ADAPTAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS E SEUS FATORES ASSOCIADOS

Autores

  • ALINE COSTA DE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • LÍDYA TOLSTENKO NOGUEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • LUCIANA KARINE DE ABREU OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • GUSTAVO FERREIRA RAMOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • JEFFERSON ABRAÃO CAETANO LIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • CLAUDIA DANIELLA AVELINO VASCONCELOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
  • SANDRA MARINA GONÇALVES BEZERRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Resumo

Introdução: a confecção de uma estomia é um procedimento cirúrgico que pode provocar várias mudanças na fisiologia corporal, no estilo de vida, no aspecto físico e psicossocial da pessoa1. As alterações biopsicossociais e físicas enfrentadas pela pessoa co estomia podem dificultar no processo de reabilitação, recuperação e reinserção social, exigindo maior esforço no processo de adaptação deste paciente à sua nova realidade2. Isso pode ser alcançado quando a equipe multidisciplinar estabelece um plano de cuidado abrangente que consiste em cinco elementos: informação, conhecimento técnico, apoio psicossocial, encaminhamentos e vigilância3. Objetivo: avaliar os fatores associados ao processo de adaptação em pessoas com estomias. Metodologia: estudo transversal analítico, conduzido em um ambulatório tipo II, realizado no período de fevereiro a março de 2023. A amostra foi escolhida por conveniência, obtendo 153 participantes com estomia de eliminação como participantes do estudo. Como critérios de inclusão foram considerados idade igual ou superior a 18 anos e acompanhamento regular no ambulatório de referência e de exclusão foi possuir alguma condição impedissem o preenchimento dos questionários. Para a coleta de dados, utilizou-se um formulário semiestruturado do ambulatório para contemplar alguns dados demográficos acerca do autocuidado. Para análise de dados, realizou-se frequência absoluta, percentuais, média e desvio-padrão e na análise inferencial, foi aplicado o teste estatístico Qui-quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher. Os valores de p<0,05 foram considerados significativos. Resultados: houve predomínio do sexo masculino (53,6%), com média de idade de 56 anos, casados (46,4%), com ensino fundamental (43,8%), aposentados (44,4%) e com renda mensal de até dois salários-mínimos (50,3%). Além disso, prevaleceram as pessoas que se identificaram como responsáveis financeiros da família (50,3%). Em relação aos estomas, 64,7% apresentavam protusões, 60,8% o formato oval, 71,9% a forma regular, 54,9% drenavam fezes pastosas, 82,3% demonstraram boa higiene, 74,5% não apresentaram complicações no estoma e 60,7% mostraram pele periestoma íntegra. Ao avaliar a adaptação, 64,7% relataram estar adaptadas à nova condição e 35,3% não estavam adaptados. Os fatores associados que apresentaram estatística significativa com a adaptação foram estado civil (p=0,015), mobilidade (p=0,027), custo extra com materiais (p=0,006), diminuição da auto estomia (p=0,005) e realização do autocuidado (p<0,001). Quanto as práticas do autocuidado, as variáveis com associação estatística significativa com o autocuidado foram esvaziamento da equipamento coletor (p<0,001), limpeza do estoma (p<0,001), secagem da pele periestoma (p<0,001), descolamento do equipamento coletor (p<0,001), medição do estoma (p<0,001) e realização do molde (p<0,001). Conclusão: evidenciou-se que a maioria dos participantes consideraram estar adaptados ao estoma e fatores associados ao processo de adaptação foram o estado civil, mobilidade, custo extra, diminuição da autoestima e realização do autocuidado, além das práticas do autocuidado, como esvaziamento do equipamento coleto, limpeza do estoma, secagem da pele periestoma, descolamento do equipamento, medição do estoma e realização do molde. Ressalta -se a importância de compreender as barreiras no processo de adaptação relacionada a estomia, para construir um plano terapêutico que busque reduzir as necessidades não atendidas, melhorar o bem-estar e facilitar a adaptação da pessoa com estomia.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

COSTA DE OLIVEIRA, A. ., TOLSTENKO NOGUEIRA, L. ., KARINE DE ABREU OLIVEIRA, L. ., FERREIRA RAMOS, G. ., ABRAÃO CAETANO LIRA, J. ., DANIELLA AVELINO VASCONCELOS, C. ., & MARINA GONÇALVES BEZERRA , S. . (2024). ADAPTAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS E SEUS FATORES ASSOCIADOS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/500