TÉCNICAS ADEQUADAS PARA REMOÇÃO DE ADESIVOS QUE EVITEM LESÕES DE PELE: UMA REVISÃO DE ESCOPO

Authors

  • Cintia Aparecida Ribas Schuersovski Universidade Católica De Paraná - Pucpr
  • Eduarda Lyandra De Macedo Universidade Católica De Paraná - Pucpr
  • Isabella Cristina Melani Baggio Universidade Católica De Paraná - Pucpr
  • Josiane Estefanovski Universidade Católica De Paraná - Pucpr
  • Rozivanha Sousa Mendes Universidade Católica De Paraná - Pucpr

Abstract

Introdução As lesões cutâneas relacionadas ao uso de adesivos médicos, conhecidas como Medical Adhesive-Related Skin Injury (MARSI), são eventos adversos comuns, mas evitáveis, que ainda são subnotificados nos serviços de saúde. Podem causar dor, risco de infecção, atraso na cicatrização, aumento do tempo de internação e dos custos hospitalares, prejudicando a segurança do paciente e a qualidade assistencial (1). MARSI abrange diversas manifestações clínicas, como dermatite de contato, denudação, lesão por fricção, maceração e bolhas, geralmente associadas ao uso inadequado de produtos adesivos, sobretudo em peles frágeis (2). No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 36/2013, da ANVISA, determina que eventos adversos como MARSI sejam notificados e monitorados como parte das metas de segurança do paciente (3) Objetivo Identificar, na literatura científica, as técnicas adequadas para remoção de adesivos que evitem lesões de pele em pacientes adultos hospitalizados. Metodologia Trata-se de uma revisão de escopo baseada nas diretrizes metodológicas do Joanna Briggs Institute (JBI) e no checklist PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas nas bases BVS, PubMed, Embase, CINAHL e SciELO, utilizando descritores controlados (DeCS/MeSH) combinados com operadores booleanos. Foram incluídos artigos publicados entre 2012 e 2025, com texto completo disponível, com foco em adultos hospitalizados. A seleção foi realizada por dois revisores de forma independente, com auxílio do software Rayyan®. Resultados e Discussão Foram selecionados 16 estudos que abordaram estratégias eficazes para a prevenção de MARSI, agrupadas em três categorias principais: cuidados prévios com a pele, técnicas de remoção e uso de removedores. Quanto ao preparo da pele, recomenda-se evitar substâncias agressivas como álcool ou sabão perfumado, utilizando limpadores suaves e películas barreira (4). A técnica de remoção mais descrita foi a "baixo e lento", que consiste em puxar o adesivo paralelamente à pele, em um ângulo raso e na direção do crescimento dos pelos, com apoio da mão oposta. Essa técnica demonstrou ser eficaz na redução da tração e na prevenção de danos epidérmicos (1,2). O uso de removedores foi recomendado em 94% dos estudos analisados. Os produtos à base de silicone foram os mais indicados, pois não deixam resíduos, evaporam rapidamente e proporcionam remoção indolor, mesmo em aplicações repetidas (5). Em contextos de recursos limitados, substâncias oleosas como vaselina ou óleo mineral podem ser utilizadas com cautela, desde que não haja reaplicação imediata de novos adesivos (2,4). Apesar do conhecimento técnico disponível, muitos profissionais ainda não utilizam práticas baseadas em evidência, destacando a importância da educação permanente e da institucionalização de protocolos clínicos (3). Conclusão A prevenção de MARSI depende de estratégias integradas, incluindo a avaliação da integridade cutânea, o preparo adequado da pele, a técnica correta de remoção e o uso apropriado de removedores. A técnica “baixo e lento” e os removedores à base de silicone se mostraram eficazes e seguros. É fundamental que as instituições promovam treinamentos contínuos e desenvolvam diretrizes baseadas em evidências para minimizar a ocorrência dessas lesões e garantir a segurança do paciente.

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Published

2025-10-01

How to Cite

Schuersovski, C. A. R., Macedo, E. L. D., Baggio, I. C. M., Estefanovski, J., & Mendes, R. S. (2025). TÉCNICAS ADEQUADAS PARA REMOÇÃO DE ADESIVOS QUE EVITEM LESÕES DE PELE: UMA REVISÃO DE ESCOPO. Brazilian Congress of Stomatherapy. Retrieved from https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2233