COMPARAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL EM TRATAMENTO CIRÚRGICO ANTES E APÓS A PANDEMIA DE COVID-19

Authors

  • André Aparecido Da Silva Teles Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp
  • Pâmela Aparecida Barbosa Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp
  • Janderson Cleiton Aguiar Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp
  • Antonio Jorge Silva Correa Júnior Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp
  • Camila Maria Silva Paraizo-Horvath Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp
  • Helena Megumi Sonobe Escola De Enfermagem De Ribeirão Preto Eerp-Usp

Abstract

Introdução: O câncer colorretal (CCR) é uma das principais causas de morbimortalidade oncológica no Brasil, sendo a cirurgia o tratamento de escolha, muitas vezes associada à confecção de estomias intestinais. A pandemia de COVID-19 impactou o acesso aos serviços de saúde, com possíveis repercussões na detecção precoce, estadiamento da doença e complexidade cirúrgica, interferindo diretamente na prática da enfermagem e, especialmente, em Estomaterapia. Objetivo: Analisar e comparar as características sociodemográficas, clínicas e terapêuticas de pacientes submetidos à primeira cirurgia eletiva para CCR, antes e após a estabilização da pandemia de COVID-19. Método: Estudo observacional, analítico, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado em hospital universitário paulista. Entre abril e maio de 2023, foram analisados 256 prontuários eletrônicos de pacientes maiores de 18 anos, em sua primeira cirurgia por CCR, sendo 121 pacientes em 2019 e 135 em 2022. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo respeitou a legislação sobre pesquisa com seres humanos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Predominaram idosos, de cor branca, com companheiro(a), ensino fundamental e inatividade laboral. Anteriormente à pandemia, o sexo feminino foi mais prevalente; após, houve predominância masculina. Observou-se mudança no tipo histológico, com redução do adenocarcinoma moderadamente diferenciado, com diferença estatisticamente significante (p=0,000). Em relação à técnica cirúrgica, houve aumento das videolaparoscopias e redução das laparotomias, além da redução do tempo de internação. A confecção de estomias manteve-se similar (cerca de 40% em ambos os anos), sendo mais frequente a colostomia à esquerda. Os resultados evidenciam mudanças no perfil clínico e terapêutico de pacientes com CCR após a pandemia, impactando o planejamento cirúrgico, tipo de estoma e tempo de internação. Tais achados reforçam a importância da atuação do enfermeiro estomaterapeuta desde o pré-operatório, com demarcação do estoma, orientações individualizadas e educação para o autocuidado. No intra e pós-operatório, torna-se imprescindível monitorar complicações como dermatite periestoma, retração, descolamento mucocutâneo ou prolapso, considerando a tendência de internações mais curtas. O predomínio de pacientes idosos e com baixa escolaridade destaca a necessidade de estratégias educativas acessíveis, com linguagem clara, recursos visuais e participação da família como rede de apoio para adesão ao tratamento e reinserção social. A pandemia expôs lacunas no cuidado continuado, ressaltando a relevância de políticas públicas e de serviços de Estomaterapia fortalecidos em rede, assegurando acesso a equipamentos coletores, adjuvantes e suporte multiprofissional. Conclusão: A pandemia repercutiu em variáveis clínicas e terapêuticas, com maior complexidade de casos e mudança no perfil cirúrgico, exigindo da equipe de enfermagem e, especialmente, do estomaterapeuta, atuação qualificada desde o planejamento pré-operatório, demarcação do estoma, até o acompanhamento pós-operatório, para prevenção de complicações, promoção do autocuidado e reabilitação psicossocial. O estudo evidencia a importância de estratégias para minimizar os impactos de cenários críticos na linha de cuidado de pessoas com CCR e estomias. A integração da equipe multiprofissional é essencial para minimizar os impactos biopsicossociais vivenciados pelo paciente com estomia, contribuindo para sua reabilitação, qualidade de vida e empoderamento para o autocuidado.

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Published

2025-10-01

How to Cite

Teles, A. A. D. S., Barbosa, P. A., Aguiar, J. C., Júnior, A. J. S. C., Paraizo-Horvath, C. M. S., & Sonobe, H. M. (2025). COMPARAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL EM TRATAMENTO CIRÚRGICO ANTES E APÓS A PANDEMIA DE COVID-19. Brazilian Congress of Stomatherapy. Retrieved from https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2001