VIVÊNCIAS DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA E O PROTAGONISMO DA ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores/as

  • Jacqueline Duarte Machado Secretaria Municipal De Saúde De Florianópolis
  • Guilherme Mortari Belaver Secretaria Municipal De Saúde De Florianópolis
  • Elizimara Ferreira Siqueira Secretaria Municipal De Saúde De Florianópolis

Resumen

Introdução A incontinência urinária é uma condição que afeta a qualidade de vida e compromete o bem- estar físico, emocional, psicológico e social1. Apresenta maior prevalência em mulheres2,3, e muitas delas deixam de procurar o serviço de saúde devido aos sentimentos negativos causados pela condição e à crença de normalidade em razão do processo de envelhecimento3. Cursa com elevada carga emocional e isolamento social, estando relacionada com altos gastos em dispositivos médicos de contenção da urina e realização de tratamentos4. Objetivo Descrever vivências de mulheres com incontinência urinária, e analisar o protagonismo da enfermagem na Atenção Primária no cuidado integral a essa condição, através das consultas de enfermagem. Método Relato de experiência. Resultados Através de consultas de enfermagem com pacientes que apresentavam queixas relacionadas à incontinência urinária, observou-se que muitas acreditam ser normal perder pequenas quantidades de urina ocasionalmente ou ir várias vezes urinar em um curto período, especialmente antes de sair ou fazer atividades, para evitar a necessidade de segurar a urina. Outras relataram reduzir drasticamente a ingestão de líquidos ou concentrar o consumo em apenas parte do dia. Diversas pacientes identificaram que os episódios de perda urinária ocorriam em situações como carregar peso ou durante atividades físicas. Por receio de episódios constrangedores, muitas passaram a evitar ou até interromper essas práticas. Muitas relataram ainda que evitavam sair de casa, adaptando rotinas e formas de trabalho para lidar com a condição. Pacientes atendidas na Atenção Primária que foram encaminhadas a serviços de média a alta complexidade relataram que não passaram por avaliação da musculatura do assoalho pélvico, e a maioria não foi questionada sobre hábitos alimentares antes de serem encaminhadas, no entanto mesmo após passarem por serviços especializados, muitas não compreenderam sua condição. Algumas disseram não ter recebido alternativas terapêuticas e, entre as que receberam orientações, estas foram superficiais, limitando-se a recomendações genéricas sobre exercícios do assoalho pélvico. Foram reencaminhadas à atenção primária para iniciar o tratamento. A avaliação de hábitos, estilo de vida e musculatura do assoalho pélvico mostrou que muitas poderiam ser tratadas na própria Atenção Primária, considerando o vínculo já estabelecido e a abordagem integral, além de contemplar a longitudinalidade do cuidado. O tratamento conservador da incontinência urinária, o qual pode ser realizado pelo enfermeiro(a), pode ser iniciado sem necessidade de exames ou diagnóstico especializado, sendo exemplos destes exercícios de assoalho pélvico, biofeedback, treino vesical dentre outros. Durante as consultas, foi observado que as mulheres passaram a refletir sobre seus hábitos diários, identificando comportamentos que poderiam contribuir para o agravamento do quadro. Conclusão Os relatos evidenciam a importância da enfermagem da Atenção Primária no manejo da incontinência urinária. A ausência de orientações adequadas e a limitada compreensão sobre a condição contribuem para a ineficácia do tratamento, reforçando a necessidade de promover o protagonismo das pacientes no autocuidado e condução da saúde. Nesse contexto, ressalta-se a importância de que os profissionais de enfermagem estejam capacitados para realizar avaliação integral destas mulheres, a fim de planejar intervenções eficazes que proporcionem cuidado resolutivo, individualizado e humanizado.

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Publicado

2025-10-01

Cómo citar

Machado, J. D., Belaver, G. M., & Siqueira, E. F. (2025). VIVÊNCIAS DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA E O PROTAGONISMO DA ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. Congreso Brasileño De Terapia Estomal. Recuperado a partir de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2300