PREVALÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES NO MUNICÍPIO DE SÃO LOURENÇO DA MATA-PE
Resumo
Introdução: Durante o ciclo gravídico, devido a alterações fisiológicas e anatômicas, há um aumento na probabilidade de a mulher desenvolver incontinência urinária. Essa, por sua vez, é definida como qualquer perda involuntária de urina. Objetivo: O objetivo deste estudo consiste em avaliar a prevalência de incontinência urinária e aspectos relacionados à qualidade de vida em gestantes no município de São Lourenço da Mata, estado de Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal, com abordagem quantitativa. Foi realizado na cidade de São Lourenço da Mata, no Hospital e Maternidade Petronila Campos. A população do estudo foi composta por 258 puérperas que estiveram internadas na maternidade, com 12 horas ou mais de pós-parto, e até o momento da alta. Os dados foram coletados mediante entrevista e foram utilizados os seguintes questionários: um sociodemográfico e clínico e os questionários específicos International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF) e King's Health Questionnaire (KHQ). Os dados foram analisados descritivamente por meio de frequências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas. Foram utilizados os testes de Qui-quadrado de Pearson, o teste Exato de Fisher e Mann-Whitney. Resultados: 32,2% das entrevistadas tinham entre 26 e 30 anos, 63,9% de raça/cor parda, 68,2% eram solteiras e 58,5% tinham de oito a 11 anos de estudo. 72,5% eram trabalhadoras do lar, 49,5% tinham renda menor do que um salário-mínimo e 64,7% residiam em São Lourenço da Mata- PE. A prevalência de IU em gestantes no terceiro trimestre foi de 52,7%. Dentre os tipos de IU, a IU mista foi a mais prevalente. 53,1% avaliaram sua saúde como boa e 62,4% referiram que o seu problema na bexiga atrapalha um pouco sua vida. 43,8% referiram que atrapalha um pouco sua vida sexual. 52,7% e 49,2% referiram que seu problema na bexiga atrapalha sempre o sono e que sempre se sente cansada ou desgastada. 70,5% referiram usar absorvente às vezes para conter a perda de urina. Conclusão: A prevalência da IU entre gestantes no terceiro trimestre é alta (52,7%) e com maior impacto na QV nos aspectos pessoais, sono/energia e situações adversas. A IU mista (23,9%) surge como prevalente em relação à IU de esforço (10,9%). A faixa etária, paridade, sobrepeso e obesidade, e o tipo de parto surgem como fatores de risco para a ocorrência de perda de urina durante a gestação.