USO DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA TRATAMENTO DE RADIODERMITE: ESTUDO DE CASO
Resumo
Introdução: O câncer colorretal é uma das neoplasias mais prevalentes em todo o mundo, com alta incidência também no Brasil1. Quando acomete o reto distal, geralmente é necessário realizar cirurgias radicais, como a amputação abdominoperineal do reto com estomia definitiva, muitas vezes acompanhada de radioterapia como tratamento prévio ou posterior2. Embora eficaz, a radioterapia pode causar efeitos adversos, como radiodermite, caracterizada por reações inflamatórias agudas na pele irradiada que são mais graves em áreas como o períneo, devido ao atrito, umidade e dobras na pele3. De acordo com os critérios da Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) para avaliação da morbidade aguda por radiação, a toxicidade cutânea é classificada da seguinte forma: Grau 0 – ausência de alterações em relação à linha de base; Grau 1 – eritema folicular leve ou opaco, epilação, descamação seca e/ou redução da sudorese; Grau 2 – eritema doloroso ou brilhante, descamação úmida localizada e/ou edema moderado; Grau 3 – descamação úmida confluente e/ou edema acentuado; Grau 4 – ulceração, hemorragia e necrose; Grau 5 – toxicidade letal4. Diante da complexidade das lesões e do desconforto gerado, métodos terapêuticos complementares vêm sendo explorados, entre eles, destaca- se a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP), que promove bioestimulação celular, analgesia, modulação inflamatória e aceleração da cicatrização tecidual5. Objetivo: Descrever um caso clínico de radiodermite perineal com aplicação de TLBP como recurso terapêutico adjuvante ao tratamento convencional. Método: Estudo de caso sobre o tratamento de radiodermite com TLBP, realizado em um ambulatório de Estomaterapia no sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo CEP: 7.465.676. Resultados: Paciente, sexo feminino, 57 anos, com câncer colorretal submetida à amputação abdominoperineal de reto, com estomia definitiva. Realizou radioterapia de 17/02/2025 a 27/03/2025, apresentou radiodermite grau 3 na região interglútea e glútea, com ulcerações extensas, com presença de exsudato, dor intensa e limitação funcional. O manejo inicial incluiu higiene com sabonete líquido antisséptico, curativos com cobertura não aderente. Iniciada aplicação de TLBP em 7 pontos na lesão central, 10 pontos na perilesão e 20 pontos em toda região glútea com 1 J V/IV com frequência de três vezes por semana, apresentando melhora na segunda semana de uso. Realizado registro fotográfico e mensuração do tamanho da lesão com régua para acompanhar a evolução da lesão. Observou-se redução progressiva do exsudato, diminuição da dor e aceleração do processo de cicatrização. Os parâmetros do laser eram ajustados conforme evolução da lesão, resposta clínica e tolerância da paciente. Além disso, notou-se melhora do quadro emocional da paciente com o alívio dos sintomas causados pela radiodermite, contribuindo para a aceitação da estomia e melhora da autoestima. Conclusão: A utilização da TLBP como terapia adjuvante no tratamento da radiodermite perineal mostrou-se eficaz, segura e bem tolerada, proporcionando melhora clínica significativa em curto período de tempo. Este caso evidencia o potencial desse recurso terapêutico no contexto oncológico, especialmente em áreas de difícil cicatrização e com comprometimento funcional.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Melo, L. A. D. S., Paczek, R. S., Silveira, C. D. S., Agostini, A. G. D. F., Spader, A. R., & Oliveira, P. B. D. (2025). USO DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA TRATAMENTO DE RADIODERMITE: ESTUDO DE CASO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1989
Edição
Seção
Artigos