrados incialmente. Após a leitura dos títulos e resumos, e baseada nos critérios de elegibilidade, foram excluídos 726 estudos, finalizando num total de sete artigos para leitura na íntegra que estavam em total consonância com o escopo desta pesquisa. Os sete estudos selecionados são na sua maioria internacionais. A prevalência do número de artigos ocorreu na Embase 57,17% (n=4). Os dados foram dispostos em um quadro, e para melhor análise e discussão, foi realizada a organização dos conteúdos do qual foram agrupados por afinidades que deram origem a duas categorias: 1) Inovações Tecnológicas no Desbridamento de Ferida: trouxe entre outros achados, o larval sendo pontuado nos estudos como um desbridante mais rápido e eficaz do tecido não viável, e o ultrassônico sem significância no resultado em comparação ao instrumental. 2) Recomendações para Desbridamento Seguro: pontua que a frequência do desbridamento é por indicação clínica, mas de modo geral citam que existe a necessidade de mais pesquisas para amparar a prática e relatórios adequados de eventos adversos. Ambas as categorias, pontuaram que os resultados das pesquisas foram limitados, com evidências de baixa qualidade, entre outras, devido amostra pequena, tempo curto do experimento, e alto risco de viés. Conclusão: Evidenciou que há consenso em reconhecer a importância do desbridamento na cicatrização de feridas, entretanto há escassez no que se refere a estudos que possam apoiar a prática clínica, identificando uma suposta lacuna no que se refere a estudos sobre os diversos tipos e técnicas de desbridamento. Acredita-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para fomentar discussões e reflexões acerca do tema, e inspire os enfermeiros e demais profissionais da saúde a propagar conhecimento, contribuindo assim nas transformações no cuidado a pessoa com ferida.

DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO MÓVEL PARA APOIO AO ENSINO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS

LIDIANY GALDINO FELIX — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: As lesões cutâneas ou feridas são afecções facilmente encontradas nos serviços de saúde, sendo consideradas um problema de saúde pública no Brasil e no mundo(1). O acrônimo TIMERS atualmente é reconhecido internacionalmente como guia prático para abordagem sistemática e manejo de feridas crônicas e de difícil cicatrização(2). Faz parte do conceito preparo do leito da ferida e destaca-se pela possibilidade de estabelecer intervenções terapêuticas visando a promoção da cicatrização, considerando os parâmetros avaliados na lesão(3). Cada letra desse acrônimo se refere aos principais obstáculos que retardam ou impedem a cicatrização. OBJETIVOS: desenvolver e analisar um aplicativo móvel para apoio ao ensino do processo de avaliação e tratamento de feridas, baseado no acrônimo TIMERS. MÉTODO: pesquisa do tipo aplicada de desenvolvimento tecnológico realizada entre janeiro de 2021 a junho de 2022, em três etapas do modelo de Design Instrucional Contextualizado (design/desenvolvimento, implementação e avaliação). Para avaliar a usabilidade do aplicativo, aplicou-se os instrumentos System Usability Scale (SUS) e Smartphone Usability Questionnaire (SURE), com 09 discentes do curso de Enfermagem, 07 enfermeiros docentes e, três docentes atuantes na área de Tecnologia da Informação (TI). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob CAAE nº 48565621800005182.

RESULTADOS: O aplicativo intitulado “Feridômetro” foi desenvolvido em uma plataforma híbrida, sendo disponibilizado inicialmente para o sistema operacional Android. O conteúdo pedagógico do aplicativo baseou-se nas letras do acrônimo TIMERS. O protótipo desenvolvido foi composto por avaliação, tratamento, coberturas e quiz de perguntas de múltipla escolha sobre as temáticas abordadas em cada tópico. Para interface do aplicativo utilizou-se linguagem de programação Java Script e HTML, para armazenamento das informações, foi usado o banco de dados Firebase. O aplicativo apresentou média de usabilidade geral de 77,5 pontos (docentes), 93,8 pontos (discentes) e 104,5 pontos (profissionais de TI), o que representa boa usabilidade do protótipo de aplicativo. CONCLUSÃO: foi possível desenvolver um aplicativo com boa usabilidade e que tem potencial para ser utilizado no apoio ao ensino do processo de avaliação e tratamento de feridas de diferentes etiologias.

DESENVOLVIMENTO DE GUIA RÁPIDO PARA ORIENTAÇÕES SOBRE OS INSUMOS UTILIZADOS EM UM SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA

THAIS LIMA VIEIRA DE SOUZA — 2022-12-14

ntrodução: O enfermeiro estomaterapeuta configura-se como o profissional de saúde que prima nas ações de prevenção e tratamento de lesões de pele, manejo de drenos e cateteres,dentre os cuidados de enfermagem1. Para tanto, faz-se necessária a utilização de estratégias que subsidiem a avaliação clínica para seleção dos insumos necessários para prestar uma assistência com base científica2. Os materiais que compreendem o cuidado em estomaterapia, como curativos, fixações e outros dispositivos médico-hospitalares, apresentam, cada vez mais, avanços tecnológicos que tornam imprescindível a disseminação da forma correta de uso, indicação e contra indicações pelos enfermeiros generalistas3.

Objetivo: Descrever o desenvolvimento de um guia rápido para orientações básicas sobre os insumos utilizados em uma unidade hospitalar que compreendem o cuidado em estomaterapia. Método: Estudo descritivo sobre a elaboração de instrumento para pronta consulta, contendo informações dos materiais médico-hospitalares disponibilizados pelo Serviço de Estomaterapia (SE) de um hospital quaternário especializado em cardiopneumologia, localizado em Fortaleza- CE.

Resultados: O guia foi desenvolvido com o intuito de tornar acessível informações para auxiliar na utilização adequada dos insumos dispensados pelo SE, contendo o nome do produto, sua imagem, indicações, contra indicações e demais observações no uso, como tempo máximo de troca. Para definir as informações contidas no guia, foram incluídas as especificações técnicas de cada produto, publicações científicas e da experiência dos estomaterapeutas com o manuseio. Além disso, o guia conta com informações adicionais, como necessidade de atentar- se às dimensões da lesão para realização do curativo e tamanho adequado, avaliação da saturação do curativo, como orientar os pacientes e acompanhantes acerca dos cuidados para manutenção do curativo, identificação com data e nome do profissional que realizou o procedimento, e suspensão do uso em casos de hipersensibilidade ao produto. Todos os materiais que constam no instrumento estão disponíveis no almoxarifado médico, estando a cargo do estomaterapeuta liberar para a unidade de internação hospitalar apenas os insumos necessários aos pacientes assistidos.

Conclusão: O sucesso do cuidado de enfermagem no que concerne à estomaterapia deriva da paridade do plano terapêutico estabelecido pelo enfermeiro estomaterapeuta e da continuidade da assistência do enfermeiro da unidade de internação. O uso de ferramentas que forneçam subsídios para a apropriação do manejo adequado das tecnologias disponíveis mostra-se fundamental para a plena manutenção e recuperação da saúde. O uso de ferramentas que forneçam subsídios sobre o manejo adequado das tecnologias disponíveis mostra-se essencial para uma assistência de qualidade e recuperação da saúde.

DESFECHO DE CURA DE ÚLCERAS DIABÉTICAS NA REDE PRIMÁRIA DE SALVADOR-BA

ROSE ANA RIOS DAVID — 2022-12-14

INTRODUÇÃO A úlcera do pé diabético é considerada uma complicação grave da DM pelo alto risco de amputações de extremidades causando elevadas taxas de morbimortalidade1. As feridas diabéticas normalmente apresentam um tempo de cicatrização maior que o esperado em decorrência de fatores intrínsecos e extrínsecos que dificultam e retardam o processo fisiológico da cicatrização2. Diante da representatividade dos fatores que acarretam em desfechos desfavoráveis na cicatrização de feridas torna-se necessária a instituição de medidas capazes de controlar esses fatores e assim proporcionar maior resolutividade na cura de úlceras de pé diabético3. OBJETIVO A partir dessas premissas, estudo objetivou descrever o tratamento de úlceras diabéticas com o uso de curativos especiais em pacientes atendidos nas salas de curativos das unidades de saúde da rede primária de Salvador- Bahia.

METODOLOGIA Trata-se de um .estudo de corte transversal, descritivo, que acompanhou 19 usuários, maiores de 18 anos, no período outubro de 2016 a setembro de 2017, aprovado pelo CEP sob parecer nº 453482. No recorte do estudo utilizou-se os dados de 07 pacientes que evoluíram com epitelização total da lesão. RESULTADOS A etiologia das úlceras foram neuroisquêmicas e neuropáticas, o trauma foi a principal causa do surgimento, todos os pacientes apresentavam sinais de infeção com classificação leve o que revelou a importância da intervenção precoce para a infecção. O tamanho inicial das lesões variou entre quatro cm2 até 16cm2. O percentual médio da redução dos diâmetros das úlceras foi de 36% nas primeiras quatro semanas. Como terapias tópicas foram utilizadas as coberturas: espuma de poliuretano com e sem prata iônica; hidrofibra com e sem prata iônica; compressa com vaselina sólida e cadexômero de iodo, desbridamento instrumental da UBS. Pela pesquisa foram incluídas o uso de palmilhas artesanais para controle da descarga, a oxigenoterapia hiperbárica com acompanhamento médico para com controle metabólico e da infecção.

CONCLUSÃO O conjunto de intervenções e a indicação adequada das coberturas favoreceram o desfecho de cura entre três a seis meses.

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE PÉ DIABÉTICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA.

CHARLENE DE LOURENÇO TEIXEIRA — 2022-12-14

TÍTULO

Diagnósticos e intervenções de enfermagem ao paciente portador de pé diabético: uma revisão sistemática de literatura.

OBJETIVO

Identificar os diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia

NANDA e correlacioná-los as intervenções de Enfermagem evidenciados em pacientes portadores de pé diabético.

MÉTODO

Trata-se de revisão sistemática da literatura, que incluiu estudos quantitativos primários experimentais ou quase experimentais1

Os diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia NANDA, ensaios clínicos randomizados foram avaliados quanto a sua eficácia no cuidado ao paciente, e a dos estudos quase experimentais segundo a sua efetividade 2

Critérios de inclusão: artigos científicos disponíveis na íntegra nos

idiomas inglês, português e espanhol publicados de 2016 a 2021. Realizou-se a busca nos meses de março a maio de 2022, nas bases de dados primárias Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS), CUMED, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Medline e na biblioteca online Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Critérios de exclusão: dissertações, teses, relatos de experiência, estudos reflexivos. Estratégia de busca: foi definida por meio da PICO3,

utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DECS), Medical Subject Heading (MeSH) (Estomaterapia/ Enterostomal Therapy, Diagnóstico de Enfermagem/ Nursing Diagnosis, Pé diabético/ Diabetic Foot).

A seleção dos artigos foi realizada por meio da análise do título,

seguida da leitura dos resumos para a identificação daqueles que seriam avaliados na íntegra, de forma independente, por duas pesquisadoras.

Extraíram-se os dados da amostra final por meio de uma tabela (autores, ano e país de publicação), desenho do estudo, diagnósticos de enfermagem de portadores de pé diabético, resultados e conclusões.

RESULTADOS

Após o processo de leitura, seleção e identificação dos artigos que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão, deu se início a segunda etapa, onde principiou se a listagem em tabela os achados diagnósticos de enfermagem que foram: controle ineficaz do regime terapêutico, déficit do autocuidado, conhecimento deficiente, integridade da pele prejudicada, risco de infecção, perfusão tissular periférica ineficaz, mobilidade física prejudicada.

Observou se em conjunto as intervenções, que servem para auxiliar as decisões de Enfermagem.

CONCLUSÃO

Concluiu-se que os diagnósticos de enfermagem identificados nesta

pesquisa, forneceram subsídios as intervenções de Enfermagem. Pois se o plano de cuidados for elaborado e aplicado baseando se na Sistematização da Assistência de Enfermagem, e em seu processo, favorecerão uma assistência de enfermagem focada na prevenção evitando possíveis agravos.

DIRETRIZES PARA FOTOGRAFAR LESÕES COMPLEXAS: ELABORAÇÃO DE MANUAL PARA ENFERMEIROS

CAMILA LIMA DOS SANTOS — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Lesões complexas comprometem a saúde de pessoas de todo mundo, representando uma carga de custos para o Sistema Único de Saúde. Quanto ao tratamento dessas lesões, os enfermeiros devem usar documentação meticulosa para determinar a gravidade e para monitorar o progresso da epitelização ao longo do tempo. Ainda assim, as práticas atuais de documentação de lesões usando fotografia digital são frequentes, porém, são complicadas, e que necessitam de uma padronização. O processo de avaliar lesões por fotos requer formação dos enfermeiros. Dessa maneira, entendendo a importância da documentação e avaliação das lesões complexas por meio de fotografias e para facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos enfermeiros, decidiu-se realizar essa pesquisa.

OBJETIVO: Elaborar um manual para orientar enfermeiros sobre fotografar lesões de pele/feridas. MÉTODO: Estudo metodológico realizado em Fortaleza-Ceará-Brasil no período de maio a julho de 2022 no município de Fortaleza-Ceará-Brasil. Por se tratar da construção de um manual educativo, sem a validação, a pesquisa não foi enviada ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: O estudo desenvolveu-se em duas etapas: 1) Estado da Arte e 2) Construção do Manual. Na primeira etapa, foi realizada uma Revisão Narrativa, utilizando referenciais teóricos atualizados nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PUBMED/MEDLINE, e na Biblioteca Eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Foram selecionadas 24 publicações para compor a amostra final. Referente as bases de dados e a biblioteca eletrônica selecionadas, os artigos foram encontrados na maioria na PUBMED/MEDLINE, com 16 (66,7%), e foram publicados em diferentes revistas, destou-se o Journal of Diabetes Science and Technology com três publicações (12,5%). No tocante aos períodos, o ano de 2019 predominou em todas publicações, com quatro (17%) materiais científicos. Os objetivos propostos, em sua maioria, tinham como finalidade produzir documentação fotográfica de pele construídos por meio de Consensos/Guideline. Em relação aos métodos, destacaram-se os Estudos de Coorte e a construção de Consensos/ Guideline, com cinco (20,8%) cada. O nível VI de evidência predominou em seis (25%) publicações. Após organização do conteúdo extraído, foram separados os temas essenciais e coerentes, e foram definidos e construídos os capítulos que compuseram o manual. Na segunda etapa, ocorreu a elaboração do manual nomeado “Diretrizes para fotografar lesões complexas”, contendo 60 páginas divididas em elementos Pré-textuais (capa, ficha catalográfica, apresentação e sumário); Textuais (conteúdo científico sobre fotografias de lesões) e Pós-textuais (referências e espaço para anotações). O conteúdo dos elementos Textuais foram: Implicações da fotografia de lesões para a prática clínica; Principais dúvidas sobre uso dos Dispositivos Móveis; Câmera e Equipamento; Frequência de Fotos; Procedimentos; Privacidade e Confidencialidade; Posicionamento do Paciente; Download e Armazenamento Seguro; Enviando Fotos por e-mail; Impressão e etiquetagem; Controle de infecção; dentre outros. Espera-se que o uso deste material possa contribuir no processo de avaliação de feridas complexas por meio do uso da fotografia. Ressalta-se que o uso dessa tecnologia na prática clínica ocorrerá após o processo de validação.

ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO NO PACIENTE COM COVID-19

MILENA SILVA E SILVA — 2022-12-14

Objetivo: Identificar as estratégias para prevenção de LP em pacientes com COVID-19. Métodos: Revisão de escopo, com pesquisa nas bases de dados da MEDLINE, LILACS, BDENF e IBECS através da BVS, de produções indexadas até o dia 20 de janeiro de 2022. Sendo incluídos os artigos completos, resumos, relatos de caso disponíveis na íntegra, independente do idioma. Excluíram-se os estudos cujos textos completos não estavam disponíveis nas bases de dados, artigos repetidos e os que não responderam à questão da pesquisa. Resultados: Em 49 estudos identificados, 09 foram selecionados por atenderem aos objetivos da pesquisa. Os conteúdos foram categorizados a partir de 04 perspectivas: 1.

Pacientes submetidos ao decúbito ventral; 2. Aplicação de tecnologias; 3. Relacionada ao uso de dispositivos médicos; 4. Gerenciamento de recursos humanos. Conclusão: Constatou-se essencial a incorporação de recursos materiais que tenham ações de caráter preventivo à prática clínica e a segurança, além de um adequado dimensionamento dos profissionais capacitados, visto que uma equipe capaz de implementar intervenções avançadas viabilizam um tratamento seguro e com redução de riscos.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PESSOAS INTERNADAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

CAMILA LIMA DOS SANTOS — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A Lesão Por Pressão (LPP), anteriormente denominada úlcera por pressão e hoje erroneamente “escara”, vem se tornado motivos de preocupação entre os profissionais da saúde de todo mundo, por sua incidência alta, principalmente em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Cuidados com foco na prevenção tem sido realizado por enfermeiros em UTI, a fim de evitar eventos adversos e melhorar a qualidade de vidas dessas pessoas, bem como otimizar o trabalho desempenhado por esses profissionais. OBJETIVO: Analisar a literatura científica sobre a atuação do enfermeiro na prevenção de lesão por pressão em pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva. MÉTODO: Para isso, realizou-se uma Revisão Integrativa (RI) com busca de publicações nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e PUBMED/MELINE, em um único dia (12 de maio de 2022) e a análise ampla da literatura em maio a junho de 2022 no município de Fortaleza-Ceará-Brasil. RESULTADOS: Foram identificados 375 artigos, e destes, selecionados 12 para compor a amostra final. Verificou-se que o período de maiores publicações se encontrou no ano de 2018 e 2020 com três (25%) artigos respectivamente, a maioria estavam concentrada na BVS, com seis (54%), observou-se um predomínio na Rev Bras Enferm [Internet], com duas (17%) publicações, destacaram-se os estudos transversais com cinco (42%) e o nível VI de evidência predominou nas pesquisas.

Para a organização e síntese das ideias relevantes, foram elaboradas duas categorias temáticas, sendo de acordo com as análises e interpretações, a destacar: 1) Cuidados práticos na prevenção de LPP, com oito publicações (66%) e 2) Gestão no cuidado da LPP, com sete (58%) artigos. A Categoria 1, a mais prevalente, apresentou os seguintes cuidados práticos/assistenciais: limpeza e hidratação da pele ressecada com cremes e emolientes; inspeção da pele na admissão e diariamente; evitar massagear áreas de proeminência óssea ou hiperemiada; mudança de decúbito a cada 2 horas; posicionamento correto e reposicionamento diário da sonda/cateter e do oxímetro de pulso, dentre outros. Enquanto que na Categoria 2, abordou a implementação de ferramentas para avaliação da prevenção de LPP, treinamentos; construção de bundles, implementação de protocolos e aplicação da escala de Braden. CONCLUSÃO: Concluiu-se que todas as estratégias de cuidados, sejam assistenciais/práticas e de gestão, são efetivas na prevenção da LPP. A limitação do estudo se dá pelo fato de outras bases de dados internacionais não terem sido investigadas, levando a não inclusão de novos artigos científicos.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE ESTRATÉGIAS DE CUIDADOS NA PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM ADULTOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

SAMARA TATIA FERREIRA MENEZES LOPES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A Lesão por Pressão (LPP) envolve distintos aspectos de cuidados como a avaliação do paciente e das lesões, a educação em saúde dos pacientes, familiares e profissionais para a melhoria da qualidade dos serviços, principalmente nos pacientes que estão internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). OBJETIVO: Diante disso, o estudo geral dessa pesquisa consiste em conhecer as estratégias de cuidados disponíveis na literatura sobre prevenção de lesões por pressão em adultos hospitalizados em UTI. MÉTODO: Trata-se de uma Revisão Integrativa (RI) realizada na Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais (LILACS) e na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), com os seguintes descritores: lesão por pressão; prevenção; cuidados de enfermagem e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). RESULTADOS: Foram identificados 89 artigos, e destes, selecionados 20 para compor a amostra final. Por meio da seleção dos 20 artigos verificou-se que cinco (25%) foram publicados no ano de 2020, 14 (70%) pertenciam a LILACS, a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEN) se destacou e indexou quatro artigos (20%), prevaleceram os estudos transversais com oito (40%) e o nível de evidência VI sobressaiu em 17 (85%) pesquisas. Diante das evidências encontradas, duas categorias temáticas foram construídas, a destacar: Categoria 1: Estratégias de cuidados assistenciais voltados ao manejo da LPP convencional e Lesão Relacionada Por Dispositivo Médico (LPDM), presentes em oito artigos, e a Categoria 2: Estratégias de gestão e educação em saúde para o manejo da LPP convencional e LPDM, presentes em 12 artigos. No cuidado assistencial, reforça-se a importância de limpar e hidratar a pele ressecada; inspecionar a pele dos pacientes na admissão; evitar massagear áreas de proeminência óssea ou hiperemiada; mudar o decúbito a cada 2 horas; usar superfícies de apoio para os calcâneos; usar apoio sob os pés e providenciar superfície de redistribuição de pressão. O presente estudo mostrou diversos trabalhos que ressaltaram o processo de gestão e Educação em Saúde (ES) como fundamental para a prevenção da LPP convencional e nas LPDM, como: o uso de escalas, protocolos, treinamentos, rodas de conversa, checklist e álbum seriado. CONCLUSÃO: Concluiu-se que todas as estratégias de cuidados, sejam, assistenciais, de gestão e de educação em saúde, são efetivas na prevenção da LPP convencional e da LPDM.

