PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM ÚLCERA VENOSA ATENDIDOS NO SETOR DE ESTOMATERAPIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Resumen
Introdução: As úlceras venosas (UV) são o tipo mais comum de úlcera de difícil cicatrização, representando até 70% dos casos. Constituem um problema de saúde pública relevante, exigindo atenção contínua e estratégias eficazes de tratamento e prevenção1. Seu manejo representa um desafio substancial para os sistemas de saúde, tanto pelos impactos na qualidade de vida, quanto pela complexidade clínica e altos custos envolvidos. O cuidado deve focar na identificação precoce dos fatores que afetam a cicatrização, visando otimizar o tratamento e o uso de recursos2. Como destaca Oliveira3, diversos fatores influenciam diretamente os resultados do cuidado com feridas. Portanto, o conhecimento detalhado do perfil clínico dos pacientes com úlceras venosas é fundamental para a elaboração de condutas terapêuticas eficazes, antecipar complicações e melhorar os desfechos clínicos. Objetivo: Traçar o perfil clínico dos indivíduos com lesões de etiologia venosa atendidos em um Ambulatório de Estomaterapia de um Hospital Universitário. Método Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado no Ambulatório de Enfermagem em Estomaterapia do Hospital Universitário de Brasília. A coleta de dados foi feita no período de setembro/2024 a maio/2025 por meio de formulário estruturado, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 15460119.6.0000.5558). Foram analisados prontuários eletrônicos para levantamento das seguintes variáveis clínicas: tamanho, localização, classificação, estadiamento e tempo de acometimento das lesões; sintomas; tempo de tratamento; e materiais e coberturas utilizados. O estudo integra um projeto de iniciação científica financiado pela FAP-DF. Resultados Foram identificados 51 pacientes atendidos entre 2013 e 2025, com 21 etiologias distintas de lesões cutâneas. A úlcera venosa foi a mais prevalente, representando 53% dos casos (n=11). Oito pacientes atenderam aos critérios e foram incluídos no estudo. A admissão ocorreu entre 2013 e 2024, com uma alta registrada em 21/01/2025, após um ano de tratamento. O número de lesões por paciente variou de uma a quatro, sendo duas lesões o mais comum (4 pacientes). As lesões acometeram principalmente membros inferiores, especialmente o maléolo medial (6 pacientes). O tamanho variou de 1,0 a 8,4 cm de altura e de 0,8 a 6,0 cm de largura. O sintoma mais frequente foi dor, avaliada entre 4 e 9 na escala de 0 a 10. Em 34 atendimentos, foram usados seis tipos de coberturas primárias, com destaque para curativos antimicrobianos: malha de poliéster com matriz cicatrizante TLC- Ag (n=16) e curativo à base de cloreto de dialquil carbamoil (DACC) (n=8). A terapia compressiva foi associada em 20 atendimentos (4 pacientes). A atadura foi a cobertura secundária mais utilizada (n=29). Conclusão: Os dados reforçam a predominância das úlceras venosas e sua importância clínica e epidemiológica nas lesões de difícil cicatrização. A análise das lesões evidencia a complexidade do cuidado e a necessidade de abordagens individualizadas. Esses achados destacam a importância de conhecer o perfil clínico dos pacientes para garantir a efetividade do tratamento, otimizar recursos e qualificar a assistência de enfermagem em estomaterapia por meio de um cuidado mais planejado e direcionado.Descargas
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Publicado
2025-10-01
Cómo citar
Fernandes, A. R., Ferreira, P. B. P., Paulino, Y. F., Gonçalves, A. M. M., Kuckelhau, S. A. S., Cauduro, F. L., & Faustino, A. M. (2025). PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM ÚLCERA VENOSA ATENDIDOS NO SETOR DE ESTOMATERAPIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2193
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Sección
Artigos
