FATORES ASSOCIADOS AO RISCO DE DESENVOLVER NEUROPATIA E COMPLICAÇÕES NOS PÉS EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS
Resumo
INTRODUÇÃO: Estima-se que 20 milhões de pessoas no Brasil vivam com DM, cerca de 10% da população. O Brasil representa o 4º lugar no raking mundial de países com mais pessoas com DM (1). Cerca de 85% das úlceras nos pés de pessoas com diabetes, precedem amputações. A cada 60 segundos, três pessoas sofrem amputação em decorrência do DM (2,3). A doença nos pés é caracterizada: neuropatia periférica, doença arterial periférica, infecção, úlcera (s), neuro-osteoartropatia, gangrena ou amputação, sendo a ulceração uma das complicações mais graves (4). OBJETIVO: analisar os fatores associados ao grau de risco de desenvolver úlceras nos pés de pessoas com DM. METODO: Estudo transversal, exploratório. A pesquisa faz parte de um estudo maior aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com Seres Humanos, sob parecer N. 5.779.758. A amostra foi por conveniência, correspondendo a 1542. Os critérios de inclusão: ter diagnóstico de DM; passar pelos exames de acordo com a indicação. As variáveis foram: sociodemograficas, clínicas; exames dos pés e retinopatia. A classificação de risco foi estabelecida conforme o IWGDF. Para análise descritiva, as frequências absolutas e relativas foram calculadas para cada variável, e as médias e desvios-padrão foram utilizados para descrever as variáveis contínuas. Os dados foram então analisados para verificar a distribuição de participantes em cada nível de risco e examinar associações entre o grau de risco e as variáveis. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS, versão 20.0. O nível de significância p<0,05%. RESULTADOS: Em relação a classificação de risco 64,5% dos indivíduos estavam estratificados no risco 0; 21,8% no risco 1; 10,7% no risco 2 e 3,5% em risco 3. A idade média foi de 62 anos. Houve uma associação entre idade avançada e níveis de risco mais elevados, com destaque para os indivíduos com mais de 80 anos (p<0,001). A ausência de atividade física correlacionou-se com uma maior prevalência (p=0,018). Doenças renais também foram um determinante importante, com uma associação significativa (p<0,001). O tempo de diagnóstico e o uso prolongado de insulina foram relacionados ao aumento do risco, (p=0,003 para tempo de diagnóstico e p=0,023 para uso de insulina). A hipertensão arterial e doenças vasculares, apresentaram-se frequentemente associadas a riscos elevados (p<0,001). Microalbuminúria e albumina, também indicaram correlações significativas. A análise demonstrou correlação entre o tempo de diagnóstico e o nível de risco. O tempo de uso de insulina também foi associado ao risco (p = 0,023). Indivíduos com feridas prévias apresentaram 11,7% de risco alto, enquanto aqueles sem feridas estavam em 1,9% (p < 0,001). Amputações menores e maiores também elevaram o risco alto para 39,6% e 20%, respectivamente (p < 0,001). Comprometimentos vasculares e sensitivomotores, como a ausência de pulsos tibiais e a perda de sensibilidade protetora plantar, foram fortemente associados ao risco elevado, com 10,40% de risco alto em casos de perda de sensibilidade (p< 0,001). CONCLUSÃO: A estratificação de risco se mostrou eficaz para guiar intervenções preventivas, reforçando a necessidade de uma abordagem integrada para reduzir complicações nos pés.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Brito, M. N., Silva, V. A., Silva, E. C. D., Souza, A. D. S., Vieira, E. F. D. S., Anjos, E. M. D., & Rocha, R. M. (2025). FATORES ASSOCIADOS AO RISCO DE DESENVOLVER NEUROPATIA E COMPLICAÇÕES NOS PÉS EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2155
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Artigos
