AVALIAÇÃO DO USO TÓPICO DOS ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGES) E OLIGOELEMENTOS NO CONTROLE DAS DERMATITES NA ÁREA DE FRALDAS EM IDOSOS
Resumo
AVALIAÇÃO DO USO TÓPICO DOS ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGES) E OLIGOELEMENTOS NO CONTROLE DAS DERMATITES NA ÁREA DE FRALDAS EM IDOSOS Autor: Enf. Intensivista Karina Grazielle de Souza Ribeiro – karinnagrazielle@gmail.com Coautor: Enf.Dr.Givanildo Carneiro Benicio- Especialista em Enfermagem do trabalho e Enfermagem Dermatológica; Mestrado e Doutorado em Patologia pela Universidade Federal do Ceará. Coautor: Enf. Madna Avelino Silva Especialista em Enfermagem Intensivista/ Dermatológica/acadêmica de Estomaterapia pela Universidade Federal do Ceará. Coautor: Enf. Felipe Lima Gadelha. Introdução: dermatite da área das fraldas (DAF) definido como diferentes dermatoses inflamatórias, de etiologia multifatorial, que atinge a área do corpo coberta pela fralda, afetando normalmente a região do períneo, região ano genital, região glútea, abdômen inferior e coxas¹.Fazendo-se necessário destacar os ácidos graxos essenciais que promovem quimiotaxia e mantêm o meio úmido, aceleram o processo de granulação tecidual, facilitam a entrada de fatores de crescimento.Uma das maiores preocupações dos enfermeiros, é prevenir lesões de pele, uma vez que o número de idosos possuidores de incontinência urinária e/ou fecal fazendo a utilização de fraldas tem se intensificado, por isso a incorporação de tecnologias provoca ao enfermeiro uma constante renovação das práticas de cuidado. Um estudo brasileiro com o objetivo de avaliar as principais tecnologias aplicadas pela enfermagem no controle urinário identificou que, 42,3% de adultos e idosos hospitalizados usavam fraldas, seguido de drenagem por cateter externo (34,6%), cateterismo intermitente (19,3%) e cateterismo suprapúbico (3,8%) (2). Objetivo: avaliar o uso tópico dos Ácidos graxos essenciais (AGEs) e Oligoelementos no controle das dermatites da área das fraldas (DAF) em idosos de uma instituição de longa permanência de Fortaleza. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal de pacientes idosos institucionalizados. A coleta dos dados foi efetivada, após a provação do comitê de ética (CEP), número do Parecer: 4.351.731. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados as seguintes variáveis: se tinha ou não incontinência urinaria ou fecal, e se faziam o uso de fraldas, além do exame físico da pele na região anogenital, nádegas, coxas e áreas adjacentes. A amostra foi composta por 27 idosos. As fórmulas farmacológicas avaliadas foram da loção oleosa (AGE- ÓLEO) em comparação ao creme Hidratante (AGE-HIDRATANTE) que contém em sua formulação Oligoelementos. Os idosos foram examinados através do dermatoscópio, somado a captura de imagens avaliadas seguindo-se de elaboração de intervenções direcionadas a DAF. Resultados: Dos idosos submetidos ao uso do AGE-ÓLEO, amostra de (12, 100%), (9, 75%) tiveram uma ótima evolução, hidratação e melhora do quadro, já os (3, 25%) desenvolveram reação contraria, que com o calor intenso da cidade de Fortaleza desencadeou uma dermatite intensa. Contrastando com o AGE-HIDRATANTE, que teve um ótimo resultado, onde tivemos a amostra de (9, 100%), tiveram uma ótima adaptação e evolução, (0, 0%) de reação adversa. Discursão: Os resultados demonstram através dos gráficos, tabelas e figuras, fatores importantes relacionados a DAF, suas características e manejo no tratamento tópico realizados na amostra. Estudos têm sido conduzido para demostrar melhor tratamento/prevenção da dermatite. As medidas de prevenção da DAF, na maioria das vezes, são realizadas pela equipe de enfermagem, entretanto em muitos casos não são realizadas com o objetivo de prevenção desse problema. Vale atentar uma série de condições expostas na pesquisa relacionados à idade onde, (24) afetam a eficiência da barreira da pele, notando-se um aumento do risco da DAF na pessoa idosa, simultaneamente, existe um maior risco de incontinência urinária e fecal nessa faixa etária, pesquisas revelam a associação entre a prevalência de Incontinência Urinária e fatores de risco como doenças neurológicas, demostrado na amostra de 27 idosos, (30%) Alzheimer, (22%) Demência + HAS, (14%) Alzheimer +HAS, (14%) Depressão, (7%)Ansiedade, (7%)Parkinson (3%)Depressão + Parkinson, (3%)HAS, portanto a incidência de DAF entre os idosos com comorbidades neurológicas são maiores, comparados aos idosos sem comorbidades neurológicas Em relação a presença de incontinência, as variáveis eram de idosos que continham incontinência urinária (4, 15%), média de 0,1481 em seguida pela incontinência urinária e fecal (23,85%), com média de 0,8518, foram observados 27 idosos, para isso utilizou-se teste t, para que a média de uma amostra possa medir a probabilidade da média da amostra (Tabela 1). Vale destacar que a amostra é de 27 (100%) dos idosos que estavam alocados na instituição. Os exames foram realizados afim de identificar a DAF, em 2 dias, a cada dia, um grupo de idosos foram alocados em um ambiente privado e com o dermatoscópio a pele foi visualizada e capturada imagens das lesões. A segunda variável fora relacionada as regiões analisadas como: região ano genital + nádegas (7,26%), região ano genital (7, 26%), região ano genital + porção superior das coxas (10, 37%), nádegas+ abdome + região ano genital (3, 11%).Os pacientes foram alocados em três grupos: (21, 75%) idosos tinham DAF (FIGURA 1A), (5, 22%) dos idosos não tinham DAF e (1, 3%) tinha placas fúngicas (FIGURA 1 - B). Sendo assim, após a avaliação da pele com o dermatoscópio, foram divididos novamente, agora em apenas 2 amostras: os que iram utilizar terapia tópica com a loção oleosa (12, 57%), (AGE-ÓLEO). E a amostra que utilizou a terapia tópica com creme Hidratante (AGE- HIDRATANTE) (9, 43%) Considerando nossos resultados em concordância com a literatura, Freitas LDO,Waldman BF (2011) , exibe o comprometimento da elasticidade cutânea somada ao ressecamento proveniente da diminuição da secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas leva a pessoa idosa a uma maior exposição e maior risco de rompimento cutâneo. Logo, a hidratação da pele é uma medida preventiva que ajuda a amenizar o ressecamento da pele, diminuindo o risco de lesões, como a DAF. Conclusão: Pode-se concluir que a higiene, a troca de fraldas regulares, e a hidratação adequada em conjunto com um diagnóstico precoce pela equipe de enfermagem garante através de medidas de baixa complexidade a prevenção da DAF. Assim, é importante desenvolver ações educativas, para aperfeiçoamento das práticas dos profissionais de saúde. Buscando avanços no conhecimento da temática, cabe destacar que mesmo com a escassez de evidências científicas, sobre a utilização do AGE e oligoelementos na prevenção e proteção da pele, não significa que essa formulação não tenha eficácia, por isso, se faz necessária realizações de mais ensaios clínicos, já que essa substância é muito utilizada no Brasil.