RELAÇÃO ENTRE A CARGA MICROBIANA E SINAIS DE INFECÇÃO EM FERIDAS DE PACIENTES DE UM HOSPITAL PRIVADO
Resumen
Introdução: O avanço das tecnologias diagnósticas tem desempenhado um papel fundamental na avaliação precoce de infecções em feridas, especialmente no ambiente hospitalar. Entre essas inovações, destaca-se o uso da câmera de fluorescência, uma tecnologia baseada em imagem de fluorescência que permite a visualização da presença da carga microbiana na ferida1,2. Objetivo: analisar a relação entre as características clínicas de infecção em feridas e a carga microbiana identificada com o uso de tecnologia. Método: Estudo observacional, transversal realizado com pacientes adultos e idosos internados ou em tratamento ambulatorial de um hospital privado na cidade de São Paulo. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados do prontuário do paciente e as características clínicas das feridas foram coletadas por meio de inspeção visual com o uso do instrumento Bates-Jensen Wound Asssessment Tool (BWAT) que contempla os itens: forma, tamanho, profundidade, descolamento, tipo e quantidade de tecido necrótico, tipo e quantidade de exsudato, cor da pele ao redor da ferida, edema e endurecimento do tecido periférico, tecido de granulação e epitelização. Cada item possui cinco níveis de pontuação, variando de 1 a 5, com escore total entre 9 (ferida cicatrizada ou resolvida) e 65 (características clínicas mais graves). Quanto maior a pontuação, pior é a condição clínica da ferida3. Para avaliação da carga microbiana foi utilizada a câmera com fluorescência, que emite luz violeta em comprimento clinicamente seguro de 405nm que, ao entrar em contato com a superfície da ferida, gera a fluorescência das bactérias quando sua concentração é >104 CFU/g. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. O projeto foi aprovado pelo Comitê? de Ética em Pesquisa da instituição proponente, parecer no5.833.943. Resultados: Foram avaliados 87 pacientes com um total de 101 feridas de diferentes etiologias, sendo as mais prevalentes a ferida operatória 29,7%, seguida pela lesão por pressão (28,7%). A idade média dos pacientes foi 69,37 anos (DP=17,71), o tempo médio de internação foi 22 dias (DP=53,22) e a média de IMC 22,15 kg/m2 (DP=5,88). Do total de pacientes, 55% eram do sexo feminino e 80% foram avaliados no regime de internação. Os parâmetros clínicos avaliados nos itens "tipo de tecido necrótico" e "quantidade de tecido necrótico" na escala BWAT apresentaram maior média e associação estatisticamente significativa com a o resultado de "alta carga microbiana", conforme análise por câmera de fluorescência (p = 0,035 e p = 0,036, respectivamente). Apesar disso, quando analisados separadamente, não apresentaram associação estatisticamente significativa entre os escores dos subitens individuais do BWAT e os resultados da carga microbiana avaliada pela fluorescência. Conclusão: Os resultados deste estudo indicaram que o tipo e a quantidade de tecido necrótico estão associados à presença de alta carga microbiana identificada por meio de fluorescência. Estudos futuros devem incluir populações com feridas mais diversas e explorar desfechos longitudinais para validar o valor positivo da câmera com fluorescência e a relação com os sinais clínicos da ferida como preditivo para risco de infecção e seu impacto nas estratégias terapêuticas em feridas de difícil cicatrização.Descargas
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Publicado
2025-10-01
Cómo citar
Fleury, S. I. P., Sousa, A. A. D., & Nogueira, P. C. (2025). RELAÇÃO ENTRE A CARGA MICROBIANA E SINAIS DE INFECÇÃO EM FERIDAS DE PACIENTES DE UM HOSPITAL PRIVADO. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2214
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Sección
Artigos
