PERCEPÇÃO DO ENFERMEIRO ASSISTENCIAL FRENTE AO PACIENTE RECÉM ESTOMIZADO EM DIAGNÓSTICO ONCOLÓGICO
Resumo
Introdução: Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o câncer é um termo que caracteriza tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos ou órgãos a distância. De acordo com a progressão da população para os próximos anos, estima-se que o aumento de novos casos seja cada vez mais significativo 1. Sendo assim, é preciso um sistema de saúde bem estruturado para dar suporte aos indivíduos acometidos pela doença. O cenário oncológico a todo o momento apresenta inovações tecnológicas, as quais visam diminuir o impacto negativo sofrido pelos pacientes e buscando melhorar a qualidade de vida 2. Como proposta de tratamento para alguns tipos de câncer no trato gastrointestinal, destaca-se a confecção de uma estomia, definida como uma abertura ou orifício que é realizado através de um procedimento cirúrgico para locar parte do intestino delgado ou grosso na parede abdominal, possui como objetivo desviar as fezes para uma nova saída, podendo ser temporária ou definitiva, conforme a proposta terapêutica 3. No Brasil, conforme uma perspectiva calculada pela International Ostomy Association, acredita-se que em 2018, havia aproximadamente 207.000 pessoas com estomias 4. Portanto, é de fundamental importância os cuidados a serem orientados para esses sujeitos, levando-se em consideração as mudanças no estilo de vida focando no manuseio e na manutenção da estomia e da pele peri estomia que contribuirão para evitar futuros agravos 5. Segundo as declarações do Consenso Brasileiro De Cuidados Às Pessoas Adultas Com Estomias de Eliminação de 2020, a formação dos profissionais de saúde, em especial a do enfermeiro tem um papel fundamental no atendimento e acompanhamento do estomizado tanto no pré, no pós-operatório e na reabilitação, quando então se estabelece o vínculo enfermeiro-paciente favorecendo a realização do autocuidado desses indivíduos os primeiros passos do autocuidado e preparando-os para alta hospitalar acontecer da forma mais segura 3-4. Objetivo: Compreender a percepção do enfermeiro assistencial quando se depara com o paciente oncológico recém estomizado na unidade de internação, além de caracterizar as dificuldades no processo de orientação desse paciente. Método: Estudo transversal observacional de abordagem quanti-qualitativa, por meio de um questionário semiestruturado envolvendo questões abertas e fechadas. Os participantes incluem os enfermeiros que atuam nas unidades de internação oncológica de um hospital privado situado na cidade de São Paulo, Brasil, no período de novembro a dezembro de 2022. Resultado: 70% dos enfermeiros relataram que obtiveram dúvidas em relação às orientações que devem ser fornecidas aos pacientes com estomia de eliminação e condutas frente a alguma intercorrência, 22% referiram dificuldades na escolha do equipamento coletor a ser utilizado e 8% dos enfermeiros mencionaram dificuldades em como auxiliar os pacientes no enfrentamento de seu cotidiano, visto que ao submeter à uma cirurgia de confecção de estoma, a pessoa vivencia a desestruturação de sua imagem, podendo apresentar sentimentos conflituosos que inibem o processo de aceitação da sua nova condição de vida. Conclusão: Com o presente estudo percebe-se que os enfermeiros possuem fragilidades em realizar assistência ao paciente recém estomizado, com a necessidade de passar por um processo educativo para que esse profissional esteja ciente de todas as orientações e cuidados que precisam ser prestados ao paciente desde a admissão até a alta hospitalar, buscando a assegurar a sua reabilitação e garantindo o seu bem-estar.