PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PESSOAS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO ATENDIDAS NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM SAÚDE DE MINAS GERAIS
Resumo
Introdução: Estomia é uma palavra de origem grega cujo significado está relacionado à abertura ou boca, representando a exteriorização de vísceras ocas do corpo, no intuito de realizar a eliminação de secreções ou excreções de forma não fisiológica. A terminologia da estomia se dá de acordo com o segmento corporal exteriorizado. Assim, têm-se as estomias de respiração, as estomias de alimentação e as estomias de eliminação, esse estudo abordará as estomias de eliminação como foco(1). As neoplasias estão entre as causas predominantes para confecção de estomias de eliminação, sendo o câncer colorretal um dos principais. No Brasil, o câncer colorretal ocupa uma alta posição em termos de incidência e mortalidade, o número estimado de novos casos da doença para cada ano do triênio de 2023 a 2025 é de 45.630 casos, correspondendo a um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes(2,3). Considerando este aumento nos índices epidemiológicos de câncer colorretal e estimando que a quantidade de estomias intestinais aumente por consequência, urge a necessidade de realização de estudos que busquem compreender o perfil demográfico dos pacientes estomizados atendidos pelos serviços de saúde. De modo a subsidiar discussões sobre diretrizes das Políticas Públicas na assistência à pessoa com estomia. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico de pessoas com estomias atendidas nos serviços de saúde da rede do Sistema Único de Saúde de Minas Gerais (MG). Método: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, do tipo pesquisa documental, onde foram analisadas informações registradas em um banco de dados dos pesquisadores que contém dados cadastrais de pessoas com estomia no estado de Minas Gerais. Resultados: A maioria das pessoas com estomia eram do sexo masculino 53,9%, casados 42,4%, brancos 37,4%, e com idade média de 49 anos. Em relação a grau de instrução, a maioria 35,1%, possuíam nível fundamental. A renda familiar predominante foi de um a dois salários-mínimos, correspondendo a 35,4% da amostra. Com relação ao diagnóstico que levou a confecção do estoma, o câncer de colo e reto foi o mais comum 46,2%. Quanto aos serviços de saúde que confeccionaram o estoma, 40,5% foram confeccionados no Sistema Público de Saúde, 23,7% em serviços privados e 18,8% em instituições filantrópicas. No que se refere a temporalidade dos estomas, a maioria foram classificados como temporários (47,5%). A colostomia correspondeu a 53,7%, seguido da ileostomia com 22,6%. Os estomas eram em sua maioria regulares 47,2%. Em relação a complicações, 38,9% possuíam algum tipo de complicação, sendo a dermatite a mais notificada correspondendo a 24,9%. Conclusão: O estudo possibilitou a caracterização do perfil pacientes com estomias atendidos nos serviços de atenção à pessoa com estomia do estado de Minas Gerais. Este estudo pode subsidiar a tomada de decisão de gestores e profissionais da saúde no planejamento de ações em atenção à saúde das pessoas com estomia.