PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DE LESÕES DE PELE EM PACIENTES CRÍTICOS COM COVID-19

Autores

  • ALINE DE OLIVEIRA RAMALHO HOSPITAL SIRIO LIBANÊS
  • ELIANE MAZÓCOLI HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS
  • NIFLYER MIRANDA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP
  • MICHELE NEVES BRAJÃO ROCHA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP / CLÍNICA CONVACARE
  • PAULA CRISTINA NOGUEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP

Resumo

Introdução: As complicações clínicas decorrentes da infecção pelo coronavírus expõem pacientes à maior fragilidade da pele, aumentando o risco de desenvolvimento de lesões1-3. Objetivo geral: Analisar a prevalência e características de lesões de pele em pacientes adultos e idosos com Covid-19 internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Estudo transversal, observacional, retrospectivo realizado a partir do banco de dados de um projeto de pesquisa sobre Prevalência de lesões de pele em pacientes críticos antes e durante a pandemia Covid-19. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 47768821.2.0000.5461, Número do Parecer: 4.781.285), foram coletadas variáveis demográficas, clínicas e informações sobre as lesões de pele dos pacientes internados no ano de 2020 com diagnóstico de Covid-19. Os dados foram analisados por estatística descritiva. Resultados: Dos 188 pacientes analisados, com idade entre 16 a 94 anos, 77,66% era do sexo masculino, 56,38% apresentavam hipertensão arterial e 33,51% Diabetes Mellitus; 79,26% dos pacientes estavam em ventilação mecânica e 73,40% em ventilação não-invasiva; 52,13% apresentavam incontinência fecal e 55,85% faziam uso de fralda. Em relação às lesões, a lesão por pressão (LP) foi a mais prevalente (30,32%), seguidas das LP relacionada a dispositivo médico (LPRDM) com 27,66%, sendo que 39,24% das LPRDM foram causadas por dispositivos respiratórios (tubo orotraqueal e traqueostomia). A região sacral foi a mais atingida por LP com 25,45% das lesões e o estágio 2 foi o mais prevalente (30,49%). A prevalência de lesão por fricção (LF) foi de 11,17%, acometendo principalmente os membros superiores (53,13%) e os membros inferiores (25%). A prevalência de lesões de pele relacionadas à adesivo médico (MARSI) foi de 5,32%, sendo 9 das 11 lesões (81,81%) causadas por filme adesivo transparente. Em relação à Dermatite Associada à Incontinência (DAI), a taxa de prevalência foi de 11,17% e 51,85% se caracterizaram como hiperemia sem infecção fúngica. As regiões com maior número de DAI foram a inguinal com 33,33% das lesões e a perianal com 25,93%. Em relação a outras lesões, 30,32% dos pacientes apresentaram outros diversos tipos de lesões, tais como lesões primárias da pele. Conclusão: Os pacientes críticos com Covid-19 apresentaram maior prevalência de LP e LPDRM, seguida de LF e DAI. A prevalência de MARSI, apesar de mais baixa, revelou que os filmes adesivos transparentes possuem grande potencial para o desenvolvimento de lesões, devendo ser alvo de maiores estudos. Na literatura, há poucas pesquisas que investigam a COVID-19 como fator de risco para o surgimento dessas lesões, por isso faz se necessário mais estudos em outras instituições e com pacientes mais diversos para estabelecermos comparativos que nos possibilitem afirmar tal suspeita.

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Publicado

2023-10-21

Como Citar

DE OLIVEIRA RAMALHO, A. ., MAZÓCOLI, E. ., MIRANDA, N. ., NEVES BRAJÃO ROCHA, M. ., & CRISTINA NOGUEIRA, P. (2023). PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DE LESÕES DE PELE EM PACIENTES CRÍTICOS COM COVID-19. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/794