PREVALÊNCIA DE BIOFILME EM FERIDAS CRÔNICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE
Resumen
Introdução: Feridas crônicas como úlceras venosas, lesões por pressão e úlceras em pés diabéticos, evoluem fora do curso normal de cicatrização, prolongam o tratamento, elevam custos e comprometem a qualidade de vida dos pacientes. Entre os fatores que perpetuam a cronicidade destaca-se o biofilme, comunidade microbiana protegida por matriz polimérica que dificulta a ação de antimicrobianos e do sistema imune, prolongando a inflamação e favorecendo infecções recorrentes. Objetivo: Quantificar sua ocorrência mundial é essencial para orientar políticas de prevenção e auxiliar ao estomaterapeuta à terapias direcionadas. Método: Realizou-se revisão sistemática de prevalência com meta-análise, registrada no PROSPERO (CRD420244526479) e conduzida segundo PRISMA e diretrizes JBI. Quatro bases (Scopus, Web of Science, MEDLINE/PubMed e Embase) foram pesquisadas em 11/04/2024, sem restrições de idioma ou período. Critérios de inclusão - estudos primários em humanos que relatassem prevalência de biofilme em feridas crônicas; excluíram-se revisões, relatos de caso, teses e resumos. Duplicatas foram removidas e dois revisores independentes fizeram seleção, extração de dados e avaliação metodológica pela escala Newcastle–Ottawa adaptada. A meta-análise usou modelo de efeitos aleatórios (RDWLS), heterogeneidade por I² e Q de Cochran, metarregressão exploratória e avaliação de viés de publicação (funil de Egger/Trim-and-fill). Resultados: Foram identificados 281 artigos; após triagem, 24 estudos de 12 países preencheram os critérios, totalizando 2666 lesões avaliadas. A prevalência global combinada de biofilme foi 68% (IC?95?%?=?58-79?%; I²?=?92?%). Estudos asiáticos apresentaram prevalência significativamente maior (73?%; IC?95?%?=?62-84?%). Entre os microrganismos mais reportados, Staphylococcus aureus esteve presente em 71?% das amostras e Pseudomonas aeruginosa em 65?%. Análises por nível apontaram maior chance de biofilme classificado como “alto” (OR?=?0,70; IC?95?%?=?0,34-1,43) em 11 estudos . O funil de Egger demonstrou viés de publicação; ajuste Trim-and-fill sugeriu que a prevalência real pode atingir 98?%. A maioria dos estudos foi classificada como metodologicamente “satisfatória”, com apenas dois de “boa” qualidade. Conclusão: A meta-análise confirma alta prevalência de biofilme em feridas crônicas, indicando necessidade de estratégias de manejo mais agressivas, como o desbridamento regular, agentes tópicos com ação antibiofilme e tecnologias disruptivas, para acelerar a cicatrização, reduzir custos e melhorar resultados clínicos. A heterogeneidade e o viés de publicação ressaltam a importância de pesquisas multicêntricas, padronização de métodos de detecção e relatórios transparentes. Estomaterapeutas devem permanecer vigilantes quanto a sinais clínicos de biofilme e adotar protocolos baseados em evidências para seu controle.Descargas
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Publicado
2025-10-01
Cómo citar
Menezes, T. A. C., Martins, M. C., Oliveira, B. A. D., Coelho, M. D. M. F., Cavalcante, V. M. V., Avelino, B. M. A., Nogueira, P. S. F., & Barbosa, R. G. B. (2025). PREVALÊNCIA DE BIOFILME EM FERIDAS CRÔNICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2200
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Sección
Artigos
