EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE PÉ DIABÉTICO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • ANA ROSA BRAGA DE SOUZA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • VANESSA ALMEIDA PINHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • AMELINA DE BRITO BELCHIOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • NATÁLIA MARIA DA SILVA DE LIMA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • GABRIEL DE JESUS APRIGIO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • CAROLINE ARAUJO LOPES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • LUANA PINHEIRO DA SILVA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • DIELSON ALVES DE SOUSA HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN

Resumo

Introdução: O diabetes mellitus é passível de complicações tanto a curto como a longo prazo. Entre as complicações temos a hipoglicemia, a hiperglicemia, a cetoacidose metabólica, a micro e macroangiopatia e a neuropatia, que levam ao dano, disfunção ou falência de órgãos. O pé diabético é uma das complicações associadas à diabetes mellitus, atribuíveis à doença vascular, neuropatia e infecção¹. Embora a ciência tenha avançado de maneira significativa nos últimos anos, atualmente o DM é uma doença de prevalência crescente em todo o mundo, tornando-se um problema de saúde pública, sendo considerado um dos principais fatores de morbimortalidade no Brasil². Uma estratégia de prevenção, de combate e de conscientização das doenças, entre elas a diabetes mellitus, validada pelo Ministério da Saúde, é a promoção de ações educativas, in loco, nas unidades de saúde, em todos os níveis de assistência à saúde³. As Ligas Acadêmicas de Estomaterapia são iniciativas estudantis que visa complementar a formação acadêmica da graduação em enfermagem na área de Estomaterapia, por meio de atividades que atendam o trinômio universitário de extensão, pesquisa e ensino?. Umas das finalidades das Ligas é desenvolver atividades assistenciais de prevenção e cuidado em estomias, feridas e/ou incontinência sob supervisão docente. A participação dos discentes em ações de extensão durante a graduação permite aos acadêmicos maior memorização, aperfeiçoamento e prática das suas habilidades e conhecimentos adquiridos em sala de aula, através da realização de e participação de ações extramuro, ações práticas de educação em saúde, como a desenvolvida pelos acadêmicos, além dos estudos teóricos realizados em palestras, minicursos e em discussão de artigos científicos em momentos de reuniões internas??. Esse estudo se torna relevante por contribuir para disseminação da importância das ações de extensão promovidas por ligas acadêmicas tanto para a formação do discente como para o serviço e a sociedade, além de promover a conscientização sobre uma condição que pode levar a complicações graves, hospitalizações caras e procedimentos médicos invasivos. Objetivo: Relatar experiência de uma ação de extensão universitária sobre pé diabético. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre a experiência de desenvolver uma ação educativa sobre pé diabético com os profissionais de um hospital infantil de referência em Fortaleza. O relato de experiência tem como característica principal a descrição das ações realizadas, este é um tipo de produção de conhecimento, cujo texto apresenta uma vivência acadêmica e/ou profissional em um, ou mais, pilares da formação universitária (ensino, pesquisa e extensão)6. Assim, a escolha por este tipo e a abordagem de pesquisa tem profunda adesão aos objetivos propostos. Realizado em parceria com Serviço Especializado em Estomias, Feridas e Incontinências de um Hospital Infantil de referência em Fortaleza no Estado do Ceará, esse serviço integra o Sistema Único de Saúde (SUS) compondo a rede de hospitais terciários públicos do estado. O Serviço de ambulatório do hospital infantil é composto por várias especialidades e por profissionais enfermeiros, técnicos de enfermagem, pessoal dos serviços gerais e do setor administrativo como recepcionistas, esses foram o público alvo da ação. A atuação das acadêmicas de enfermagem se deu enquanto integrante e extensionista da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (LEE) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Participaram desta ação três acadêmicas e três profissionais do Serviço de Estomaterapia do hospital, a ação foi realizada no dia dezesseis de maio