VIGILÂNCIA CIRÚRGICA PÓS ALTA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTO TECNOLÓGICA
Abstract
INTRODUÇÃO: Consideradas um evento adverso as Infecções de Sitio Cirúrgicos (ISC) são complicações que ocorrem no pós-operatório em cerca de 3 a 20% dos procedimentos, podendo ocorrer o óbito em 5 a 10% dos casos. Estima-se que cerca de 50% das ISC ocorram após a alta hospitalar, tornando o acompanhamento pós-alta crucial para a detecção precoce e o tratamento dessas complicações. A aplicação de chatbots orientados por Inteligência Artificial (IA) mostraram um potencial significativo para melhorar este acompanhamento. OBJETIVO: Testar e validar um chatbot como ferramenta de apoio ao monitoramento de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos limpos, com o objetivo de otimizar a detecção precoce e a intervenção em casos de ISC. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualiquantitativo, experimental de desenvolvimento tecnólogico. Esta pesquisa teve origem em um estudo piloto, no qual foi desenvolvida a primeira versão do chatbot, com o intuito de avaliar sua efetividade na detecção precoce de ISC. Foram monitorados pacientes submetidos ao mutirão de cirurgia eletiva de Hernias, ocorrido no mês de setembro de 2024, mediante a assinatura do TCLE no pré- operatório e aprovação do CEP com CAAE: 76384823.1.0000.8807. O chatbot realizava o contato com os pacientes por meio de mensagens automatizadas via WhatsApp, enviadas no 3º, 7º, 15º e 30º dia do pós-operatório. As mensagens continham perguntas voltadas à identificação de sinais de flogose na ferida operatória (FO), além de orientações simples sobre os cuidados necessários. As respostas eram monitoradas pelos pesquisadores, e o sistema utilizava um código de cores para sinalizar possíveis casos de infecção: amarelo para suspeita de ISC superficial (ISCS) e vermelho para ISC profunda (ISCP). Nessas situações, o profissional de saúde era imediatamente notificado, estabelecendo contato com o paciente e, quando necessário, antecipando seu retorno ao hospital. RESULTADOS: Dos 31 pacientes que aceitaram participar do piloto, 25 responderam à primeira mensagem automatizada, 24 ao segundo disparo e apenas 2 ao terceiro. No 7º dia pós-operatório, foram identificadas quatro suspeitas de ISC superficiais, que não se confirmaram em consulta presencial. No total, três ISCs ISCP foram identificadas — uma no 7º dia e duas no 15º —, todas confirmadas. Mais oito ISC foram detectadas pós o 15º dia em consulta presencial, duas ISCS e seis ISCP, todos pacientes que não responderam aos disparos do 7º e/ou 15º dia, mas compareceram ao Ambulatório de Egresso Cirúrgico/CCIRAS. Os pacientes com ISCP foram acompanhados pelo serviço de Egresso Cirúrgico/CCIRAS, por um período médio de 13, 22 dias, sendo realizadas avaliações por enfermeiras estomaterapeutas e uso de coberturas especificas, tendo como desfecho a completa cicatrização da FO. CONCLUSÃO: O Chatbot apresentou baixa adesão no 15º dia pós-operatório, considerado período crítico para a detecção de ISC e deiscências. No entanto, demonstrou 100% de sensibilidade na identificação de ISCP, possibilitando intervenções precoces e contribuindo para a prevenção de complicações mais graves. Apesar dos resultados promissores, o sistema ainda requer aperfeiçoamentos, especialmente no que se refere à redução do absenteísmo nas respostas e ao aumento do engajamento dos pacientes.Downloads
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Published
2025-10-01
How to Cite
Silva, L. G. D., Silva, L. M. D., Oliveira, P. D. S. B., Gomes, A. C. C., Coutinho, V. M., Medeiros, M. C. W. C. D., Moura, I. M. F. D., & Brito, S. V. G. (2025). VIGILÂNCIA CIRÚRGICA PÓS ALTA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTO TECNOLÓGICA. Brazilian Congress of Stomatherapy. Retrieved from https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2261
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Artigos
