BEXIGA NEUROGÊNICA SECUNDÁRIA À LESÃO MEDULAR: REVISÃO INTEGRATIVA ACERCA DO REQUISITO DE DESENVOLVIMENTO DO AUTOCUIDADO DE OREM
Resumo
Introdução: A lesão medular afeta diretamente a micção, o que resulta no diagnóstico de Disfunção Neurogênica do Trato Urinário Inferior ou bexiga neurogênica.1 Assim, o processo de eliminação e a capacidade de armazenamento e esvaziamento completo da bexiga são acometidos.1 O Cateterismo Vesical Intermitente Limpo (CVIL) é considerado padrão ouro para o manejo das retenções urinárias e mostra-se eficaz para prevenção de complicações do trato urinário inferior, como a recorrência de infecção urinária.2 Diante do exposto, insere-se a Teoria do autocuidado de Dorothea Elizabeth Orem, a qual o cuidado também deve ser exercido pelo próprio paciente, através da realização do CVIL.3 Dentro dessa teoria, o requisito de desenvolvimento compreende situações novas de vida que aconteceram no ambiente humano e suas necessidades de adaptação. 4 Objetivo: Analisar o requisito de desenvolvimento do autocuidado de pessoas com bexiga neurogênica secundária à lesão medular, relatados na literatura científica. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, nas bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF, IBECS, Scielo, PubMed, Scopus e Cochran Library, por meio da estratégia PICO para definição da pergunta norteadora e do fluxograma PRISMA para seleção dos artigos. A busca foi realizada em agosto de 2022, utilizando os descritores “Bexiga Urinária Neurogênica”, “Autocuidado” e “Traumatismos da Medula Espinal”. Foram incluídos artigos disponíveis na íntegra que abordassem a temática pesquisada, publicados em português, inglês e espanhol, no período compreendido entre os anos de 2011 a 2021. E excluídos teses, dissertações, monografias, estudos duplicados e que não atendiam ao objetivo desta pesquisa. Resultados: Amostra composta por 11 artigos. Ao avaliar o Requisito do Autocuidado de Desenvolvimento na perspectiva dos eventos ou situações surgidas diante da nova realidade do paciente com lesão medular que convive com a bexiga neurogênica, a infecção do trato urinário (ITU), seguida da incontinência urinária foram as complicações mais evidenciadas. A ITU foi associada, principalmente, a retenção urinária, esvaziamento incompleto da bexiga e ao uso do cateter vesical permanente. Por outro lado, a frequência de episódios de incontinência urinária foi associada ao aparecimento de dermatites e a evolução de lesão por pressão. Conclusão: A partir da análise do requisito de desenvolvimento para o autocuidado de pessoas com bexiga neurogênica é possível reduzir sintomas e complicações urinárias por meio da adesão adequada ao CVIL para o esvaziamento seguro da bexiga, a fim de promover o bem-estar e a integralidade do cuidado ao paciente pós trauma raquimedular.