de 2022, no período da tarde, de 14h às 18h, totalizando uma carga horária de 4 horas. Esse estudo obedeceu à Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), por não apresentar dados direta ou indiretamente de pacientes, profissionais, ou prontuários, não foi submetido ao comitê de ética. Resultados: Para a realização da ação educativa, os acadêmicas desenvolveram duas principais etapas: 1) Preparação e organização; 2) Ação educativa sobre diabetes mellitus(DM) e pé diabético e; 3) Avaliação dos pés. Para a preparação dos ligantes, foi realizado um estudo em trabalhos científicos sobre DM e pé diabético. Na organização da ação educativa, os acadêmicos da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia se reuniram para discutir data, horário, conteúdo abordado, o que seria realizado e foi decidido quem da equipe estaria no dia da ação presencial. No dia da ação, o hospital disponibilizou uma das salas do ambulatório, que foi dividida em três estações. A primeira etapa foi a coleta dos dados, tínhamos um questionário, disponibilizado pelo serviço de estomaterapia. Na qual o público participante preenchiam informações como: idade, sexo, diagnóstico prévio de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus ou outra comorbidade, duração da DM, peso e altura para cálculo do Índice de Massa Corporal, hábito alimentar, sedentarismo, tabagismo, etilismo, entre outras informações, para traçar um perfil da pessoa participante da ação. Posteriormente, a segunda etapa ocorreu por meio da divulgação de informação e conscientização, na qual aconteceu a atividade de educação em saúde, com auxílio de folderes informativos e discurso sobre DM, alimentação adequada, controle glicêmico, importância da prática de atividade física, bem como hábitos de vida saudável, no geral. Na terceira etapa, houve a avaliação dos pés: 1) dermatológica, na qual avaliamos a presença de calos e vilosidades, alteração na umidade, presença de micose interdigital, presença de queratoses e rachaduras, ressecamento da pele, verrugas, lesões, bolhas, úlceras, presença de pele atrófica, reluzente, despigmentada, hipo ou hipercorada, com ausência de pelos ou pilificação, características de alteração na circulação sanguínea do membro; 2) aspectos ortopédicos: os itens avaliados foram presença ou não de deformidades dos pés, tais como o formato do pé, características dos dedos, presença de hálux valgus e hiperextensão dos tendões; 3) avaliação neurológica: alteração de força, como dorsiflexão, flexão plantar e extensão do hálux. E avaliação da sensibilidade tátil, protetora e dolorosa, as quais foram realizadas respectivamente com a passagem de um chumaço de algodão no membro e uso de monofilamento e de um instrumento pontiagudo (palito fixo) aplicado no mesmo local e maneira do monofilamento, o participante da ação expressava verbalmente quais as sensibilidades estão presentes ou não; 4) avaliação de autocuidado, como corte correto das unhas, com avaliação de anormalidades como onicocriptoses e onicogrifoses, e as condições de higiene dos pés. Quando estes exames se apresentam alterados é um indicativo de pé neuropático. Por fim, foi realizada hidratação e massagem relaxante nos pés, no mesmo momento foram realizadas orientações sobre os cuidados e prevenção de lesões, todas as ações realizadas foram acompanhadas pelos enfermeiros estomaterapeutas do setor. Considerações finais: Ante ao exposto, pôde-se considerar que a participação em ações educativas são de suma importância para a formação do acadêmico de enfermagem, pois permite aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos nas aulas e complementar o processo de aprendizagem. Além de proporcionar orientação, conhecimento e auxiliar as pessoas e profissionais na detecção precoce e manejo do pé diabético, abordando um problema de saúde pública. Por fim, tais vivências possibilitaram maior experiência prática, desenvolvimento de habilidades, contribuindo para a formação do futuro profissional de enfermagem.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

ROSA BRAGA DE SOUZA, A., ALMEIDA PINHO, V., DE BRITO BELCHIOR, A., MARIA DA SILVA DE LIMA, N., DE JESUS APRIGIO, G., ARAUJO LOPES, C., PINHEIRO DA SILVA, L., & ALVES DE SOUSA, D. (2024). EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE PÉ DIABÉTICO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: : RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/470