PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE CRIANÇAS COM SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO
Resumo
Introdução: As disfunções do trato urinário inferior (DTUI) se referem a apresentação de uma alteração no armazenamento ou esvaziamento vesical. Destaca-se que o período de maturação neural acontece nos primeiros anos de vida, logo, as crianças podem apresentar sintomatologia de disfunção do trato urinário, porém, sem o diagnóstico da patologia. Estima-se que 45% da população mundial seja afetada por alguma das DTUI (1-3). Objetivo: Caracterizar o perfil clínico epidemiológico de crianças com sintomas do trato urinário inferior atendidas no ambulatório especializado em Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e de natureza quantitativa, realizado por meio da extração de dados sociodemográficos e clínicos a partir da consulta de enfermagem realizadas para crianças com queixas urinárias com auxílio do instrumento PLUTSS (4) adaptado para o português do Brasil, cadastradas na Associação de Assistência à Criança Deficiente em Recife, Pernambuco. A coleta de dados aconteceu no período de setembro de 2022 a janeiro de 2023, a amostra foi composta por 127 crianças com idade entre 3 e 12 anos e pais/cuidadores. Para a análise estatística os dados foram transcritos para o programa SPSS versão 25, os resultados foram apresentados em frequência absoluta e relativa em gráficos e tabelas. O estudo foi desenvolvido após a devida autorização da AACD e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HUOC/PROCAPE da Universidade de Pernambuco sob número do parecer: 2.987.035 e da emenda 1 com o acrescimento dos objetivos e mudança no período da pesquisa sob número do parecer: 5.742.261. Resultados: A idade das crianças variou entre 3 e 12 anos (média = 6,29; Desvio Padrão = 2,88), a maior parte são meninas (52,75%), com queixa urinária (92,12%), quanto a cor/raça autodeclarada ou declarada pelos pais e cuidadores, observa- se que a maior frequência foi de crianças brancas com 53,54% seguido de pardas 34,65% e pretas com 11,81%, quanto a escolaridade destaca-se que o processo de alfabetização acontece quando a criança tem em média 6 anos, logo, as crianças atendidas no ambulatório apresentavam a maior frequência de não alfabetizadas (59,84%). As crianças estavam acompanhadas na maior parte de cuidadores do sexo feminino (94,48%), brancas (46,46%), solteiras (62,99%). Quanto aos aspectos clínicos das crianças 79,52% apresentavam queixas de incontinência diurna, 53,54% enurese noturna, 18,11% precisavam fazer força pra urinar, 36,22% conseguia prender o xixi cruzando as pernas ou realizando a dança do xixi, 75,60% molha a roupa de baixo antes de chegar ao banheiro e 41,73% não defecava todos os dias. Conclusão: conhecer o perfil de crianças com sintomas do trato urinário inferior é de extrema importância para auxiliar no cotidiano dos enfermeiros e profissionais de saúde que atuam na urologia pediátrica, além de nortear as ações em saúde na assistência prestada a essas crianças.