PADRONIZAÇÃO DO FLUXO DE ATENDIMENTO E EQUIPAMENTOS E ADJUVANTES PARA PACIENTES ESTOMIZADOS:

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • MARIA LAURA SILVA GOMES HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA
  • HILDA MACAMBIRA SANTTOS HOLANDA HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA
  • THAIS VAZ JORGE HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA
  • NAYARA ALMEIDA NUNES HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA
  • LEILANE ANDRADE GONÇALVES HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA
  • NAYANNE OLIVEIRA DA SILVA HAPVIDA NOTREDAME INTERMÉDICA

Resumo

Introdução: No Brasil, as principais causas de cirurgia geradora de estomia são neoplasia, malformações congênitas e doenças inflamatórias intestinais. Segundo estimativa do INCA, a incidência da neoplasia de cólon e reto no triênio de 2023 a 2025 será de aproximadamente 21,10 casos por 100 mil habitantes, ocupando o quarto lugar de cânceres mais incidentes no Brasil, contribuindo com o elevado número de estomas que necessitam dispositivos para coleta de resíduos do organismo1. De acordo com a Portaria nº 400 de 16 de novembro de 2009, a pessoa estomizada é assegurada a receber assistência em unidades de atenção básica ou em serviços especializados, envolvendo a avaliação do paciente, orientações de cuidados e prevenção de complicações relacionada ao estoma e a pele, fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes, quando necessário, de forma gratuita2. Nesse contexto, o cuidado e prescrição de Enfermagem assertivos são primordiais para o direcionamento das orientações sobre a adaptação com o equipamento coletor, corte adequado, esvaziamento e limpeza, cuidados com a pele do estomizado e hábitos de vida, garantindo praticidade, melhora na qualidade de vida, adesão no autocuidado e, ainda, uma adequada relação custo-benefício de equipamentos e adjuvantes. Apesar da importância, existe um baixo conhecimento dos enfermeiros generalistas sobre a indicação dos equipamentos coletores e a utilização de produtos adjuvantes, necessitando assim maior número de treinamento/especialização e tempo de experiência na assistência. Desse modo, essas ações podem contribuir para o aumento da confiança com a administração dos cuidados com o paciente estomizado3-4. Além do fator relacionado com o conhecimento dos profissionais, no mercado existem inúmeros equipamentos coletores e adjuvantes produzidos por diferentes marcas, o que gera dificuldade para os profissionais da ponta na indicação desses insumos e que atendam às demandas de necessidade dos pacientes no processo de adaptação da nova rotina como estomizado. Diante desse problema, um grupo de estomaterapeutas e funcionários da empresa Convatec desenvolveram um algoritmo em conjunto com profissionais especializados para auxiliar na escolha do equipamento coletor, baseado em critérios relacionados com as características da estomia e do paciente5. Cabe ressaltar, que mesmo com a utilização de uma ferramenta que auxilie no processo de escolha adequada do equipamento coletor, dentro da assistência ao paciente estomizado pode ocasionar a solicitação de insumos errados, devido a equívocos nos descritivos e/ou códigos dos produtos, ou solicitações em quantidades indevidas. Ainda que as orientações e administração dos cuidados sejam conduzidas pelo médico e o enfermeiro generalista, é essencial um suporte especializado para o cliente, familiares e cuidadores. Objetivo: Relatar o processo de padronização de insumos para estomizados e adaptação do algoritmo de indicação coletor para estomias conforme as particularidades de uma rede de assistência à saúde privada. Método: Trata-se de um estudo do relato de experiência sobre a padronização dos processos e materiais para a assistência da pessoa estomizada em uma rede verticalizada. O estudo ocorreu na maior operadora de saúde do Brasil contando com 87 hospitais, 76 prontos atendimentos e 323 clínicas médicas dispostas em nove estados brasileiros. Os cuidados ao paciente estomizado são administrados pelos médicos e pelo enfermeiro assistencial, contando com a indicação de inúmeras marcas e modelos de equipamentos coletores. O processo de padronização dos processos e insumos ocorreu em quatro etapas: 1. padronização da empresa fornecedora dos insumos; 2. escolha dos produtos padronizados; 3. Adaptação do algoritmo de indicação de equipamento coletor para estomias conforme as especificidades da instituição prestadora de cuidados; 4. Elaboração do fluxo para encaminhamento do cliente para suporte com profissionais capacitados