APLICABILIDADE DA ESCALA DE CUBBIN & JACKSON NA AVALIAÇÃO DE RISCO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES DE TERAPIA INTENSIVA
Resumo
INTRODUÇÃO: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) são designadas para tratar pacientes críticos, são aqueles que se encontram com patologias que agravam seu estado de saúde trazendo a necessidade de um cuidado contínuo e complexo, utilizando procedimentos de alta complexidade. Nesse contexto, sabe-se que o cuidado hospitalar intensivo tem fatores que ocasionam o desenvolvimento de lesão por pressão (LPP), visto que geralmente esses fatores são multicausais, tolerância do tecido mole à pressão e cisalhamento pode também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição, como uso de sedativos. Sendo assim, a escala de Cubbin & Jackson foi elaborada especificamente para estratificar o risco de LPP em pacientes críticos. OBJETIVO: Avaliar aplicabilidade da escala de Cubbin & Jackson na avaliação do risco de lesão por pressão em pacientes de terapia intensiva. METODOLOGIA: Estudo observacional realizado nas UTI’s do Hospital público de alta complexidade do nordeste brasileiro, no período de agosto a dezembro de 2022. Utilizaram na coleta de dados um instrumento com dados sociodemográficos, clínicos e a aplicação da Escala de Cubbin & Jackson a cada 24 horas desde a admissão até alta e/ou o aparecimento de LPP. A escala avalia idade, peso, antecedentes pessoais, pele, estado de consciência, mobilidade, estado hemodinâmico, respiração, necessidades de oxigênio, nutrição, incontinência e higiene, esses itens são pontuados 1 a 4 pontos, classificando os pacientes como alto (? 29) ou baixo risco (?30) para desenvolver LPP. O estudo foi autorizado pela instituição e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco, sob CAAE: 60611922.5.0000.5192. RESULTADOS: Foram avaliados 133 pacientes críticos internados nas UTI’s. Desses, a partir da aplicação da escala de Cubbin & Jackson, foram identificados 28 pacientes classificados como de alto risco para desenvolver LPP e 104 como baixo risco. A média do tempo de internação teve a mesma variação para ambos os grupos, 12 a 16 dias, com diferença apenas do desvio padrão, p: 0,661, demonstrando que o tempo de internação não apresentou diferença estatística no aparecimento de LPP. Em relação avaliação de risco de LPP, segundo a escala os indivíduos com alto risco e que desenvolveram LPP representaram apenas 32,1%, no entanto, o baixo risco e com LPP foram 28,8%, já os classificados em baixo risco e não possuía LPP representaram 71,1% dos indivíduos estudados. As medicações mais utilizadas nos indivíduos desse estudo foram os sedativos associados aos analgésicos em ambos os grupos. Assim, 92,3% indivíduos com LPP faziam uso de sedativos e analgésicos. Quanto ao uso de antibióticos, o grupo que apresentou LPP fizeram mais uso desse fármaco 64,1%. Sendo assim, quem faz o uso de antibiótico tem uma razão de chances 4,38 vezes maior para o aparecimento de LPP do que quem não faz o uso. CONCLUSÃO: A escala de Cubbin & Jackson por meio das 12 categorias investigadas foi capaz de avaliar o risco de LPP em pacientes críticos de UTI. Os resultados permitem considerar que a utilização desta escala é positiva na identificação dos pacientes sob risco de desenvolvimento de LPP.