FATORES ASSOCIADOS AO SURGIMENTO DA ÚLCERA DA PERNA EM PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME: CASO-CONTROLE

JOSIMARE AP. OTONI SPIRA — 2022-12-14

A Doença Falciforme (DF) é predominante na população negra e consiste em um distúrbio genético, cuja mutação na Hemoglobina (HbA) gera uma hemoglobina defeituosa (HbS), essa HbS faz com que as hemácias se tornem mais densas, assumam o formato de foice, o que as impedem de fluir pela microvascularização, levando a uma série de complicações sistêmicas, dentre elas a úlcera de membros inferiores(1,2). As pessoas com DF sofrem de uma alta incidência de complicações de saúde de ordem física, emocional, social e comportamental, as úlceras da perna podem afetar ainda mais essas pessoas, pois são lesões dolorosas, de cicatrização lenta, com altas taxas de recorrência(2,3). Objetivo: identificar os fatores associados a ocorrência da úlcera da perna em pessoas com doença falciforme. Método: Trata- se de um estudo caso-controle, realizado em 11 unidades da Fundação Hemominas no

período de agosto de 2019 a abril de 2020 com 262 pessoas com doença falciforme, sendo que 72 pessoas com úlceras da perna ativa (grupo caso) e 190 pessoas sem úlcera da perna ativa (grupo controle). Para avaliar os possíveis fatores associados ao desfecho, construíram- se modelos de Regressão Logística Binária, tanto uni como multivariados. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições envolvidas nos pareceres de n° 08052818.3.0000.5149 e 08052818.3.3001.5118. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados: Os fatores associados à maior ocorrência da úlcera da perna foram o histórico prévio de úlcera (OR = 48,48), edema nos membros inferiores (OR = 5,75), uso de antibiótico nos últimos seis meses (OR = 3,08), repouso diário (OR = 4,59) e meia de compressão (OR = 6,24; IC 95% = 1,15- 33,83). O excesso de peso (OR = 0,16), atividades de lazer físicas (OR = 0,33) e domésticas (OR = 0,37) foram associadas à menor chance de ocorrência da úlcera da perna. Conclusão: Os resultados desse estudo contribuirão para o aprimoramento do conhecimento acerca do tema e para avanços na assistência à saúde das pessoas com doença falciforme. Por conseguinte, subsidiará o estabelecimento de medidas preventivas e de controle para uma gestão eficaz desta complicação. O aprimoramento profissional e a adoção de intervenções em saúde adequadas contribuirão positivamente na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.

IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TRAUMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

DANIELA FAGUNDES DE OLIVEIRA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: As Lesões por Pressão (LP) são consideradas como um marcador da qualidade da assistência hospitalar, considerando o grande impacto que pode ter na morbimortalidade de indivíduos que requerem internação hospitalar. Muitos são os desafios para a sua prevenção, principalmente quando se considera uma população de maior risco para o seu desenvolvimento. As vítimas de trauma geralmente possuem grande comprometimento de múltiplos sistemas, limitando a mobilidade por dispositivos médicos e pelo comprometimento destes sistemas. Com frequência o déficit de perfusão desses pacientes está relacionado ao quadro de gravidade, necessitando de uso de drogas vasoativas e sedativas, ventilação mecânica e monitorização invasiva. A implementação de um protocolo de Prevenção das LP é necessária para minimizar a ocorrência desse agravo, e para isso requer a capacitação da equipe não só para a classificação e o diagnóstico diferencial dessas lesões, mas também para a avaliação do risco, uso dos insumos de maneira adequada e supervisão de toda a equipe assistencial. OBJETIVOS:Relatar a experiência da implementação do protocolo de Prevenção de LP em hospital de referência em trauma. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, que utilizou para a implementação do Protocolo de Prevenção de LP o ciclo PDCA, com a ferramenta 5W2H. O protocolo de Prevenção foi elaborado pela comissão de pele da instituição hospitalar e o plano de ação considerou cinco etapas – Capacitação da Equipe para o diagnóstico e classificação da LP e da aplicação das escalas de avaliação de risco, mapeamento do perfil de risco das unidades assistenciais, técnicas de reposicionamento no leito e uso dos insumos pelo perfil de risco, uniformização do registro em prontuário e checklist, acompanhamento dos indicadores de prevalência e incidência. RESULTADOS: No primeiro semestre de 2022 foram capacitados 165 enfermeiros e 518 técnicos de enfermagem para o diagnóstico e Classificação de LP, a aplicação das escalas de Braden, Braden Q e ELPO. Esta foi implementada com treinamento in loco, aplicação a beira leito com o paciente no centro cirúrgico. CONCLUSÃO: O planejamento de um protocolo de prevenção de LP direciona as ações de educação permanente de forma mais assertiva, contemplando as necessidades dos pacientes com um perfil específico de trauma, possibilita que a equipe de enfermagem participe do processo de discussão e que a construção deste processo seja coletiva.

INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

AGLAUVANIR SOARES BARBOSA — 2022-12-14

INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

INTRODUÇÃO: O aparecimento de lesão por pressão (LP) é uma preocupação constante nas unidades hospitalares. Essa apreensão aumenta quando nos referimos aos pacientes críticos dentro da UTI, onde, muitos encontram-se com sedação, analgesia, em uso de drogas vasoativas e restritos ao leito, o que facilita o surgimento de LP. OBJETIVO: Avaliar a incidência de lesão por pressão em pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva. MÉTODO: Estudo descritivo transversal, realizado em hospital público de atenção terciária, a pesquisa concentrou-se na unidade de terapia intensiva adulta. Para a seleção da amostra foi realizado um cálculo amostral para populações finitas com 95% de confiança, com erro amostral de 5%. Foram admitidos na UTI no ano de 2017, 334 pacientes da UTI verde, 220 da UTI azul e 568 da UTI amarela, totalizando 1122 pacientes, desses em 160 prontuários avaliados foram encontrados registros de lesão de pele. Foram inseridos no estudo 160 prontuários de pacientes que estavam internados em uma das três unidades de terapia intensiva adulto durante o ano de 2017 que desenvolveram lesão por pressão no período de internação. O estudo recebeu aprovação do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do referido hospital, com número do Parecer: 2.851.541. RESULTADOS: Dos 160 casos analisados, 55,6% foram a óbito, representando alta taxa de mortalidade. Do total de prontuários analisados, 108 tiveram risco muito elevado de desenvolver lesão (67,5%), 49 manifestavam risco elevado (30,6%) e três deles, compreendiam a categoria de risco moderado para lesão por pressão (1,9%). Em relação a variável tempo de internação, 83 pacientes permaneceram internados por um período maior do que quatro semanas (51,9%).

Sobre a quantidade de lesões, prevaleceu uma lesão nos casos avaliados (30,6%). DISCUSSÃO: As feridas prolongam a internação, dificultam a recuperação e aumentam o risco para o desenvolvimento de outras complicações. As lesões de pele merecem atenção por parte da equipe multiprofissional no sentido de prevenir seu aparecimento ou favorecer seu tratamento para controlar e tratar as já existentes e prevenir o surgimento de novas lesões.

CONCLUSÃO: todos os pacientes admitidos apresentaram algum risco de desenvolvimento de lesão por pressão, segundo a escala de Braden, onde 67,5% apresentaram risco muito elevado de desenvolver lesão, 30,6% risco elevado e 1,9% risco moderado. Os resultados apontam fragilidades da equipe de enfermagem sobre o manejo das lesões de pele. O desconhecimento sobre a existência de padronização, subnotificação das lesões e ausência dos registros de mudança de decúbito, foram as principais fragilidades encontradas no estudo, carências essas que necessitam de intervenção, capacitação e conscientização dos profissionais envolvidos nos cuidados aos pacientes graves em UTI, por parte da estrutura organizacional.

LASER DE BAIXA INTENSIDADE NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS OPERATÓRIAS: UMA REVISÃO DE ESCOPO

JULIETE MARTINS SOARES DE JESUS — 2022-12-14

Introdução: Prejuízos causados por aumento no tempo de permanência hospitalar devido ao retardo na cicatrização ou infecção de feridas operatórias têm sido foco de preocupação em diferentes contextos das práticas de saúde.1Cuidados com feridas operatórias variam de acordo com o tipo de ferida, podem ocorrer por meio de curativos simples, com diversas coberturas além da utilização de LASER de baixa intensidade, que acelera a cicatrização, usada como uma tecnologia adjuvante2. A intervenção precoce no tratamento da ferida cirúrgica por meio da aplicação do laser de baixa intensidade pode ser uma importante estratégia terapêutica na aceleração da cicatrização. Laserterapia trata-se de uma modalidade terapêutica com boa relação custo-benefício, associada à segurança no tratamento. Com isso, justifica o interesse dos pesquisadores quanto ao mecanismo de ação e efeitos biológicos sobre os tecidos.3Elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa: quais as evidências científicas sobre utilização do laser de baixa intensidade em feridas operatórias em pacientes adultos submetidos a cirurgias eletivas? Objetivo: Analisar as evidências disponíveis na literatura científica a respeito do laser de baixa intensidade na cicatrização de ferida operatória. Método: trata-se de uma revisão de escopo, cuja amostra foi composta por artigos que tratam de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, submetidos a procedimentos cirúrgicos eletivos. Excluíram-se os estudos que continham pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de emergência e outros tipos de tratamentos. Para a seleção dos artigos foram consultadas as bases BVS e LILACS, PUBMED/MEDLINE limitada a pesquisas dos últimos cinco anos, empregando-se os descritores controlados e palavras-chave: Low-level laser therapy; Surgical wound infection; Pulsedinfra-redlow-level laser irradiation; Resultados: Foram encontrados 338 artigos dos quais foram incluídos quatro estudos clínicos randomizados, que avaliaram a eficácia do laser de baixa intensidade na cicatrização de feridas cirúrgicas, nas incisões de safenectomia, esternotomia e bariátrica convencional. Os participantes eram de ambos os sexos, com média de idade entre 18 e 75 anos. Os métodos de aplicação da laserterapia foram diferentes entre as pesquisas. Os estudos analisados evidenciaram benefícios na cicatrização da ferida operatória, bem como controle do processo inflamatório e da dor. Conclusão: A utilização do LASER demonstrou eficácia na promoção da aceleração da cicatrização, através da observação de uma cicatriz de melhor aspecto estético, com melhor aproximação de bordas, redução de área de hematoma, menor quantidade de seroma, controle de dor e redução do processo inflamatório. Porém quantidade limitada de estudos encontrados na literatura impediu uma ampla discussão sobre o tema.

LASER DE BAIXA INTENSIDADE PARA O TRATAMENTO DE DEISCÊNCIA CIRÚRGICA EM MASTOPEXIA: RELATO DE CASO

JULIANA BALBINOT REIS GIRONDI — 2022-12-14

Introdução: A ferida operatória tem como objetivo aproximar as bordas para uma cicatrização de primeira intenção. Entretanto a deiscência, que é uma complicação da ferida operatória, pode retardar o processo de cicatrização e com isso necessitar de uma grande formação de tecido de granulação para o seu preenchimento até que ocorram a contração e a epitelização da lesão. A ??terapia com Laser de Baixa Intensidade se faz adjuvante nestes casos por ser um tratamento não invasivo que auxilia na cicatrização tecidual, uma vez que apresenta eficiente ação anti-inflamatória e analgésica, auxilia no processo de reparo tecidual1. Objetivo: Relatar o efeito do tratamento do laser de baixa intensidade no processo cicatricial em deiscência cirúrgica de mastopexia. Método: Trata-se de estudo de caso aprovado sob parecer

3.520.261 e CAEE: 1221251920000012. Mulher, 15 anos, com neoplasia bilateral. No primeiro atendimento (D1) apresentou deiscência de mama direita e esquerda, o que ocorreu em aproximadamente 15 dias após a cirurgia, em uso de papaína 5%. mama direita apresentando área de 3,5 cm², com 80% de esfacelos e 20% de granulação; mama esquerda: com 12,5 cm², 60% de esfacelo e 40% de granulação. Realizado higiene das feridas2 e iniciado tratamento com laser vermelho 3J perilesão e 2J no leito associado a uso de espuma com prata de borda siliconada; sendo essa as terapêuticas utilizadas em todas as sessões. No segundo atendimento (D4), mama direita: 3,5 cm² (10% de esfacelo, 90% de granulação) e mama esquerda: 12,5 cm² (10% de esfacelo, 90% de granulação); terceiro atendimento (D7) mama direita: 2,07 cm² (10% de esfacelos, 90% de granulação), mama esquerda: 2,5 cm² (10% de esfacelo, 90% de granulação); quarto atendimento (D10) mama direita: 1,5 cm² (100% granulação) e mama esquerda: 2,5 cm², (5% de esfacelo, 95% de granulação). Resultados: Após uma sessão com tratamento de laser houve diminuição significativa do tecido desvitalizado no leito tecidual. Nas aplicações subsequentes houve a diminuição do tamanho das lesões em em 10 dias e granulação total em ambas. Em um mês de aplicação de laserterapia de baixa potência associada ao uso da prata houve uma reparo tecidual total em um período de um mês de tratamento. Conclusão: a laserterapia de Baixa Intensidade proporcionou seus efeitos esperados, como ação anti inflamatória e analgésica, auxiliando no processo de reparo tecidual, além da cicatrização de forma efetiva melhorar a qualidade de vida da paciente. Entretanto, sugere-se a realização de novos estudos com ampliação da amostra para aplicação em outras realidades.

LESÃO DE PELE RELACIONADA A ADESIVOS MÉDICOS EM ADULTOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: SCOPING REVIEW

NICOLE FRANCINNE MARQUES MOURA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Os produtos adesivos estão presentes nos diferentes contextos de atendimento à saúde, na unidade de terapia intensiva, os pacientes fazem uso de muitos dispositivos com adesividade, assim possuem risco elevado de desenvolver lesões de pele relacionadas a adesivos médicos. A ocorrência dessas lesões gera impactos negativos aos pacientes e instituições. Portanto, os profissionais devem ter ciência das práticas para o gerenciamento de adesivos médicos e dos cuidados para prevenção. OBJETIVO: identificar e sintetizar evidências científicas sobre a prevenção de lesões de pele relacionadas a adesivo médico nos pacientes adultos, em terapia intensiva. MÉTODOS: trata-se de um Scoping Review desenvolvido com base nas recomendações do PRISMA-ScR e no método proposto Joanna Briggs Institute. A busca foi realizada, nos meses de maio, junho e julho de 2021, nas bases de dados PubMed, CINAHL, Web of Science, Scopus, LILACS e Embase, utilizando os descritores "Injuries AND Adhesives AND Skin AND Medical”. RESULTADOS: Foram identificados 1329 estudos, após análise a amostra final foi composta por nove artigos. Em relação ao tipo de estudos, obtiveram-se dois consensos de especialistas, três estudos de caso, dois estudos transversais, um coorte prospectivo e uma revisão de literatura. Tratando- se da prevenção de MARSI, após leitura exaustiva dos artigos, foi possível identificar que os cuidados se repetem no decorrer dos artigos. Desse modo, os cuidados mais citados foram avaliação da pele, identificação dos pacientes de risco, seleção do produto, preparo da pele, técnica de aplicação do adesivo, técnica de remoção do adesivo e educação permanente dos profissionais de saúde. CONCLUSÃO: As evidências sintetizadas possibilitaram elencar cuidados para a prevenção de lesões de pele relacionadas a adesivos médicos. É importante que o profissional saiba identificar as lesões de pele relacionadas aos adesivos médicos e as principais estratégias para a prevenção destas.

LESÃO POR PRESSÃO SACRAL: INCIDÊNCIA E SOBREVIDA DA LESÃO EM PACIENTES CRÍTICOS

MOELISA QUEIROZ DOS SANTOS DANTAS — 2022-12-14

Introdução: A exposição da pele aos fatores de risco para o desenvolvimento das Lesões por Pressão pode anteceder ao internamento na UTI, considerando o potencial de gravidade que o paciente assume desde a admissão no hospital, em especial quando é vítima de trauma.

Muitas vezes a alteração do nível de consciência, a ventilação artificial e a sedação se iniciam desde a unidade da emergência e se estendem a UTI e ao centro cirúrgico, onde a duração do ato cirúrgico interfere diretamente na imobilidade e na exposição da pele à pressão. A posição mais frequente para os pacientes acamados na UTI é o decúbito dorsal, o reposicionamento no leito é fortemente recomendado como medida de alívio da pressão nessa população e deve ser realizado assim que as condições hemodinâmicas permitirem. Em pacientes críticos a elevação da cabeceira a 45º demonstrou uma pressão ?32 mmHg entre a pele e a superfície de suporte, valor que já interfere na perfusão tecidual da pele sobre proeminências ósseas, já que é capaz de promover a oclusão capilar local. Evitar o aparecimento da LP sacral é uma medida importante para o cuidado aos pacientes críticos, tal ação requer um entendimento da sua fisiopatologia, dos fatores de risco extrínsecos e intrínsecos, além das medidas específicas de intervenção. Objetivos: Estimar a sobrevida e identificar os fatores prognósticos associados ao desenvolvimento de Úlcera por Pressão Sacral em pacientes críticos. Método: Trata-se de uma coorte hospitalar aberta e retrospectiva, composta por pacientes críticos admitidos com pele íntegra numa UTI de referência em trauma, com amostra aleatória de 217 pacientes.

Análise de sobrevida realizada pela curva de Kaplan-Meier e modelo de Cox. Resultados: A incidência global de LP Sacra foi de 23%, a probabilidade de sobrevida até 11 dias de internamento foi de 0,8386 (IC95%; 0, 7737-0, 8862), o risco de desenvolver o agravo com 10 dias de internamento foi de 0, 1917 (IC95%; 0,787-0,3508). Conclusão: A probabilidade de não desenvolver Lesão por Pressão Sacral diminuiu na medida em que os dias de internamento se passaram na UTI, os fatores prognósticos apontados na modelagem final foram a idade superior a 35 anos, diarreia, internamento hospitalar antes da UTI entre 2 e 3 dias. O conhecimento dos fatores prognósticos e sobrevida favorecem a implementação de medidas preventivas que atendam as peculiaridades dos pacientes internados na UTI.

NORMATIZAÇÃO PARA ALTA HOSPITALAR DE PACIENTES COM LESÕES DE PELE EM ACOMPANHAMENTO POR UM SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA

ALYNE SOARES FREITAS — 2022-12-14

Introdução: A desospitalização é uma estratégia que vem sendo utilizada como uma alternativa para continuidade da assistência a nível domiciliar e ambulatorial1. Para isso, é essencial uma alta planejada, construída coletivamente, considerando as necessidades do usuário2. Pessoas com lesões de pele podem demandar um longo tempo de tratamento, sendo fundamental a participação do enfermeiro estomaterapeuta na alta a fim de definir em que situação é possível o acompanhamento ambulatorial ou a necessidade de prosseguir com assistência hospitalar3. Objetivo: Descrever o funcionamento da normatização pelo Serviço de Estomaterapia (SE) frente a alta de pacientes com lesões de pele.

Método: Trata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, sobre o estabelecimento de normas de padronização da alta hospitalar de pacientes em acompanhamento com o SE de um hospital de atenção quaternária especializado em cardiopneumologia, localizado na cidade de Fortaleza-CE.

Resultados: Sob a ótica da humanização e continuidade da assistência, e de acordo com as normas da instituição em questão, o plano de alta foi desenvolvido com o intuito de identificar as condições necessárias para que a desospitalização aconteça, de modo a assegurar a continuidade do tratamento dentro das boas práticas do cuidado. O paciente em acompanhamento pelo SE com previsão de desospitalização, recebe a avaliação do estomaterapeuta a fim de identificar as condições atuais da lesão, o contexto socioeconômico e geográfico do paciente, e a disponibilidade para retornos programados para o ambulatório de estomaterapia. Para tanto, acordou-se com as unidades de internação a necessidade de requisição de parecer/interconsulta ao SE dentro de 24 horas prévias à provável data da alta hospitalar, visto a demanda de atendimentos e, por vezes, a necessidade de solicitar a presença do familiar/cuidador para receber as orientações. Para reforçar as informações transmitidas, o SE disponibiliza um folder de alta contendo cuidados necessários com a lesão em domicílio, fornecimento de cobertura primária para a manutenção do tratamento, suporte nutricional e agendamento ambulatorial. Os retornos são realizados no ambulatório do SE ou em outras instituições a depender da etiologia da lesão, como úlcera de pé diabético que são direcionadas a serviços especializados, ou ainda os pacientes podem ser direcionados para ambulatórios na cidade em que residem. Ademais, pode-se optar por acompanhamento com o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).

Conclusão: A normatização contribui para o cuidado especializado, favorecendo a continuidade da assistência e prevenindo complicações. Dessa forma, reduz as readmissões hospitalares e, assim, os custos financeiros.

O PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE À PREVENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS: REVISÃO INTEGRATIVA

EDIVANIA ALVES DE SOUZA — 2022-12-14

Introdução: Cuidar da pele do recém-nascido (RN), no que se refere à manutenção da sua integridade, é um desafio para a assistência de enfermagem, pois o enfermeiro é o profissional que cuida em tempo integral e exerce funções específicas, por isso, tem papel fundamental na prevenção de lesões cutâneas (1). Quando hospitalizados, os neonatos enfrentam uma difícil adaptação à vida extrauterina. Diariamente estão sujeitos a manipulação da equipe, seja para o banho/troca de fraldas, posicionamento postural ou negligência da mudança de decúbito na frequência correta, radiação, instalação e remoção de fitas adesivas para fixação de dispositivos na pele, além de uma gama de procedimentos invasivos, tais como punções digitais, venosas e arteriais (3,1). Em virtude desses fatores, lesões cutâneas nos RN hospitalizados não são incomuns, a maioria são causadas por iatrogenias durante as infusões parenterais (periféricas ou centrais), sendo a infiltração e o extravasamento as de maior ocorrência, pois são visualizados e interrompidos tardiamente, tendo como consequência possíveis infecções (4). Esses eventos tendem a aumentar o período de internação, favorecendo ao desenvolvimento de lesão por pressão (LPP), outro dano presente nessa população vulnerável (2). Objetivo: Descrever o papel da Enfermagem na prevenção de lesões cutâneas em recém-nascidos hospitalizados. Método: Revisão Integrativa construída a partir da análise e síntese de conhecimentos científicos. Foram selecionados 20 artigos das bases SciELO e BVS, utilizando os descritores/palavras-chave: “lesões cutâneas”, “recém-nascidos”, “papel da enfermagem” “unidades de terapia intensiva neonatal” e “estomaterapia”. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados de 2016 a 2021, originais, completos, disponíveis gratuitamente, em português. Já os critérios de exclusão: artigos duplicados e não relacionados ao tema. Resultado: Foi evidenciado que a manutenção da temperatura ambiental e umidade adequados evitam a perda de calor no RN através dos processos de evaporação, condução, convecção e radiação. Assim também, a utilização de emolientes apropriados na hora do banho, a higiene correta do períneo após as trocas de fralda e o rodízio dos sensores, promoveram, respectivamente, hidratação cutânea, prevenção de assaduras e até queimaduras. A mudança de decúbito foi descrita como um importante papel da enfermagem nesse contexto, pois reduziu significativamente a ocorrência de LPP. Outro cuidado apontado foi com relação à prevenção de lesões causadas por extravasamento de soluções intravenosas, visto que é papel da enfermagem identificar precocemente às modificações que ocorrem na pele frente a esses eventos, a fim de promover o cuidado seguro e a minimização de danos. A retirada cuidadosa de adesivos medicinais da pele também foi um cuidado descrito como forma de prevenção. Conclusão: Ficou evidente que a manutenção da integridade cutânea dos RN está no escopo das ações de enfermagem no ambiente hospitalar. Para que isso ocorra, de maneira efetiva, o cuidado deve ser dispensado com base nos conhecimentos científicos pautados na literatura, além do entendimento acerca da anatomia e fisiologia da pele do neonato, atentando-se para suas especificidades. A realização de inspeções diárias e individualizadas também são de grande valia diante do desafio de oferecer uma assistência eficaz, livre de negligência e norteada por princípios éticos e científicos.

O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ATENÇÃO AO CUIDADO AO IDOSO EM ESTOMATERAPIA: REVISÃO INTEGRATIVA

PATRICIA BRITTO RIBEIRO DE JESUS — 2022-12-14

Por conta da pandemia ocasionada pelo Covid-19, tornou-se imperioso o uso de ferramentas e estratégias tecnológicas que pudessem facilitar a comunicação, com destaque para as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que vem sendo utilizadas na área da saúde1. No que tange aos profissionais enfermeiros, destaca-se que o Conselho Federal de Enfermagem por meio da Resolução n.º 696/2022 normatizou a atuação da Enfermagem na Saúde Digital no âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada, denominando-se como Telenfermagem2.

Nesse sentido, alerta-se que no Brasil de acordo o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso, a proporção de idosos com alguma dependência funcional estava em 6.80%, estimando-se a taxa de 1,41% que desenvolvem lesões na pele, muitas vezes por falta de um cuidado preventivo 3. Tal fato se justifica pelas dificuldades a serem enfrentadas pelo cuidador domiciliar que se depara com a falta de conhecimento e habilidades para suprir as necessidades da pessoa sob a sua responsabilidade. Considerando o exposto, tem-se como objetivo analisar as evidências científicas sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas práticas de cuidados em Estomaterapia. Caracterizou-se como um estudo de revisão integrativa conduzida nas bases de dados PubMed, CINAHL, SCOPUS e LILACS. Foram utilizados os critérios de inclusão: estudos publicados em periódicos científicos que respondessem à questão de pesquisa; oriundos de pesquisa original e estudos de reflexão disponíveis online; publicados por profissionais da área da saúde; em português, inglês, alemão ou espanhol dentro do recorte temporal de 10 anos. Esse período justifica-se, diante da expansão da telemedicina no Brasil em 2011. A coleta dos dados dos artigos fez-se por meio de formulário. A seleção dos artigos foi realizada por dois revisores com auxílio do Rayyan, fazendo parte desta revisão 04 artigos. Nos resultados, emergiram duas categorias temáticas: Tecnologias na manutenção da pele do idoso assistido pela rede de atenção primária e desafios enfrentados por profissionais de saúde no manuseio de tecnologias para o idoso. Na primeira, citou-se estudo realizado no Canadá onde têm-se utilizado a tecnologia de informação e comunicação conhecida como eConsult, caracterizado como um serviço baseado na web que facilita a comunicação entre prestadores de cuidados primários (PCPs) e especialistas, o que pode reduzir a necessidade de atendimento presencial de consultas com especialistas4.Na segunda categoria, os estudos revelam a dificuldade no manuseio da tecnologia, seja pelo uso de um software diferenciado onde não há um treinamento prévio para o seu manuseio de forma adequada ou por conta das constantes atualizações nos sistemas que impedem um acompanhamento contínuo do avanço tecnológico. Nesse sentido, reitera-se a necessidade de capacitação contínua no uso das TICs, visto que são inúmeras as exigências do ambiente de trabalho, tornando de suma importância que os enfermeiros tenham conhecimento suficiente para a manipulação de ferramentas5.

Sendo assim, os profissionais da saúde devem estar alertas para o reconhecimento e utilização das tecnologias de informação e comunicação para possibilitar o manejo adequado e oportuno durante a assistência à saúde em vistas a promoção da saúde.

O USO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE LESÃO DE PELE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

PRISCILLA FARIAS CHAGAS — 2022-12-14

Essa pesquisa teve como objeto de estudo o tratamento de lesões de pele com laser de baixa potência. Para isso, buscamos encontrar resposta para a seguinte questão da pesquisa: Como vem sendo abordado nas produções científicas a utilização do laser de baixa potência no tratamento de lesão de pele? Objetivo: caracterizar as produções científicas que abordam o uso do laser de baixa potência no tratamento de lesões de pele e analisar os registros sobre essa terapêutica. Método: trata-se de uma revisão integrativa, com análise de publicações científicas disponíveis gratuitamente, pesquisadas em cinco bases de dados. Pela análise temático-categorial obteve-se duas categorias. Resultados e discussões: Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 19 artigos. Foi possível notar que a fisioterapia, a medicina, a enfermagem e a odontologia, são as áreas da saúde que mais publicaram sobre laser de baixa potência, com duas publicações tendo colaboração de mais de uma área profissional. Sendo a medicina, a área com maior número de publicações, seguidas da enfermagem. Percebe-se que até o ano de 2017 as publicações envolvendo essa temática eram mais escassas, tendo um crescimento no ano seguinte, 2018, e se mantendo estável em 2019 e 2020. Em 2021, todas as áreas publicaram pelo menos um artigo. A partir das informações colhidas nos artigos, foram retiradas 19 unidades de significação, que foram alocadas em grupos de similaridade para construção de categorias. Formaram-se duas categorias, sendo elas: Fatores relacionados ao uso do laser de baixa potência nas lesões de pele e O uso do laser de baixa potência pelo enfermeiro. Considerações finais: a terapia com laser de baixa potência é inovadora e gera diversos benefícios para indivíduos que convivem com lesões de pele, exigindo capacitação profissional para ser utilizada de forma efetiva. Este estudo pode auxiliar na difusão de conhecimento sobre a terapêutica para os profissionais de enfermagem.

OCORRÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.

REGINA RIBEIRO CUNHA — 2022-12-14

Introdução: Os pacientes críticos estão mais expostos e vulneráveis a alterações no processo de manutenção da integridade da pele, favorecendo o desenvolvimento de lesão por pressão. Objetivo: Investigar a ocorrência e fatores de risco de pacientes com lesão por pressão internados na unidade de terapia intensiva de um hospital municipal em Parauapebas, Pará. Método: Estudo transversal, documental, descritivo, com abordagem quantitativa realizado com 43 pacientes com lesão por pressão internados entre os meses de janeiro a julho de 2019, em um hospital municipal de Parauapebas, Pará, Brasil. Foi utilizado um formulário, elaborado especificamente para este estudo, contendo as variáveis sociodemográficas, clínicas gerais e referentes a lesão por pressão. Os dados foram obtidos no período entre abril a maio de 2020 no Setor de Arquivo Médico e Estatística e analisados a partir da estatística descritiva. Resultados: Entre os 43 prontuários analisados, 55,81% são de pacientes do sexo masculino, com idade de 70 anos ou mais. Observou-se que 95,35% dos pacientes foram mantidos sedados, destes 55,81% foram considerados graves e 53,49% apresentaram elevado risco para desenvolvimento de lesão por pressão. A ocorrência de lesão por pressão na UTI adulto foi registrada a partir do 2º dia de internação. Foram registradas 43 lesões por pressão (100%). Destas 72,88% eram sacrais e 76,60% de estágio 2. Conclusão: Os resultados demonstram que a ocorrência lesão por pressão, constitui um problema de saúde pública, no contexto da assistência em Unidades de Terapia Intensiva que demandam cuidado especializado de enfermagem em estomaterapia por meio de ações de avaliação, prevenção, tratamento e reavaliação de risco.

OFFLOADING - TRATAMETO DE ÚLCERAS NEUROPÁTICAS EM PORTADORES DE DIABETES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA.

MARIO MOREIRA VAZ JUNIOR — 2022-12-14

O diabetes mellitus (DM) é uma grave doença sistêmica cuja incidência vem aumentando em paralelo ao aumento nos índices de obesidade da população mundial.1

Uma perspectiva sombria é estimada para o ano de 2040, quando se acredita que haverá 642 milhões de diabéticos no mundo, o que equivale a dizer que ? 10% de toda população do planeta será diabética. 2

O acometimento dos pés nos pacientes diabéticos está associado com um processo crônico que cria condições propícias para o aparecimento da úlcera plantar no pé (UPP). 3

A prevenção e o tratamento da UPP constitui uma das maiores preocupações no cuidado com os pacientes diabéticos.4 Mesmo quando todos os cuidados preventivos são adequadamente adotados, a incidência anual de aparecimento de UPP atinge um índice aproximado de 2,2%.

Objetivo

Relatar a experiência no uso da técnica de offloading, com uso de calçado, na cicatrização de lesões nos pés.

Método

Trata-se de um relato de caso com consentimento escrito de um paciente do sexo masculino, com experiência exitosa no tratamento de lesão plantar há mais de 5 anos sem cicatrização. Os dados evolutivos foram obtidos por meio de registros fotográficos digitais e mensuração das áreas das feridas com decalque

Resultado

Pacientes diabéticos que desenvolvem lesões nos pés estão sujeitos à elevada incidência de morte prematura diretamente associada ao alto risco de sofrer uma amputação maior em pelo menos um dos membros inferiores ao longo da vida.5 O índice de mortalidade num prazo de até 5 anos após o surgimento de uma UPP chega a 45% nos pacientes que apresentam úlcera de causa predominantemente neuropática, e a 55% naqueles com úlcera de causa preponderante no componente isquêmico.6

Descrição do caso

Há mais de 5 anos sem evolução, foi realizado avaliação pelo Enfermeiro Estomaterapeuta e Podiatra Clínico onde foi realizado o desbaste da calosidade e realizado a prescrição do Offloading com uso de calçado de cicatrização. Com o uso deste calçado a UPP apresentou evolução positiva evoluindo para a cicatrização em 3 meses. Após a cicatrização foi mantido calçado especifico offloading para prevenção de novas ulcerações.

ORIENTAÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PACIENTES COM ÚLCERAS VENOSAS: REVISÃO INTEGRATIVA PARA DESENVOLVIMENTO DE SERIOUS GAME

LUANA SOUZA FREITAS — 2022-12-14

As tecnologias de informação vêm sendo utilizadas para promoção de orientações qualificadas sendo o Serious Game uma das estratégias que ganharam espaço na educação em saúde e tem auxiliado no cuidado à diversas populações, com possibilidade de assistir pacientes com úlceras venosas. A ocorrência da ferida dificulta a deambulação, provoca dor, ocasiona gastos, além de afastar a pessoa de atividades diárias. Todo esse impacto pode ser minimizado por uma assistência qualificada a partir de um enfermeiro capacitado que utilizando um “Jogo Sério” com educação interativa e dinâmica, pode ampliar seu conhecimento e fortalecer cuidado prestado. Para desenvolver o Serious game é necessário primeiramente construir uma revisão de literatura que permita identificar as principais orientações fornecidas pelo enfermeiro para o cuidado com a lesão. Por isso objetivou-se mapear na literatura as orientações e cuidados de enfermagem à pacientes com úlceras venosas. Trata-se de uma revisão integrativa realizada em maio de 2022, utilizando o cruzamento: Úlcera Varicosa AND educação em saúde para Lilacs, Medline, BDENF-Enfermagem, e suas respectivas traduções: Varicose Ulcer AND Health Education para SCOPUS e Web of Science. Foram incluídos artigos em todos os idiomas e anos de publicação que estivessem disponíveis em texto completo e que atendessem ao objetivo da pesquisa. Excluiu-se editoriais, teses e dissertações, revisões e pesquisas duplicadas. Identificou-se inicialmente 213 estudos e após aplicação dos critérios a amostra foi de 12 artigos. Utilizou-se o protocolo PRISMA para desenho metodológico. A partir da análise dos dados, verificou-se predomínio de estudos nacionais (75,0%), de abordagem quantitativa (83,3%), desenvolvidos há mais de 5 anos (58,3%). Quanto as orientações e cuidados de enfermagem à esses pacientes, encontrou-se a indicação e execução de terapias compressivas e cuidados com a pele como predominantes (91,7%), seguidos de realização de curativos na lesão de maneira estéril (83,3%), indicações de elevar o membro afetado (75,0%), praticar atividade físicas leves incluindo exercícios localizados e descansos ao longo do dia (50,0%), incentivo à adesão ao tratamento e hábitos alimentares saudáveis (25,0%). Com base nos achados, observa-se que as orientações e cuidados vão além da mecânica troca de curativos, envolve adoção de hábitos saudáveis e outras ações que facilitam a cicatrização e previnem uma recorrência de abertura da lesão.

Essa revisão inicia a identificação de ações de enfermagem primordiais para o cuidado ao paciente com úlcera venosa e possibilita a continuidade da pesquisa para desenvolver uma tecnologia que realmente auxilie o enfermeiro na atenção às necessidades desse público.

OZONIOTERAPIA TÓPICA NO TRATAMENTO DE VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA: RELATO DE CASO

JULIANA BALBINOT REIS GIRONDI — 2022-12-14

Introdução: A vasculite leucocitoclástica consiste em uma inflamação de pequenos vasos, principalmente as vênulas, por meio da deposição de imunocomplexos. Sua etiologia pode ser idiopática ou relacionada à neoplasias, medicamentos e infecções 1. O tratamento inclui medidas de suporte (elevação das pernas, repouso, meias de compressão e anti- histamínicos); casos graves inclui uso de corticosteroides sistêmicos. No caso a ser relatado sugerimos uso de Ozonioterapia por suas ações terapêuticas estão: efeito antimicrobiano, modulação da inflamação, analgesia, promoção da cicatrização, regulação metabólica celular e modulação do estresse oxidativo2. Objetivo: Relatar um caso de vasculite leucocitoclástica tratada com ozonioterapia transcutânea. Método: Trata-se de estudo de caso aprovado sob parecer 3.520.261 e CAEE: 12212519.2.0000.012. Mulher, 74 anos, com Diabetes Mellitus tipo 2 em uso de metformina, Hipertensão Arterial Sistêmica em uso de enalapril e hidroclorotiazida e depressão tratada com escitalopram e clonazepam. Ademais fazia uso de prednisona 80mg uma vez por semana. Foi acompanhada no ambulatório de um hospital universitário no sul do Brasil semanalmente. No primeiro atendimento apresentava em ambos membros inferiores lesões extensas em pés e tornozelos com flictenas rotas, púrpuras e regiões necróticas, com dor intensa. Realizado desbridamento instrumental, aplicado PHMB solução, ozonioterapia transcutânea via Bag: 60 mcg por 10 minutos, curativo de hidrofibra com prata, chumaço e atadura, sem possibilidade de mensuração das lesões devido ao quadro clínico. No segundo atendimento foi realizada higiene da ferida3, desbridamento instrumental e aumentado o tempo da ozonioterapia para 30 minutos. Em membro inferior esquerdo lesão medindo 4x3 (12 cm² de área) em região maleolar com 95% de granulação e 5% esfacelo, aplicado espuma com prata com borda adesivada, e em área de desepitelização, gaze com emulsão de petrolatum.

Em membro inferior direito lesão medindo 8,5x4 (34cm² de área) 100% granulada, em região maleolar anterior aplicado espuma com prata com base adesivada e em áreas de desepitelização gaze com emulsão de petrolatum. No terceiro atendimento, ambos os membros lesões com 100% de granulação, ausência de dor, mantido terapêutica, porém reduzido dose da ozonioterapia para 20 mcg. No quarto atendimento, lesões totalmente cicatrizadas, promovendo a alta da paciente. Resultados: Após uma sessão, a paciente demonstrou melhora significativa do quadro geral, e controle álgico total após duas sessões de Ozonioterapia. Após quatro atendimentos e duas sessões de ozonioterapia em 21 dias as lesões estavam totalmente cicatrizadas. Conclusão: A Ozonioterapia proporcionou seus efeitos esperados de ação antimicrobiana, neoangiogênese, modulação do processo inflamatório, e estresse oxidativo celular, promoção da analgesia e regulação do metabolismo celular. Estes fatores associados proporcionaram a cicatrização de forma efetiva e melhoraram a qualidade de vida da paciente. Indica-se a realização de novos estudos com outras amostras para aplicação em outras realidades futuras.

PARÂMETROS PARA DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA FERIDA CRÔNICA

TAYSA DE FATIMA GARCIA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O acompanhamento da evolução da ferida exige o estabelecimento de parâmetros considerando tratar-se de um desafio para os profissionais de saúde (1). O registro da ferida pode ser documentado no prontuário do paciente, contempla a área, características do tecido de granulação, necrótico e epitelização, exsudato e pele periferida (2). Outra possibilidade de documentação é a fotografia, que pode fornecer evidências sobre os aspectos da ferida (3). No entanto, o desconhecimento dos profissionais a respeito da técnica fotográfica e dos parâmetros para obtenção do registro é uma lacuna para assegurar a qualidade das imagens. OBJETIVO: Conferir os parâmetros da literatura para a fotografia de feridas na prática clínica. MÉTODO: trata-se de um estudo de caso composto de duas etapas. Na primeira foram identificados os parâmetros para o registro fotográfico por meio da revisão da literatura. Selecionou-se oito artigos utilizando cruzamentos entre os descritores ‘fotografia’, ‘documentação’, ‘registros’, ‘ferimentos e lesões’, ‘prática clínica’. Os artigos foram identificados nas bases de dados do banco da Biblioteca Virtual em Saúde, Medline, Cocrhane, Embase, Scopus e Web of Science, publicados no período de 2005 a 2019. Na segunda etapa, o registro fotográfico foi realizado aplicando os parâmetros na prática clínica.

Foi realizado o registro fotográfico de uma úlcera venosa localizada no maléolo medial esquerdo. Utilizou-se câmera Canon, modelo EOS Rebel XS digital com lente 18-55mm e smartphone modelo A51. A cor da imagem, consiste em um dos principais quesitos de qualidade da fotografia. Para determinar a consistência das cores da fotografia, de cada aparelho, este estudo considerou o cálculo de Delta E (?E), que consiste na variação entre duas amostras de cores, a fim de determinar se a diferença entre elas é percebida pelo sistema visual humano ou não (4). O Delta E de referência foi RESULTADOS: a revisão da literatura permitiu identificar 10 parâmetros: Consentimento do paciente, posicionamento da câmera e do paciente, identificação da ferida, fundo da imagem, iluminação, equipamento fotográfico, consistência da cor por meio do Delta E, foco e armazenamento da imagem. Em relação à cor da imagem, identificou-se alteração do Delta E em doze registros fotográficos realizados. Os valores máximo e mínimo de Delta E, quando utilizado câmera, luz de teto apagada, fonte de luz (LED) com difusor e fundo azul (?E 25,0). Ao realizar o registro com câmera, luz apagada, fonte de luz de (LED) sem difusor e fundo azul o (?E 27,0). E, utilizando câmera e smartphone, obteve valores de Delta E 10,3 e 12,6, respectivamente, ambos registros ocorreram com a luz do teto acesa e o fundo branco. CONCLUSÃO: As imagens que obtiveram menores alterações nos números de Delta E foram a fotografia de câmera e smartphone com luz de teto acesa e fundo branco, mas ainda assim com Delta E superior a 10, o que ainda apresenta alta variação cromática.