para orientações sobre a estomia. Resultados: Para a primeira etapa foi realizado o levantamento de todos os modelos de equipamentos coletores e adjuvantes utilizados pelos pacientes estomizados em todos os estabelecimentos de saúde cobertos pela operadora. Três indústrias contendo diferentes marcas comercializadas no Brasil foram avaliadas, levando em consideração os seguintes parâmetros: custo do produto, tempo de entrega e suporte técnico. Por fim, ocorreu a escolha da empresa com melhor custo-benefício contendo três marcas de produtos no seu portfólio conforme as especificações da Portaria nº400 . As avaliações foram conduzidas pela equipe de Estomaterapia e Setor de Compras. A empresa escolhida na primeira etapa dispõe de 85 equipamentos coletores e 8 produtos adjuvantes no seu catálogo direcionado para cuidados com estomias. Em conformidade com a demanda dos serviços de saúde e o parecer técnico das estomaterapeutas foram escolhidos 38 produtos (bolsas de 1 peça, bolsa de 2 peças) e 8 adjuvantes para compor o portfólio da rede, visando atender maior perfil de pacientes, entrega dos dispositivos em tempo hábil, assim evitando estoques e perda de insumos por validade. Foi adaptado o algoritmo da indústria fornecedora dos insumos de acordo com os produtos padronizados no portfólio da rede. Possibilitando a tomada de decisão de enfermeiros e médicos do equipamento coletor que mais adapta a necessidade do paciente com estomia, mitigando complicações de uma adaptação inadequada. Permaneceu a estrutura para tomada de decisão sobre o equipamento adequado baseado na combinação de três parâmetros: altura da estomia, ângulo de drenagem e contorno abdominal. As tecnologias indicadas para cada situação são organizadas de acordo com a situação do cuidado: base adesiva plana, convexa moderada ou convexa rígida, de 1 ou 2 peças5. O instrumento adaptado possui um cabeçalho contendo os dados pessoais do paciente (nome, data de nascimento, endereço), dados clínicos e informações específicas sobre a estomia (tipo de estomia, localização, efluente, ângulo de drenagem, características da estomia). Na ficha de avaliação do paciente foram adaptados todos os produtos escolhidos para a padronização da rede, incluindo o descritivo e o código de solicitação. Nessa reorganização dos processos assistencial está incluso o encaminhamento do paciente para a avaliação com o programa educacional da empresa escolhida com o intuito de reforçar e complementar as orientações de cuidados. Para complementar esse processo de padronização, foi desenhado o fluxo de atendimento do paciente, no qual os novos pacientes com estomas intestinais ainda na internação hospitalar recebem o guia de SADT para autorização dos equipamentos coletores que deve ser entregue na central para autorização. No período de 15 dias, o paciente tem acesso aos insumos. A cada consulta, é entregue um novo guia de Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT) para seguir o mesmo procedimento para autorização. Recomenda- se o direcionamento dos pacientes e familiares para a avaliação da consulta com um enfermeiro especializado em estomas, disponibilizado pela empresa nos pós-operatório, a alta hospitalar ou na presença de complicações. Essa organização foi elaborada para proporcionar o suporte assistencial com o intuito de manter a qualidade do cuidado prestado ao paciente estomizado, garantindo a escolha adequada do equipamento coletor e prevenção de complicações. Além da melhoria na segurança do paciente, o processo de padronização tem o intuito de esclarecer as etapas do processo, otimizar os gastos com os insumos, evitar desperdícios e mau gerenciamento dos recursos. Conclusão: Portanto, garantir à pessoa estomizada um serviço de qualidade e especializado, com entrega de insumos adequados em tempo hábil, atendendo às especificidades da estomia com adaptação da bolsa correta foi atingido com o uso do algoritmo utilizado, além da melhora da confiança dos enfermeiros e médicos da ponta em realizar os cuidados com a estomia e solicitação exata dos descritivos via códigos pré- estabelecidos, ocasionando melhor processamento organizacional e gerencial da rede, atingindo qualidade com uma relação custo-benefício propício.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

LAURA SILVA GOMES, M. ., MACAMBIRA SANTTOS HOLANDA, H. ., VAZ JORGE, T. ., ALMEIDA NUNES, N. ., ANDRADE GONÇALVES, L. ., & OLIVEIRA DA SILVA, N. . (2024). PADRONIZAÇÃO DO FLUXO DE ATENDIMENTO E EQUIPAMENTOS E ADJUVANTES PARA PACIENTES ESTOMIZADOS:: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/546