AVALIAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS RELACIONADO AO CÂNCER COLORRETAL
Resumo
exteriorizar um órgão interno para o meio externo, originando um orifício, que possui como função auxiliar na digestão de alimentos, respiração, saída de fezes e urina, entre outros. O indivíduo estomizado necessita de cuidados específicos que supram suas necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. A estomia promove uma alteração clínica que afeta a qualidade de vida dos indivíduos de forma ampla. Uma das principais causas para a realização de estomias intestinais é o câncer colorretal, que na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. OBJETIVO: Avaliar as pessoas com estomia de eliminação intestinal relacionado ao câncer colorretal cadastrados em uma instituição pública de referência. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa para avaliação de pessoas com estomias relacionado ao câncer colorretal. A coleta de dados foi realizada no setor de atendimento as pessoas com estomias, referência do munícipio, usando um formulário semiestruturado com dados sociodemográficos como idade, sexo, moradia, escolaridade, doença de base, condições clínicas e fatores associados, seguido de avaliação da estomia e materiais utilizados. A avaliação foi realizada em local reservado, acompanhado da estomaterapeuta do serviço, no turno da manhã no horário das 07:00 às 12:00, de setembro de 2021 a fevereiro de 2022. Os dados do estudo foram inseridos em bancos de dados no Microsoft Excel, e posteriormente, processados no software StatisticalPackage for the Social Sciences (SPSS), versão 21.0. A estatística descritiva foi realizada mediante determinação das medidas de tendência central (frequência absoluta e relativa, média, intervalo mínimo e máximo) e de dispersão (desvio padrão). RESULTADOS: O estudo incluiu 172 participantes. Os resultados mostraram que a maioria dos pacientes eram do sexo feminino (51,0%), residiam em regiões interioranas do estado do Piauí (54,0%), com idade média de 65 anos, aposentados (67,0%) e com baixa escolaridade (44,0%). As estomias eram decorrentes de neoplasias malignas do reto (62,0%) e do cólon (21,0%), apresentaram como principal comorbidade a hipertensão arterial (43%), com predominância de colostomias (80,0%) definitivas (62,0%) e de pacientes que não realizaram a demarcação do estoma no pré-operatório (98,0%). Na avaliação a maioria das estomias são protuso- saliente (60,0%), de formato oval (77,0%), regular (65,7%), coloração vermelho vivo (98,0%), com tamanho médio de 35mm, com ausência de complicações (58,0%) e pele periestomal integra (52,0%). Houve predominância do uso do equipamento coletor de uma peça plana, drenável, opaco e placa recortável (90,0%). A maioria dos pacientes relataram boa adaptação (59,0%). CONCLUSÃO: Os resultados desta investigação permitiram a avaliação do perfil sociodemográfico clínico e condições do estoma, além disso, esses dados podem subsidiar profissionais da saúde e gestores no planejamento de ações à saúde de pessoas com estomia.