PERCEPÇÕES, CONHECIMENTOS E HABILIDADES NO MANEJO DA ÚLCERA VENOSA: DESENVOLVIMENTO DE UM DOCUMENTÁRIO

LUCIANA CATUNDA GOMES DE MENEZES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Úlceras venosas (UVs) causam significativos impactos econômicos e sociais, devido sua longa duração e alto percentual de recidivas. Para que tal problema seja tratado, se faz necessário profissionais capacitados que orientem as pessoas sobre os cuidados com a prevenção e o tratamento das UVs. Dentre os cuidados realizados, têm-se o uso das Tecnologias Educativas (TE) como forma de multiplicar conhecimentos. O vídeo em forma de documentário se mostra como uma TE lúdica, a qual pode facilitar o processo de ensino- aprendizagem. OBJETIVO: Desenvolver documentário sobre as percepções, conhecimentos e habilidades no manejo das UVs. MÉTODO: Estudo metodológico desenvolvido entre fevereiro e novembro de 2021, em Fortaleza-Ceará-Brasil. A pesquisa passou por aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 5.028.454. Ressalta-se que essa pesquisa não envolveu a fase de validação, pois esta será realizada em outro momento. RESULTADOS: A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: 1) Estado da Arte e 2) Desenvolvimento do documentário. Na primeira, foi realizada uma Revisão Narrativa, os quais utilizou-se referenciais teóricos atualizados sobre as UVs. Como estratégias, foram evidenciados os seguintes cuidados, a destacar: capacitação do profissional; avaliação do paciente e sua lesão; limpeza da lesão com soro fisiológico 0,9%; hidratação da pele; medição do leito da lesão; documentação fotográfico do local, do tamanho e do aspecto da lesão; uso da terapia compressiva; gestão dos produtos e aplicação no leito e na pele perilesional; proteção da ferida contra traumas mecânicos e infecções; plano de alimentação saudável; controle da pressão arterial; controle do peso; caminhadas e exercícios regulares de panturrilha e elevação dos membros inferiores; dentre outros. Após concluir a RN, iniciou-se o processo de construção que está relacionado com a segunda etapa, a qual se refere a produção do documentário que foi dividido em: 1) Pré- produção (construção do roteiro em 9 cenas); 2) Produção (gravação das cenas em três locações: ambulatório de uma universidade privada, em uma praça e na residência de um paciente, e depoimentos de pacientes, duas alunas de graduação em enfermagem e uma enfermeira Estomaterapeuta, ambas são as pesquisadoras), e 3) Pós-produção (edição). A tecnologia desenvolvida foi um documentário intitulado “Convivendo com a Úlcera Venosa” contendo nove cenas com tempo de duração de sete minutos e 49 segundos, que abordou a percepção e história de vida dos pacientes, habilidades de autocuidado com a lesão e com o adoecimento, e ações de educação em saúde sobre o manejo das UVs. CONCLUSÃO:

Espera-se que o uso deste material possa contribuir no processo de educação em saúde a respeito das UVs, assim, facilitando o entendimento dos pacientes e da população sobre os cuidados necessários para prevenção como adesão de hábitos mais saudáveis, controle da hipertensão venosa e ações de autocuidado. Como limitações da pesquisa tem-se a necessidade de validação do documentário.

PRÁTICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS SOBRE O MANEJO DE ENFERMAGEM NAS RADIODERMATITES

MARIA RENATA SOARES DE PAIVA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: As pessoas em tratamento radioterápico experimentam alguns efeitos adversos, a radiodermite é a mais prevalente. A prevenção e o tratamento precoce, que pode ser desenvolvido pela enfermagem é fundamental, pois pode contribuir para a manutenção da integridade da pele e proporcionar qualidade de vida a essas pessoas durante e após o tratamento. OBJETIVO: Diante disso, essa pesquisa tem como objetivo geral: analisar as evidências científicas sobre o manejo de enfermagem nas radiodermatites. MÉTODO: Foi realizada uma Revisão Integrativa (RI) de fevereiro a maio de 2022, nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e PUBMED/MEDLINE. RESULTADOS: Por meio da seleção dos 15 artigos, verificou-se que o ano de 2020 publicou três (3-20%), nove (9-60%) pertenciam ao PUBMED/MEDLINE; dez (10-67%) foram publicados em inglês, com relação aos objetivos, houve uma significativa variabilidade, sendo que a avaliação dos produtos

tópicos de diferentes materiais, bem como suas comparações foram representados em nove (9- 60%) publicações, no que diz respeito à metodologia, sobressaíram os ensaios clínicos randomizados controlados com nível de evidência II, em sete (7-45%) artigos. Diante das evidências encontradas, pôde-se organizar em duas categorias temáticas, a destacar: 1ª categoria “Cuidados de enfermagem na prevenção da radiodermatite”, apresentada em doze (12-80%) artigos, destacaram-se: higiene com água e sabão, uso de calêndula, aumento da ingestão de líquidos diários, não esfregar a pele, evitar a exposição solar da área irradiada, dentre outros. Enquanto que na 2ª Categoria: destacaram-se os “Cuidados de enfermagem no tratamento da radiodermatite”, identificados em dez (10-67%) publicações, que registraram, analisaram e testaram a eficácia de agentes tópicos, sejam eles fitoterápicos ou sintéticos, como a calêndula, a trolamina e os corticosteróides tópicos foram os mais citados.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que a maioria dos artigos trouxeram alternativas que se mostraram benéficas e significantes para prevenir e tratar as radiodermatites, no entanto, não se observou uma padronização dos cuidados instituidos. Diante disso, sugere-se mais estudos que possam direcionar melhor a prática clínica dos enfermeiros.

PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM INDIVÍDUOS IDOSOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO

CARLA MARIA MALUF FERRARI — 2022-12-14

O aumento das doenças crônico-degenerativas associado ao aumento da expectativa de vida incrementou o número de idosos que necessitam de tratamento cirúrgico. Nesses casos os cuidados perioperatórios se tornam minuciosos pela própria idade, pela gravidade do procedimento cirúrgico e além disto apresentarem comorbidades e muitas vezes comprometimento da capacidade funcional. Na senescência ocorrem modificações bioquímicas e moleculares que favorecem o desenvolvimento de danos teciduais crônicos. A lesão por pressão (LP) é um dano ocasionado na pele e/ou em estruturas subjacentes sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivos médicos. As complicações anestésico-cirúrgicas e as lesões por pressão são eventos adversos mais frequentes e evitáveis. Cirurgia segura é uma estratégia importante para reduzir a possibilidade de danos ao indivíduo idoso submetido a cirurgia, a prevenção é um dos cuidados de enfermagem imprescindível1 OBJETIVO: Identificar na literatura ações de enfermagem para prevenção da

lesão por pressão entre indivíduos idosos submetidos ao tratamento cirúrgico. MÉTODO: Trata- se de estudo de revisão da literatura, formada por uma análise rigorosa, fundamental para atualização do conhecimento sobre uma determinada temática, realizada entre abril e junho de 2022, nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, LILACS, BDENF e MEDLINE.

Foram incluídos estudos no idioma português, inglês e espanhol publicados na íntegra, nos últimos dez anos, utilizando os descritores (DeCs): idoso, lesão por pressão, enfermagem perioperatória e estomaterapia, combinados entre si e que respondessem à pergunta norteadora “ quais as ações de enfermagem para prevenção da lesão por pressão em indivíduos idosos submetidos a tratamento cirúrgico? A amostra constituiu-se de 8 estudos. RESULTADO: Os resultados foram agrupados em ideias centrais. 1) Causas de procedimentos cirurgicos entre idosos: Um em cada quatro paciente cirúrgico está acima de 65 anos, é expressiva a quantidade de idosos submetidos a cirurgias cardíacas, abdominais, ortopédicas, vasculares e cirurgias no aparelho digestivo, principalmente colecistectomias e vídeolaparoscópicas. 2) Vulnerabilidade para apresentar lesão por pressão perioperatória: os fatores mais citados foram idosos com alteração do índice de massa corporal; posicionamento; hipotermia perioperatória, agentes anestésicos, alterações hemodinâmicas e ventilatórias; ausência ou uso inadequado das superfícies de suporte e presença de comorbidades. 3) Ações de enfermagem na prevenção de LP: a prevenção pode ser realizada por meio da mudança de decúbito a cada duas horas em procedimentos prolongados; uso de superfícies para distribuição de pressão decorrente do peso e proteção da pele na presença de dispositivos médicos; uso de protetores de proeminências ósseas, instrumentos validados específicos para a classificação do risco de lesão por pressão em pacientes cirúrgicos; estratégias educativas para garantir o sucesso do posicionamento cirúrgico2,3. CONCLUSÃO: Tratamentos cirúrgicos entre indivíduos idosos são cada vez mais frequentes; o índice de massa corporal; o posicionamento, agentes anestésicos e presença de comorbidades relacionaram-se com o desenvolvimento da LP; mudanças de decúbito, uso de superfícies e dispositivos adequados para proteção de proeminências ósseas, além da classificação de risco e educação continuada quanto a cirurgia segura estiveram entre as indicações para prevenção de LP entre indivíduos idosos submetidos a tratamento cirúrgico.

PREVENÇÃO É A MELHOR OPÇÃO”: ELABORAÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO

LIDIA STELLA TEIXEIRA DE MENESES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Lesão por pressão está relacionada ao dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outros equipamentos, apresentando maior índice em pacientes hospitalizados, necessitando de uma assistência qualificada de Enfermagem. Desse modo, o uso de Tecnologias Educativas (TE), como a cartilha educativa, é uma ferramenta que pode ser utilizada para buscar a promoção de saúde do paciente e ajudar na compreensão sobre a importância dos cuidados, a fim de evitar esse desfecho. OBJETIVO: Elaborar cartilha educativa para orientar sobre a prevenção de lesão por pressão em pacientes hospitalizados. MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa, realizado em Fortaleza-Ceará-Brasil no período de março a novembro de 2021. Por se tratar da construção de tecnologia, sem a validação, a pesquisa não foi enviada ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: 1) Embasamento cientifico e 2) construção da tecnologia educativa. Na primeira etapa foi realizado com base dos dados da Revisão Narrativa, utilizando referenciais teóricos atualizados sobre lesão por pressão. Tendo a seleção de 32 publicações disponíveis na Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e na Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) para embasar a TE. Após a RN iniciou-se o processo de construção que está relacionado com a segunda etapa, que refere-se a construção de uma cartilha educativa para prevenção de lesão por pressão em pacientes hospitalizados, intitulada “Prevenção é a melhor opção”, que possui 14 páginas e foi dividida em Elementos pré-textuais (Capa, contracapa, apresentação da tecnologia e sumário), Elementos textuais (assuntos referente a lesão por pressão, como definição, classificação, fatores de risco, prevenção, jogo, anotações, dentre outros) e Elementos pós- textuais (referências). CONCLUSÃO: Espera-se que o uso deste material possa contribuir no processo de educação em saúde, assim, facilitando o entendimento de forma simplificada dos pacientes sobre os cuidados necessários para prevenção de lesão por pressão.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO - ESTRATÉGIA PARA GESTÃO EM CONTEXTO HOSPITALAR

MARIA CLARA SALOMÃO E SILVA GUIMARÃES — 2022-12-14

Introdução: A lesão por pressão (LP) é o principal tipo de ferida encontrada no contexto hospitalar e, atualmente, também no domicílio e nas instituições de longa permanência. A LP é um dano localizado na pele e ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou outro artefato, podendo se apresentar como pele íntegra ou aberta, e ser dolorosa ou não(1). Essas lesões são um evento evitável que causam impactos tanto para a instituição quanto para o paciente. Para a instituição hospitalar, as LP impactam a saúde financeira, a segurança do paciente, a qualidade da assistência e a sua credibilidade no mercado devido as certificações de qualidade. As LP ocasionam aumento de gastos e perdas na lucratividade do hospital por questões indenizatórias, glosas nas contas médicas, e não bonificações devido ao não recebimento de certificações de qualidade(2). Considerando os danos mensuráveis e imensuráveis da LP, se faz necessária uma adequada gestão do cuidado assistencial no contexto hospitalar para a sua prevenção e tratamento. Essas medidas, no entanto, demandam investimentos significativos nos processos de trabalho, principalmente na gestão de risco, na educação continuada e no trabalho em equipe(2). Nesse cenário, o enfermeiro especialista em estomaterapia, ou estomaterapeuta, é o profissional que detém conhecimento técnico, capacitação específica e competências para prestar assistência às pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, fístulas e incontinência anal e urinária em ações preventivas, terapêuticas e de reabilitação em busca de melhor qualidade de vida(3). Essa especialidade da enfermagem, reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem, é legalmente habilitada a exercer as funções assistenciais, educativas, de pesquisa e assessoria(3), além de ser responsável por testar e avaliar cientificamente produtos, analisar a relação custo/benefício para pacientes e instituições e indicá-los(4). Tais funções tornam esse profissional um ator importante para a organização da gestão do cuidado voltado para a prevenção no contexto hospitalar, embora verifique-se que esse ainda enfrenta dificuldades para exercer a sua prática(4-5). Nesse sentido, instrumentos de gestão poderiam sistematizar e dar visibilidade a sua prática por meio da produção de indicadores assistenciais. Objetivo: elaborar um instrumento de gestão das lesões por pressão para o controle dos pacientes em internação hospitalar, por meio da aplicação da ferramenta da governança clínica. Método: Pesquisa Convergente Assistencial através de dados de revisão sistemática nas bases: Lilacs, Medline, PubMed, Cinahl, Cochrane Library, Scopus, e Web of Science, com os descritores lesão por pressão, governança clínica, gestor de saúde e cultura organizacional. Resultados: As estratégias de gestão identificadas nos 63 artigos analisados fundamentaram a criação de dois instrumentos gerenciais: um para a gestão do cuidado das lesões por pressão direcionado para o estomaterapeuta e equipe interdisciplinar, e o outro um check-list para a enfermeiro generalista. Conclusão: A gestão do cuidado às lesões por pressão deve partir da gerência dos processos de prevenção e de tratamento de acordo com o risco do paciente. Assim como do envolvimento dos gestores, da equipe interdisciplinar, e suporte contínuo do enfermeiro estomaterapeuta.

PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM AMBULATÓRIO DE LESÕES DE PELE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM RECIFE

MARÍLIA PERRELLI — 2022-12-14

Introdução: Feridas são consideradas um sério problema de saúde pública devido ao número exacerbado de pessoas com essa condição. Estima-se que aproximadamente 3% da população do Brasil tenha algum comprometimento tecidual que caracteriza lesão de pele.¹ O uso de tecnologias cuidativo-educacionais, tem ação importante na promoção da saúde visando o autocuidado.2-3 A associação destas tecnologias com a Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem que evidencia a importância do comprometimento do paciente para o autocuidado e a pedagogia de Freire, trazendo que o diálogo ocupa um lugar central, indispensável nas interações humanas, na pronúncia do mundo, na mobilização da práxis, sendo um instrumento vital para a conscientização, proporcionam, na assistência do profissional de Enfermagem, a implementação da humanização no processo da educação em saúde, tendo como um de seus resultantes, a melhoria do tratamento fornecido ao paciente e o seu empoderamento sobre sua condição de saúde, assistindo-o de maneira holística.3-5 Objetivo: Desenvolver e aplicar uma tecnologia cuidativo-educacional para a promoção da saúde em um ambulatório de lesões de um hospital universitário em Recife. Método: Trata-se de um estudo metodológico, com abordagem mista. Os dados foram coletados no período de janeiro a março de 2022, através da aplicação de questionários sociodemográficos, e, em seguida, a intervenção educativa com informações sobre as fases da cicatrização, tratamento realizado e o esclarecimento de dúvidas durante as consultas de Enfermagem. Ao final, foi aplicada uma ficha de avaliação da intervenção através da escala hedônica facial de 5 pontos, com o objetivo de avaliar a satisfação do(a) paciente e acompanhante sobre a atividade realizada. Foram respeitados os princípios da Bioética registrados na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos. O projeto foi submetido na Plataforma Brasil, enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e aprovado, CAAE: 46686221.8.0000.5192. Resultados: Foram atendidos 13 pacientes, com faixa etária variando entre 35 e 78, em questão de gênero são: 53,8% homens e 46,2% mulheres, referente à etiologia das lesões de pele encontrados foram 69,2% de feridas operatórias, 15,4% de lesões por pressão e 15,4% úlcera de perna. Todos os pacientes relataram gostar da utilização dos moldes, sendo benéfica para entender o processo de cicatrização e cuidar da lesão de pele. Conclusão: Através do uso das tecnologias cuidativo- educacionais, foi possível realizar uma implementação de novas abordagens e estratégias para um cuidado voltado ao holístico, onde o indivíduo se faz protagonista sem desconsiderar o seu meio social, promovendo o empoderamento ao paciente assistido. O diálogo nos aproxima da realidade do outro, ao momento em que se ouve suas inquietações e se cria alternativas práticas, sem ultrapassar o que é do real para o outro, onde, na assistência de Enfermagem, se torna uma possibilidade de visualizar o impacto na qualidade de vida do paciente, e consequentemente, enfatizar a sistematização da assistência como nosso instrumento e identificação profissional.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: IMPLANTAÇÃO DO PAINEL DE GESTÃO A VISTA EM UM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA

BRUNA ROSA DOS SANTOS LIMA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A metodologia Lean Seis Sigma Healthcare visa reorganizar e racionalizar os serviços de saúde por meio da aplicação de suas práticas de gestão realizadas na indústria1, tendo por objetivo estabelecer a qualidade dos fluxos de trabalho, melhoria contínua, proporcionando a instituição realizar a gestão de forma mais estratégica, implementando os princípios de produção enxuta e gerenciamento visual para melhor gestão do local de trabalho2. Com base nestes objetivos podemos agregar valor aos pacientes, funcionários e instituição de saúde, diminuindo as falhas de processos e desperdício de tempo, garantindo melhoria nos fluxos3 e comunicação efetiva4. A gestão visual é uma ferramenta mais simplificada, onde todas as informações relacionadas a um setor são liberadas e comunicadas visualmente aos funcionários, permitindo que todos os envolvidos tenham ciência de todas as etapas de determinado processo, facilitando o planejamento e tomada de decisões4.OBJETIVO: Relatar a experiência da implantação do Painel Eletrônico de Gestão á Vista, com a finalidade de gerenciar a unidade de modo dinâmico, eficaz e padronizado, reduzindo o desperdício de tempo e mão de obra. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência profissional sobre a implantação da Gestão á Vista de um Serviço de Estomaterapia, em um Hospital Privado, da Zona Norte de São Paulo. RESULTADOS: O Serviço de Estomaterapia da instituição iniciou suas atividades em 2014, com 01 Enfermeira Estomaterapeuta, tendo sua expansão ao longo dos anos. Foram realizados 35.270 atendimentos, em 328 pacientes. Hoje contamos com uma equipe de 05 Enfermeiras Estomaterapeutas e 04 salas destinadas ao atendimento de enfermagem, onde são realizados atendimentos de: feridas agudas, crônicas, deiscências de feridas operatórias, queimaduras, debastamento, desbridamento e orientação a pacientes com estomias no pré e pós-operatório. Sem a sinalização das salas, havia um grande desperdício de mão de obra e tempo, para verificar qual o procedimento estava sendo realizado e por qual profissional, gerando insatisfação dos pacientes, equipe e corpo clínico. Mediante ao exposto, foi desenvolvido um painel eletrônico com as necessidades do setor, com critérios de inclusão e orientação aos usuários. Após a implantação do painel, a equipe de enfermagem visualiza todos os pacientes e procedimentos, entre eles: avaliação médica, curativo, medicação, procedimento e retorno cirúrgico. Portanto conseguimos realizar a gestão a vista e designar quais salas serão os atendimentos, não sendo necessário entrar em todas as salas para verificar, realizando a gestão de toda a unidade de forma dinâmica e assertiva, vindo de encontro com a filosofia do foco nos pacientes com a equipe multiprofissional e a integralidade de sua assistência, priorizando adequar o cuidado às necessidades da população. CONCLUSÃO: O painel de gestão a vista se provou eficiente na gestão, onde conseguimos visualizar todos os pacientes que necessitam de atendimento na unidade, categorizados por procedimentos, profissionais em sala e atrasos, melhorando o fluxo de atendimento e resultando na satisfação dos pacientes, equipe de enfermagem e recepção. Neste contexto, a equipe da unidade é responsável por manter a melhoria contínua, seguindo as diretrizes de utilização do painel.

TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA LESÃO POR PRESSÃO

SABRINA MEIRELES DE ANDRADE — 2022-12-14

Introdução: Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro objeto. A lesão pode se apresentar aberta e ou ulcerada, dolorosa e também com a pele integra1,2.A validação da tecnologia educativa propõe-se contribuir, inovar e buscar soluções aprimoradas e quando aplicada a Enfermagem, traz benefícios como celeridade e padronização da assistência ao paciente com risco e no tratamento da LP 4,5. Esse estudo justifica-se pela importância de se utilizar a Tecnologia Educativa pelo profissional da Enfermagem no auxílio de suas tarefas da maneira eficiente e sistematizada na prevenção e tratamento da lesão por pressão, baseado em diretrizes e consensos atualizados mundialmente3.Objetivo:Validar tecnologia educativa para prevenção e tratamento de pacientes com lesão por pressão Metodologia: Trata-se de pesquisa metodológica com abordagem quantitativa desenvolvida em duas grandes fases: elaboração e avaliação.

