CUIDADOS DE ENFERMAGEM E USO DE POLYHEXAMETHYLENE BIGUANIDE EM PÉ DIABÉTICO:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: O pé diabético é uma complicação comum e grave do diabetes mellitus. Consiste em alterações nos pés causadas pelo alto nível de glicose no sangue, que pode ocasionar danos nos nervos, como a neuropatia, e problemas de circulação sanguínea1. Os cuidados de enfermagem são necessários e fundamentais no tratamento e prevenção de complicações de pé diabético. Dentre os cuidados temos: avaliação regular; limpeza da lesão; educação em saúde; controle da glicemia; tratamento da ferida, entre outros. Para o tratamento da lesão, temos gazes impregnadas com Polyhexamethylene Biguanide, um anti-séptico seguro e eficaz2. Possui uma ampla gama de eficácia contra microrganismos gram-positivos e gram-negativos, incluindo algumas cepas resistentes a múltiplos medicamentos3. Objetivo: Relatar uma experiência da prática clínica sobre a evolução no processo cicatricial, em paciente com pé diabético, através dos cuidados de enfermagem e do uso de Polyhexamethylene Biguanide. Método: Trata-se de um relato de experiência da prática profissional de enfermeira especialista em enfermagem dermatológica, realizado a partir do tratamento de lesão cutânea plantar exsudativa, em paciente, idoso, ostomizado e portador de diabetes mellitus crônica. A experiência ocorreu no serviço de Atenção Primária do município de São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte. No período de janeiro a maio de 2023. A cobertura utilizada para o cuidado da lesão foi a gaze, não aderente, impregnada de Polyhexamethylene Biguanide com trocas de curativos intercaladas. Resultados: A abordagem dermatológica ao paciente em questão iniciou-se com a troca de curativos diários na região plantar. A lesão inicialmente apresentava-se com as características (3,5 cm x 5,0 cm x 1,0 cm), sinais de maceração, leito com presença de biofilme e esfacelo de liquefação, bem como excesso de exsudato. A cobertura primária de escolha, mediante a disponibilidade da unidade de saúde, foi gaze com Polyhexamethylene Biguanide. Para auxiliar no alívio da pressão na região em tratamento, foi utilizada bucha vegetal como mecanismo para amortecer o impacto. Após 45 dias de higienização e troca de curativos diários, foi espaçada a troca do curativo, mantendo uso do mesmo material inicialmente escolhido, para 3 vezes por semana, em dias intercalados. Ao final de 5 meses, a lesão plantar do paciente encontra-se totalmente fechada. Associado a isso, por meio de doação, foi conseguido um par de moletas, o que favoreceu à locomoção do paciente, bem como no alívio da pressão no local da lesão em tratamento. Conclusão: A intervenção da enfermagem proporcionou a rápida cicatrização da lesão plantar em paciente com histórico de má adesão ao tratamento. O uso de gaze com Polyhexamethylene Biguanide, como cobertura de baixo custo, e o adequado cronograma de troca de curativos, permitiu uma rápida recuperação da lesão, minimizou transtornos para a vida do paciente acometidas com a lesão, o que implica na melhoria da qualidade de vida.