PROTOCOLO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO PÉLVICA E MODULAÇÃO INTESTINAL PARA PACIENTES COM ESTOMIA TEMPORÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores/as

  • Marta Lira Goulart Clinica Convacare
  • Michele Brajão Rocha Clinica Convacare
  • Saskia Iasana Pontes Fleury Clinica Convacare
  • Magali Thum Clinica Convacare
  • Eliane Sponton Clinica Convacare

Resumen

Introdução A Síndrome da Ressecção Anterior Baixa (LARS) compreende disfunções evacuatórias como incontinência fecal, urgência e sensação de esvaziamento incompleto após cirurgias com preservação do esfíncter anal. Embora transitórios em alguns casos, esses sintomas persistem a longo prazo em até 49% dos pacientes, afetando significativamente a qualidade de vida mesmo após uma década do procedimento cirúrgico. Nesse contexto, a combinação da reabilitação do assoalho pélvico com a modulação intestinal surge como abordagem promissora para pacientes com estomia temporária em preparo para a reconstrução do trânsito intestinal. Protocolos baseados em evidências e diretrizes internacionais são fundamentais para otimizar esse preparo e minimizar os efeitos da LARS. Objetivo Relatar a experiência de construção de um protocolo de enfermagem voltado à reabilitação pélvica e modulação intestinal, aplicado de forma pré-operatória, com foco na redução dos sintomas da LARS após reversão de estomia de eliminação. Método Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado entre janeiro e maio de 2025 em uma clínica especializada em Estomaterapia. A elaboração do protocolo ocorreu sem intervenção direta em pacientes, concentrando-se na sua estruturação teórica. A metodologia envolveu três etapas: 1. Diagnóstico e análise basal: análise de planilhas assistenciais anonimizadas e revisão de literatura e diretrizes internacionais, como o Enhanced Recovery After Surgery® (ERAS); 2. Definição do público-alvo: pacientes com estomia temporária há pelo menos um mês, sem histórico de manipulação cirúrgica prévia do esfíncter anal externo; 3. Estruturação do protocolo: organização clínica das avaliações, intervenções e orientações, incluindo instrumentos como o Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL). Resultados O protocolo construído visa o preparo global do paciente para a reversão da estomia e foi validado internamente, estando pronto para futura aplicação clínica. Seus principais componentes incluem: ? Avaliação funcional integrada: avaliação pré-operatória dos músculos do assoalho pélvico (MAP) para identificação precoce de disfunções e impacto na qualidade de vida; ? Programa de reabilitação: treinamento supervisionado dos MAP com uso potencial de biofeedback e eletroestimulação; ? Orientações comportamentais e nutricionais: ações educativas personalizadas; ? Prevenção e autocuidado: capacitação do paciente para reconhecer sinais precoces de disfunção e participar ativamente do cuidado; ? Trabalho multiprofissional: fluxos organizados de atendimento e comunicação para atuação centrada no paciente. Conclusão A construção deste protocolo demonstra sua viabilidade e potencial de impacto na assistência ao paciente com estomia temporária. A padronização do cuidado pré-operatório representa um avanço estratégico no serviço de enfermagem especializada. Futuras pesquisas clínicas serão necessárias para avaliar sua eficácia e gerar evidências comparativas sobre os resultados funcionais e a qualidade de vida dos pacientes.

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Publicado

2025-10-01

Cómo citar

Goulart, M. L., Rocha, M. B., Fleury, S. I. P., Thum, M., & Sponton, E. (2025). PROTOCOLO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO PÉLVICA E MODULAÇÃO INTESTINAL PARA PACIENTES COM ESTOMIA TEMPORÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2290