Realizado no período de novembro de 2020 a fevereiro de 2022, em hospital-ensino, com enfermeiros assistenciais e gestores. Utilizou-se questionário com base na escala Likert para avaliar o conteúdo. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa n.CAEE 43001821.6.0000.5553 e Protocolo n. 4.585.532. Resultados: Participaram 15 juízes, todos com atuação na assistência de cuidados e no local de trabalho com alta incidência e prevalência de lesão por pressão.Todos especialistas atuavam na área de prevenção e tratamento de lesão por pressão. Os dados foram analisados por meio do coeficiente alfa de Cronbach, índice de validade do conteúdo e nível de concordância.Conclusão Esse estudo reforça que o processo de trabalho na saúde precisa cada vez mais de investimento, segurança e inovação por meio do uso de tecnologia na saúde para auxiliar o enfermeiro na tomada de decisão de maneira eficiente e eficaz na gestão da prevenção e tratamento da lesão por pressão.

TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES PARA O CUIDADO COM A PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO: EVIDÊNCIAS PARA A PRÁTICA CLÍNICA

MIRIAN FERREIRA COELHO CASTELO BRANCO — 2022-12-14

Mundialmente, a cada 20 segundos um membro inferior - pé ou perna - é amputado em decorrência das complicações do diabetes, complicação essa conhecida como pé diabético (PD), complicação essa que tem um grande pacto de custos cinco vezes maior do que os pacientes que não tem PD. Os custos vão além custos médicos, como, perda de produtividade, custos com órteses e próteses, custos de assistência domiciliar e serviços sociais para pacientes que sofreram amputação nas extremidades inferiores, não foram incluídos no estudo. “Isso significa que o impacto econômico geral do pé diabético é ainda mais significativo. Para se evitar desfecho, de algo tao relevante na qualidade de vida estratégias de cuidados devem ser realizadas. Assim, essa pesquisa, tem como objetivo geral: Conhecer as tecnologias e inovações existentes para o cuidado com a prevenção do pé diabético com vistas a evitar lesões e amputações evidenciadas na literatura científica. Para isso, realizou-se uma Revisão Integrativa (RI) nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Biblioteca Eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Se utilizou os descritores “Pé diabético”, “Prevenção” e “Tratamento”, cruzados por meio do operador booleano “AND”.Foram identificados 297 artigos, e destes, selecionados 12 para compor a amostra final. Diante das evidências encontradas, o presente estudo pode organizar, mediante critérios de similaridade, os assuntos em duas categorias temáticas: 1º categoria: Educação em saúde no manejo do pé diabético, apresentado em nove (75%) artigos e 2º Categoria: Avaliação de risco do pé diabético, com três (25%) publicações. Na categoria 1, as publicações ressaltaram o processo de Educação em Saúde como fundamental para evitar complicações no pé diabético, por meio do uso de tecnologias educativas, como: cartilhas, manuais, oficinas, grupo operativo, álbum seriado, sessões educativas focada nas ações de autocuidado, simulações dos cuidados, dentre outras. Na categoria 2, reforçou-se a importância da consulta de enfermagem na avaliação dos pés como uma etapa fundamental para a avaliação clínica, por meio de instrumentos como o monofilamento, avaliação dermatológica de micoses, ulcerações, dentre outras, avaliação dos fatores de risco, os quais devem ser orientados para a modificação, visando à prevenção das ulcerações e amputações. Concluiu-se que todas as estratégias de cuidados podem ser efetivas na promoção do autocuidado do pé diabético, qunado realizadas adequadamente e precocemente. Porém, as estratégias por meio de tecnologias educativas mostraram bastante eficaz, possibilitando melhora nos conhecimentos, nas atitudes e nas práticas dos cuidados com os pés e com a saúde, em geral.

TELEMONITORAMENTO A PACIENTES COM ÚLCERAS VENOSAS: ORIENTAÇÕES FORNECIDAS E DESFECHO DO MONITORAMENTO REMOTO

NORMA VALÉRIA DANTAS DE OLIVEIRA SOUZA — 2022-12-14

O objeto de estudo trata das orientações fornecidas por meio do telemonitoramento a pacientes com úlceras venosas (UV) e o desfecho deste monitoramento à distância. Apresentam-se como objetivos: i) caracterizar aspectos sociodemográficos e de saúde de pessoas com úlceras venosas telemonitorados à distância; ii) identificar as orientações fornecidas aos pacientes telemonitorados com úlceras venosas; e iii) descrever o desfecho ocorrido com os pacientes com úlceras venosas monitorados à distância. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, realizado com 159 prontuários físicos de pacientes com UV, telemonitorados na Clínica de Enfermagem em Estomaterapia da Policlínica Piquet Carneiro, localizada no Rio de Janeiro, no período de abril de 2018 a fevereiro de 2020. A escolha de tal população se justifica devido a sua alta incidência e prevalência na clínica de estomaterapia. O estudo cumpre a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, obtendo-se parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) para o seu desenvolvimento sob o número de Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 18068819.9.0000.5282. Os resultados apontam um equilíbrio entre os participantes do estudo, composto por 81 (50,94%) mulheres e 78 (49,06%) homens; na faixa etária de 60 a 69 anos (32,71%); com ensino fundamental completo ou médio incompleto 66 (41,51%); aposentados ou pensionistas 65 (40,88%); residentes na Zona Norte do Rio de Janeiro 75 (47,17%). Verificou-se também que 65 (40,88%) pessoas possuíam ao menos uma doença de base, principalmente Hipertensão Arterial Sistêmica 106 (39,40%) e Diabetes Mellitus 72 (26,77%). Ademais, constatou-se que 51 (32,07%) pacientes faziam acompanhamento médico regular na clínica da família; possuíam o membro inferior esquerdo acometido por úlcera venosa 65 (40,88%), lesões múltiplas 85 (53,46%); apresentando uma área total menor ou igual a 24 cm² em 100 (62,89%) pacientes; sendo a região do maléolo medial (face interna) mais acometida 118 (38,19%); com lesões que duravam de 5 a 9 anos em 35 (22,01%) dos casos. Outro resultado foi que em 87 (54,72%) dos prontuários analisados não houve cicatrização, entretanto, 72 (45,28%) pacientes cicatrizaram alguma vez, mas apresentaram recidivâncias em 100% desses pacientes. As UV possuíam exsudato com aspecto seroso 113 (71,07%); de volume moderado 62 (38,99%); ausência de odor em 68 (42,77%); presença de edema em 126 (79,25%); bordas

irregulares 91 (33,21%); leito granuloso em 103 (37,19%); edema na pele perilesional 80 (22,60%); possuíam lesões que interferiram na deambulação 117 (33,62%); queixavam-se de dor 68 (35,42%). Verificou-se que 134 (26, 91%) pacientes receberam orientações referentes à realização de repouso (com os membros inferiores elevados) e, mostraram como desfecho do telemonitoramento, a predominância de novos agendamentos e remarcações de consultas na clínica em 55 (34,60%) prontuários analisados. Os achados evidenciam a necessidade de ampliar as ações de enfermagem desenvolvidas na Clínica de Enfermagem em Estomaterapia, no intuito de proporcionar a saúde integral dos pacientes com úlcera venosa.

TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO FILME “PÉS QUE TE QUERO®” SOBRE OS CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO PARA A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

LUCIANA CATUNDA GOMES DE MENEZES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: Durante muito tempo, pessoas com surdez eram consideradas doentes, com limitações e deficit cognitivo, estigmatizadas e alvos de preconceito. Atualmente, a sociedade compreende essas pessoas como normais, apresentando potenciais e habilidades. Tendo em vista esse contexto, e associado a pessoa com Diabetes Mellitus (DM), que necessitam de cuidados para evitar complicações, como o Pé Diabético (PD), a construção de Tecnologia Educativa (TE) é um mecanismo importante, pois visa incluir e oportunizar a educação para essas pessoas. Para tanto, percebe-se por meio de literatura científica que a acessibilidade limitada de pessoas surdas com DM às informações de saúde ocorre devido ao desconhecimento de muitos profissionais, em destaque os enfermeiros, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). OBJETIVO: Descrever a tradução e interpretação do filme “Pés Que Te Quero®” para LIBRAS. MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico que ocorreu de setembro de 2020 a maio de 2021 em Fortaleza-Ceará-Brasil. Por tratar-se da tradução de um roteiro e filmagens com as próprias pesquisadoras com experiência em LIBRAS, o estudo não foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS: A pesquisa foi desenvolvida em três fases: Pré-produção (construção/tradução do roteiro), Produção (filmagens) e Pós- produção (edição). O filme educativo de curta-metragem “Pés Que Te Quero® ” foi elaborado e validado para as pessoas com DM na tese de Menezes (2016), o qual continha 12 cenas com tempo de duração de 24 minutos e sete segundos, que abordou as habilidades de Autocuidado (AC) com o DM e com PD. Na versão atual, na Pré-produção, as pesquisadoras inicialmente assistiram ao filme, em seguida, realizaram a transcrição do roteiro original e após, ambas as pesquisadoras, realizaram, separadamente, as traduções em LIBRAS. Essa se configurou como sendo a etapa de tradução individual de cada pesquisadora. Em outro momento, as pesquisadoras se reuniram para realizar o estudo de ambas as traduções e sintetizá-las em uma única tradução, para que se pudesse ser usada na sinalização. Para finalizar esta fase, foi realizada a retrotradução para identificar se todas as informações contidas no filme estavam sendo repassadas durante a sinalização, no intuído de não se perder nada relevante durante a tradução. Nessa fase, foram realizadas mudanças e adaptações no roteiro que havia sido sintetizado na etapa anterior. Finalizada a tradução do roteiro, iniciou a fase de Produção, nesse momento, foi selecionado um espaço físico privado, com duas intérpretes e com uma equipe de apoio para adequação da iluminação, posicionamento da câmera e ângulos de filmagem. Na Pós-produção, utilizou-se o CapCut® aplicativo adequado para edição de vídeos para Smartphones. CONCLUSÃO: Conclui-se que o material didático adaptado em forma de vídeo educativo poderá ser muito importante no processo de inclusão, pois pode ajudar as pessoas com DM e PD com necessidades educacionais especiais a superar suas dificuldades em compreender as ações de AC com os pés de formas criativa e divertida, ademais, funcionando como ferramenta facilitadora do processo de aprendizagem, a fim de diminuir o risco de lesões e/ou amputações. Como limitações da pesquisa: necessidade de validação com mais profissionais experts em LIBRAS.

TRATAMENTO PARA HIPERGRANULAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA

MAURÍCIO GOMES DA SILVA NETO — 2022-12-14

Introdução: A hipergranulação é uma complicação relacionado feridas, incluindo estomias, principalmente gastrostomias e traqueostomias. Sua causa, ainda não é bem definida na literatura, que aponta alguns fatores predisponentes como: cicatrização por segunda intenção, umidade excessiva, irritantes (efluentes de estomias e corpos estranhos), fricção, infecção e curativos oclusivos. Esta complicação interfere na qualidade de vida das pessoas afetadas, pois pode estar associada a sangramento persistente, exsudação, desconforto ou dor e pode exigir internação hospitalar1-2. Objetivo: Revisar a literatura científica acerca dos métodos de tratamentos descritos para hipergranulação em feridas e estomias. Método: Estudo de revisão integrativa da literatura segundo o método descrito por Whittemore, Knalf3, seguindo os seguintes passos: identificação do problema de pesquisa; busca na literatura; avaliação dos dados; análise dos dados e apresentação. As buscas de referências foram realizadas nas seguintes bases de dados CINAHL, LILACS, SciELO, PubMed, Web of Science e Embase. As palavras-chave utilizadas foram: overgranulation e hypergranulation. Resultados: Foram encontradas 544 referências que foram tratadas utilizando o EndNote Basic®, foram excluídas 209 duplicatas. Após leitura dos títulos e resumos 286 referências foram excluídas, e após leitura e análise dos artigos na íntegra, 16 trabalhos foram incluídos. A maioria dos estudos são estudos de caso (n=15) único ou séries de casos, relatando o tratamento em feridas (n=11), incluindo queimaduras, feridas operatórias complicadas, úlcera do pé diabético, além de alguns estudos tratando da hipergranulação em estomias (n=05). Acerca do tratamento encontramos o uso de vários métodos com divergências nas técnicas de limpeza e coberturas utilizadas. Nos estudos incluídos nesta revisão os métodos de tratamento utilizados foram: crio cirurgia, uso do laser com hidrocoloide e com Potássio Titanil Fosfato, desbridamento cortante, nitrato de prata, esteroide tópico (acetato de hidrocortisona a 0,25%, hidrocortisona creme 1% e clobetasol 0,05%), pomada com mel, sais hipertônicos, papaína e óleo com extrato de Neem e Hypericum perforatum L. Conclusões: Estudos que descrevam o tratamento para hipergranulação seja em feridas ou em estomias são escassos, com metodologias frágeis e apresentam diversos métodos empregados. Observamos uma disparidade nos tratamentos da hipergranulação, com nível de evidência científica baixo necessitando de estudos com desenhos que permitam a avaliação destes métodos, bem como sua efetividade e segurança.

USABILIDADE DA FLIR ONE PRO® NA AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE QUEIMADURAS : RELATO DE EXPERIÊNCIA

MOELISA QUEIROZ DOS SANTOS DANTAS — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: O avanço dos dispositivos termográficos e a facilidade de uso a beira leito por profissionais treinados pode contribuir para melhor avaliar a profundidade das lesões em vítimas de queimaduras, especialmente daquelas com profundidade intermediária, onde a avaliação clínica é mais difícil. As imagens obtidas pela termografia demonstram um mapa de cores da ferida gerado pela diferença de temperatura relacionada a perfusão de cada área, como consequência do comprometimento do aporte sanguíneo local. OBJETIVOS: Relatar a experiência do uso da termografia com o dispositivo FLIR ONE PRO ® no diagnóstico da profundidade das queimaduras. MÉTODO: Para a implementação da rotina, inicialmente foram instalados termômetros digitais nas salas de balneoterapia e curativo, local onde as lesões seriam avaliadas. A equipe envolvida na implementação da rotina foi composta por 03 enfermeiros e 03 médicos que participaram de treinamentos sequenciais para o alinhamento da avaliação clínica da profundidade, cálculo a Superfície Corporal Queimada utilizando a escala de Lund Browder e uso do dispositivo termográfico. RESULTADOS: Durante três meses todas as quartas feiras as imagens térmicas foram obtidas utilizando a câmera FLIR ONE PRO® (FLIR Systems, Inc., Wilsonville, OR, USA) acoplada à um Iphone 7 plus ® (Apple, Inc., Cupertino, CA, USA), à uma distância de 50-100 cm da ferida, perpendicularmente à mesma. Foi fotografada uma ou mais áreas queimadas por paciente, abrangendo pele íntegra ao redor da ferida ou, nos casos de extremidades, o lado contralateral para referência. Durante a captura das imagens, foi posicionado um termo-higrômetro, à no máximo, dois metros do paciente. Qualquer fonte externa de calor como lâmpadas foram desligadas para evitar interferências nas medidas. Foi calculada a temperatura média da área de cada um dos círculos, assim com a temperatura máxima, temperatura mínima e temperatura do ponto central. A temperatura média da área queimada foi comparada com a temperatura média da área de referência. A diferença de temperatura entre as áreas foi expressa como ?T. Foi considerada uma diferença de temperatura maior que 1,15°C como diagnóstico de queimadura profunda e subsequente necessidade de tratamento cirúrgico. Não foram relatadas dificuldades no manejo do dispositivo ou impactos negativos na dinâmica do trabalho durante o seu uso, sendo as rotinas facilmente ajustadas. Durante a fase de treinamento 39 lesões foram avaliadas clinicamente e no dispositivo, sendo que 14 (35,9%) tiveram um desfecho como profundas, enquanto 25 (64,1%) como superficiais. Os agentes térmicos representaram 84,20% dos casos, seguidos pelas queimaduras de causa elétrica com 5,27% dos casos.

CONCLUSÃO: O dispositivo se mostrou de fácil usabilidade, contribuindo para o alinhamento do diagnóstico da profundidade das lesões pela equipe multidisciplinar, sendo o arquivamento da imagem em prontuário uma importante forma de documentação das avaliações realizadas. Estudos prospectivos com maior número de pacientes poderão avaliar a acurácia da FLIR ONE PRO ® no diagnóstico da profundidade das queimaduras, considerando que o seu uso se mostrou viável na rotina do serviço especializado.

USO DA TERAPIA FOTODINÂMICA EM FERIDA COMPLEXA: ESTUDO DE CASO

SANDRA MARINA GONÇALVES BEZERRA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A Terapia Fotodinâmica (PDT) constitui-se como um método terapêutico que une a combinação de um fotossensibilizador com uso de radiação eletromagnética ao oxigênio tecidual, promovendo efeito na redução da carga bacteriana local, sendo atualmente uma ferramenta cada vez mais incorporada ao cuidado de feridas 1-3. OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso da Terapia Fotodinâmica em uma ferida complexa antes a após procedimento endovascular MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 58 anos, diabética, restrita ao leito, admitida com indicação de amputação, apresentando ferida em lateral interna do pé direito com tunelamento de 2 cm para retropé, não cicatrizada há seis meses, medindo 16 cm de comprimento, 4,5 cm de largura e 2 cm de profundidade com tecido de granulação pálido e esfacelo em toda sua extensão. Realizou-se procedimento endovascular de arteriografia e arterioplastia com retorno da circulação de arteria pediosa. Devido a necrose, memso depois da melhroa da circulação, foi planejado amputação. No entanto com a melhora da avaliação, mediante 20 sessões de terapia fotodinâmica, oito em ambiente hospitalar e as demais em domicílio. As sessões eram realizadas duas vezes por semana e o curativo trocado a cada dois dias, em que se realizava desbridamento instrumental conservador e eram usados PHMB para limpeza, papaína pó e ocluído com gaze impregnada com PHMB. Esse estudo é parte de um projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer nº 3.834.958, em 2021. RESULTADO: Após o início da realização da PDT e de curativos, houve redução no comprimento da lesão em 1 cm, permitindo maior conforto à paciente e redução da dor, favorecendo a deambulação com auxílio. Posteriormente, a discussão multiprofissional e reavaliação de novos exames possibilitaram a retirada da indicação de amputação, sendo realizado apenas desbridamento cirúrgico. A cada semana foram realizadas reavaliações da lesão por profissional estomaterapeuta e observado diminuições de 3 a 1 cm no comprimento e largura da lesão, respectivamente. Quanto à profundidade, após a quarta semana, houve redução de 1 cm. Desse modo, o exsudato que havia odor fétido e apresentava-se anteriormente em grande quantidade reduziu. Após três meses de acompanhamento, a ferida apresentava-se cicatrizada e a paciente já deambulava sem auxílio, e foi orientada a procurar centro de referência para confecção de órtese como proteção ao tecido revitalizado sensibilizado. CONCLUSÃO: O uso de PDT, associado ao desbridamento instrumental conservador e cobertura antisséptica, destaca-se como um método eficiente no tratamento de feridas complexas em âmbito hospitalar, sendo uma ferramenta terapêutica com resultados promissores no tratamento e redução de lesões. Somado a isso, houve empenho multiprofissional da equipe multiprofissional do hospital, por parte da estomaterapeuta e alunos de enfermagem para assistência, intra-hospitalar, continuidade do atendimento em domicílio com monitoramento até a completa cicatrização.

USO DE COBERTURA ANTIBIOFILME NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM ÚLCERAS DO PÉ DIABÉTICO: DESAFIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

FABIANA VANNI DE BRITO CARVALHO — 2022-12-14

Introdução: O pé diabético está classificado entre as complicações crônicas mais frequentes do Diabetes Mellitus (DM), e é definido quando há infecção, ulceração ou destruição dos tecidos do pé. Além disso, trata-se de uma alteração que pode estar associada a anormalidades neurológicas e/ou a vários graus da doença arterial periférica em pessoas com DM que podem resultar em amputações. O tratamento adequado, utilizando a cobertura indicada pela enfermeira da atenção primária à saúde (APS), é decisivo para uma evolução favorável e redução das complicações, a exemplo de internações e amputações. Objetivo: Descrever o impacto do uso de cobertura antibiofilme no tratamento de pessoas com úlceras do pé diabético na atenção primária à saúde. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa, do tipo estudo de caso, realizada no município de Salvador,Bahia, na qual participaram quatro pacientes portadores de diabetes com úlceras complexas em pé. O estudo ocorreu de julho a dezembro de 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comité de ética da Universidade Federal da Bahia. Resultados: Foram tratados quatro pacientes portadores de diabetes com úlceras em pé, com cobertura da hidrofibra de carboximetilcelulose com prata. Ao término do período do estudo foi possível identificar presença de tecido de granulação, redução nas dimensões das feridas, do exsudato, hiperemia e edema. Conclusão: O trabalho evidenciou o impacto positivo do uso de cobertura antibiofilme no tratamento de pessoas com úlceras do pé diabético. Foram revelados, ainda, alguns desafios enfrentados na atenção primária à saúde, no que se refere ao acompanhamento do portador de ferida crônica, tais como a dificuldade no controle glicêmico e na realização de antibiograma. Além disso, foi possível observar que os hábitos de vida do paciente reverberam no processo de cicatrização e na consequente cura

“ESTRATÉGIAS GERENCIAIS NO PLANEJAMENTO DA ADMISSÃO DE OBESOS MÓRBIDOS NO AMBIENTE DE TERAPIA INTENSIVA"

FERNANDA TEIXEIRA OLIVEIRA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO:

Dentro do ambiente hospitalar é esperado que se ofereça ao doente um ambiente seguro e livre de danos. Com isso, a prevenção de eventos adversos como a lesão por pressão (LPP) é algo de extrema importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde1.Considerando que o Brasil terá quase 30% de adultos obesos em 20302.Além disso, é uma condição crônica e um fator de risco para outras doenças, como a Covid-19, a qual afetou de forma desproporcional essa população. Diante disso, se faz necessário garantir nos serviços de saúde a infraestrutura, bem como mobiliário e equipamentos adequados para o cuidado dos indivíduos com obesidade3.Contudo, no ambiente público essa demanda é ainda mais desafiadora devido aos custos financeiros elevados para investimentos, ou seja, prover recursos materiais e equipamentos para esses pacientes específicos é uma realidade e incentivar as tecnologias de inovações e planejamento das ações é o início para a gestão clínica pública ofertar a pacientes obesos um cuidado seguro e eficaz.

