ENTRE QUILÔMETROS PERCORRIDOS E PERDAS URINÁRIAS: CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE CORREDORAS

Autores

  • Mayra Helena Kock Pontifícia Universidade Católica Do Paraná, Curitiba, Brasil
  • Daiana De Paula Pontifícia Universidade Católica Do Paraná, Curitiba, Brasil
  • Daisa Galana Gomes Batista Pontifícia Universidade Católica Do Paraná, Curitiba, Brasil
  • Gisela Maria Assis Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo, São Paulo, Brasil
  • Talita Dos Santos Rosa Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo, São Paulo, Brasil

Resumo

Introdução: A incontinência urinária (IU) é prevalente entre mulheres fisicamente ativas, mas ainda pouco reconhecida em contextos esportivos. Corredoras amadoras, que praticam corrida regularmente sem fins profissionais, podem estar mais expostas à IU devido ao impacto da atividade sobre o assoalho pélvico. Há escassez de estudos que investiguem prevalência, fatores associados e comportamentos preventivos nesse grupo. Objetivo: identificar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de corrida de rua, verificar sua associação com a prática desportiva, avaliar o nível de conhecimento, atitude e prática sobre o tema e investigar o interesse por programas de prevenção e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. Métodos: Estudo transversal, exploratório e quantitativo com 306 mulheres brasileiras ?18 anos, praticantes regulares de corrida de rua. A coleta ocorreu entre março e abril de 2025, por formulário eletrônico autoadministrado. Foram utilizados o ICIQ-SF e um instrumento validado de avaliação de Conhecimento, Atitude e Prática (CAP). As análises incluíram estatística descritiva, testes bivariados e correlações. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da PUC-PR (parecer nº 7.413.772), conforme Resolução nº 466/2012. A participação foi voluntária, anônima e segura, com proteção de dados conforme a LGPD. Resultados: A prevalência de IU foi de 41,2%, com predominância do tipo de esforço. Apenas 37,9% acreditavam que a corrida poderia causar perdas urinárias, sugerindo dissociação entre vivência clínica e percepção de risco. A IU teve impacto funcional: 12,4% relataram interferência nos treinos, 14,4% queda na motivação, 25,8% uso de absorventes e 38,2% evitavam líquidos antes da corrida. Quanto ao CAP, 72,6% apresentaram conhecimento adequado, 100% atitude positiva e apenas 24,5% relataram práticas preventivas. Mulheres com práticas adequadas tiveram escores mais altos de IU (p < 0,001), indicando padrão reativo. A literatura sugere que muitas abandonam o exercício pela IU, enquanto outras buscam tratamento para seguir ativas. Houve correlação negativa entre o escore do ICIQ-SF e a frequência (r = –0,181; p = 0,001) e distância semanal de corrida (r = –0,138; p = 0,016), sem associação com tempo total de prática. Mulheres continentes corriam com maior frequência (3,18 vs. 2,87) e percorreram maiores distâncias (21,56 vs. 18,14 km), indicando possível autolimitação entre sintomáticas. A maioria (88,05%) demonstrou interesse em treinamentos do assoalho pélvico, preferindo vídeos educativos (38,4%). Das 95 que buscaram ajuda profissional, 37,9% procuraram fisioterapia, 33,7% medicina e apenas 6,3% enfermagem, revelando oportunidade de maior atuação dessa categoria. A amostragem por conveniência e coleta eletrônica podem ter privilegiado participantes com maior escolaridade e acesso digital, limitando a representatividade. Sugere-se ampliar a diversidade das amostras em estudos futuros. Conclusão: A IU é frequente entre corredoras amadoras e impacta negativamente sua motivação e adesão à prática esportiva. Apesar do bom conhecimento, há baixa adoção de medidas preventivas. Os dados reforçam a necessidade de estratégias educativas acessíveis, com foco na promoção da saúde pélvica e na manutenção da prática segura.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Kock, M. H., Paula, D. D., Batista, D. G. G., Assis, G. M., & Rosa, T. D. S. (2025). ENTRE QUILÔMETROS PERCORRIDOS E PERDAS URINÁRIAS: CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE CORREDORAS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2343