ABORDAGEM DA ESTOMATERAPIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Authors

  • Cinthia Cristine Rosa Campos Medaber Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Jakeline Costa Dos Santos Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Bruno De Souza Pappalardo Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Samira Silva Santos Soares Universidade Estadual De Santa Cruz
  • Fernanda Henriques Da Silva Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Carolina Cabral Pereira Da Costa Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro

Abstract

Introdução: a investigação sobre a abordagem da estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem revela-se relevante diante da necessidade de atualização curricular frente à dinamicidade do perfil epidemiológico, ao aumento da expectativa de vida e à crescente prevalência de doenças crônicas1. Além disso, a formação profissional deve estar alinhada às diretrizes das políticas públicas de saúde e às demandas do mercado de trabalho2. Nesse contexto, esta revisão integrativa busca preencher lacunas na produção científica sobre como a estomaterapia é abordada na graduação, contribuindo para a qualificação dos futuros enfermeiros. Objetivo: identificar os estudos previamente produzidos acerca dos conteúdos sobre a área de estomaterapia abordados nos cursos de graduação em enfermagem. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com busca bibliográfica em 27 de setembro de 2023, nas bases de dados Medline (via Pubmed), Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (Cinahl) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). A questão de pesquisa foi: Quais são os conteúdos relativos à estomaterapia abordados nos cursos de graduação em enfermagem? Termos de busca para o acrônimo PICo (população: graduandos de enfermagem; interesse: conteúdo desenvolvido sobre estomaterapia; e contexto: cursos de graduação em enfermagem) foram correlacionados. Para identificação dos termos de busca, foram consultados os vocabulários controlados DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings). Não foram aplicados filtros de data, idioma e/ou desenho de estudo (no intuito de captar um quantitativo mais abrangente de produção científica sobre o objeto). O processo de elaboração das estratégias de busca atendeu às recomendações do Peer Review of Electronic Search Strategies (Press). As estratégias de busca foram adaptadas para cada base de dados, incluindo termos em português e espanhol para a Lilacs. Após a busca, 619 registros foram identificados e exportados para o gerenciador de referências Rayyan, 198 duplicatas foram removidas, resultando em 421 registros. Dois revisores independentes selecionaram sete estudos para leitura na íntegra, e quatro estudos foram incluídos na revisão. Resultados: dos quatro estudos incluídos, 75% (três artigos) foram publicados no Brasil e 25% (um artigo) nos Estados Unidos da América (EUA), entre 2018 e 2022. Apenas um artigo foi catalogado na Medline, e os três restantes na Lilacs. Os resultados evidenciam que a estomaterapia ainda carece de maior ênfase no ensino de graduação em enfermagem, tanto no Brasil quanto nos EUA, indicando a necessidade de maior inserção e valorização dessa temática na formação profissional. Essa constatação reforça a importância da revisão dos currículos dos cursos de graduação em Enfermagem, com vistas à ampliação e à integração efetiva dos conteúdos relacionados à estomaterapia nas disciplinas obrigatórias dos cursos. Um estudo realizado nos EUA mostrou que estudantes de enfermagem possuem conhecimento inicial e experiência clínica limitada em estomias, mas demonstram alta confiança no cuidado. Essa confiança, aparentemente desproporcional à experiência prática, sugere a necessidade deajustes curriculares que promovam a ampliação do conhecimento teórico, o fortalecimento das vivências práticas e a avaliação sistemática do impacto dessas estratégias no processo formativo3. Outros estudos apontam que, no Brasil, há predominância de conteúdos relacionados a feridas nas disciplinas obrigatórias, enquanto temas como estomias e incontinências são abordados principalmente em disciplinas optativas ou em atividades de extensão, o que evidencia uma lacuna na grade curricular1,4,5. Um dos estudos oferece uma reflexão relevante ao relacionar a formação em estomaterapia a discussões desenvolvidas em atividades de extensão, apontando essas iniciativas como alternativas promissoras para suprir lacunas curriculares. No entanto, destaca-se que o fortalecimento e a integração dos conteúdos relacionados ao cuidado com feridas e estomias nos currículos formais são fundamentais para a qualificação da formação dos enfermeiros, de modo a prepará-los adequadamente para as demandas específicas dessa área de atuação1. Conclusão: a incipiência de estudos sobre o desenvolvimento do conteúdo de estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem é notória. A pesquisa reforça a importância de repensar os currículos, ampliando o espaço dedicado à estomaterapia e integrando-a de forma mais robusta às disciplinas obrigatórias. Estratégias pedagógicas inovadoras e a avaliação de intervenções curriculares podem melhorar a formação dos graduandos, promovendo um aprendizado sólido e alinhado às necessidades do cuidado em saúde. Este estudo contribui para preencher lacunas, melhorar o ensino e formar enfermeiros capacitados, impactando a qualidade de vida dos pacientes e a excelência da prática profissional. Além disso, fortalece a especialidade da enfermagem em estomaterapia, estimulando o ensino, a assistência e a pesquisa na área.

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Published

2025-10-01

How to Cite

Medaber, C. C. R. C., Santos, J. C. D., Pappalardo, B. D. S., Soares, S. S. S., Silva, F. H. D., Costa, C. C. P. D., & Souza, N. V. D. D. O. (2025). ABORDAGEM DA ESTOMATERAPIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Brazilian Congress of Stomatherapy. Retrieved from https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2301