OBJETIVO E MÉTODO:

Aplicou-se a ferramenta de qualidade brainstorm para verificar quais as necessidades para ofertar um cuidado seguro levando em conta a prevenção da lesão por pressão e ,ainda, utilizou-se o PDSA para planejar a ação.

RESULTADO:

As reuniões foram direcionadas para o cuidado do publico obeso mórbido dentro do ambiente de UTI Adulto com a especificidade: prevenir LPP e promover conforto. Foram realizadas reuniões , engenharia e a equipe interdisciplinar. Primeiramente, foi definido uma cama hospitalar ampliada, fixando-se duas camas juntas pela equipe da engenharia um leito e superfícies de apoio, ou seja colchão e coxins para mudança de decúbito, em seguida formulou-se uma escala de cuidados diários para revezar os cuidados entre cada plantão para não sobrecarregar uma equipe em específica para os cuidados mais demorados como por exemplo a higiene corporal. Além disso, foi enfatizado aplicar o protocolo de prevenção de lesão por pressão institucional na chegada do paciente.

CONCLUSÃO:

A equipe de saúde irá prestar todos os cuidados à pessoa acometida pela obesidade mesmo diante de fatores dificultadores como: materiais, equipamentos, número de profissionais. No entanto, o planejamento prévio das ações possibilita uma maior segurança para o paciente

,pois os objetivos dos profissionais de saúde envolvidos é a prevenção das diversas formas de lesões de pele possíveis que esses pacientes podem adquirir dentro do ambiente hospitalar.

CUIDADO HUMANÍSTICO ÀS PESSOAS COM DISFUNÇÃO MICCIONAL: ENSINO- APRENDIZAGEM DE CATETERISMO INTERMITENTE LIMPO

MARIA ANEUMA BASTOS CIPRIANO — 2022-12-14

Disfunção miccional é um diagnóstico por sintomas e investigações urodinâmicas definido pela International Continence Society, micção lenta e/ou incompleta, caracterizada como falha no armazenamento e esvaziamento vesical e tem o cateterismo intermitente limpo (CIL) como terapêutica mais usual. Objetivou-se compreender a vivência de pessoas com disfunção miccional quanto ensino-aprendizagem de CIL em preceitos humanísticos. Estudo descritivo, qualitativo, fundamentado em teoria humanística de Paterson e Zderad (1979), compreendendo cinco etapas: preparação da enfermeira para vir-a-conhecer; conhecimento intuitivo do outro; conhecimento científico do outro; síntese de forma complementar de realidades conhecidas e sucessão interna da enfermeira, de muitos para um único paradoxal. O cenário foi um hospital público quaternário em Fortaleza-CE. Participaram 11 pacientes encaminhados do ambulatório de urologia da referida instituição para ensino-aprendizagem de CIL, no período de abril a julho/2019. Utilizou-se entrevista semiestruturada, com questões sobre a vivência dos pacientes. Dos discursos, emergiram as categorias: O estar-melhor; Competência e aprendizagem do cuidado; Facilidades e dificuldades na realização do CIL. Aplicação da teoria humanística e folder utilizado na instrução de CIL foram interligadas a práticas clínicas, que aconteceu a 1ª e 2ª etapas em dois momentos: o treinamento e as entrevistas. Englobando a presença, encontro, relação, diálogo vivido, escolhas compartilhadas e possibilidades do estar-melhor. Em seguida 3ª, 4ª e 5ª etapas buscando descrever e compreender o experienciado, promovendo o bem-estar atento às necessidades do outro. O cuidado humanizado como estratégia de ensinar o outro, na aprendizagem do procedimento, foi papel e desafio na adesão ao CIL. Houve relatos carregados de emoções e sofrimento pela sua condição de saúde, no entanto, alguns participantes referem alívio e demonstram facilidade com o processo do CIL. As dificuldades relacionadas com questões socioeconômicas estavam presentes, e a falta de material para realizar o procedimento era fator que contribuía para não adesão ao tratamento. Com visão ampliada de múltiplas realidades vivenciadas e ações efetivas do enfermeiro por meio do diálogo, presença autêntica, ato de cuidar com olhar humanístico possibilitou melhor compreensão do processo de CIL.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA DERMATITE ASSOCIADA A INCONTINÊNCIA URINÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

NORMA VALÉRIA DANTAS DE OLIVEIRA SOUZA — 2022-12-14

O objetivo deste estudo foi descrever as condutas de enfermagem na prevenção da dermatite associada à incontinência (DAI), tendo como questão de pesquisa: quais as condutas de enfermagem na prevenção da dermatite associada à incontinência. Foi um estudo de revisão integrativa, cuja coleta ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2022, nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas Bases de dados de enfermagem (BDENF), na base Literatura Latino-americana (LILACS) e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Obteve-se 08 artigos para análise, o quais preconizaram as seguintes ações para prevenção das DAI: uso de escalas para indicação e permanência da fralda, inspeção rotineira e atenta da pele, educação continuada da equipe de enfermagem, gerenciamento da umidade da pele, limpeza suave da pele com água e sabão. Concluiu-se que a prevenção das DAI é multifatorial, a qual envolve aspectos relacionados à organização do trabalho, à disposição dos profissionais para se envolverem com a capacitação continuado, ao conhecimento técnico científico para desenvolver o cuidado baseado em evidências e em boas práticas

ENFERMAGEM URUPEDIÁTRICA: EXPERIÊNCIA AMBULATORIAL NO MANEJO A CRIANÇA COM DISFUNÇÃO MICCIONAL

DEIDIANE RODRIGUES DE SOUSA CRUZ — 2022-12-14

Introdução: A incontinência urinária confere condição que acomete grande quantitativo de crianças, desde o nascimento, causada principalmente por malformações congênitas do tubo neural, entre elas a mielomeningocele e meningocele, por problemas na coordenação da musculatura estriada esquelética e esfinctérica do fechamento uretral, gerando aumento da pressão vesical, dissinergia detrusor-esfincteriana, ao resíduo pós-miccional, e à infecção urinária com ou sem o refluxo vesicoureteral. O paciente pediátrico, envolvido no binômio familiar, se insere como foco do cuidado de enfermagem, através da educação em saúde, acompanhamento e apoio ambulatorial. Objetivo: Relatar cuidado de enfermagem ambulatorial a pacientes pediátricos com incontinência urinária submetidos ao cateterismo intermitente limpo. Método: Trata-se de relato de experiência descrevendo ações de enfermagem no cuidado de pacientes pediátricos incontinentes em ambulatório de estomaterapia, no ano de 2022, em hospital terciário pediátrico na cidade de Fortaleza-CE. Resultados: O cuidado de enfermagem envolve atendimento de pacientes incontinentes, educação em saúde do cuidado acerca da anatomia da criança, além de orientação do procedimento de cateterismo intermitente limpo. A demanda deste grupo é livre e procedente dos consultórios de especialidades médicas da urologia e nefrologia, por meio de um fluxograma de avaliação e encaminhamento ambulatorial com breve histórico da disfunção, exames pertinentes, orientações por escrito de coleta de resíduo pós miccional e necessidade de treinamento do cateterismo intermitente limpo, e guia de encaminhamento para recebimento de material médico-hospitalar na secretaria de saúde do município de origem. Realiza-se consulta de enfermagem sistematizada, coleta do resíduo pós miccional e identifica-se a necessidade do treinamento quanto ao cateterismo domiciliar. Identificada a necessidade, é agendado treinamento, caso não, orienta-se autocuidado e são contra referenciados ao ambulatório de origem para seguimento clínico. Além da consulta quanto ao cuidado com o treinamento do cuidador e/ou do paciente, se organiza o seguimento ambulatorial com interconsultas pré agendadas e paralelas às consultas médicas especializadas, orientação e preenchimento da solicitação para recebimento de material médico-hospitalar para realizar o procedimento, orientando o cuidador a dar entrada na Guia na Secretaria de Saúde de referência do domicílio do paciente. Outra parte importante é a consulta de retorno para avaliação do Diário de Eliminações para certificar a eficácia do treinamento. Para garantir continuidade do tratamento são (re)agendados periodicamente em: 30 dias para reavaliar aplicação do Diário de Eliminações, 6 meses e 12 meses para acompanhamento e (re)adequações, se necessário. A família se mostra receptiva referente aos cuidados recebidos, contudo, há dificuldades no manejo do cateterismo, visto que tal procedimento gera reações inesperadas na criança, logo, muitos cuidadores necessitam de acompanhamento longitudinal através de 3 ou 4 consultas.

Conclusão: O enfermeiro estomaterapeuta inserido nesse contexto deve ter a capacidade de manejar e sensibilizar o familiar quanto a importância do cuidado adequado e lúdico da criança, evitando traumas relacionados ao procedimento. Assim, o cuidado de enfermagem a criança incontinente apresenta diversas nuances, as quais o enfermeiro deve ser capacitado para executar, com a finalidade de proporcionar atenção integral e singular.

IMPLANTAÇÃO DE UM LABORATÓRIO DE INCONTINÊNCIA EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

CLICIANE FURTADO RODRIGUES — 2022-12-14

INTRODUÇÃO. Segundo o International Continence Society (ICS), a Incontinência Urinária (IU) é considerada como qualquer perda involuntária de urina, possui uma alta prevalência, variando entre 25 a 45% sendo mais comum no sexo feminino1,2. Dentre os fatores de risco destacam-se: o envelhecimento, traumas pélvicos, obesidade, tipo de parto, climatério, constipação intestinal, uso de anti-hipertensivos, fumo, depressão e a prática de exercícios intensos3. Pesquisas apontam que a IU é pouco abordada pelos profissionais da saúde durante as consultas, além disso, as pessoas que apresentam IU, pouco relatam a situação aos profissionais por considerarem que a IU faz parte do envelhecimento ou por constrangimento, dificultando dessa forma, a busca pelo tratamento adequado por parte da pessoa com IU, além da dificuldade de acesso aos serviços especializados para o tratamento4,5. Neste sentido, considerando que o tratamento cirúrgico da IU ainda é o mais predominante e considerando as inúmeras evidências de que o tratamento de fortalecimento do assoalho pélvico é eficaz, no entanto pouco realizado sobretudo, na Atenção Básica que ainda é muito limitada, é que se propôs a criação de um Laboratório de Incontinência-LABINC, que realiza assistência gratuita e especializada voltada para o tratamento, possibilita assim a reabilitação do assoalho pélvico controlando a incontinência urinária resultando na melhoria da qualidade de vida da pessoa atendida pelo LABINC. OBJETIVOS: Relatar a experiência de implantação do Laboratório de Incontinência – LABINC em um Instituto Federal do Piauí.

METODOLOGIA. Trata-se de um relato de experiência sobre o processo de implantação do Laboratório de Incontinência no Instituto Federal do Piauí na cidade de Teresina, capital do Piauí, cujos recursos foram adquiridos por meio de um edital específico dentro do próprio instituto. RESULTADOS: Inicialmente foi feita a divulgação do LABINC em redes sociais, canais de comunicação, rádios locais e por meio de visitas ao médicos urologistas da cidade para que pudessem conhecer o serviço oferecido. Os pacientes atendidos são maiores de 18 anos com boa condição cognitiva capaz de assumir a responsabilidade pelo tratamento, seguindo corretamente as orientações. Dentre as ações desenvolvidas, destaca-se: a avaliação do assoalho pélvico para identificar tensão, contração (força), relaxamento, sustentação e coordenação das contrações do assoalho pélvico. Ressalta-se que cada atendimento é registrado em um impresso para acompanhar a evolução do caso. Além da avaliação do assoalho pélvico, é realizado eletroestimulação e biofeedback, bem como a prescrição de exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico conforme a evolução do caso, associado as mudanças comportamentais e técnicas de relaxamento da musculatura do assoalho pélvico. CONCLUSÃO. Com a implantação do LABINC foi possível atender pessoas com IU de forma gratuita e com qualidade garantindo assim a reabilitação da musculatura do assoalho pélvico, reduzindo e até mesmo eliminando os episódios de perda de urina.

PERFIL DOS PACIENTES COM DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

DANIELA FAGUNDES DE OLIVEIRA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO. As unidades de terapia intensiva (UTI) admitem pacientes graves, com ou sem instabilidade hemodinâmica, que exigem assistência à saúde ininterrupta nas 24 horas. O enfermeiro atende pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, que requerem conhecimento específico para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil(1). Uma das complicações que pode surgir nos pacientes com maior perfil de gravidade é a perda da integridade da pele, pois estão expostos a fatores de risco, como: instabilidade hemodinâmica, limitação da mobilidade, estado geral comprometido, idade, estado nutricional, uso de drogas vasoativas, sedação. Informações sobre o perfil dos pacientes que desenvolvem Dermatite Associada a Incontinência (DAI) na UTI colaboram no desenvolvimento de protocolos de prevenção e tratamento para identificar fatores associados e intervenções para promoção do cuidado (2,3). OBJETIVO. Descrever o perfil epidemiológico e clínico de pacientes que desenvolveram DAI em uma UTI. MÉTODO. Trata-se de um estudo descritivo, coletado do banco de dados do grupo de cuidados com a pele, no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2015. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Escola Estadual de Saúde Pública, sob o protocolo nº 48633115.9.0000.0052.

RESULTADO. Dos 217 pacientes da amostra, 8,3% apresentaram DAI: 77,8% eram do sexo masculino; 27,8% tinham idade entre 18 e 27 anos; Não houve associação entre sexo e presença de DAI (p=0,87). Entre os pacientes com DAI, 4,8% tiveram LP. Por outro lado, entre os pacientes sem DAI, 79,4% não apresentaram LP. Quanto ao motivo do internamento, a maioria dos pacientes tinha diagnóstico de trauma em tratamento cirúrgico (55,6%). A especialidade prevalente foi neurologia (50%), seguida pela Cirurgia Geral (22,2%) e Politrauma (16,7%). Do total de pacientes admitidos na UTI que desenvolveram DAI, 55,6% estavam em uso de sedação, 66,7% em uso de ventilação mecânica e 27,8% em uso de drogas vasoativas. Observou-se associação entre sedação (p= 0,001) e uso de VM (p=0,03), com a ocorrência de DAI; não foi observada associação entre uso de DVA e ocorrência de DAI (p= 0,99). Entre os pacientes classificados pela Escala de Avaliação de Risco de Braden para LP como risco moderado, alto risco e risco muito alto, respectivamente, 10%, 7,7% e 9,1% tiveram DAI. Entre os pacientes com DAI, 33,3% tiveram alto risco segundo o escore Braden, e 55,6% foram classificados como de risco muito alto. Não houve associação entre a escala de Braden categorizada e a ocorrência de DAI (p=0,9), Com relação à subescala umidade da escala de Braden, entre os pacientes que tiveram DAI, 38,9% foram pontuados como pele muito molhada, e houve associação com DAI (p=0,02), 94,4% dos pacientes tiveram diarreia.

CONCLUSÃO. O perfil dos pacientes que desenvolvem DAI é fundamental para a implementação de estratégias de intervenção, de forma preventiva, desde a admissão hospitalar, a fim de minimizar as ocorrências dessas lesões de pele.

PREVALÊNCIA DE INCONTINENCIA URINÁRIA EM MULHERES PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA – REVISÃO SISTEMÁTICA

DAYANA MAIA SABOIA — 2022-12-14

Introdução: A incontinência urinária (IU) pode afetar até 50% das mulheres em alguma fase da vida, podendo chegar até 80% durante a prática esportiva em atletas que praticam atividades físicas de impacto. Durante a realização dessas atividades, a pressão intra-abdominal aumenta o suficiente para gerar aumento da pressão vesical, o que excede a pressão intrauretral e culmina na perda de urina associada ao esforço. Este aumento excessivo pode suprimir até mesmo o mecanismo normal de continência funcional, levando a IU. Objetivo: Avaliar a prevalência da IU em mulheres praticantes de atividades físicas e avaliar quais os tipos de atividades físicas e sua frequência contribuem mais para a ocorrência da perda urinária.

Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Para estratégia de busca foram utilizadas as seguintes combinações, com o uso do operador boleano AND entre elas: Women OR Woman; Physical activity OR Locomotor activity; Urinary incontinence OR Urinary urge incontinence OR Urinary stress incontinence. Como critérios de inclusão foram adotados estudos que avaliaram a prevalência de IU em mulheres praticantes de atividades físicas.

Foram excluídos estudos realizados com gestantes e mulheres a partir dos 60 anos, bem como estudos de revisão ou comentários. Resultados: A amostra foi composta por quinze artigos, com ano de publicação de 1997 a 2020. Houve um predomínio de estudo transversais, porém também foram realizados estudos retrospectivos e prospectivos. Cinco estudos foram realizados no Brasil. O tamanho amostral variou de 38 a 70.708 participantes, com idade entre 17 a menos de 60 anos, praticantes de atividades físicas recreativas e ex-atletas. Todos os artigos utilizaram questionários estruturados para coleta de dados. As atividades físicas foram categorizadas em recreativas, treino de academia, atividades de baixo (caminhada leve e natação) e alto impacto (corrida, levantamento de peso acima de 20kg, crossfit e esportes com bola). A grande maioria das mulheres se exercitavam regularmente, com tempo de realização de atividade médio de 5-10 horas/semana. A perda urinária foi mensurada em quase todos os estudos por porcentagem. A prevalência de perda urinária variou de 6,14% a 88,9%, com maiores prevalências em atividades de alto impacto, sendo a IU de esforço o tipo mais frequente. As perdas urinárias variaram de diariamente a uma vez por semana. Em oito estudos as mulheres referiram perder urina durante a realização da atividade de alto impacto. A gravidade da perda urinária variou de leve a grave, contudo 12 estudos não mencionaram a gravidade das perdas. Conclusão: A forma heterogênea de apresentação dos dados dificulta as comparações, mas conclui-se que a maior prevalência de perda urinária ocorreu durante a realização de atividades de alto impacto, sendo a IU de esforço o tipo mais frequente.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: DESCRIÇÃO DAS INTERVENÇÕES REALIZADAS NO COTIDIANO DE TRABALHO

PAMELA DA MOTTA CARDOSO — 2022-12-14

Introdução: As lesões cutâneas estão relacionadas à impactos físicos, psíquicos, sociais e econômicos aos indivíduos e se configuram como um motivo de busca por atendimento comum nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). O manejo dessas condições envolve a oferta de cuidado ampliado e realizado pela equipe multiprofissional, com destaque para atuação e protagonismo da equipe de enfermagem(1,2,3). Recentemente, no município de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde implantou os polos de prevenção e tratamento de lesões que visam organizar a linha de cuidado dos usuários com lesões cutâneas na rede de atenção à saúde(3) . Estes polos contam com a presença do enfermeiro especialista (Estomaterapeuta ou Dermatologista), responsável por avaliar e prescrever a conduta a ser realizada pelos profissionais de referência além de compartilhar saberes e práticas com as equipes de APS. Por se tratar de um serviço recente no município, a descrição precisa das atividades e distribuição do tempo dispendido entre os cuidados diretos e indiretos realizados por estes profissionais, podem oferecer subsídios para o planejamento da força de trabalho.

Objetivo: descrever as atividades realizadas e o tempo despendido pelo enfermeiro estomaterapeuta em um serviço de APS. Método: trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo, realizada em um polo de prevenção e tratamento de lesões localizado em uma UBS da região sul do município de São Paulo. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica time motion, no qual foi realizada a observação de uma semana típica de trabalho de um enfermeiro estomaterapeuta. Para análise dos dados, foram empreendidas análises descritivas. Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob o número CAAE: Parecer no 4.746.712/2021. Destaca- se que a condução do estudo foi realizada em conformidade com a Resolução no 466/2012, que regulamenta a pesquisa com seres humanos. Resultados: foram observadas 44,7 horas da rotina de trabalho do enfermeiro. Durante esse período, as intervenções com maior frequência e o tempo despendido foram, respectivamente 1) procedimentos ambulatoriais (tempo médio de 31 minutos); 2) documentação (tempo médio de 30 minutos); 3) troca de informações sobre cuidados de saúde e/ou serviço de saúde (tempo médio de cinco minutos); 4) atividade associada (tempo médio de dois minutos); 5) organização do processo de trabalho (tempo médio de seis minutos). Conclusão: os achados fornecem um panorama das intervenções/atividades realizadas e como elas se distribuem no tempo de trabalho do enfermeiro estomaterapeuta, o que pode fomentar reflexões sobre as práticas envolvidas no cotidiano laboral e a discussão acerca do planejamento da oferta de cuidado à população.

CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL MILITAR SOBRE PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO

PAULA GABRIELA RIBEIRO ANDRADE — 2022-12-14

Introdução: A prevenção de lesão por pressão (LP) e a redução de sua incidência dependem de uma articulação multiprofissional, na qual o enfermeiro desempenha um papel fundamental para a qualidade da assistência1. A elucidação do nível do conhecimento desses profissionais, sobre a prevenção de LP, pode revelar aspectos merecedores de capacitações, refletindo em benefícios para o paciente e a instituição de saúde. Além de avaliar se as práticas clínicas descritas em protocolos baseados em evidência estão sendo adotadas, uma vez que a difusão da inovação é um processo que ocorre ao longo do tempo entre os membros de um sistema social, sendo algumas amplamente aceitas e outras não2. Nas instituições militares a equipe de enfermagem possui além da formação profissional, instruções de ensino para aprimoramento do atendimento. Objetivo: Avaliar o conhecimento sobre prevenção de LP dos enfermeiros oficiais militares, dos técnicos e auxiliares (sargentos, cabos e soldados) de enfermagem de um hospital militar de médio porte. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo exploratório realizado entre abril e maio de 2021. A amostra foi composta por 139 profissionais de enfermagem. Os dados foram coletados por meio da aplicação do teste de conhecimento de Pieper3 com 33 perguntas sobre prevenção de LP. Aplicou-se também instrumento com aspectos relacionados à formação educacional, aos dados sociodemográficos e à prática assistencial institucional. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da própria instituição (Nº 01/2021-B), todos os participantes assinaram o TCLE. As análises estatísticas foram realizadas por meio do software R (versão 4.0.5). Resultados: A idade média foi de 36,16 anos. O tempo de formação médio foi de 13,02 anos e o tempo médio na instituição foi de 8,42 anos. A média de acertos do total de 33 perguntas foi de 27,66 questões. Os potenciais preditores para a ocorrência de mais de 28 acertos foram: ser sargento, pois apresenta uma chance 4,26 vezes maior que um soldado/cabo (Valor-p = 0,008); ser tenente com chance 17,54 vezes maior se comparado a aos postos soldado/cabo (Valor-p < 0,001).

Não houve diferença significativa (Valor-p = 0,320) entre os profissionais lotados no CTI e Clínica médica. A questão com menor percentual de acerto foi a referente ao intervalo de posicionamento para paciente que não se movimenta sozinho quando sentado na cadeira em que considerou-se correto reposicionar de duas em duas horas. A questão com maior percentual de acertos foi a referente à manutenção da pele do paciente em risco para LP limpa e livre de umidade. Para 46,8% dos respondentes o produto mais utilizado na prevenção da DAI foi o óxido de zinco em creme, e para 43,2% dos respondentes o melhor produto para reduzir a pressão nas proeminências ósseas foi o hidrocoloide. O treinamento sobre prevenção de lesão por pressão foi referido por 64,7% dos profissionais. Conclusão: Os participantes avaliados demonstraram níveis de conhecimento satisfatório sobre o tema “prevenção de lesão por pressão, no entanto, foi identificada a necessidade de realização de capacitação destes profissionais para a atualização das recomendações, baseadas em evidências, para a temática.

INTRAEMPREENDEDORISMO NA ESTOMATERAPIA NO SERVIÇO PÚBLICO: PERCEPÇÕES DOS ESTOMATERAPEUTAS.

LÍVIA NUNES RODRIGUES LEME — 2022-12-14

Introdução: O intraempreendedorismo, conceito ainda pouco conhecido no âmbito da enfermagem, diz respeito ao empreendedorismo realizado em âmbito interno e coletivo de uma organização. É um tipo de empreendedorismo que também ocorre dentro da administração pública, sendo uma forma de contribuir para a melhoria da gestão, por proporcionar mais eficiência e eficácia aos serviços públicos oferecidos. Esta pesquisa teve como objeto o estudo das percepções dos estomaterapeutas em relação ao intraempreendedorismo na especialidade no âmbito do serviço público de saúde. Objetivo: analisar as percepções dos estomaterapeutas em relação ao intraempreendedorismo na especialidade no âmbito do serviço público de saúde. Método: pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. O cenário selecionado como ponto de partida deste estudo foi uma universidade pública da região Sudeste do Brasil, com uma amostra de participantes apoiada na técnica não probabilística conhecida como “Snowball”. A coleta de dados ocorreu por meio de uma entrevista semiestruturada, com 26 estomaterapeutas, de quatro das cinco regiões do Brasil, excetuando- se a região Norte, da qual não foi indicado nenhum especialista. A análise dos achados foi realizada à luz da técnica de análise temática de conteúdo. Para atender as exigências éticas, o presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de Parecer 3.783.965 e CAAE número 26540519.2.0000.5282. Resultados: Os participantes abordaram temas relacionados às dificuldades de realização de atividades intraempreendedoras no serviço público e aos aspectos facilitadores desse tipo de empreendedorismo. Sobre as dificuldades, os participantes citaram questões relacionadas ao próprio profissional, que não se reconhece como empreendedor ou ainda que não deseja sair de sua “zona de conforto” relacionada à estabilidade do cargo público que possui. Foram citadas ainda as dificuldades institucionais, que limitam a atuação do especialista, baseando-a apenas nos protocolos organizacionais, o que diminui o exercício de sua autonomia e desestimula sua capacidade criativa e inovadora. Em relação aos aspectos facilitadores, os participantes citaram a percepção das necessidades e lacunas do serviço como oportunidades para atuação intraempreendedora e, ainda, a necessidade de saber lidar com gestores e administradores, visando a eficiência e eficácia do serviço ao qual está vinculado, a fim de criar valor público para a sociedade. Conclusão: Conclui-se que, mesmo aqueles especialistas que não têm intenções de empreender no campo dos negócios, podem ser empreendedores nos serviços aos quais já estão inseridos. Há, porém, uma necessidade de incentivo ao intraempreendedorismo pelos administradores de instituições de saúde como parte de suas estratégias de gestão, criando condições internas favoráveis que ampliem a intenção empreendedora de seus profissionais. O estímulo ao intraempreendedorismo possibilita o crescimento tanto institucional quanto do próprio especialista, dando visibilidade e valorização à especialidade, além de ampliar as oportunidades de trabalho.

LESÃO POR PRESSÃO RELACIONADA A DISPOSITIVOS MÉDICOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

LARISSA CARNEIRO DE OLIVEIRA — 2022-12-14

Introdução: A Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivos Médicos (LPRDM) acontece em pacientes, relacionado ao uso dos mesmos, e nos profissionais de saúde, causada por uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) (1). A ocorrência desses eventos teve maior visibilidade com a pandemia da COVID-19, e está relacionada ao aumento do tempo em uso dos EPI pelos profissionais de saúde, que anteriormente colocavam para situações de precaução e realização de determinados procedimentos. As lesões evidenciadas, também possuem relação com o modelo e material do EPI, que antes do contexto de pandemia tinha sua produção voltada para uso de curta duração (2). Objetivo: Analisar o que a literatura apresenta sobre a ocorrência de LPRDM por uso dos EPIs em profissionais de saúde no período de 2020 a 2021. Método: Revisão integrativa de literatura realizada com artigos publicados entre os anos de 2020 a abril de 2021 nas bases de dados SCIELO e PUBMED. Os descritores utilizados foram: lesão por pressão, pessoal de saúde, enfermagem, equipamento de proteção individual, coronavírus e estomaterapia. Resultados: Foram selecionados 7 artigos conforme os critérios de inclusão da pesquisa, sendo observado que 5 publicações foram internacionais e 6 tiveram os enfermeiros como participantes. Os dados foram categorizados e sintetizados, de forma descritiva, e organizados em duas categorias temáticas: O uso dos EPIs e o desenvolvimento de lesões e Medidas de prevenção à lesão por uso do EPI. Dos estudos analisados, 5 discutiram as alterações na pele dos profissionais de saúde por uso dos EPIs, sendo observado maior relação ao surgimento de lesões com o uso da máscara N95/PFF2 por mais de 4 horas (3). Quanto as medidas de prevenção da LPRDM por uso dos EPIs, 2 estudos abordaram o uso das coberturas profiláticas como recomendação. Entretanto, o cuidado facial associado a inspeção diária da pele e aos momentos de alívio de pressão entre a equipe também foram consideradas formas de prevenção (4). Conclusão: A LPRDM por uso do EPI parece ser frequente no cotidiano hospitalar entre os profissionais de saúde, no entanto, de acordo com os critérios de inclusão aplicados, a literatura apresentou poucos estudos sobre a temática. Mesmo com o advento da pandemia, uma limitação observada durante o estudo foi o quantitativo reduzido de artigos que apresentassem a relação do uso do EPI com as reações e lesões na pele dos profissionais de saúde. Pode-se concluir que os estudos realizados com essa temática ainda precisam ser discutidos e aprofundados para sugerir recomendações efetivas para prevenção dessas lesões.

PERCEPÇÕES E PERSPECTIVAS DOS ESTOMATERAPEUTAS SOBRE O EMPREENDEDORISMO NA ESTOMATERAPIA

LÍVIA NUNES RODRIGUES LEME — 2022-12-14

Introdução: Este estudo teve como objeto as percepções e perspectivas dos estomaterapeutas sobre o empreendedorismo na estomaterapia. Objetivo: analisar os sentidos de ser empreendedor na estomaterapia, na perspectiva de enfermeiros estomaterapeutas. Método: pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. O cenário selecionado como ponto de partida deste estudo foi uma universidade pública da região Sudeste do Brasil, com uma amostra de participantes apoiada na técnica não probabilística conhecida como “Snowball”. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, com 26 estomaterapeutas, de quatro das cinco regiões do Brasil, excetuando-se a região Norte, da qual não foi indicado nenhum especialista. A análise dos achados foi realizada à luz da técnica de análise temática de conteúdo. Para atender as exigências éticas, o presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de Parecer 3.783.965 e CAAE número 26540519.2.0000.5282. Resultados: Os resultados demonstraram os vários sentidos que o empreendedorismo na estomaterapia apresenta para os participantes, resultando na abordagem dos seguintes temas: o empreendedorismo na enfermagem e na estomaterapia; a visão do estomaterapeuta sobre o processo empreendedor; características do estomaterapeuta empreendedor. Os participantes destacaram a percepção do crescimento de ações empreendedoras na especialidade e a percepção de que os estomaterapeutas têm elevada possibilidade de ser empreendedores. Para eles, o empreendedorismo é inerente à profissão de enfermagem e, consequentemente, à estomaterapia, que é considerada uma especialidade com alta flexibilidade de atuação no mercado de trabalho. Sobre o processo empreendedor, a percepção dos participantes vem ao encontro da literatura, que confirma a necessidade de realizar planejamento e estabelecer metas para o sucesso do empreendimento. Em relação as características do estomaterapeuta empreendedor, foram destacadas a necessidade de ter força de vontade, foco, coragem e acreditar em sua capacidade individual. Conclusão: Conclui-se que as percepções e perspectivas de ser um estomaterapeuta empreendedor envolvem a compreensão do que é o empreendedorismo e quem é esse empreendedor, a percepção do crescimento do empreendedorismo na especialidade, a ampliação dos seus campos de atuação e a necessidade do reconhecimento dessas novas oportunidades, bem como o reconhecimento das características necessárias ao empreendedor, de forma a trabalhá-las e potencializá-las. Assim, pode-se contribuir para o crescimento e para a valorização profissional e também para a divulgação da especialidade e geração de novas oportunidades de trabalho para esses especialistas.

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DE CRIANÇA COM ESTOMIA INTESTINAL

SABRINA MEIRELES DE ANDRADE — 2022-12-14

Introdução: A estomia é um procedimento cirúrgico terapêutico e consiste na exteriorização de qualquer víscera oca do corpo. Quando confeccionada na infância está geralmente relacionada aos tratamentos de alterações congênitas, traumas ou algumas situações clínicas agudas ou crônicas1,3. A elaboração deste estudo justificou como um importante instrumento aos gestores e profissionais de saúde condições de elaborarem estratégias para o cuidado, proporcionando segurança aos familiares nos manejos dos cuidados relacionados à criança4,5. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico epidemiológico de crianças com estomia atendidas no ambulatório de um hospital público de ensino de referência na área infantil, no Brasil. Metodologia: Estudo descritivo, documental, retrospectivo e de natureza quantitativa, realizado por meio da extração de dados sociodemográficos e clínicos de prontuários eletrônicos de crianças com estomia, acompanhadas de 2014 a 2018. Os dados passaram por estatística descritiva e, na análise, foram organizados em uma planilha no programa Microsoft Excel versão 2010, distribuídas em três tabelas, seus valores representados em frequência absoluta e relativa. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, n.CAEE 08732919.0.0000.0030 e Protocolo n. 3.285.441. Resultados: Das 85 crianças com estomia, houve predominância do sexo masculino, idade entre 1 a 4 anos. Anomalia anorretal foi considerada o principal diagnóstico. Constatou-se elevado número de colostomias confeccionadas. A maioria das estomias foi confeccionada no lado esquerdo do abdômen, e predominou a exteriorização da estomia em dupla boca. No que diz respeito às complicações, 4 (4,7%) apresentaram prolapso e 2 (2,4%) hérnia paraestomal. A dermatite de contato apresentou-se em 36 (42,4%) crianças. O contato com efluentes na pele foi considerado como o principal causador da complicação na região periestomal. Dermatite de contato foi a complicação periestomal mais frequente2. Conclusão: relevantes aspectos relacionados ao planejamento do cuidado pautado na demanda de cada criança e na educação em saúde para a prevenção de complicações, ações indispensáveis na oferta do cuidado de enfermagem seguro e de qualidade, como também favorecer operacionalização das políticas públicas relacionadas à saúde da criança com estomias.

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA MÓVEL PARA PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ISABELLE PEREIRA DA SILVA — 2022-12-14

Introdução: as pessoas com estomias intestinais enfrentam diversos desafios no aprendizado do autocuidado. Esse processo é variável e subjetivo para cada pessoa, e perpassa aspectos fisiológicos, emocionais, sociais, que demandam novos cuidados, com a necessidade de apoio multiprofissional e ações de educação em saúde.(1) Dentre os recursos que podem auxiliar nesse processo, os aplicativos móveis se inserem como tecnologias em expansão e auxiliam pacientes em condições crônicas a adquirirem maior autonomia, assim como apoiam os profissionais no processo educacional.(2-3) Objetivo: descrever o desenvolvimento de aplicativo móvel para o autocuidado de pessoas com estomias intestinais. Método: trata-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa, a partir da questão de pesquisa: como ocorreu o processo de desenvolvimento de aplicativo móvel para o autocuidado de pessoas com estomias intestinais?. O período do desenvolvimento do aplicativo móvel para smartphone ocorreu entre agosto e novembro de 2020, produzido como dissertação de mestrado acadêmico, em parceria com profissionais de Tecnologia da Informação. O aplicativo foi concebido com base no referencial metodológico Design Science Research e orientado pela Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem. Resultados: o processo de desenvolvimento do aplicativo móvel ocorreu por meio de reuniões com a equipe de tecnologia da informação. Iniciou-se a construção da tecnologia pelo levantamento na literatura sobre as recomendações de autocuidado para pessoas com estomias intestinais. A partir desses resultados, realizou-se a fase de levantamento dos requisitos para delinear o nome, conteúdo, layout e funções do aplicativo móvel. Para isso, elaborou-se um diagrama de fluxo com as funções de entrada e retorno das telas e protótipo com a versão inicial do aplicativo. Após avaliações conjuntas entre os desenvolvedores e enfermeiras com conhecimento na área de estomaterapia, produziu-se a versão final do aplicativo com 36 telas, que abordam aspectos de higiene, manuseio do equipamento coletor, alimentação, complicações, legislação, serviços de saúde, sexualidade, atividades físicas e de lazer, a partir do formato de hipertexto e recursos visuais interativos. A experiência do desenvolvimento desse aplicativo móvel permitiu ampliar os conhecimentos sobre tecnologias informacionais e tendências de inovações tecnológicas na área da saúde, especialmente na estomaterapia, que ainda é um campo incipiente para essas tecnologias. Ademais, contribuiu para o aprimoramento sobre as recomendações de autocuidado destinadas a essa população. Conclusão: o desenvolvimento do aplicativo móvel possibilitou aproximação com os fundamentos da tecnologia da informação, permitindo a ampliação dos conhecimentos e criação de novos recursos na área de estomaterapia. Espera- se que o aplicativo auxilie pessoas com estomias em seu autocuidado e fortaleça a educação em saúde e assistência de enfermagem. Novos estudos podem ser incentivados a partir desse relato, bem como a replicação em outros contextos.

SER HOMEM, EXPRESSAR A SEXUALIDADE E VIVER COM ESTOMA INTESTINAL: O QUE REVELA A HISTÓRIA ORAL TEMÁTICA?

ISABELLA FÉLIX MEIRA ARAÚJO — 2022-12-14

INTRODUÇÃO: A confecção de um estoma intestinal tem provocado complexas repercussões nas dimensões da vida das pessoas, que invade as nuances da sexualidade e no âmbito da vivência de homens com estomas intestinais, como consequências desfavoráveis a literatura científica tem apontado aspectos que vão desde a diminuição da atividade sexual em decorrência das transformações na imagem corporal, até a construção de estigmas sociais e de embates sofridos em interface com as suas masculinidades. Nesse sentido, toda orientação e supervisão do profissional enfermeiro durante o período perioperatório são fundamentais para que os cuidados necessários com estomia e a bolsa coletora sejam seguidos durante o sexo, contribuindo para uma prática sexual de maneira ativa e segura. OBJETIVO: Apreender aspectos das masculinidades e da expressão da sexualidade de homens em vivência de estomas intestinais. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo histórico-analítico e compreensivo-exploratório, realizado com trinta homens adultos, na faixa etária de 20 à 59 anos, e cadastrados no Serviço de Atenção à Saúde da Pessoa com Estoma, em um centro de prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência no município de Salvador/Bahia. Para coleta de dados foi realizada uma entrevista individual, guiada por um roteiro semiestruturado, coletados entre o período de junho à setembro do ano de 2019. Seguiu-se os critérios de coleta e análise dos dados a partir do método de história oral temática, interpretação a partir da “Teoria de los Sentimientos” de Agnes Heller, e para sistematização do material coletado utilizou-se o software NVIVO12. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos sob Parecer nº 3.313.517. RESULTADO: As características dos participantes ilustraram a historicidade do ser homem com estoma intestinal: pardos, entre 22 e 59 anos, com colostomia intestinais provisórias, com tempo de permanência variando de um mês há 15 anos, casados ou apresentando união estável, heterossexuais, com ensino fundamental completo e médio incompleto de escolaridade, residindo em moradia própria, situação no mercado de trabalho aposentados, devido a condição de deficiência física imposta pelo estoma. A história oral revelou uma tematização centrada na construção de masculinidades plurais, considerando os marcadores sociais dos homens, mas com contornos e atributos hegemônicos, como a heterossexualidade e relação conjugal e a geração. No entanto, revelou aspectos das masculinidades periféricas, como a dimensão étnicoracial, a precarização educacional e as relações de classe social baixa. A expressão da sexualidade foi intimamente atravessada pela vivência do estoma, o qual apareceu como um marco importante na vida dos homens, que são elucidados por oralidades históricas da deflagração de múltiplos sentimentos e emoções, em sua maioria negativas, atribuídos à sua sexualidade, a saber: limitações nas práticas sexuais; estigma; imagem corporal alterada; dificuldades no estabelecimento de relações afetivas. CONCLUSÃO: Revelou-se que homens adultos com estomias intestinais vivenciam múltiplos sentimentos vinculados à sua sexualidade, e esses estão associados às limitações nas práticas sexuais, aos estigmas da estomia, imagem corporal alterada e as dificuldades do estabelecimento de relações afetivas.

AVALIAÇÃO DO RISCO PARA PÉ DIABÉTICO: CONTRIBUIÇÃO DE UM CURSO DE EXTENSÃO EM PLATAFORMA DIGITAL

JULLIANY LOPES DIAS — 2022-12-14

Introdução: Pé diabético (PD) pode ser definido como um conjunto de complicações que se desenvolvem nos pés de pessoas com diabetes como infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos, usualmente acompanhadas por neuropatia e/ou doença arterial periférica 1. O PD gera redução na qualidade de vida do diabético, sendo um importante fator de risco para amputações, e causa comum de internações prolongadas, gerando importante impacto econômico e social 2-3. Profissionais de saúde exercem importante papel na avaliação e diagnóstico precoce, bem como no estabelecimento de plano de cuidados individualizado para prevenção e tratamento do PD. Porém, ainda observa-se fragilidades de conhecimento dos profissionais acerca do PD, contribuindo para que a resolução do problema seja baixa3.

Objetivo: analisar a contribuição de um curso de extensão sobre avaliação de riscos de pé diabético em pessoas com DM, com uso de plataforma digital. Método: Estudo quase experimental, no qual ofertou-se um curso de extensão acerca da avaliação do risco do pé diabético, utilizando a plataforma Google Classroom; direcionado a acadêmicos de Enfermagem. Realizada avaliação de conhecimentos sobre o tema, antes e após o curso. Análise de dados quantitativos realizada com auxílio do software Microsoft® Excel 2019.

Análise dos dados qualitativos realizada à luz do referencial metodológico de análise de conteúdo4. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa: CAAE Nº 37166220.2.0000.5519. Resultados: Na avaliação antes e após, os alunos obtiveram aumento dos acertos de 57,81% para 85,94%, e houve diminuição da porcentagem de “não soube responder”. Nas questões sobre o estesiômetro de Semmes-Weinstein e a sensibilidade protetora, 50% aumentaram os acertos. Sobre a limpeza do monofilamento, diapasão recomendado, sensibilidade térmica, avaliação com Doppler manual e Índice tornozelo-braço, houve aumento de 75% de acertos. Os alunos pontuaram a importância da avaliação de enfermagem para identificação precoce de fatores de risco no pré e pós curso; no pós-teste destacaram a importância da qualificação desde a academia, e do uso de instrumentos de avaliações. Um aspecto dificultador do curso, apontado pelos alunos foi a distração pelo uso do celular; e facilitadores: aulas gravadas e disponibilizadas on-line, organização das aulas, e uso de imagens/ilustrações. Conclusões: O curso contribuiu com o processo de capacitação dos discentes, sendo observado pelo aumento no rendimento dos acadêmicos de enfermagem em questões acerca da avaliação de risco para pé diabético. As considerações dos estudantes quanto aos aspectos facilitadores e dificultadores podem servir de guia para o aprimoramento de novos cursos de extensão.

