AVALIAÇÃO DO ESTRESSE PERCEBIDO EM PESSOAS COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: SÉRIE DE CASOS
Abstract
Introdução: O estresse psicológico tem sido descrito como um fator associado ao aumento na inflamação, infecção, nos níveis de cortisol e na lentificação do processo cicatricial em pacientes com feridas. Pessoas com feridas de difícil cicatrização passam por diversas dificuldades psicossociais, como depressão e isolamento social, que estão diretamente ligados a aderência ao tratamento e ao sucesso nos processos de regeneração tecidual. Apesar da evidência clínica, há poucos estudos sobre a aplicação de instrumentos para medir o estresse e avaliar o seu impacto na cicatrização de feridas durante o atendimento ambulatorial em clínica de Estomaterapia. Objetivo: Exemplificar a avaliação do estresse, distresse e coping percebidos por pacientes com feridas de difícil cicatrização, atendidos em ambulatório de Estomaterapia. Métodos: Trata-se de um estudo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, de análise secundária, observacional e prospectivo de 10 pacientes adultos com feridas de difícil cicatrização, acompanhados durante duas a seis consultas. Foi escolhido um caso representante de cada etiologia, sendo elas: úlceras de origem vascular (arterial; venosa e mista), úlcera por doença microvascular em paciente com diabetes, lesão por pressão, lesão traumática, ferida neoplásica maligna, ferida de amputação, ferida infecciosa e úlcera de membro inferior por doença reumatóide. Foram utilizados: Formulário de dados sociodemográficos e clínicos; Inventáro Breve de Dor (0-10), nas suas avaliações de sensibilidade - BPIS e interferência da dor na vida diária - BPII; Instrumento de Avaliação da Ferida de Bates Jensen - BWAT (13-65) e Escala de Estresse Percebido - PSS (0-56), incluindo coping e distresse, com dados expressos em médias. Os dados foram coletados por meio de entrevista, exame físico da ferida e prontuários dos pacientes atendidos em Ambulatório de Estomaterapia de um hospital público da cidade de São Paulo. Resultados: Os pacientes tinham ferida principalmente em membro inferior, com duração de 21,2 meses; BWAT 23,7; BPIS 4; BPII 3,2. O estresse foi caracterizado por PSS total de 28,5 pontos, distresse de 16,4 e coping 16. Na última consulta foi observada diminuição de 4,3 pontos na BWAT; 0,8 na BPIS; 7,6 pontos na PSS com 5,3 no distresse. A BPII aumentou 0,7 e o coping 2,2. Classificando o nível de estresse percebido por paciente, nas primeiras consultas, seis pacientes apresentavam estresse moderado, alto ou muito alto e quatro estresse baixo ou normal. Conclusão: Há uma tendência de relação entre estresse percebido e cicatrização, com o coping influenciando a percepção do estresse. Faz-se necessária uma abordagem multiprofissional, e evidencia- se o potencial da atuação do enfermeiro estomaterapeuta para a avaliação e manejo do distresse e coping percebidos.Downloads
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Published
2025-10-01
How to Cite
Ferreira, B. C., González, C. V. S., Yamada, B., & Santos, V. L. C. G. (2025). AVALIAÇÃO DO ESTRESSE PERCEBIDO EM PESSOAS COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: SÉRIE DE CASOS. Brazilian Congress of Stomatherapy. Retrieved from https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2102
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Artigos
