A ATUAÇÃO DA ESTOMATERAPEUTA FRENTE À PESSOA COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO:
PRESENÇA, ESCUTA, ACOLHIMENTO E CUIDADO
Resumo
Introdução: Cuidar de pessoas com estomias de eliminação é um desafio para a estomaterapeuta, pois implica reconhecer suas necessidades/ desmistificar as possibilidades. Estomias são a exteriorização de uma víscera oca para desvio do trânsito normal para a saída de efluentes (fezes, urina ou secreções), podendo ser classificadas em colostomia, ileostomia ou urostomia, permanente/ temporária1. A realidade vivenciada pela pessoa com estomia pode ter limitações, pois a estomia/ bolsa coletora imprime mudança significativa. Momento que a pessoa passa a tomar consciência dos ajustes relacionados à estomia na vida diária2. Ou seja, é fundamental para isso que esse profissional se qualifique a fim de permitir a expansão do olhar, reformular práticas e revisitar técnicas mais humanas e inovadoras. Objetivo: relatar o cotidiano de trabalho da estomaterapeuta no cuidado a pessoas com estomias de eliminação em um Serviço de Estomaterapia no sul do país. Método: Relato de experiência do período de 2020 a 2023 em um Serviço de Estomaterapia de um Hospital Universitário no sul do pais, atendendo pessoas com estomias de eliminação. O local é um ambulatório de um hospital público federal, como polo do Estado, onde ocorre a dispensação das tecnologias/realização das consultas de enfermagem. Atende em média 200 pacientes cadastrados. Resultados: A experiência tem comportado percepções/ vivências que vão desde a presença, escuta, acolhimento e o cuidado. Diferença no processo de viver das pessoas com estomias de eliminação que são atendidas diariamente. As atividades contemplam Consulta de Enfermagem com avaliação/troca da bolsa coletora; cadastro de novos pacientes; busca ativa; pedido de material/ atualização dos dados; atendimento junto a equipe multiprofissional (nutrição/ assistência social/psicologia); visita domiciliar; o gerenciamento da teleconsulta (orientações/agendamento para consulta presencial) via WhatsApp; realização de grupos de apoio; educação permanente de profissionais de saúde; articulação com a universidade a fim de aproximar os acadêmicos da prática da estomaterapia; e produção de ensino/pesquisa/extensão atrelada às estomias. Com a realização dessas atividades, muitos são os sentimentos evidenciados como a compreensão do outro e de suas necessidades, a sensação de pertencimento porque cada fala verbalizada pela dor, medo, desconhecimento e alívio revela a importância do estomaterapeuta no processo de viver. Esse profissional faz a diferença, considerando a singularidade de cada paciente, por meio da escuta e do acolhimento e, isso, contribui para um novo olhar acerca de sua condição que ao chegar no consultório é de perda total, nulidade, não aceitação, desconhecimento e não adaptação para uma nova visão baseada no entendimento que a estomia é uma segunda chance/oportunidade de vida. O estomaterapeuta desempenha uma diversidade de atividades no exercício da Estomaterapia, relacionadas com funções peculiares do enfermeiro, ou seja, assistência, ensino e pesquisa, todas permeadas pelo gerenciamento3. Conclusão: Com essa experiência, espera-se contribuir para o desenvolvimento de estudos quanto à reflexão acerca desse fazer. E, além disso, permita aos acadêmicos e enfermeiros dimensionar essa especialidade como espaço autônomo, de liderança, expertise do cuidado especializado/ construção de novos paradigmas profissionais. O cuidado faz a diferença na vida pessoa com estomia.