FATORES ASSOCIADOS À DOR NA ÚLCERA DA PERNA DE PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME

DANUSA MOREIRA LAGO DOURADO — 2022-12-14

Introdução: As síndromes de dor crônica nas pessoas com doença falciforme incluem úlceras da perna(1). Essas lesões crônicas são de difícil cicatrização, com evolução arrastada por meses a anos, têm altas taxas de recidiva e são extremamente dolorosas(2). A presença da úlcera interfere na qualidade de vida do sujeito, pois piora sua função física, afeta questões sociais e psicológicas, potecializadas pela dor(3). Objetivo: identificar os fatores associados a maiores níveis de dor na úlcera da perna relatada pelas pessoas com doença falciforme.

Método: estudo observacional, transversal do tipo analítico, realizado na Fundação Hemominas no estado de Minas Gerais. Por meio do censo foram identificadas 77 pessoas e 72 compuseram a amosta. A coleta ocorreu de agosto de 2019 a abril de 2020. Para avaliar os possíveis fatores associados aos níveis de dor, utilizou-se o Modelo de Chances Proporcionais tanto uni quanto multivariado. Para testar se essa suposição é válida, aplicou-se o teste de regressão paralela. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições envolvidas nos pareceres de n° 08052818.3.0000.5149 e 08052818.3.3001.5118. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados: Dos 72 participantes do estudo, 64(88,9%) praticavam alguma atividade de lazer, dentro (38/52, 8%) ou fora do domicílio (50/69, 4%), e 8(11,1%) não praticavam atividade. A úlcera foi impedimento para 58(80,6%) participantes de realizar algo. O ato de sofrer preconceito decorrente da presença da úlcera foi relatado por 35(48,6%) participantes. Quanto às variáveis demográficas e clínicas dos participantes, 34(47,2%) tinham ensino médio completo ou incompleto, 55(76,4%) tinham edema nos membros inferiores. Ador foi relatada por 81,9% dos participantes, classificada em leve (12,5%), moderada (29,2%) e intensa (40,3%). O analgésico e antipirético foram citados por 65(90,3%) participantes e o opioide por 43(59,7%). A hidroxiureia era utilizada de forma contínua por 53(73,6%). A pomada colagenase foi o tratamento tópico utilizado por 16(22,2%) participantes. Em relação aos fatores associados aos maiores níveis de dor às pessoas com úlcera da perna, o tratamento tópico teve associação com a dor (valor de p>0,05) e pacientes que utilizam colagenase têm 5,2 (IC 95 = 1,3 -22,0) vezes mais chances de ter um maior escore de dor, se comparados àqueles que utilizam coberturas interativas. Conclusão: A maioria dos pacientes com úlcera da perna decorrente da doença falciforme queixam dor moderada e intensa. Essa última tem relação com o tratamento tópico, especialmente a utilização da pomada de colagenase.

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS DE LESÕES DE PELE RELACIONADAS A ADESIVOS MÉDICOS EM HOSPITAIS BRASILEIROS: ESTUDO MULTICÊNTRICO

THALLITA CLAUDIA MORAES BARBOSA — 2022-12-14

Introdução: A prevenção de lesões de pele envolve cuidados de vigilância relacionados a traumas mecânicos ou químicos. Nesse contexto, o traumatismo tecidual causado pela remoção de fitas adesivas podem interferir não só na prevenção e tratamento da lesão cutânea, como também na qualidade da assistência(1,2). Assim, a lesão de pele relacionada a adesivo médico (Medical Adhesive Relation Skin Injury – MARSI) é definida como qualquer ocorrência em que o eritema e/ou outra manifestação de anormalidade cutânea (vesícula, flictema, erosão ou lesão por fricção) persiste por 30 minutos ou mais após a remoção do adesivo(3). Objetivo: Analisar a prevalência de lesão de pele relacionadas a adesivos médicos e fatores associados em pacientes internados nas unidades de terapia intensiva adulta de hospitais brasileiros. Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal e multicêntrico, envolvendo quatro hospitais de grande porte distribuídos em três estados, com parecer do Comitê de Ética em Pesquisa número 3.503.492. A coleta de dados foi realizada em um dia e ocorreu nos meses de novembro/dezembro de 2020. As variáveis demográficas e clínicas foram coletadas dos prontuários e para identificação das MARSI foi realizado exame físico da pele. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, inferencial (qui-quadrado de Pearson), teste não paramétrico de Mann- Whitney, e regressão logística. Resultados: A população do estudo foi composta por 108 participantes com uma prevalência de 25,9% para MARSI, onde (13) 39,4% apresentavam lesão do tipo maceração e (08) 24,2% lesão do tipo dermatite de contato irritativa. Foi encontrada uma associação significativa entre MARSI com a avaliação subjetiva do estado nutricional (p = 0,032), fixação de acesso venoso periférico (p = 0,030) e evidenciado que quanto maior o número de adesivos usados, maior a chance de desenvolver a lesão (p = 0,001). Conclusão: A prevalência de MARSI foi expressiva, tendo ocorrência significativa do tipo maceração, associação com a avaliação subjetiva do estado nutricional e a fixação do acesso venoso periférico. E, quanto maior o número de adesivos usados, maior a chance de desenvolver a lesão. O estudo contribui para o conhecimento do comportamento epidemiológico da lesão de pele relacionada a adesivo médico em unidades de terapia intensiva, favorecendo melhorias na qualidade da assistência.

PREVENÇÃO DE LESÃO DE PELE RELACIONADA A ADESIVO MÉDICO EM UTI PEDIÁTRICA/NEONATAL: SCOPING REVIEW

SAMUEL DE PAULA PINHEIRO DA SILVA — 2022-12-14

INTRODUÇÃO Os adesivos médicos estão frequentemente envolvidos na assistência em saúde prestada a qualquer tipo de paciente, em serviços ambulatoriais e hospitalares (1). Os adesivos são definidos como um item de uma diversidade de produtos, como eletrodos, fitas, produtos para ostomias e curativos, e fazem parte do cotidiano dos serviços de saúde. O uso de adesivos pode ocasionar o surgimento da MARSI (Medical Adhesive-Related Skin Injuries) que são definidas como eventos em que eritema e/ou outra manifestação de irregularidade cutânea, como vesícula, bolha, erosão e ruptura da pele, aparecem após a remoção do adesivo. O surgimento da MARSI pode causar dor, desconforto e contribui para aumentar a morbidade, risco de complicações, tempo de internação e tratamento, além de uso de curativos, ocorrência de cicatriz, e ainda pode impactar negativamente na qualidade de vida do paciente, por causar sofrimento e gerar ansiedade (2,3). OBJETIVO Identificar e sintetizar as evidências científicas sobre a prevenção de lesões de pele relacionadas a adesivos médicos em pacientes pediátricos e neonatais em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). MÉTODO Trata- se de uma scoping review elaborado em conformidade com o Joanna Briggs Institute e o PRISMA-ScR. A revisão foi registrada no Open Science Framework, em seguida os dados extraídos foram analisados e sintetizados de forma narrativa. RESULTADOS A população total de artigos identificados na busca foi composta por 1989 artigos, durante a busca nas bases de dados, e a amostra final foi de oito artigos, estes foram avaliados e analisados quanto aos cuidados preventivos relacionados à MARSI. Os motivos que causaram a exclusão dos estudos foram: artigos duplicados, estudos não disponíveis na íntegra e estudos que não abordavam medidas de prevenção à MARSI. Alguns fatores potencializadores para MARSI apontados pelos estudos selecionados foram, sexo feminino, ter idade inferior a 2 anos, apresentar tempo de hospitalização superior a 5 dias, serem pacientes de pós-operatório tardio ou imediato e ocorrência de edema e/ou infecções. Esses últimos três fatores (pacientes pós- operatório, com edema e/ou infecções) são extremamente comuns em UTI. A avaliação da pele e seleção adequada do adesivo é fundamental para garantir a sua eficácia durante o uso. Deve-se considerar, além das condições da pele do paciente, o objetivo e tempo de uso do dispositivo. Uma peculiaridade do público infantil está relacionada à remoção acidental ou exposição do adesivo à umidade ou fluido corporais. Além da atenção no momento da aplicação do adesivo, a remoção deste requer cuidados específicos como utilizar as bordas para retirada e uso de removedores de adesivo, que estão cada vez mais comuns no mercado, porém ainda pouco utilizados na prática clínica. CONCLUSÃO Os trabalhos avaliados nesta scoping review indicam estratégias que podem ser utilizadas na prática clínica para minimizar a ocorrência de MARSI, tais como medidas de descompressão dos adesivos cutâneos, métodos de fixação que minimizem compressão, decisão clínica para o uso de adesivos que se associam com menor ocorrência de lesão cutânea, uso de creme-barreira, proteção da pele com filtro transparente, formulação de protocolos institucionais de caráter preventivo e classificação de risco individual.

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO PEDIATRIC LOWER URINARY TRACT SYMPTOM SCORE.

JABIAEL CARNEIRO DA SILVA FILHO — 2022-12-14

Introdução: A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é um termo amplo que se refere a alteração anatômica e/ou funcional do processo natural da micção, desde o armazenamento até o esvaziamento, sendo capaz de comprometer a qualidade de vida das crianças e de seus cuidadores.1 Tendo em vista a elevada prevalência dos sintomas de DTUI em crianças no mundo (44,3%) e no Brasil (21,8%)2-3, a validação de um instrumento de rastreio que possibilitará a diminuição do custo e do tempo de diagnóstico deste agravo é um importante investimento científico, com considerável impacto social. Objetivo: traduzir, adaptar transculturalmente e validar o conteúdo do pediatric lower urinary tract symptom score4.

Método: trata-se de uma pesquisa metodológica realizada divida em duas etapas, 1ª etapa: tradução e adaptação transcultural e 2ª etapa validação de conteúdo e da consistência interna. A amostra do estudo foi composta por cinco tradutores, comitê com um metodologista, um profissional de saúde, um linguista e os tradutores, 11 especialistas na área de urologia e 30 mães de crianças com sintomas de DTUI. Na primeira etapa foi construído um grupo focal para análise das traduções, viabilizado através do WhatsApp, para formulação da versão pré-final e aplicação à uma amostra da população alvo. Os 11 especialistas em urologia pediátrica participaram da segunda etapa, eram de cinco regiões brasileiras, para conferir se os itens do instrumento realmente pertenciam ao domínio proposto, além de verificar a consistência interna do instrumento. A análise dos dados foi realizada através dos cálculos de percentual de concordância, Índice de validade de conteúdo e do coeficiente alfa de Cronbach. Resultado: No processo de validação de face, todas as mães responderam compreendi ou compreendi totalmente, logo, não foi necessário modificar nenhuma terminologia do instrumento, apresentando excelente nível de compreensão verbal (100% de concordância). Quanto a caracterização as mães a média de idade foram de 32,8 anos e das crianças de 8 anos.

Quanto a escolaridade das mães 40% cursaram da 5ª a 8ª série. Na validação de conteúdo, o instrumento apresentou um IVC maior que 0,8 para maioria das questões, exceto em nomenclatura e clareza de duas questões (8 e 13), porém com scores maior que 0,72 e alfa de Cronbach de 0,75. Conclusão: A versão final resultou em um instrumento equivalente do ponto de vista semântico, com validade de conteúdo e boa consistência interna, atestando favoravelmente quanto as propriedades psicométricas aferidas, entretanto pressupõe a continuidade da pesquisa para verificação de outras propriedades psicométricas como a estabilidade do mesmo.

EFEITO DO USO DE TECNOLOGIAS MÓVEIS PARA O TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM MULHERES: REVISÃO SISTEMÁTICA.

DAYANA MAIA SABOIA — 2022-12-14

Introdução: A incontinência urinária é um importante problema de saúde no mundo e uma queixa frequente entre as mulheres, estando associada a fatores de risco como avanço da idade, menopausa, alterações pélvicas do período gravídico-puerperal, parto vaginal, obesidade e constipação1. Para o tratamento dessa condição de saúde, as sociedades internacionais recomendam o uso de terapias conservadoras como primeira linha de escolha2. Nos últimos anos, a necessidade de distanciamento social trouxe uma nova maneira de promover a saúde: a tecnologia móvel, que tem apresentado resultados satisfatórios em diferentes contextos de saúde3. Pensando nisso, questiona-se o efeito do uso de mobile health em mulheres com incontinência urinária. Objetivo: Avaliar o efeito da utilização de mobile health para melhora e cura da incontinência urinária em mulheres. Método: Revisão sistemática seguindo as recomendações do Instituto Joanna Briggs, com a seguinte pergunta norteadora estruturada a partir da estratégia PICO: “qual o efeito da utilização de mobile health para melhora e cura de incontinência urinária na população feminina?”. Buscou-se artigos originais sobre a utilização de tecnologias moveis para o tratamento de mulheres com incontinência urinária nas bases de dados PUBMED, Embase, CINAHL, Cochrane Library, SCOPUS e Web of Science. Foram excluídos artigos realizados com mulheres no ciclo gravídico-puerperal, mulheres com disfunções miccionais na infância, distúrbios neurológicos, intervenções cirúrgicas e com diagnóstico de doenças neurodegenerativas. Dois revisores independes realizaram a busca nas bases de dados, seleção dos artigos e extração dos dados. O instrumento de coleta de dados incluiu os seguintes itens: base de dados, título do artigo, ano de publicação, autores, local da pesquisa, tipo de estudo, objetivo, caracterização da amostra, tecnologia móvel utilizada, características da intervenção, modalidade do tratamento e principais resultados. Resultados: Foram identificados 243 artigos na busca, destes, seis foram incluídos nessa revisão. Cinco artigos estavam disponíveis no idioma inglês e um em espanhol. Três estudos foram desenvolvidos na Suécia, um na China, um na Espanha e um estudo nos EUA. A amostra variou de 10 a 126 mulheres, com idade de 18 a 78 anos e perda urinária de, no mínimo, uma vez por semana. Todas as intervenções foram realizadas exclusivamente via mobile health. O uso de aplicativos móveis foi descrito em dois estudos e o uso de websites em quatro. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico foi utilizado em todas as tecnologias, estando combinado ou não a mudanças comportamentais, biofeedback e diário miccional. Observou-se efeito positivo na redução da perda urinária e da sua gravidade, melhora da força muscular do assoalho pélvico, melhora nos domínios da qualidade de vida, adesão e satisfação ao treinamento muscular. Conclusão: A utilização do mobile health para o tratamento da incontinencia urinária pode apresentar efeitos positivos sobre a perda de urina, forma muscular do assoalho pélvico e qualidade de vida ao melhorar a adesão e satisfação das mulheres com o treinamento muscular.

PREVALÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES E PUÉRPERAS EM UMA MICROREGIÃO DA CIDADE DO RECIFE.

MARÍLIA PERRELLI — 2022-12-14

Introdução: A gravidez é um momento de séria reestruturação na vida da mulher, representa um período de intensas modificações físicas e psicológicas que alteram sua vida social, familiar e profissional.¹ Durante o ciclo gravídico, devido a alterações fisiológicas e anatômicas, há um aumento na probabilidade da gestante desenvolver incontinência urinária (IU). Essa, por sua vez, é definida como qualquer perda de urina involuntária, de acordo com a Sociedade Internacional de Continência (ICS).1,2 A fisiopatologia da IU durante a gestação é multifatorial, envolvendo a própria gravidez, mudanças no ângulo uretrovesical, aumento da pressão sobre os músculos elevadores, aumento do peso corporal materno e peso do útero gravídico, com aumento progressivo da pressão sobre a musculatura do assoalho pélvico.3,4 Por mais que a IU não cause diretamente riscos à vida da mulher durante a gravidez e puerpério, sabe-se que essa condição diminui significativamente a qualidade de vida dessa mulher.2,4 Objetivo: Identificar a prevalência de incontinência urinária no terceiro trimestre de gestação e no puerpério numa microrregião do Recife. Método: A presente pesquisa trata-se de um estudo de coorte, longitudinal, descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Saúde da Família localizada no bairro do Ibura na cidade do Recife. A população do estudo foi composta por gestantes no 3° trimestre de gestação e puérperas de até 3 meses do pós-parto que foram atendidas no referido serviço. A amostra foi probabilística simples, do tipo não intencional. Os dados foram coletados de março a julho de 2022 através de três questionários autoaplicados e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os questionários utilizados foram: sociodemográfico, o ICIQ-SF e o KHQ. A pesquisa foi conduzida de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE: 46682221.4.0000.5192.

Resultados: Foram avaliadas 31 mulheres com idade de 17 a 35 anos, dessas, 51,6% (16) relataram ter apresentado sintomas de IU no terceiro trimestre de gestação e, dessas, 16,1%

(5) apresentaram IU também no puerpério. Das 16 mulheres que apresentaram IU, 62,5% (10) estavam com sobrepeso apresentando IMC entre 25 e 29,9kg/m2, 31,25% (5) estavam com obesidade apresentando IMC acima de 30kg/m2 e 6,25% (1) estavam com peso normal apresentando IMC entre 20 e 24,9kg/m2 no 3° trimestre de gestação. Além disso, dessas mesmas 16 mulheres, 62,5% (10) tiveram parto vaginal e 6,25% (1) tiveram parto cesáreo, 31,25% (5) ainda não tinham parido até o momento da coleta. Conclusão: Este estudo demonstra a elevada prevalência da IU (51,6%) na gravidez e sua redução no pós-parto; o IMC elevado e o parto vaginal surgem como possíveis fatores de risco no aparecimento da IU. Os resultados mostram a necessidade de intervenções efetivas para reduzir a ocorrência de IU no ciclo gravídico-puerperal, atividades de educação para a promoção da saúde no contexto da saúde da mulher podem contribuir tanto na prevenção como no tratamento.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR COM POTENCIAL PARA DISREFLEXIA AUTONÔMICA DURANTE ESTUDO URODINÂMICO

DAYANA MAIA SABOIA — 2022-12-14

Introdução: O trauma raquimedular (TRM) é uma agressão à medula espinhal que traz danos neurológicos, motores, sensitivos e autonômicos, sendo a função do trato urinário inferior (TUI) e do sistema cardiovascular afetadas. A disreflexia autonômica (DA) é comum entre os indivíduos com TRM acima do nível torácico da coluna vertebral (T6) e pode ser resultado de manipulações iatrogênicas. Para avaliação da função do TUI utiliza-se o estudo urodinâmico, todavia o enchimento e a pressão intravesical durante sua realização podem deflagrar episódios de DA, o que aponta para a necessidade de cuidados específicos durante o exame. Objetivo: Construir procedimento operacional padrão (POP) para acompanhamento dos sinais e sintomas de DA em pacientes com disfunção neurogênica do trato urinário inferior (DNTUI) submetidos ao estudo urodinâmico. Método: Estudo multimétodos realizado em duas etapas: I) Revisão sistemática e II) Estudo metodológico. A revisão sistemática foi realizada a partir da pergunta norteadora “quais os cuidados empregados durante a realização do estudo urodinâmico em pacientes com DNTUI para acompanhamento dos sinais e sintomas de DA? ” Foram pesquisados artigos em português, inglês e espanhol, a partir dos descritores Medula Espinhal, Disfunção Neurogênica do Trato Urinário Inferior, Disreflexia Autonômica, Urodinâmico e Sistematização da Assistência de Enfermagem, nas bases de dados MEDLINE e Biblioteca Virtual em Saúde. Foram incluídos artigos completos com informações sobre prevenção e/ou tratamento da DA em adultos com DNTUI e lesões acima de T6 durante o estudo urodinâmico. A segunda etapa do estudo constou da elaboração de POP para acompanhamento de sinais e sintomas de DA em pacientes com DNTUI submetidos ao estudo urodinâmico. Para tanto foram utilizadas as seguintes etapas: formulação do esquema conceitual do instrumento com base na revisão sistemática, definição da natureza da tarefa, executante responsável, atividades previstas e ações propostas. Resultados: Foram identificados 4 artigos. Um estudo trouxe a mensuração da pressão arterial (PA) no início do exame, a cada 100 mL de infusão de solução salina intravesical e após o exame (até normalização dos valores pressóricos ) como a medida mais eficaz na prevenção e tratamento da DA. Outros sinais e sintomas a serem observados durante o exame são a presença de sudorese, placas vermelhas acima do nível de lesão medular, queixa de cefaleia pulsátil e piloereção. Tais alterações são indicativas de interromper o exame, bem como a elevação da PA em 20 mmHg. Destaca-se que não foram encontrados estudos sobre a atuação da enfermagem durante o exame. O POP foi construído de forma didática e objetiva com o objetivo de obter melhor facilidade de entendimento durante a sua leitura. Para tanto, foram definidos esquemas conceituais do instrumento com base na revisão sistemática, assim como a definição de cuidados com delineamento de papéis e objetivos a serem alcançados.

Conclusão: A uniformização do atendimento em serviços de urodinâmica a pessoas com TRM com potencial para DA, com uso de POP, poderá trazer melhor controle dos fatores desencadeantes.